Ligeiro masculino (60 kg)
Ligeiro masculino (60 kg) – Judô – Jogos Olímpicos de Paris-2024
picos de Paris-2
Chances do Brasil
O jovem Michel Augusto, de 19 anos de idade, é o representante do peso ligeiro masculino do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ele garantiu sua classificação através do ranking olímpico, após ficar em 25º lugar na classificação, sendo o 23º atleta elegível da lista.
Michelzinho, como é conhecido, se apresentou ao mundo nos Jogos Pan-Americanos Júnior Cali-2021, quando conquistou a medalha de ouro. Com o título, assegurou o direito de ir para os Jogos Pan-Americanos Santiago-2023, onde também foi campeão. Pelo circuito mundial, ele faturou a medalha de prata no Grand Prix de Portugal, em janeiro deste ano.
Michel Augusto chegou até as oitavas de final no Mundial de Abu Dhabi, em maio, naquela que foi sua primeira participação na competição na categoria adulta. Ele venceu dois atletas, incluindo o azeri Balabay Aghayev, sétimo colocado do ranking mundial, antes de cair para o cazaque Yeldos Smetov.
Por conta de sua colocação inferior no ranking mundial (se comparado aos demais participantes), o brasileiro pode enfrentar um dos cabeças de chave logo de cara no torneio olímpico. Portanto, não há pressão por resultados. A expectativa é de que ele já adquira experiência para o ciclo de Los Angeles-2028.
Os favoritos
A categoria até 60kg masculina do judô tem alguns nomes postulantes ao ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Não há um claro favorito, uma vez que houve três Campeonatos Mundiais realizados no ciclo com três campeões diferentes: o japonês Naoshita Takato (2022), o espanhol Francisco Garrigós (2023) e o georgiano Giorgi Sardalashvili (2024).
Destes, apenas Takato não estará presente em Paris para defender seu ouro olímpico conquistado na Rio-2016. O representante japonês será Ryuju Nagayama, que disputou poucas competições na reta final do ciclo, mas foi campeão dos fortes Grand Slam de Tóquio e Grand Slam de Ulanbaatar, no ano passado além do Masters de Budapeste. No entanto, ele caiu logo na primeira rodada do Mundial de 2024.
Outro nome que aparece forte na briga por uma medalha é o taiwanês Yang Wung Wei, medalhista de prata em Tóquio-2020, que é o número um do mundo. Ele foi vice-campeão mundial há dois meses, após perder a final para Sardalashvili. Yang e Sardalashvili estiveram presentes no pódio do peso ligeiro masculino em dois Mundiais neste ciclo, assim como o sul-coreano Lee Ha-rim, bronze em 2023 e em 2024.
Outro nome para ficar de olho é o francês Luka Mkheidze, que é o terceiro colocado do ranking mundial e compete em casa. Ele foi campeão do Grand Slam de Paris e levou a prata nos Grand Slams de Baku e Antalya neste ano. Além disso, ele foi medalhista de bronze em Tóquio-2020. No Mundial deste ano, caiu nas oitavas de final.
O Brasil no peso ligeiro masculino do Jogos Olímpicos
A categoria ligeiro, a mais leve de todo o judô masculino foi a última, ao lado da mais pesada, em que o judô masculino do Brasil conquistou uma medalha olímpica.
O feito coube a Felipe Kitadai e sua medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Antes dele, o Brasil teve outras nove chances de conquistar a medalha, mas nenhum judoca conseguiu mais de duas vitórias em suas chaves. Disputada desde os Jogos de Moscou-1980, o peso ligeiro masculino teve representantes do Brasil em todas as edições.
Em 1980, em Moscou, e 1984, em Los Angeles, o representante brasileiro foi Luiz Shinohara, atual coordenador da seleção masculina do Brasil. Em 1980, o paulistano estreou vencendo o senegalês Boubacar Sow, mas caiu logo em seguida para Timbor Kincses, da Hungria. Quatro anos depois Shinohara terminou na sétima posição nos Jogos de Los Angeles, após vencer sua primeira luta e cair na segunda contra o japonês Shinji Hosokawa, que se tornaria campeão olímpico. Na repescagem, Luiz venceu sua primeira luta contra o português João Neves, mas perdeu logo em seguida contra o italiano Felice Mariani.
Em Seul-1988 nosso representante foi o também paulistano Sérgio Pessoa. Sérgio venceu sua primeira luta por ippon contra Gilles Pages, de Mônaco, mas perdeu logo em seguida contra o sul-coreano Kim Jae-yup. Na repescagem uma nova derrota para Amiran Totikashvili, da União Soviética, terminando em nono lugar. Shigueto Yamasaki foi quem subiu no tatame olímpico com as cores do Brasil na edição seguinte no peso ligeiro. O judoca estreou com vitória sobre o atleta da Tchecoslováquia, Petr Sedivak, mas caiu logo em seguida por ipponn contra Piotr Kamrowski, dando adeus aos Jogos de Barcelona-1992.
Derrotas seguidas
Alexandre Garcia, de Porto Alegre, perdeu logo em sua estreia contra o uzbeque Alisher Mukhtarov nas Olimpíadas de Atlanta-1996. O mesmo aconteceu com os brasileiros nas duas edições seguintes. Denílson Lourenço, paulista de Tupã, caiu na estreia da edição de Sidney-2000 para o bielorrusso Natik Bagirov. Em Atenas-2004 foi a vez de Alexandre Lee perder na estreia contra o judoca da Armênia, Armen Nazaryan.
Após cair precocemente por três edições consecutivas na primeira luta, o Brasil enfim voltou a vencer um combate na Olimpíada de Pequim-2008. O mesmo Denílson Lourenço, que havia disputado os Jogos Olímpicos de 2000, foi o representante brasileiro na China. Vitória na primeira luta contra o ucraniano Maksym Korotun, mas uma derrota logo em seguida para o judoca da República Tcheca, Pavel Petrikov. Como Petrikov caiu logo em seguida contra o favorito a medalha Rishod Sobirov, do Uzbequistão, o brasileiro acabou se despedindo dos Jogos sem direito à repescagem.
O grande dia do judô brasileiro
O grande momento da categoria aconteceu em Londres-2012. O paulistano Felipe Kitadai não desembarcou na capital britânica como favorito ao ouro, mas naquele grupo de atletas que poderiam surpreender os favoritos. E foi o que aconteceu. Kitadai começou sua caminhada contra o mongol Davaadorjiin Tömörkhüleg, logo em seguida passou pelo judoca da Arábia Saudita, Eisa Majrashi. Nas quartas de final, o brasileiro acabou sendo superado pelo judoca Rishod Sobirov, um dos maiores favoritos a estar no pódio naquela categoria. De volta na repescagem, Felipe Kitadai derrotou Choi Gwang-Hyeon, da Coréia do Sul, se credenciando para a luta da medalha de bronze. Naquele 28 de julho de 2012, também histórico pelo ouro conquistado por Sarah Menezes, Felipe Kitadai colocou seu nome na grande galeria de medalhistas olímpicos do Brasil. A vitória veio sobre o italiano Elio Verde, colocando a bandeira do Brasil pela primeira vez no pódio olímpico do peso ligeiro.
Quatro anos depois, Felipe Kitadai voltou a disputar os Jogos Olímpicos, desta vez no Rio de Janeiro. O paulistano conseguiu avançar até as quartas de final, mas acabou derrotado pelo azeri Orkhan Safarov. Na repescagem uma nova derrota, agora para Diyorbek Urozboev, do Uzbequistão, se despedindo da Olimpíada em sétimo lugar. Já em Tóquio-2020, o representante brasileiro na categoria foi Eric Takabatake, que chegou a vencer sua estreia, mas perdeu para o sul-coreano Kim Won-jin nas oitavas de final.
Histórico peso ligeiro masculino nos Jogos Olímpicos
A categoria ligeiro entrou no programa olímpico nos Jogos de Moscou-1980, tendo sido disputada dez vezes desde então. O limite de peso na categoria é de até 60 kg. O Japão é o maior campeão no peso mais leve do judô masculino com um total de quatro medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze. Na sequência aparecem Coreia do Sul e Rússia empatadas com dois ouros cada, mas com vantagem para os sul-coreanos no número de pratas, já que ficaram em segundo lugar por três vezes, enquanto os russos não possuem nenhum. Também conquistaram medalhas de ouro a França e a Equipe Unificada.
O primeiro campeão na categoria ligeiro foi o francês Thierry Rey, que derrotou o cubano José Rodriguez na final. Tibor Kincses, da Hungria, e Aramby Emizh, da União Soviética, completaram o pódio com medalhas de bronze. Já o primeiro título do Japão veio na edição seguinte, Los Angeles-1984, com Shinji Hosokawa, derrotando o sul-coreano Kim Jae-yup.
Kim Jae-yup se tornaria campeão em Seul-1988, competindo em casa. Na final, a vitória foi contra o estadunidense Kevin Asano. Campeão na edição anterior, o japonês Shinji Hosokawa ficou com uma das medalhas de bronze em Seul. Em 1992 o ouro foi conquistado por Nazim Huseynov, judoca de origem azeri que competiu pela Equipe Unificada. A Coreia do Sul ficou novamente com a prata conquistada por Yoon Hyun, completando assim três pódios consecutivos.
Tri de Nomura
As três edições seguintes foram conquistadas pelo japonês Tadahiro Nomura, se tornando o único tricampeão do judô em todas as categorias. Em Atlanta-1996, ele bateu na final o italiano Girolamo Giovinazzo, enquanto na final de Sidney-2000 o ouro foi conquistado contra o sul-coreano Jung Bu-kyung. O terceiro ouro de Tadahiro veio em Atenas-2004 contra o georgiano Nestor Khergiani. Nesse período de domínio de Tadahiro, a Coreia do Sul somou duas medalhas, assim como a Mongólia.
Com a aposentadoria de Tadahiro, o topo do pódio voltou a ficar vago, e quem aproveitou foi a Coreia do Sul, conquistando a sua segunda medalha de ouro depois de passar perto por tantas vezes. Choi Min-Ho conquistou o ouro de Pequim-2008 contra o austríaco Ludwig Paischer. A prata de Paischer foi a primeira medalha da Áustria no peso ligeiro. Quem também apareceu pela primeira vez em um pódio olímpico foi Rishod Sobirov, do Uzbequistão, um dos melhores judocas das categorias mais leves. Ele foi medalha de bronze em 2008 e voltou a repetir a dose em 2012 na mesma categoria e em 2016 no peso meio-leve.
Em Tóquio-2020, o Japão voltou a conquistar a medalha de ouro na categoria, com Naoshita Takato. Foi o primeiro pódio dourado do país no peso depois de Tadahiro. Takato venceu quatro lutas, incluindo o taiwanês Yang Yung-wei na final. O cazaque Yeldos Smetov, derrotado por Takato na semifinal, bateu o holandês Tornike Tsjakadoea para ficar com o bronze. O outro bronze ficou com o francês Luka Mkheidze, que superou o sul-coreano Kim Won-jin na disputa decisiva.
Medalhistas – judô – peso ligeiro masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Moscou-1980 | Thierry Rey | José Rodríguez (CUB) | Tibor Kincses (HUN) Aramby Yemizh (URS) |
Los Angeles-1984 | Shinji Hosokawa (JAP) | Kim Jae-Yeop (COR) | Neil Eckersley (GBR) Ed Liddie (EUA) |
Seul-1988 | Kim Jae-Yeop (COR) | Kevin Asano (EUA) | Shinji Hosokawa (JAP) Amiran T’ot’ik’ashvili (URS) |
Barcelona-1992 | Nazim Hüseynov (EUN) | Yun Hyeon (COR) | Tadanori Koshino (JAP) Richard Trautmann (ALE) |
Atlanta-1996 | Tadahiro Nomura (JAP) | Girolamo Giovinazzo (ITA) | Richard Trautmann (ALE) Dorjpalamyn Narmandakh (MGL) |
Sydney-2000 | Tadahiro Nomura (JAP) | Jeong Bu-Gyeong (COR) | Aydyn Smagulov (QUI) Manolo Poulot (CUB) |
Atenas-2004 | Tadahiro Nomura (JAP) | Nest’or Khergiani (GEO) | Khashbaataryn Tsagaanbaatar (MGL) Choi Min-Ho (COR) |
Pequim-2008 | Choi Min-Ho (COR) | Ludwig Paischer (AUT) | Ruben Houkes (HOL) Rishod Sobirov (UZB) |
Londres-2012 | Arsen Galstyan (RUS) | Hiroaki Hiraoka (JAP) | Felipe Kitadai (BRA) Rishod Sobirov (UZB) |
Rio-2016 | Beslan Mudranov (RUS) | Yeldos Smetov (KAZ) | Naohisa Takato (JAP) Diyorbek Urozboyev (UZB) |
Tóquio-2020 | Naohisa Takato (JAP) | Yang Yung-wei (TPE) | Yeldos Smetov (CAZ) Luka Mkheidze (FRA) |
Quadro de medalhas – judô – peso ligeiro masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Japão | 5 | 1 | 3 | 9 |
Coreia do Sul | 2 | 3 | 1 | 6 |
Rússia | 2 | 0 | 0 | 2 |
França | 1 | 0 | 1 | 2 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Cuba | 0 | 1 | 1 | 2 |
Estados Unidos | 0 | 1 | 1 | 2 |
Cazaquistão | 0 | 1 | 1 | 2 |
Áustria | 0 | 1 | 0 | 1 |
Georgia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Taiwan | 0 | 1 | 0 | 1 |
Uzbequistão | 0 | 0 | 3 | 3 |
Alemanha | 0 | 0 | 2 | 2 |
Mongólia | 0 | 0 | 2 | 2 |
União Soviética | 0 | 0 | 2 | 2 |
Brasil | 0 | 0 | 1 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Quirguistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 1 | 1 |