Solo masculino
Solo masculino – Diogo Soares – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil no solo masculino em Paris-2024
O Brasil terá dois atletas na ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos Paris-2024: Diogo Soares e Arthur Nory. Medalhista de bronze na Rio-2016, Nory atualmente tem uma série mais simples, mas onde ele consegue boas notas devido à sua boa execução. Mas sofrendo com problemas no joelho neste ano, o ginasta não deve competir no aparelho em Paris-2024.
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Assim, o único brasileiro que deve se apresentar no solo na França é Diogo Soares. O piracicabano também se destaca pela boa execução das suas séries para impulsionar suas notas. Mas sem conseguir ultrapassar a barreira dos 14 pontos recentemente, Diogo não deve ir para a final do solo masculino em Paris.
Os favoritos
Atual campeão olímpico, o israelense Artem Dolgopoyat chega em Paris como atual campeão mundial e vice-campeão europeu. Outro nome forte da prova é o filipino Carlos Yulo, campeão mundial de 2019 e atual tricampeão asiático. Neste ano, ele derrotou o cazaque Milad Karimi, medalhista de brozne no Mundial de 2023.
A Grã-Bretanha possui três atletas entre os melhores do mundo da prova. Luke Withehouse e Jake Jarman tem duas das séries mais difíceis do mundo, enquanto Harry Hepworth foi finalista no Mundial de 2023.
Brasil no solo masculino em Jogos Olímpicos
O solo masculino foi o primeiro aparelho em que a ginástica masculina do Brasil se destacou, graças aos títulos mundiais de Diego Hypólito no ciclo de Pequim-2008. No entanto, a história do país em Jogos Olímpicos nesse aparelho remonta a 1980. Em Moscou o ginasta João Luiz Ribeiro se tornou o primeiro brasileiro a disputar o solo, terminando na 53ª colocação. Na edição seguinte Gerson Gnoatto obteve a 67ª posição. Guilherme Pinto em Seul-1988 piorou uma posição em relação ao resultado de Gnoatto, terminando em 68° lugar. Marco Monteiro foi o 84º em Barcelona-1992 e Mosiah Rodrigues colocou o país na 58ª posição em Atenas-2004.
Logo após aos Jogos Olímpicos de Atenas o solo masculino brasileiro mudou de patamar e se tornou um dos mais fortes do mundo. Diego Hypólito, seguindo os passos da irmã Daniele, se tornou o primeiro ginasta do Brasil no masculino a conquistar uma medalha em mundiais.
A superação de Diego e a dobradinha no Rio
O ouro no Mundial de Melbourne-2005 abriu as portas para a ginástica masculina e depois dele veio a prata no Mundial de 2006 e o ouro no Mundial de 2007. Diego desembarcou na China para disputar as os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 como o grande favorito da prova, e as expectativas aumentaram ainda mais após a apresentação perfeita na fase de classificação.
No entanto, uma queda na última acrobacia em sua apresentação tirou o brasileiro do pódio, terminando apenas na sexta colocação. Ainda assim, Diego fazia história e entregava ao Brasil aquele que era o melhor resultado do país até então. Em Londres-2012 o melhor brasileiro no solo foi Sérgio Sasaki na 36ª colocação. Diego, que havia caído na classificatória, acabou na 59ª posição.
O melhor para o solo masculino brasileiro estava reservado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Competindo em casa Diego Hypólito encontrou sua redenção e no dia 14 de agosto de 2016 conquistou a medalha de prata para o país no aparelho. Mas Diego não subiria sozinho no pódio. Arthur Nory, que havia se classificado para a final com a última vaga, surpreendeu a todos e conquistou a medalha de bronze, atrás apenas do campeão Max Whitlcok, da Grã-Bretanha, e de Diego Hypólito.
Histórico do solo masculino em Jogos Olímpicos
O solo foi o último aparelho a entrar no programa olímpico da ginástica artística masculina nas Olimpíadas de Los Angeles-1932. Apesar de já estar nas Olimpíadas nas disputas por equipes e no individual geral, somente nos Jogos de 1932 é que o aparelho passou a distribuir medalhas como um aparelho individual.
No solo masculino, o primeiro campeão olímpico foi o ginasta húngaro István Pelle, que conquistou o ouro por meio ponto de vantagem sobre o suíço Georges Miez. O bronze ficou com o italiano Mario Letora. Quatro anos depois o suíço Georges Miez conseguiu melhorar o seu resultado e acabou se tornando o campeão do solo masculino dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936. A Suíça colocou atletas em todas as posições do pódio nesse exercício em 1936, sendo a prata conquistada por Josef Walter e o bronze um empate entre Eugen Mack e o dono da casa, o alemão Konrad Frey.
A Hungria voltou a subir no lugar mais alto do pódio do solo masculino na edição de Londres-1948 com Ferenki Patak, que bateu o seu compatriota Janos Magyorosi-Klencs por uma diferença de apenas três décimos. O bronze ficou com a Tchecoslováquia. Quatro anos depois a Suécia ficava com a medalha de ouro no solo masculino com William Thoresson, enquanto a Polônia e Japão empatavam pela prata com Jerzy Jokiel e Tadao Uesako, respectivamente.
Próximos pódios
Nos Jogos Olímpicos de Melbourne-1956 a União Soviética conquistou o seu primeiro ouro no solo masculino com Valentin Muratov. Ao longo dos anos, os soviéticos se tornariam a maior campeã dessa prova ao lado da China, com quatro medalhas. Em Melbourne houve ainda um tríplice empate no segundo lugar entre Nobuyuki Aihara, do Japão, William Theresson, o sueco campeão olímpico na edição passada, e o também soviético Viktor Chukarin.
Nos Jogos Olímpicos de Roma-1960, Nobuyuki Aihara conseguiu melhorar ainda mais o seu desempenho e conquistou a primeira medalha de ouro para o Japão no solo masculino. Prata para Yuri Titov, da União Soviética, e bronze para Franco Menichelli, da Itália.
Quatro anos depois, foi o italiano Menichelli quem subiu algumas posições no pódio para conquistar o ouro em Tóquio-1964, batendo na final o dono da casa e um dos maiores nomes da história da ginástica, Yukio Endo, que empatou com o soviético Viktor Lisitskay na medalha de prata, apenas um décimo atrás da medalha de ouro.
Sawao Kato foi o responsável por dar ao Japão o segundo ouro na prova de solo masculino, fazendo com que o país se tornasse o segundo a conquistar duas medalhas no aparelho depois do feito da Hungria. Os Jogos da Cidade do México-1968 renderam ao Japão um pódio completo com Akinori Akayama no segundo lugar e Takeshi Kato no terceiro. Também foi o segundo país a atingir esse feito depois da Suíça em 1936.
Bi Soviético
Mas se Japão e Suíça foram os primeiros a conquistarem dois ouros na prova, a União Soviética foi o primeiro a conquistar um bicampeonato consecutivo e de quebra ainda foi o primeiro a chegar a três títulos no solo. O responsável pelas marcas soviéticas foi Nikolai Andrianov. Em 1972, o ginasta bateu os japoneses Akinori Akayama e Shigeru Kasamatsu e em 1976 deixou para trás o seu compatriota Vladimir Marchenko e o estadunidense Peter Kormann.
Andrianov ainda seria medalhista de prata no solo masculino em Moscou-1980. O ouro foi vencido por Roland Bruckner, da Alemanha Oriental, que bateu os donos da casa por apenas 0,025. O bronze também foi da URSS com Alexander Dityatin.
Em 1984, com a ausência da União Soviética nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, uma nova potência do aparelho surgiu. Até então sem qualquer medalha no solo masculino, a China emplacou logo uma dobradinha no topo do pódio. Li Ning, que anos depois viria a acender a pira olímpica dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, conquistou a medalha de ouro para os chineses e o seu compatriota Lou Yun ficou com a prata.
Na despedida da União Soviética dos Jogos Olímpicos, um último ouro. Serghei Karkov desbancou o seu compatriota Vladimir Artemov e conquistou o primeiro lugar no solo masculino em Seul-1988. O bronze foi um empate entre Yukio Iketeni, do Japão, e Lou Yun. Após os Jogos de Seul a União Soviética foi dissolvida.
Nova era
Os Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, Sidney-2000 e Atenas-2004 deram ao mundo três países campeões inéditos no solo. O primeiro foi o grego Ioannis Melissanidis, que bateu nos Estados Unidos o chinês Li Xiaoshuang, campeão olímpico de Barcelona-1992. O segundo foi o letão Igors Vihrovs, que derrotou na final o favorito Alexei Nemov, da Rússia, por apenas 12 décimos. A medalha de bronze ficou com o búlgaro Yordan Yovtchev.
O terceiro país a estrear no topo do pódio olímpico do solo foi o Canadá, com Kyle Shewfelt. Na final, assim como nas edições anteriores, o ginasta campeão não era o grande favorito a vencer. Em Atenas-2004 esse posto era ocupado pelo romeno Marian Dragulesco e por Yordan Yovtchev, que terminaram com a prata e o bronze respectivamente.
Os últimos campeões
Mais de 30 anos depois de Nikolai Andrianov se tornar o primeiro ginasta bicampeão olímpico do solo o chinês Zou Kai também conseguiu atingir tal feito. Campeão olímpico de Pequim-2008 após as quedas dos grandes favoritos da prova, o brasileiro Diego Hypólito e o romeno Marian Dragulesco, o chinês repetiu a dose em Londres-2012 vencendo o japonês Kohei Uchimura e o russo Denis Ablyazin.
O britânico Max Whitlock conquistou o ouro na final da Rio-2016. Grande favorito da prova, o japonês Kenzo Shirai teve uma apresentação abaixo das expectativas e não conseguiu chegar ao pódio. O Brasil ocupou os outros dois lugares do pódio com Diego Hypólito e Arthur Nory, fazendo assim a primeira dobradinha brasileira em um pódio olímpico na ginástica artística, para delírio da torcida que lotava o ginásio.
Em Tóquio-2020, uma final decidida no desempate terminou com ouro para Artem Dolgopoyat, de Israel, que derrotou o espanhol Ray Zapata, que ficou em segundo lugar. O bronze foi para Xiao Ruoteng, da China.
Todos os medalhistas do solo masculino nos Jogos Olímpicos
Ouro | Prata | Bronze | ||||
1932 | István Pelle | HUN | Georges Miez | SUI | Mario Lertora | ITA |
1936 | Georges Miez | SUI | Josef Walter | SUI | Konrad Frey Eugen Mack | GER SUI |
1948 | Ferenc Pataki | HUN | János Mogyorósi-Klencs | HUN | Zdeněk Růžička | TCH |
1952 | William Thoresson | SWE | Jerzy Jokiel Tadao Uesako | POL JPN | — | — |
1956 | Valentin Muratov | URS | Viktor Chukarin Nobuyuki Aihara William Thoresson | URS JPN SWE | — | — |
1960 | Nobuyuki Aihara | JPN | Yury Titov | URS | Franco Menichelli | ITA |
1964 | Franco Menichelli | ITA | Viktor Lisitsky Yukio Endo | URS JPN | — | — |
1968 | Sawao Kato | JPN | Akinori Nakayama | JPN | Takeshi Kato | JPN |
1972 | Nikolay Andrianov | URS | Akinori Nakayama | JPN | Shigeru Kasamatsu | JPN |
1976 | Nikolay Andrianov | URS | Vladimir Marchenko | URS | Peter Kormann | USA |
1980 | Roland Brückner | GDR | Nikolay Andrianov | URS | Aleksandr Dityatin | URS |
1984 | Li Ning | CHN | Lou Yun | CHN | Koji Sotomura Philippe Vatuone | JPN FRA |
1988 | Sergey Kharkov | URS | Vladimir Artyomov | URS | Lou Yun Yukio Iketani | CHN JPN |
1992 | Li Xiaoshuang | CHN | Hryhoriy Misiutin Yukio Iketani | EUN JPN | — | — |
1996 | Ioannis Melissanidis | GRE | Li Xiaoshuang | CHN | Aleksey Nemov | RUS |
2000 | Igors Vihrovs | LAT | Aleksey Nemov | RUS | Yordan Yovchev | BUL |
2004 | Kyle Shewfelt | CAN | Marian Drăgulescu | ROU | Yordan Yovchev | BUL |
2008 | Zou Kai | CHN | Gervasio Deferr | ESP | Anton Golotsutskov | RUS |
2012 | Zou Kai | CHN | Kohei Uchimura | JPN | Denis Ablyazin | RUS |
2016 | Max Whitlock | GBR | Diego Hypólito | BRA | Arthur Nory | BRA |
2020 | Artem Dolgopoyat | ISR | Ray Zapata | ESP | Xiao Ruoteng | CHN |
Quadro de medalhas do solo masculino nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | União Soviética | 4 | 6 | 1 | 11 |
2 | China | 4 | 2 | 2 | 8 |
3 | Japão | 2 | 7 | 4 | 13 |
4 | Hungria | 2 | 1 | 0 | 3 |
5 | Suíça | 1 | 2 | 1 | 4 |
6 | Suécia | 1 | 1 | 0 | 2 |
7 | Itália | 1 | 0 | 2 | 3 |
8 | Canadá | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Alemanha Oriental | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Grã Bretanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Letônia | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Israel | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Espanha | 0 | 2 | 0 | 2 |
15 | Rússia | 0 | 1 | 3 | 4 |
16 | Brasil | 0 | 1 | 1 | 2 |
17 | Polônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
17 | Romênia | 0 | 1 | 0 | 1 |
17 | Equipe Unificada | 0 | 1 | 0 | 1 |
20 | Bulgária | 0 | 0 | 2 | 2 |
21 | Checoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | França | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Alemanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Estados Unidos | 0 | 0 | 1 | 1 |