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Solo masculino

Diogo Soares comemora após acertar prova no Mundial de ginástica artística. Ele vai competir no solo nos Jogos Olímpicos Paris-2024
Diogo Soares (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Chances do Brasil no solo masculino em Paris-2024

O Brasil terá dois atletas na ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos Paris-2024: Diogo Soares e Arthur Nory. Medalhista de bronze na Rio-2016, Nory atualmente tem uma série mais simples, mas onde ele consegue boas notas devido à sua boa execução. Mas sofrendo com problemas no joelho neste ano, o ginasta não deve competir no aparelho em Paris-2024.

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Assim, o único brasileiro que deve se apresentar no solo na França é Diogo Soares. O piracicabano também se destaca pela boa execução das suas séries para impulsionar suas notas. Mas sem conseguir ultrapassar a barreira dos 14 pontos recentemente, Diogo não deve ir para a final do solo masculino em Paris.

Os favoritos

Atual campeão olímpico, o israelense Artem Dolgopoyat chega em Paris como atual campeão mundial e vice-campeão europeu. Outro nome forte da prova é o filipino Carlos Yulo, campeão mundial de 2019 e atual tricampeão asiático. Neste ano, ele derrotou o cazaque Milad Karimi, medalhista de brozne no Mundial de 2023.

Carlos Yulo no solo masculino nos Jogos Olímpicos
Carlos Yulo (Foto: Comissão de Esportes das Filipinas)

A Grã-Bretanha possui três atletas entre os melhores do mundo da prova. Luke Withehouse e Jake Jarman tem duas das séries mais difíceis do mundo, enquanto Harry Hepworth foi finalista no Mundial de 2023.

Brasil no solo masculino em Jogos Olímpicos

Rio 2016 Diego Hypólito Arthur Nory
solo masculino Jogos Olímpicos
Diego Hypólito e Arthur Nory festejam o pódio duplo na prova do solo masculino na Rio-2016 (Divulgação)

O solo masculino foi o primeiro aparelho em que a ginástica masculina do Brasil se destacou, graças aos títulos mundiais de Diego Hypólito no ciclo de Pequim-2008. No entanto, a história do país em Jogos Olímpicos nesse aparelho remonta a 1980. Em Moscou o ginasta João Luiz Ribeiro se tornou o primeiro brasileiro a disputar o solo, terminando na 53ª colocação. Na edição seguinte Gerson Gnoatto obteve a 67ª posição. Guilherme Pinto em Seul-1988 piorou uma posição em relação ao resultado de Gnoatto, terminando em 68° lugar. Marco Monteiro foi o 84º em Barcelona-1992 e Mosiah Rodrigues colocou o país na 58ª posição em Atenas-2004.

Logo após aos Jogos Olímpicos de Atenas o solo masculino brasileiro mudou de patamar e se tornou um dos mais fortes do mundo. Diego Hypólito, seguindo os passos da irmã Daniele, se tornou o primeiro ginasta do Brasil no masculino a conquistar uma medalha em mundiais.

A superação de Diego e a dobradinha no Rio

O ouro no Mundial de Melbourne-2005 abriu as portas para a ginástica masculina e depois dele veio a prata no Mundial de 2006 e o ouro no Mundial de 2007. Diego desembarcou na China para disputar as os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 como o grande favorito da prova, e as expectativas aumentaram ainda mais após a apresentação perfeita na fase de classificação.

No entanto, uma queda na última acrobacia em sua apresentação tirou o brasileiro do pódio, terminando apenas na sexta colocação. Ainda assim, Diego fazia história e entregava ao Brasil aquele que era o melhor resultado do país até então. Em Londres-2012 o melhor brasileiro no solo foi Sérgio Sasaki na 36ª colocação. Diego, que havia caído na classificatória, acabou na 59ª posição.

O melhor para o solo masculino brasileiro estava reservado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Competindo em casa Diego Hypólito encontrou sua redenção e no dia 14 de agosto de 2016 conquistou a medalha de prata para o país no aparelho. Mas Diego não subiria sozinho no pódio. Arthur Nory, que havia se classificado para a final com a última vaga, surpreendeu a todos e conquistou a medalha de bronze, atrás apenas do campeão Max Whitlcok, da Grã-Bretanha, e de Diego Hypólito.

Histórico do solo masculino em Jogos Olímpicos

Com dois ouros e uma prata, Nikolai Andrianov é o maior vencedor do solo masculino nos Jogos Olímpicos
Com dois ouros e uma prata, Nikolai Andrianov é o maior vencedor do solo masculino

O solo foi o último aparelho a entrar no programa olímpico da ginástica artística masculina nas Olimpíadas de Los Angeles-1932. Apesar de já estar nas Olimpíadas nas disputas por equipes e no individual geral, somente nos Jogos de 1932 é que o aparelho passou a distribuir medalhas como um aparelho individual.

No solo masculino, o primeiro campeão olímpico foi o ginasta húngaro István Pelle, que conquistou o ouro por meio ponto de vantagem sobre o suíço Georges Miez. O bronze ficou com o italiano Mario Letora. Quatro anos depois o suíço Georges Miez conseguiu melhorar o seu resultado e acabou se tornando o campeão do solo masculino dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936. A Suíça colocou atletas em todas as posições do pódio nesse exercício em 1936, sendo a prata conquistada por Josef Walter e o bronze um empate entre Eugen Mack e o dono da casa, o alemão Konrad Frey.

A Hungria voltou a subir no lugar mais alto do pódio do solo masculino na edição de Londres-1948 com Ferenki Patak, que bateu o seu compatriota Janos Magyorosi-Klencs por uma diferença de apenas três décimos. O bronze ficou com a Tchecoslováquia. Quatro anos depois a Suécia ficava com a medalha de ouro no solo masculino com William Thoresson, enquanto a Polônia e Japão empatavam pela prata com Jerzy Jokiel e Tadao Uesako, respectivamente.

Próximos pódios

Nos Jogos Olímpicos de Melbourne-1956 a União Soviética conquistou o seu primeiro ouro no solo masculino com Valentin Muratov. Ao longo dos anos, os soviéticos se tornariam a maior campeã dessa prova ao lado da China, com quatro medalhas. Em Melbourne houve ainda um tríplice empate no segundo lugar entre Nobuyuki Aihara, do Japão, William Theresson, o sueco campeão olímpico na edição passada, e o também soviético Viktor Chukarin.

Nos Jogos Olímpicos de Roma-1960, Nobuyuki Aihara conseguiu melhorar ainda mais o seu desempenho e conquistou a primeira medalha de ouro para o Japão no solo masculino. Prata para Yuri Titov, da União Soviética, e bronze para Franco Menichelli, da Itália.

Quatro anos depois, foi o italiano Menichelli quem subiu algumas posições no pódio para conquistar o ouro em Tóquio-1964, batendo na final o dono da casa e um dos maiores nomes da história da ginástica, Yukio Endo, que empatou com o soviético Viktor Lisitskay na medalha de prata, apenas um décimo atrás da medalha de ouro.

Sawao Kato foi o responsável por dar ao Japão o segundo ouro na prova de solo masculino, fazendo com que o país se tornasse o segundo a conquistar duas medalhas no aparelho depois do feito da Hungria. Os Jogos da Cidade do México-1968 renderam ao Japão um pódio completo com Akinori Akayama no segundo lugar e Takeshi Kato no terceiro. Também foi o segundo país a atingir esse feito depois da Suíça em 1936.

Bi Soviético

Mas se Japão e Suíça foram os primeiros a conquistarem dois ouros na prova, a União Soviética foi o primeiro a conquistar um bicampeonato consecutivo e de quebra ainda foi o primeiro a chegar a três títulos no solo. O responsável pelas marcas soviéticas foi Nikolai Andrianov. Em 1972, o ginasta bateu os japoneses Akinori Akayama e Shigeru Kasamatsu e em 1976 deixou para trás o seu compatriota Vladimir Marchenko e o estadunidense Peter Kormann.

Andrianov ainda seria medalhista de prata no solo masculino em Moscou-1980. O ouro foi vencido por Roland Bruckner, da Alemanha Oriental, que bateu os donos da casa por apenas 0,025. O bronze também foi da URSS com Alexander Dityatin.

Em 1984, com a ausência da União Soviética nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, uma nova potência do aparelho surgiu. Até então sem qualquer medalha no solo masculino, a China emplacou logo uma dobradinha no topo do pódio. Li Ning, que anos depois viria a acender a pira olímpica dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, conquistou a medalha de ouro para os chineses e o seu compatriota Lou Yun ficou com a prata.

Na despedida da União Soviética dos Jogos Olímpicos, um último ouro. Serghei Karkov desbancou o seu compatriota Vladimir Artemov e conquistou o primeiro lugar no solo masculino em Seul-1988. O bronze foi um empate entre Yukio Iketeni, do Japão, e Lou Yun. Após os Jogos de Seul a União Soviética foi dissolvida.

Nova era

Os Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, Sidney-2000 e Atenas-2004 deram ao mundo três países campeões inéditos no solo. O primeiro foi o grego Ioannis Melissanidis, que bateu nos Estados Unidos o chinês Li Xiaoshuang, campeão olímpico de Barcelona-1992. O segundo foi o letão Igors Vihrovs, que derrotou na final o favorito Alexei Nemov, da Rússia, por apenas 12 décimos. A medalha de bronze ficou com o búlgaro Yordan Yovtchev.

O terceiro país a estrear no topo do pódio olímpico do solo foi o Canadá, com Kyle Shewfelt. Na final, assim como nas edições anteriores, o ginasta campeão não era o grande favorito a vencer. Em Atenas-2004 esse posto era ocupado pelo romeno Marian Dragulesco e por Yordan Yovtchev, que terminaram com a prata e o bronze respectivamente.

Os últimos campeões

O chinês Zou Kai conquistou o bicampeonato olímpico no solo masculino em 2008 e 2012 (COI)

Mais de 30 anos depois de Nikolai Andrianov se tornar o primeiro ginasta bicampeão olímpico do solo o chinês Zou Kai também conseguiu atingir tal feito. Campeão olímpico de Pequim-2008 após as quedas dos grandes favoritos da prova, o brasileiro Diego Hypólito e o romeno Marian Dragulesco, o chinês repetiu a dose em Londres-2012 vencendo o japonês Kohei Uchimura e o russo Denis Ablyazin. 

O britânico Max Whitlock conquistou o ouro na final da Rio-2016. Grande favorito da prova, o japonês Kenzo Shirai teve uma apresentação abaixo das expectativas e não conseguiu chegar ao pódio. O Brasil ocupou os outros dois lugares do pódio com Diego Hypólito e Arthur Nory, fazendo assim a primeira dobradinha brasileira em um pódio olímpico na ginástica artística, para delírio da torcida que lotava o ginásio.

Em Tóquio-2020, uma final decidida no desempate terminou com ouro para Artem Dolgopoyat, de Israel, que derrotou o espanhol Ray Zapata, que ficou em segundo lugar. O bronze foi para Xiao Ruoteng, da China.

Todos os medalhistas do solo masculino nos Jogos Olímpicos

OuroPrataBronze
1932István PelleHUNGeorges MiezSUIMario LertoraITA
1936Georges MiezSUIJosef WalterSUIKonrad Frey
Eugen Mack
GER
SUI
1948Ferenc PatakiHUNJános Mogyorósi-KlencsHUNZdeněk RůžičkaTCH
1952William ThoressonSWEJerzy Jokiel
Tadao Uesako
POL
JPN
1956Valentin MuratovURSViktor Chukarin
Nobuyuki Aihara
William Thoresson
URS
JPN
SWE
1960Nobuyuki AiharaJPNYury TitovURSFranco MenichelliITA
1964Franco MenichelliITAViktor Lisitsky
Yukio Endo
URS
JPN
1968Sawao KatoJPNAkinori NakayamaJPNTakeshi KatoJPN
1972Nikolay AndrianovURSAkinori NakayamaJPNShigeru KasamatsuJPN
1976Nikolay AndrianovURSVladimir MarchenkoURSPeter KormannUSA
1980Roland BrücknerGDRNikolay AndrianovURSAleksandr DityatinURS
1984Li NingCHNLou YunCHNKoji Sotomura
Philippe Vatuone
JPN
FRA
1988Sergey KharkovURSVladimir ArtyomovURSLou Yun
Yukio Iketani
CHN
JPN
1992Li XiaoshuangCHNHryhoriy Misiutin
Yukio Iketani
EUN
JPN
1996Ioannis MelissanidisGRELi XiaoshuangCHNAleksey NemovRUS
2000Igors VihrovsLATAleksey NemovRUSYordan YovchevBUL
2004Kyle ShewfeltCANMarian DrăgulescuROUYordan YovchevBUL
2008Zou KaiCHNGervasio DeferrESPAnton GolotsutskovRUS
2012Zou KaiCHNKohei UchimuraJPNDenis AblyazinRUS
2016Max WhitlockGBRDiego HypólitoBRAArthur NoryBRA
2020Artem DolgopoyatISRRay ZapataESPXiao RuotengCHN

Quadro de medalhas do solo masculino nos Jogos Olímpicos

PosiçãoPaísOuroPrataBronzeTotal
1União Soviética46111
2China4228
3Japão27413
4Hungria2103
5Suíça1214
6Suécia1102
7Itália1023
8Canadá1001
8Alemanha Oriental1001
8Grã Bretanha1001
8Grécia1001
8Letônia1001
8Israel1001
14Espanha0202
15Rússia0134
16Brasil0112
17Polônia0101
17Romênia0101
17Equipe Unificada0101
20Bulgária0022
21Checoslováquia0011
21França0011
21Alemanha0011
21Estados Unidos0011