Judô
Judô nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Categorias com atletas brasileiros
Calendário do judô nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Com muita tradição no judô em Jogos Olímpicos, o Brasil chega em Paris-2024 com Mayra Aguiar (78 kg) e Rafaela Silva (57 kg) liderando as chances de medalha do país. Tanto Mayra quando Rafaela foram campeãs mundiais em 2022 e querem repetir o feito na capital francesa.
Em Jogos Olímpicos, Mayra Aguiar é dona de três medalhas de bronze olímpicas, enquanto Rafaela Silva foi campeã olímpica na Rio-2016 e ficou de fora de Tóquio-2020 por doping.
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Além das duas, Beatriz Souza (+78 kg), que foi prata no Mundial de 2022 e bronze no de 2023, também está entre as cotadas. Bronze em Tóquio-2020 na categoria até 66 kg, Daniel Cargnin (73 kg) é outro que aparece com boas possibilidades. Depois de mudar para a categoria até 73 kg, ele ficou em terceiro lugar no Mundial de 2022. Outro que não pode ser descartado é Rafael Silva (+100 kg). Bronze em Londres-2012 e na Rio-2016, Baby vai tentar seu terceiro pódio olímpico aos 37 anos.
Quem corre por fora é Guilherme Schmidt (81 kg). O atleta de 23 anos já venceu os principais candidatos à medalha de sua categoria, mas falta a ele ter bons resultados nos campeonatos mais importantes. Dos três Mundiais do ciclo, os melhores resultados dele foram em 2022 e 2024, quando ele chegou às oitavas de final.
Locais de competição
Arena do Campo de Marte
- Capacidade: 10.000 espectadores
- Esportes: Judô, wrestling, judô paralímpico e rúgbi em cadeira de rodas
A Arena do Campo de Marte – uma estrutura temporária de dez mil metros quadrados localizada no lado oposto ao Colégio Militar – será palco das competições de judô e wrestling.
O Brasil no judô dos Jogos Olímpicos
O judô é o esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos, totalizando 24 medalhas, quatro de ouro, três de prata e 17 de bronze.
O judô feminino do Brasil, que estreou em pódios apenas na edição de Pequim-2008, conquistou seis destas medalhas, sendo responsável ainda pela metade das medalhas de ouro.
A primeira de todas
A primeira medalha do Brasil veio das mãos de Chiaki Ishi, um japonês que se naturalizou brasileiro no final da década de 60. Após se frustrar por não conseguir vencer a seletiva interna de seu país para as Olimpíadas de 1964, Ishi se mudou para o Brasil onde abriu sua própria academia de judô, em São Paulo. Após ser convidado a se naturalizar e a representar o Brasil, Ishi disputou Munique-1972, conquistando a medalha de bronze e fazendo história para o Brasil. Posteriormente suas duas filhas, Tânia e Vânia Ishi, também se tornaram judocas olímpicas do Brasil.
Após ficar ausente do pódio por duas edições seguidas, o Brasil só voltou a conquistar medalha em Los Angeles-1984, e logo com três pódios. Douglas Vieira, de Londrina, conquistou a medalha de prata após ser derrotado apenas na final da categoria meio-pesado pelo sul-coreano Há Hyung-joo. Já os paulistanos Luís Onmura, na categoria leve, e Walter Carmona, no peso médio, ficaram com a medalha de bronze, dando ao Brasil aquele que era, até então, o melhor desempenho do judô em uma edição olímpica.
Primeiros ouros brasileiros
O primeiro campeão olímpico do Brasil foi Aurélio Miguel no peso meio-leve de Seul-1988. Então medalhista de bronze no Campeonato Mundial disputado em Essen-1987, o paulistano superou quatro adversários até chegar à final, disputada contra o alemão Marc Meiling. Aurélio Miguel foi ainda medalhista de bronze na mesma categoria em Atlanta-1996. Também em Atlanta, Henrique Guimarães no peso meio-leve também subiu ao pódio com a medalha de bronze.
Quatro anos após o inédito ouro de Aurélio Miguel, foi a vez de outro judoca nascido no estado de São Paulo conquistar o segundo ouro brasileiro. O santista Rogério Sampaio, competindo na categoria meio-leve, venceu cinco lutas para conquistar o topo do pódio de Barcelona-1992. Destaque para o confronto da semifinal contra o alemão Udo Quellmalz, campeão mundial em 1991.
Duas pratas surpreendentes
Um jovem Thiago Camilo surpreendeu o mundo ao chegar à final de Sidney-2000 no peso leve. Então com 18 anos, o paulista de Tupã era aposta do judô para o futuro, mas logo em sua estreia olímpica derrotou quatro adversários, sendo parado apenas na final pelo superfavorito ao ouro, o italiano bicampeão mundial Giuseppe Maddaloni.
Uma outra prata também surpreendente foi conquistada por Carlos Honorato, que até pouco tempo antes dos Jogos era o reserva no peso médio. Honorato teve como principal destaque a vitória sobre o japonês Hidehiko Yoshida, campeão olímpico em Barcelona-1992 e quatro vezes medalhista mundial, nas quartas de final. Naquela luta, o brasileiro venceu o favoritismo nipônico em menos de 40 segundos com um belo ippon que ainda rendeu ao japonês um braço quebrado. Na luta final, o brasileiro acabou caindo para o húngaro Mark Huizinga.
Dois bronzes em Atenas-2004
O judô masculino conquistou duas medalhas de bronze em Atenas-2004, com Leandro Guilheiro no peso leve e com Flávio Canto no meio-médio. Flávio Canto protagonizou naquele período um duelo intenso pelo posto de titular da categoria com Thiago Camilo. Em Atenas, Flávio levou a melhor e conquistou a vaga. Na edição seguinte, após sofrer uma grave lesão, Flávio acabou perdendo a olimpíada e a vaga ficou com Thiago Camilo. Durante as disputas na China, Thiago Camilo voltou a subir ao pódio após a ausência em Atenas com uma medalha de bronze. Leandro Guilheiro conquistou o seu segundo bronze no peso leve também na edição de Pequim-2008.
Judô feminino
O judô feminino teve sua estreia olímpica somente em Barcelona-1992, com as disputas das sete categorias que ainda fazem parte do programa olímpico. As pioneiras brasileiras foram Edilene Andrade, Soraia André, Rosicléia Campos, Jemina Alves, Andrea Rodrigues, Patrícia Bevilacqua e Tânia Ishi. O país, apesar de levar uma equipe completa, não conseguiu conquistar medalhas. O fato se repetiu nas edições seguintes, mesmo tendo grandes nomes da modalidade, como Vânia Ishi e de medalhistas mundiais como Daniele Zangrando e Edinanci Silva.
A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) passou então a desenvolver um programa voltado especificamente para o judô feminino do Brasil, liderado pela treinadora Rosicléia Campos, que havia disputado a Olimpíada de Barcelona. O projeto deu resultados e colheu seu primeiro fruto nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, quando a judoca brasiliense, e treinada no Minas Tênis Clube, Ketleyn Quadros conquistou a inédita medalha de bronze para o judô feminino nacional na categoria -63 kg.
Primeira campeã olímpica
De lá para cá, o judô feminino do Brasil se transformou, tornando-se um dos melhores do mundo, com diversos títulos e medalhas em mundiais e etapas do Circuito Mundial. Na edição olímpica seguinte, Londres-2012, o país conquistou duas medalhas com as mulheres. Grande destaque para o ouro da piauiense Sarah Menezes na categoria ligeiro, que bateu na final a vigente campeã olímpica, a romena Alina Dumitru, sagrando-se a primeira mulher campeã olímpica do judô brasileiro.
Foi o primeiro ouro do Brasil no judô desde a conquista de Rogério Sampaio em Barcelona-1992. A segunda medalha das mulheres em Londres foi conquistada pela gaúcha Mayra Aguiar, o bronze na categoria até 78 kg. Ainda naquela edição o Brasil subiu ao pódio com o pesado Rafael Silva e com Felipe Kitadai, na categoria ligeiro, ambos com a medalha de bronze, colocando suas respectivas categorias em um pódio olímpico pela primeira vez.
Ouro de Rafaela Silva
O Brasil sediou uma edição dos Jogos Olímpicos pela primeira vez em sua história na cidade do Rio de Janeiro em 2016. A edição histórica para os atletas brasileiros também acabou sendo marcante para o judô do país. Competindo em casa, a judoca carioca Rafaela Silva se tornou a segunda mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica. Vinda da Cidade de Deus e fruto de um projeto de Flávio Canto, Rafaela passou por cima de todas as suas adversárias para subir ao topo do pódio da lotada Arena Carioca 2, no dia 8 de agosto, mostrando uma grande história de superação. O Brasil ainda conquistou mais dois bronzes, com Rafael Silva nos pesados e Mayra Aguiar no meio pesado feminino. Ambos conquistaram sua segunda medalha de bronze e de forma consecutiva.
Quadro de medalhas do judô nos Jogos Olímpicos
País | |||||
---|---|---|---|---|---|
1 | JPN Japão | 46 | 21 | 27 | 94 |
2 | FRA França | 16 | 13 | 28 | 57 |
3 | KOR Coreia do Sul | 11 | 17 | 18 | 46 |
4 | CHN China | 8 | 3 | 11 | 22 |
5 | CUB Cuba | 6 | 15 | 16 | 37 |
6 | URS União Soviética | 5 | 5 | 13 | 23 |
7 | RUS Rússia | 5 | 4 | 7 | 16 |
8 | GEO Geórgia | 4 | 5 | 3 | 12 |
9 | ITA Itália | 4 | 4 | 9 | 17 |
10 | BRA Brasil | 4 | 3 | 17 | 24 |
11 | NED Países Baixos | 4 | 2 | 18 | 24 |
12 | GER Alemanha | 3 | 3 | 15 | 21 |
13 | POL Polônia | 3 | 3 | 2 | 8 |
14 | ESP Espanha | 3 | 1 | 2 | 6 |
15 | KOS Kosovo | 3 | 3 | ||
16 | USA Estados Unidos | 2 | 4 | 8 | 14 |
17 | AUT Áustria | 2 | 3 | 2 | 7 |
18 | PRK Coreia do Norte | 2 | 2 | 4 | 8 |
19 | BEL Bélgica | 2 | 1 | 10 | 13 |
20 | SLO Eslovênia | 2 | 1 | 3 | 6 |
21 | EUN Equipa Unificada | 2 | 2 | 4 | |
22 | CZE República Checa | 2 | 2 | ||
23 | MGL Mongólia | 1 | 4 | 6 | 11 |
24 | FRG Alemanha Ocidental | 1 | 4 | 3 | 8 |
25 | HUN Hungria | 1 | 3 | 6 | 10 |
26 | GDR Alemanha Oriental | 1 | 2 | 6 | 9 |
27 | ROU Romênia | 1 | 2 | 3 | 6 |
28 | AZE Azerbaijão | 1 | 2 | 2 | 5 |
29 | SUI Suíça | 1 | 1 | 2 | 4 |
30 | ARG Argentina | 1 | 1 | 2 | |
BLR Bielorrússia | 1 | 1 | 2 | ||
GRE Grécia | 1 | 1 | 2 | ||
TUR Turquia | 1 | 1 | 2 | ||
34 | GBR Grã-Bretanha | 8 | 12 | 20 | |
35 | CAN Canadá | 2 | 5 | 7 | |
UZB Uzbequistão | 2 | 5 | 7 | ||
37 | KAZ Cazaquistão | 2 | 2 | 4 | |
38 | ISR Israel | 1 | 5 | 6 | |
39 | UKR Ucrânia | 1 | 3 | 4 | |
40 | BUL Bulgária | 1 | 2 | 3 | |
41 | ALG Argélia | 1 | 1 | 2 | |
COL Colômbia | 1 | 1 | 2 | ||
EGY Egito | 1 | 1 | 2 | ||
EUA Equipe Alemã Unida | 1 | 1 | 2 | ||
45 | SVK Eslováquia | 1 | 1 | ||
TPE Taipé Chinês | 1 | 1 | |||
47 | EST Estônia | 3 | 3 | ||
POR Portugal | 3 | 3 | |||
ROC ROC | 3 | 3 | |||
50 | AUS Austrália | 2 | 2 | ||
YUG Iugoslávia | 2 | 2 | |||
52 | TCH Checoslováquia | 1 | 1 | ||
ISL Islândia | 1 | 1 | |||
LAT Letônia | 1 | 1 | |||
KGZ Quirguistão | 1 | 1 | |||
TJK Tajiquistão | 1 | 1 | |||
TOTAL | 150 | 151 | 304 | 605 |