Solo feminino
Solo feminino – Rebeca Andrade e Flávia Saraiva – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil na trave em Paris-2024
Historicamente, o solo feminino é a melhor prova do Brasil na ginástica artística feminina com o país tendo cinco medalhas em Campeonatos Mundiais, além de várias outras classificação para as finais. Mas mesmo assim, a ginástica brasileira ainda não tem uma medalha olímpica na prova. Porém, isso deve mudar em Paris, com o Brasil tendo chance até de dobradinha na prova.
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O Brasil sempre se destacou no solo feminino, não só pelas acrobacias, mas também pelas ótimas coreografias. E com a parte artística tendo um valor maior na pontuação das atletas no atual código de pontuação, as brasileiras se destacam no aparelho. No último Campeonato Mundial, o Brasil colocou duas atletas no pódio. Rebeca Andrade levou a prata, enquanto Flávia Saraiva ficou com o bronze. A dupla tem todo o potencial para voltar ao pódio em Paris-2024.
Além de Rebeca e Flávia, o Brasil também tem outras duas ótimas ginastas no aparelho: Julia Soares e Jade Barbosa. Ambas tem condições de chegar a notas próximas do corte para a final, mas como há um limite de duas ginastas por país em cada prova, provavelmente elas não devem conseguir a classificação.
As favoritas
Rebeca Andrade e Flávia Saraiva estão entre os principais nomes do solo feminino atualmente. Rebeca Andrade tem acrobacias difíceis e uma coreografia excelente com um medley com músicas de Beyoncé e Anitta. Já Flavinha, conhecida por ter uma ótima execução, promete empolgar o público com uma série de “Can Can”.
A principal adversária das brasileiras na final será Simone Biles, dos Estados Unidos. A norte-americana está em outro patamar em termos acrobáticos, fazendo uma série extremamente difícil. Biles tem seis títulos mundiais no solo, assim como um ouro na Rio-2016. E ela chega novamente como favorita ao título.
Algumas ginastas devem apostar em acrobacias difíceis para tentar alcançar Biles e as brasileiras. Atual campeã olímpica, Jade Carey tenta garantir a segunda vaga dos Estados Unidos na final. Já a Romênia, que não vai ao pódio na ginástica artística desde 2012, aposta em Sabrina Voinea, que foi quarta colocada no Mundial do ano passado.
Brasil no solo feminino em Jogos Olímpicos
O Brasil fez sua estreia no solo feminino com Cláudia Costa nos Jogos Olímpicos Moscou-1980 com um 56° lugar. Tatiana Figueiredo, na edição seguinte, conseguiu melhorar colocação de Cláudia, com um 48º lugar. Após as 57ª e 63ª posições de Luísa Parente nos Jogos Olímpicos de Seul-1988 e Barcelona-1992, respectivamente, Daniele Hypólito conquistou o 43º lugar na edição de Sidney-2000, alcançando a melhor posição do país até então.
A primeira finalista do Brasil no solo feminino foi Daiane dos Santos. Chegando em Atenas-2004 como atual campeã mundial, a gaúcha era favorita ao pódio na Grécia. Mas após sair da área do solo na final ela terminou em quinto lugar. A situação se repetiu em Pequim-2008 com Daiane ficando na sexta posição no aparelho. Ela encerrou sua carreira com um 17º lugar no solo em Londres-2012.
Na Rio-2016 as novatas Flávia Saraiva e Rebeca Andrade conseguiram os melhores resultados no solo para o país. Flávia foi a 19ª colocada e Rebeca a 20ª. Já em Tóquio, Rebeca voltou a colocar o Brasil na final, com mais um quinto lugar.
Histórico do solo feminino em Jogos Olímpicos
Assim como o salto, o solo também é um aparelho disputado tanto por homens quanto por mulheres. Entretanto, na competição para mulheres os movimentos e coreografias estão acompanhados de uma música, enquanto no para os homens o solo não é disputado com música. Também presente no programa olímpico como prova individual da ginástica artística feminina desde Helsinque-1952, o solo é dominado por soviéticas e romenas, que somadas conquistaram 14 das 20 medalhas de ouro entregues, tendo dividido o ouro na edição de 1980, em Moscou. A União Soviética leva uma pequena vantagem nos ouros, sete contra seis das romenas.
Assim como na maioria das provas da ginástica feminina, o solo também começou com intensa disputa entre soviéticas e húngaras. Em 1952 a húngara Ágnes Keleti ficou com a medalha de ouro, a soviética Maria Gorokhovskaya conquistou mais uma prata, e o bronze foi da também húngara Margit Korondi. Quatro anos depois, em Melbourne, Keleti voltou a ficar com o ouro, mas agora empatada com Larisa Latynina, da União Soviética. O bronze foi vencido pela romena Elena Leusteanu. Enquanto Ágnes Keleti conquistava o seu bicampeonato, Larisa Latynina conquistava o seu primeiro ouro de uma sequência de três que viria a colecionar nas seguintes edições.
Quatro anos após o primeiro título, Larisa voltou a vencer o solo feminino nos Jogos Olímpicos Roma-1960 em um pódio completamente dominado por soviéticas. Prata para Polina Astakhova e bronze para Tamara Lyukhina. Em Tóquio-1964 Larisa conseguiu algo que nenhuma outra atleta conseguiu na ginástica artística, um tricampeonato no mesmo aparelho. Assim como em Roma, Latynina subiu ao topo do pódio com a sua compatriota Polina Astakhova em segundo lugar. O bronze ficou com a húngara Anikó Ducza.
Empatou
Em uma final com ginastas apenas da Tchecoslováquia e da União Soviética, a edição da Cidade do México-1968 viu o empate das duas nações no topo do pódio. Vera Caslavska, tcheca, e Larisa Petrik, soviética, tiveram a mesma nota de 19.675 e dividiram a medalha de ouro do solo feminino. Bronze para a também soviética Natalia Kunchiskaya.
A União Soviética seguiu com seu domínio na edição seguinte, Munique-1972, onde ocupou os três lugares do pódio, com o ouro para Olga Korbut, prata para Ludmilla Touricheva e bronze para Tamara Lazakovich. Em 1976, em Montreal, foi a vez de Nellie Kim ocupar o lugar mais alto do pódio, dando mais uma medalha de ouro para as soviéticas. Touricheva repetiu a medalha de prata e Nadia Comaneci, com o terceiro lugar, voltava a colocar a bandeira romena no pódio do solo após cinco edições.
A edição dos Jogos Olímpicos Moscou-1980 foi bastante emblemática para o solo feminino. Foi a única vez em que União Soviética e Romênia, as duas maiores vencedoras do aparelho, empataram no primeiro lugar. E as responsáveis por isso também estiveram presentes na edição anterior. Nellie Kim, pela União Soviética, conquistava o seu bicampeonato e a sétima medalha de ouro consecutiva do país, enquanto Nadia Comaneci conquistava o ouro para a Romênia.
Foi justamente na última edição em que as soviéticas conquistavam a medalha de ouro no solo e a primeira em que a Romênia conquistava também a sua primeira medalha de ouro no aparelho. Uma legítima passagem de bastão entre as duas nações.
Sequência romena
As três edições seguintes foram conquistadas pelas romenas. Em Los Angeles-1984, Ecaterina Szabo deixou para trás as donas da casa Julianne McNamara e Mary Lou Retton e conquistou a segunda medalha de ouro consecutiva das romenas no solo feminino. Em 1988 foi a vez de Daniela Silivas ocupar esse posto para a Romênia. Svetlana Bongiskaya ficou com a prata, a última medalha da União Soviética no solo. O último ouro da sequência de quatro conquistada pela Romênia aconteceu na edição de Barcelona-1992, com Lavinia Milosovici. Um dos pódios mais fortes da história olímpica contou com Henrietta Onódi, da Hungria, com a medalha de prata e um empate triplo no bronze entre Cristina Bontas, da Romênia, Tatiana Gutsu, da Equipe Unificada, e Shannon Miller, dos Estados Unidos.
A ucraniana Lilia Podkopayeva conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, pondo fim a sequência romena de títulos no solo feminino. Simona Amanar ficou com a prata e Dominique Dawes, dos Estados Unidos, ficou com o bronze. As primeiras medalhas da Rússia no aparelho foram conquistadas na edição seguinte, Sidney-2000. Ouro com elena Zamolodchikova e prata com Svetlana Khorkina. A romena Simona Amanar voltou a subir ao pódio, desta vez com o bronze.
Após duas edições sem conquistar a medalha de ouro, a Romênia emplacou mais um bicampeonato. Catalina Ponor foi ouro em Atenas-2004, batendo o favoritismo da brasileira Daiane dos Santos. A prata ficou com sua companheira de time, Daniela Sofronie, e o bronze com a espanhola Patrícia Moreno. O segundo ouro da Romênia veio em Pequim-2008, onde mais uma vez uma ginasta romena bateu outra atleta favorita. Dessa vez a responsável pelo feito foi Sandra Izbasa, que deixou para trás a estadunidense Shawn Johnson, campeã mundial em 2007.
Tri-americano
As americanas conquistaram o ouro no solo nas três últimas Olimpíadas. Londres-2012 foi vencida por Alexandra Raisman, dando o primeiro título da história para os Estados Unidos. Catalina Ponor voltou a aparecer em um pódio olímpico no solo com a medalha de prata. O bronze ficou com a russa Aliya Mustafina. O segundo ouro das americanas veio das mãos de Simone Biles, no Rio de Janeiro, em 2016. Confirmando o enorme favoritismo, já que vinha de três medalhas de ouro consecutivas no aparelho em mundiais, Simone sobrou em sua apresentação e venceu com folga a sua compatriota Alexandra Raisman. O bronze ficou com a britânica Amy Tinkler.
Em Tóquio-2020, o pódio teve quatro ginastas. O ouro ficou novamente com os Estados Unidos, com Jade Carey ficando em primeiro lugar. Após ficar na quarta colocação nas duas Olimpíadas anteriores, a italiana Vanessa Ferrari finalmente conquistou sua primeira medalha olímpica com a prata. Por fim, a russa Angelina Melnikova e a japonesa Murakami Mai empataram e dividiram o bronze.
Todas as medalhistas do solo feminino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
Helsinque-1952 | Ágnes Keleti (HUN) | Maria Gorokhovskaya (URSS) | Margit Korondi (HUN) |
Melbourne-1956 | Ágnes Keleti (HUN) e Larisa Latynina (URSS) | Elena Leusteanu (ROM) | |
Roma-1960 | Larisa Latynina (URSS) | Polina Astakhova (URSS) | Tamara Lyukhina (URSS) |
Tóquio-1964 | Larisa Latynina (URSS) | Polina Astakhova (URSS) | Anikó Ducza (HUN) |
Cidade do México-1968 | Vera Caslavska (TCH) e Larisa Petrik (URSS) | Natalia Kunshiskaya (URSS) | |
Munique-1972 | Olga Korbut (URSS) | Ludmilla Touricheva (URSS) | Tamara Lazakovich (URSS) |
Montreal-1976 | Nellie Kim (URSS) | Ludmilla Touricheva (URSS) | Nadia Comaneci (ROM) |
Moscou-1980 | Nadia Comaneci (ROM) e Nellie Kim (URSS) | Maxi Gnauc (GDR) e Natalia Shaposhnikova (URSS) | |
Los Angeles-1984 | Ecaterina Szabo (ROM) | Julianne Mc Namara (USA) | Mary Lou Retton (USA) |
Seul-1988 | Daniela Silivas (ROM) | Svetlana Boginskaya (URSS) | Diana Dudeva (BUL) |
Barcelona-1992 | Lavinia Milosovici (ROM) | Henrietta Onódi (HUN) | Cristina Bontas (ROM), Tatiana Gutsu (EUN) e Shannon Miller (USA) |
Atlanta-1996 | Lilia Podkopayeva (UKR) | Simona Amanar (ROM) | Dominique Dawes (USA) |
Sydney-2000 | Elena Zamolodchikova (RUS) | Svetlana Khorkina (RUS) | Simona Amanar (ROM) |
Atenas-2004 | Catalina Ponor (ROM) | Nicoleta Daniela Sofronie (ROM) | Patricia Moreno (ESP) |
Pequim-2008 | Sandra Izbasa (ROM) | Shawn Johnson (USA) | Nastia Liukin (USA) |
Londres-2012 | Alexandra Raisman (USA) | Catalina Ponor (ROM) | Aliya Mustafina (RUS) |
Rio-2016 | Simone Biles (USA) | Alexandra Raisman (USA) | Amy Tinkler (GBR) |
Tóquio-2020 | Jade Carey (USA) | Vanessa Ferrari (ITA) | Murakami Mai (JPN) Angelina Melnikova (RUS) |
Quadro de medalhas do solo feminino nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | União Soviética | 7 | 6 | 4 | 17 |
2 | Romênia | 6 | 3 | 4 | 13 |
3 | Estados Unidos | 3 | 3 | 4 | 10 |
4 | Hungria | 2 | 1 | 2 | 5 |
5 | Rússia | 1 | 1 | 2 | 4 |
6 | Ucrânia | 1 | 0 | 0 | 1 |
7 | Tchecoslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
9 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Bulgária | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Espanha | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Japão | 0 | 0 | 1 | 1 |