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Meio-leve masculino (66 kg)

William Lima é o brasil no meio-leve masculino nos Jogos Olímpicos Paris-2024
Willian Lima (Foto: Tamara Kulumbegashvili/IJF)

Chances do Brasil

O Brasil será representado por Willian Lima na categoria meio-leve masculino (66kg) do judô nos Jogos Olímpicos Paris-2024. Ele foi campeão mundial júnior de 2019 e um dos principais nomes da nova geração do judô brasileiro. Willian é bicampeão pan-americano da categoria até 66kg e tem sete medalhas no circuito internacional no seu currículo. O judoca paulista alcançou as oitavas de final nos três Campeonatos Mundiais desse ciclo olímpico.

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Willian Lima cresceu no final deste ciclo olímpico, com o ouro no Grand Prix da Croácia em 2023 além de três medalhas de bronze em torneios Grand Slam nos últimos dois anos, assim como o título continental no Pan do Rio de Janeiro em maio deste ano. Com o bom desempenho recente, o brasileiro subiu no ranking mundial e será o cabeça de chave número 6 nos Jogos Olímpicos de Paris. Willian não é um dos principais favoritos ao pódio na França, mas em um bom dia, ele pode superar alguns dos maiores nomes da categoria e brigar por uma medalha.

Os favoritos

O grande favorito da categoria meio-leve masculino (66kg) é o japonês Abe Hifume. Ele é o atual campeão olímpico e é tetracampeão mundial (2017, 2018, 2022 e 2023) e dono de 12 medalhas de ouro de Grand Slam na sua carreira. Outro campeão mundial que estará em Paris será Ab Ba-ul, da Coreia do Sul. Ele levou o ouro no Mundial de 2015 e foi ao pódio nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos.

Abe Hifume em luta do meio-leve masculino
Abe luta contra o francês Walide Khyar (Foto: Tamara Kulumbegashvili/IJF)

Quem chega como líder do ranking mundial é Denis Vieru, da Moldávia. Ele foi medalhista de bronze nos Mundiais de 2019 e 2022 e campeão europeu em 2023. O georgiano Vazha Margvelashvili está em segundo lugar na lista. Atual vice-campeão olímpico, ele tem dois bronzes em Mundiais, incluindo um neste ano. Outros nomes que foram ao pódio dos últimos mundiais, podendo brigar por medalha em Paris incluem o francês Walide Khyar, o mongol Yondonperenlein Baskhüü e o finlandês Luukas Saha.

Brasil na categoria meio-leve masculino (66kg) do judô

A categoria meio-leve deu a segunda medalha de ouro olímpica para o Brasil no judô, com Rogério Sampaio em 1992, além de outros dois bronzes. Presente no programa olímpico desde os Jogos de Moscou-1980, o país esteve representado em todas as edições, sendo uma das categorias mais tradicionais para o Brasil.

O primeiro judoca do Brasil a disputar o peso meio-leve foi Luiz Onmura, em Moscou-1980. O paulistano começou vencendo, mas caiu logo em seguida, terminando na 13ª colocação. Em Los Angeles-1984 foi a vez de Sérgio Sano representar o Brasil, terminando em 7º lugar. Em Seul-1988 o santista Ricardo Cardoso foi derrotado logo na primeira luta.

Após conquistar o primeiro ouro de sua história com Aurélio Miguel na categoria meio-pesado na Olimpíada de 1988, o Brasil desembarcou confiante em uma nova medalha dourada no judô. E ela veio com Rogério Sampaio na categoria meio-leve. Natural de Santos, Rogério não era apontado como um dos principais candidatos ao pódio, mas acabou surpreendendo os favoritos e saiu com a glória máxima daquela edição de Barcelona-1992. A grande final foi contra Jozsef Csak, da Húngria, com o brasileiro vencendo por um wazari e conquistando nossa segunda medalha de ouro do judô em olimpíadas.

Rogério Sampaio levou a prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona
Rogério Sampaio levou a prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona (Divulgação/CBJ)

Henrique é bronze

Após o feito de Rogério Sampaio, que foi para a disputa do bronze. E na luta que rendeu o segundo pódio seguido do Brasil no peso meio-leve, Henrique Guimarães derrotou Philip Laats, da Bélgica. Henrique ainda seria o representante brasileiro nas duas seguintes edições olímpicas, Sidney-200 e Atenas-2004, mas acabou saindo sem medalhas em ambas, tendo o nono lugar de 2000 como o melhor resultado.

As duas edições seguintes tiveram um gosto amargo para o judô brasileiro. Os brasileiros chegaram aos Jogos Olímpicos como grandes favoritos ao pódio, mas acabaram sendo eliminados precocemente. Em Pequim-2008 o gaúcho João Derly chegava como bicampeão mundial do ciclo e grande favorito à medalha de ouro, no entanto após vencer a sua primeira luta, veio uma das maiores zebras daquela edição olímpica no judô. O brasileiro lutou contra o português Pedro Dias, que não tinha grande projeção internacional, e acabou derrotado, dando adeus ao sonho da medalha. 

Na edição seguinte, Londres-2012, foi a vez de Leandro Cunha, o Coxinha, chegar com grande favoritismo após ser duas vezes consecutivas vice-campeão mundial. Entretanto, Coxinha foi derrotado logo na primeira luta pelo polonês Pawel Zagrodnik. Charles Chibana foi o nosso representante no Rio de Janeiro em 2016. Logo em sua primeira luta, na segunda rodada do torneio, o brasileiro se encontrou com o japonês Masashi Ebinuma, sendo derrotado por um ippon.

Brasil de volta ao pódio

Pódio 66kg dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020
(Foto: Gabriela Sabau/IJF)

Em Tóquio, Daniel Cargnin fez uma grande campanha para levar a medalha de bronze. Ele derrotou o egípcio Mohamed Abdelmawgoud por ippon na primeira rodada e o moldávio Denis Vieru por waza-ari nas oitavas de final. Mas o grande desafio veio nas quartas, diante do italiano Manuel Lombardo, então líder do ranking mundial. Mas o brasileiro fez uma ótima luta e derrotou Lombardo por waza-ari. Cargnin perdeu para o japonês Abe Hifume por ippon na semifinal, mas na disputa do bronze, ele superou o israelense Baruch Shmailov por waza-ari para ficar com a medalha.

Histórico -66 kg masculino nos Jogos Olímpicos

A categoria meio-leve entrou no programa olímpico a partir dos Jogos de Moscou-1980. Até a edição de Atlanta-1996, o limite de peso da categoria era de até 65 kg, sendo alterado para os atuais 66 kg nos Jogos Olímpicos de Sidney-2000. O meio-leve é uma das categorias com a maior diversidade de campeões olímpicos no judô. Em suas dez edições disputadas, apenas o Japão, com quatro medalhas, conquistou mais de um ouro. São oito países diferentes no topo do pódio olímpico.

Competindo em casa, o soviético Nikolay Solodukhin se tornou o primeiro campeão olímpico no peso meio-leve. O Japão conquistaria a sua primeira medalha na edição seguinte de Los Angeles-1984, deixando a prata com o sul-coreano Hwang Jung-oh. A Coreia do Sul sediou a Olimpíada de 1988 na cidade de Seul e teve um grande desempenho no judô. Uma das medalhas de ouro conquistadas em casa veio justamente no meio-leve com Lee Kyung-Keun. 

Barcelona-1992 marcou a conquista da segunda medalha de ouro do Brasil no judô. Ela veio com Rogério Sampaio na categoria meio-leve após derrotar na final o húngaro József Csák. A medalha de Rogério Sampaio é até hoje o único ouro conquistado por um país das Américas nesta categoria. 

Após ser bronze em Barcelona-1992, Udo Quelmmalz melhorou seu desempenho em Atlanta-1996 e subiu ao topo do pódio, dando à Alemanha a medalha de ouro. Foi também nessa edição que o brasileiro Henrique Guimarães conquistou sua medalha de bronze. Em Sidney-2000 o ouro ficou com Huseyin Ozkan, batendo na final o francês Larbi Benboudaoud. O italiano Girolamo Giovinazzo, que havia sido vice-campeão olímpico em 1996 na categoria ligeiro, subiu de peso e conquistou uma das medalhas de bronze em Sidney.

Japonês bicampeão

Masato Uchishiba nos Jogos Olímpicos Pequim-2008 no meio-leve masculino
Masato Uchishiba é bicampeão olímpico (Foto: Tamas Zahonyi/IJF)

O único judoca bicampeão olímpico no peso meio-leve conquistou suas medalhas em Atenas-2004 e Pequim-2008. O japonês Masato Uchishiba conquistou seu primeiro ouro contra o eslovaco Jozef Krnac, em Atenas, e o segundo contra o francês Benjamin Darbelet, em Pequim. Nas duas edições quem também aparece no pódio com duas medalhas de bronze é o cubano Yordanis Arencibia. 

Outros dois países distintos subiram ao topo do pódio nas últimas edições olímpicas. Em Londres-2012 o campeão foi o georgiano Lasha Shavdatuashvili. Já no Rio de Janeiro, em 2016, o campeão foi uma grande surpresa, já que não aparecia entre os cotados para levar a medalha de ouro. O jovem italiano Fábio Basile, que até então não tinha resultados de grande expressão na carreira, derrotou na final o campeão mundial de 2015, o sul-coreano An Ba-ul, conquistando a medalha de ouro. Tanto em Londres quanto no Rio de Janeiro o grande favorito da categoria, Masahi Ebinuma terminou com a medalha de bronze. Apontado por muitos como um dos judocas mais técnicos de todos os tempos, o japonês caiu nas semifinais nas duas edições.

Medalhistas – judô -66 kg masculino – Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Moscou-1980Nikolay Solodukhin (URS)Tsendiin Damdin (MGL)Iliyan Nedkov (BUL)
Janusz Pawłowski (POL)
Los Angeles-1984Yoshiyuki Matsuoka (JAP)Hwang Jeong-Oh (COR)Marc Alexandre (FRA)
Pepi Reiter (AUT)
Seul-1988Lee Gyeong-Geun (COR)Janusz Pawłowski (POL)Yosuke Yamamoto (JAP)
Bruno Carabetta (FRA)
Barcelona-1992Rogério Sampaio (BRA)József Csák (HUN)Udo Quellmalz (ALE)
Israel Hernández (CUB)
Atlanta-1996Udo Quellmalz (ALE)Yukimasa Nakamura (JAP)Henrique Guimarães (BRA)
Israel Hernández (CUB)
Sydney-2000Hüseyin Özkan (TUR)Larbi Benboudaoud (FRA)Giorgi Vazagashvili (GEO)
Girolamo Giovinazzo (ITA)
Atenas-2004Masato Uchishiba (JAP)DoDo Krnáč (ELQ)Georgi Georgiev (BUL)
Yordanis Arencibia (CUB)
Pequim-2008Masato Uchishiba (JAP)Benjamin Darbelet (FRA)Yordanis Arencibia (CUB)
Pak Chol-Min (PRK)
Londres-2012Lasha Shavdatuashvili (GEO)Miklós Ungvári (HUN)Masashi Ebinuma (JAP)
Jo Jun-Ho (COR)
Rio-2016Fabio Basile (ITA)An Ba-Ul (COR)Rishod Sobirov (UZB)
Masashi Ebinuma (JAP)
Tóquio-2020Abe Hifume (JAP)Vazha Margvelashvili (GEO)Daniel Cargnin (BRA)
An Ba-Ul (COR)

Quadro de medalhas – judô -66 kg masculino – Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Japão4138
Coreia do Sul1225
Geórgia1113
Brasil1023
Alemanha1012
Itália1012
União Soviética1001
Turquia1001
França0224
Hungria0202
Polônia0112
Mongólia0101
Eslováquia0101
Cuba0044
Bulgária0022
Áustria0011
Coreia do Norte0011
Uzbequistão0011