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Solo feminino

Flávia Saraiva irá competir no Solo Feminino nos Jogos Olímpicos Paris-2024
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Chances do Brasil na trave em Paris-2024

Historicamente, o solo feminino é a melhor prova do Brasil na ginástica artística feminina com o país tendo cinco medalhas em Campeonatos Mundiais, além de várias outras classificação para as finais. Mas mesmo assim, a ginástica brasileira ainda não tem uma medalha olímpica na prova. Porém, isso deve mudar em Paris, com o Brasil tendo chance até de dobradinha na prova.

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O Brasil sempre se destacou no solo feminino, não só pelas acrobacias, mas também pelas ótimas coreografias. E com a parte artística tendo um valor maior na pontuação das atletas no atual código de pontuação, as brasileiras se destacam no aparelho. No último Campeonato Mundial, o Brasil colocou duas atletas no pódio. Rebeca Andrade levou a prata, enquanto Flávia Saraiva ficou com o bronze. A dupla tem todo o potencial para voltar ao pódio em Paris-2024.

Além de Rebeca e Flávia, o Brasil também tem outras duas ótimas ginastas no aparelho: Julia Soares e Jade Barbosa. Ambas tem condições de chegar a notas próximas do corte para a final, mas como há um limite de duas ginastas por país em cada prova, provavelmente elas não devem conseguir a classificação.

As favoritas

Rebeca Andrade irá competir no Solo Feminino nos Jogos Olímpicos Paris-2024
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Rebeca Andrade e Flávia Saraiva estão entre os principais nomes do solo feminino atualmente. Rebeca Andrade tem acrobacias difíceis e uma coreografia excelente com um medley com músicas de Beyoncé e Anitta. Já Flavinha, conhecida por ter uma ótima execução, promete empolgar o público com uma série de “Can Can”.

A principal adversária das brasileiras na final será Simone Biles, dos Estados Unidos. A norte-americana está em outro patamar em termos acrobáticos, fazendo uma série extremamente difícil. Biles tem seis títulos mundiais no solo, assim como um ouro na Rio-2016. E ela chega novamente como favorita ao título.

Algumas ginastas devem apostar em acrobacias difíceis para tentar alcançar Biles e as brasileiras. Atual campeã olímpica, Jade Carey tenta garantir a segunda vaga dos Estados Unidos na final. Já a Romênia, que não vai ao pódio na ginástica artística desde 2012, aposta em Sabrina Voinea, que foi quarta colocada no Mundial do ano passado.

Brasil no solo feminino em Jogos Olímpicos

Daiane dos Santos era a favorita em atenas no solo feminino, mas acabou sem medalha. Será que a medalha brasileira vem desta vez em Tóquio?
Daiane dos Santos participou de duas finais olímpicas no solo (Wander Roberto/COB)

O Brasil fez sua estreia no solo feminino com Cláudia Costa nos Jogos Olímpicos Moscou-1980 com um 56° lugar. Tatiana Figueiredo, na edição seguinte, conseguiu melhorar colocação de Cláudia, com um 48º lugar. Após as 57ª e 63ª posições de Luísa Parente nos Jogos Olímpicos de Seul-1988 e Barcelona-1992, respectivamente, Daniele Hypólito conquistou o 43º lugar na edição de Sidney-2000, alcançando a melhor posição do país até então.

A primeira finalista do Brasil no solo feminino foi Daiane dos Santos. Chegando em Atenas-2004 como atual campeã mundial, a gaúcha era favorita ao pódio na Grécia. Mas após sair da área do solo na final ela terminou em quinto lugar. A situação se repetiu em Pequim-2008 com Daiane ficando na sexta posição no aparelho. Ela encerrou sua carreira com um 17º lugar no solo em Londres-2012.

Na Rio-2016 as novatas Flávia Saraiva e Rebeca Andrade conseguiram os melhores resultados no solo para o país. Flávia foi a 19ª colocada e Rebeca a 20ª. Já em Tóquio, Rebeca voltou a colocar o Brasil na final, com mais um quinto lugar.

Histórico do solo feminino em Jogos Olímpicos

Larisa Latynina - história das Olimpíadas
Larisa Latynina conquistou três medalhas de ouro no solo feminino em Jogos Olímpicos
Larisa Latynina conquistou três medalhas de ouro no solo (Divulgação/COI)

Assim como o salto, o solo também é um aparelho disputado tanto por homens quanto por mulheres. Entretanto, na competição para mulheres os movimentos e coreografias estão acompanhados de uma música, enquanto no para os homens o solo não é disputado com música. Também presente no programa olímpico como prova individual da ginástica artística feminina desde Helsinque-1952, o solo é dominado por soviéticas e romenas, que somadas conquistaram 14 das 20 medalhas de ouro entregues, tendo dividido o ouro na edição de 1980, em Moscou. A União Soviética leva uma pequena vantagem nos ouros, sete contra seis das romenas.

Assim como na maioria das provas da ginástica feminina, o solo também começou com intensa disputa entre soviéticas e húngaras. Em 1952 a húngara Ágnes Keleti ficou com a medalha de ouro, a soviética Maria Gorokhovskaya conquistou mais uma prata, e o bronze foi da também húngara Margit Korondi. Quatro anos depois, em Melbourne, Keleti voltou a ficar com o ouro, mas agora empatada com Larisa Latynina, da União Soviética. O bronze foi vencido pela romena Elena Leusteanu. Enquanto Ágnes Keleti conquistava o seu bicampeonato, Larisa Latynina conquistava o seu primeiro ouro de uma sequência de três que viria a colecionar nas seguintes edições.

Quatro anos após o primeiro título, Larisa voltou a vencer o solo feminino nos Jogos Olímpicos Roma-1960 em um pódio completamente dominado por soviéticas. Prata para Polina Astakhova e bronze para Tamara Lyukhina. Em Tóquio-1964 Larisa conseguiu algo que nenhuma outra atleta conseguiu na ginástica artística, um tricampeonato no mesmo aparelho. Assim como em Roma, Latynina subiu ao topo do pódio com a sua compatriota Polina Astakhova em segundo lugar. O bronze ficou com a húngara Anikó Ducza.

Empatou

Em uma final com ginastas apenas da Tchecoslováquia e da União Soviética, a edição da Cidade do México-1968 viu o empate das duas nações no topo do pódio. Vera Caslavska, tcheca, e Larisa Petrik, soviética, tiveram a mesma nota de 19.675 e dividiram a medalha de ouro do solo feminino. Bronze para a também soviética Natalia Kunchiskaya.

A União Soviética seguiu com seu domínio na edição seguinte, Munique-1972, onde ocupou os três lugares do pódio, com o ouro para Olga Korbut, prata para Ludmilla Touricheva e bronze para Tamara Lazakovich. Em 1976, em Montreal, foi a vez de Nellie Kim ocupar o lugar mais alto do pódio, dando mais uma medalha de ouro para as soviéticas. Touricheva repetiu a medalha de prata e Nadia Comaneci, com o terceiro lugar, voltava a colocar a bandeira romena no pódio do solo após cinco edições.

A edição dos Jogos Olímpicos Moscou-1980 foi bastante emblemática para o solo feminino. Foi a única vez em que União Soviética e Romênia, as duas maiores vencedoras do aparelho, empataram no primeiro lugar. E as responsáveis por isso também estiveram presentes na edição anterior. Nellie Kim, pela União Soviética, conquistava o seu bicampeonato e a sétima medalha de ouro consecutiva do país, enquanto Nadia Comaneci conquistava o ouro para a Romênia.

Foi justamente na última edição em que as soviéticas conquistavam a medalha de ouro no solo e a primeira em que a Romênia conquistava também a sua primeira medalha de ouro no aparelho. Uma legítima passagem de bastão entre as duas nações.

Sequência romena

As três edições seguintes foram conquistadas pelas romenas. Em Los Angeles-1984, Ecaterina Szabo deixou para trás as donas da casa Julianne McNamara e Mary Lou Retton e conquistou a segunda medalha de ouro consecutiva das romenas no solo feminino. Em 1988 foi a vez de Daniela Silivas ocupar esse posto para a Romênia. Svetlana Bongiskaya ficou com a prata, a última medalha da União Soviética no solo. O último ouro da sequência de quatro conquistada pela Romênia aconteceu na edição de Barcelona-1992, com Lavinia Milosovici. Um dos pódios mais fortes da história olímpica contou com Henrietta Onódi, da Hungria, com a medalha de prata e um empate triplo no bronze entre Cristina Bontas, da Romênia, Tatiana Gutsu, da Equipe Unificada, e Shannon Miller, dos Estados Unidos.

A ucraniana Lilia Podkopayeva conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, pondo fim a sequência romena de títulos no solo feminino. Simona Amanar ficou com a prata e Dominique Dawes, dos Estados Unidos, ficou com o bronze. As primeiras medalhas da Rússia no aparelho foram conquistadas na edição seguinte, Sidney-2000. Ouro com elena Zamolodchikova e prata com Svetlana Khorkina. A romena Simona Amanar voltou a subir ao pódio, desta vez com o bronze.

Catalina Ponor foi ouro nos jogos Olímpicos de Atenas-2004 no solo feminino
Catalina Ponor foi ouro quando Daiane dos Santos não conseguiu confirmar seu favoritismo (Foto: Agência Reuters)

Após duas edições sem conquistar a medalha de ouro, a Romênia emplacou mais um bicampeonato. Catalina Ponor foi ouro em Atenas-2004, batendo o favoritismo da brasileira Daiane dos Santos. A prata ficou com sua companheira de time, Daniela Sofronie, e o bronze com a espanhola Patrícia Moreno. O segundo ouro da Romênia veio em Pequim-2008, onde mais uma vez uma ginasta romena bateu outra atleta favorita. Dessa vez a responsável pelo feito foi Sandra Izbasa, que deixou para trás a estadunidense Shawn Johnson, campeã mundial em 2007.

Tri-americano

As americanas conquistaram o ouro no solo nas três últimas Olimpíadas. Londres-2012 foi vencida por Alexandra Raisman, dando o primeiro título da história para os Estados Unidos. Catalina Ponor voltou a aparecer em um pódio olímpico no solo com a medalha de prata. O bronze ficou com a russa Aliya Mustafina. O segundo ouro das americanas veio das mãos de Simone Biles, no Rio de Janeiro, em 2016. Confirmando o enorme favoritismo, já que vinha de três medalhas de ouro consecutivas no aparelho em mundiais, Simone sobrou em sua apresentação e venceu com folga a sua compatriota Alexandra Raisman. O bronze ficou com a britânica Amy Tinkler.

Em Tóquio-2020, o pódio teve quatro ginastas. O ouro ficou novamente com os Estados Unidos, com Jade Carey ficando em primeiro lugar. Após ficar na quarta colocação nas duas Olimpíadas anteriores, a italiana Vanessa Ferrari finalmente conquistou sua primeira medalha olímpica com a prata. Por fim, a russa Angelina Melnikova e a japonesa Murakami Mai empataram e dividiram o bronze.

Todas as medalhistas do solo feminino nos Jogos Olímpicos

OlimpíadaOuroPrataBronze
Helsinque-1952Ágnes Keleti (HUN)Maria Gorokhovskaya (URSS)Margit Korondi (HUN)
Melbourne-1956Ágnes Keleti (HUN) e Larisa Latynina (URSS)Elena Leusteanu (ROM)
Roma-1960Larisa Latynina (URSS)Polina Astakhova (URSS)Tamara Lyukhina (URSS)
Tóquio-1964Larisa Latynina (URSS)Polina Astakhova (URSS)Anikó Ducza (HUN)
Cidade do México-1968Vera Caslavska (TCH) e Larisa Petrik (URSS)Natalia Kunshiskaya (URSS)
Munique-1972Olga Korbut (URSS)Ludmilla Touricheva (URSS)Tamara Lazakovich (URSS)
Montreal-1976Nellie Kim (URSS)Ludmilla Touricheva (URSS)Nadia Comaneci (ROM)
Moscou-1980Nadia Comaneci (ROM) e Nellie Kim (URSS)Maxi Gnauc (GDR) e Natalia Shaposhnikova (URSS)
Los Angeles-1984Ecaterina Szabo (ROM)Julianne Mc Namara (USA)Mary Lou Retton (USA)
Seul-1988Daniela Silivas (ROM)Svetlana Boginskaya (URSS)Diana Dudeva (BUL)
Barcelona-1992Lavinia Milosovici (ROM)Henrietta Onódi (HUN)Cristina Bontas (ROM), Tatiana Gutsu (EUN) e Shannon Miller (USA)
Atlanta-1996Lilia Podkopayeva (UKR)Simona Amanar (ROM)Dominique Dawes (USA)
Sydney-2000Elena Zamolodchikova (RUS)Svetlana Khorkina (RUS)Simona Amanar (ROM)
Atenas-2004Catalina Ponor (ROM)Nicoleta Daniela Sofronie (ROM)Patricia Moreno (ESP)
Pequim-2008Sandra Izbasa (ROM)Shawn Johnson (USA)Nastia Liukin (USA)
Londres-2012Alexandra Raisman (USA)Catalina Ponor (ROM)Aliya Mustafina (RUS)
Rio-2016Simone Biles (USA)Alexandra Raisman (USA)Amy Tinkler (GBR)
Tóquio-2020Jade Carey (USA)Vanessa Ferrari (ITA)Murakami Mai (JPN)
Angelina Melnikova (RUS)

Quadro de medalhas do solo feminino nos Jogos Olímpicos

PosiçãoPaísOuroPrataBronzeTotal
1União Soviética76417
2Romênia63413
3Estados Unidos33410
4Hungria2125
5Rússia1124
6Ucrânia1001
7Tchecoslováquia1001
8Itália0101
9Alemanha Oriental0011
Bulgária0011
Equipe Unificada0011
Espanha0011
Grã-Bretanha0011
Japão0011