Salto masculino
Salto masculino – Diogo Soares – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil no salto masculino em Paris-2024
O Brasil terá dois atletas na ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos Paris-2024: Diogo Soares e Arthur Nory. Ambos não são especialistas no aparelho, mas eventualmente competem dois saltos distintos para tentar uma medalha na prova. Nory foi medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, mas deve competir apenas na barra fixa em Paris, aparelho onde já foi campeão mundial.
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Dentro da sua classificação para o individual geral, Diogo Soares irá fazer pelo menos um salto. Ele treina saltos de famílias diferente e poderia tentar a final, caso faça os dois em Paris. Diogo costumava saltar um Yurchenko com dupla pirueta, mas neste ano começou a focar mais no Tsukahara com dupla pirueta, com a intenção de adicionar meio giro no salto. Mas mesmo que ele faça os dois saltos, eles têm dificuldade mais baixa, com pouca chance de garantir uma vaga na final do aparelho com eles.
Os favoritos
O salto masculino promete ter uma final de altíssimo nível, com vários ginastas executando os saltos mais difíceis do código de pontuação. Quem tem impressionado no aparelho nos últimos anos é o britânico Jake Jarman, atual campeão mundial e duas vezes campeão europeu. Seu principal adversário deve ser Artur Davtyan, da Armênia, que quando acerta os seus saltos costuma tirar as melhores notas de execução entre os principais especialistas do aparelho. Davtyan foi campeão mundial em 2022 e bronze em Tóquio-2020.
A Ucrânia terá dois bons representantes em busca do pódio no salto masculino. O experiente Igor Radvilov foi medalhista de bronze em Londres-2012 e, ao longo de sua carreira, ganhou quatro medalhas em Campeonatos Mundiais na prova. Já o jovem Nazar Chepurnyi chega em Paris-2024 com um bronze do último mundial e como campeão dos Jogos Mundiais Universitários. Fechando a lista dos principais candidatos, o filipino Carlos Yulo é outro nome forte da prova. Ele foi campeão mundial em 2021 e prata em 2022 e é tricampeão asiático.
Brasil no salto masculino em Jogos Olímpicos
Apenas em duas ocasiões o Brasil teve atletas tentando vaga na final do salto em Jogos Olímpicos. Na Rio-2016, Sérgio Sasaki terminou em nono lugar com 15.016, sendo então o primeiro reserva da final. Em Tóquio-2020, Caio Souza ficou na sétima posição nas eliminatórias com 14.700, garantindo a vaga na final. Mas na decisão, o brasileiro teve uma queda, terminando em oitavo.
Histórico do salto masculino em Jogos Olímpicos
O primeiro campeão do salto masculino foi o alemão Carl Schumann nos Jogos Olímpicos de Atenas-1896. A prata ficou com o suíço Louis Zutter e o bronze com Hermann Weingartner, também da Alemanha. Assim como os demais exercícios que hoje compõe o programa olímpico da ginástica, o salto masculino não foi disputado de forma individual nos Jogos de 1900, voltando na edição de Saint Louis-1904.
O evento, bem como o dos outros aparelhos, apresenta um número impreciso de participantes sabendo-se basicamente os seus medalhistas. O pódio foi completamente formado por atletas dos Estados Unidos. Nas edições seguintes novamente o salto não foi disputado como uma prova individual.
Entrada definitiva
Os Jogos Olímpicos de Paris-1924 marcam definitivamente o retorno do salto masculino e dos demais aparelhos ao programa olímpico da ginástica artística. Naquela ocasião o campeão da disputa foi Frank Kriz, dos Estados Unidos, batendo na final o ginasta Jan Koutný, da Tchecoslováquia, por apenas um centésimo: 9.98 contra 9.97. O bronze foi conquistado por Bohumil Morkovsky, também da Tchecoslováquia. Essa foi a última vez em que os Estados Unidos subiram no lugar mais alto do pódio.
Na edição seguinte, Amsterdã-1928, o ginasta Eugen Mack, da Suíça conquistou a medalha de ouro para o seu país, a primeira nesse aparelho. Prata para Emanuel Loffler, da Tchecoslováquia, e bronze para Stane Derganc, da Iugoslávia. Em Los Angeles-1932, o título ficou com o italiano Savino Guglielmetti seguido pelos americanos Al Jochin e Ed Carmichael. E nos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, a Alemanha conquistou mais um de seus ouros na ginástica na prova do salto masculino. O responsável pela vitória alemã foi Alfred Schwarmann. A prata ficou com o suíço Eugen Mack, que voltava ao pódio oito anos após ser campeão em 1928, e o bronze com o também alemão Matthias Volzs.
Paavo Aaltonen deu à Finlândia o ouro no solo masculino nos Jogos Olímpicos de Londres-1948 e foi seguido no pódio por seu compatriota Olavi Rove. O bronze foi um empate triplo entre János Mogyorósi-Klencs e Ferenc Pataki, da Hungria, e Leo Sotomík, da Tchecoslováquia.
Tri soviético
Em 1952, a União Soviética conquistava aquele que seria o primeiro de uma sequência de três ouros consecutivos. Viktor Chukarin acabou derrotando naquela edição de Helsinque uma legião de japoneses, que ficaram com a prata através de Masao Takemoto e com dois bronzes quando Takashi Ono e Tadao Uesako terminaram empatados no terceiro lugar. Nos Jogos olímpicos de Melbourne-1956 o soviético Valentin Muratov dividiu o topo do pódio com Helmut Bantz, do time da Alemanha Unificada. Yuri Titov, também soviético ficou com o bronze.
Quatro anos depois a URSS conquistava o seu terceiro título consecutivo através dos saltos de Boris Shakhlin. Assim como na edição anterior, o pódio em Roma-1960 também acabou sendo dividido, mas dessa vez com o japonês Takashi Ono.
Competindo em casa, o japonês Haruhiro Hyamachita conquistou para seu país o segundo ouro da história. Completaram o pódio dos jogos de Tóquio o soviético Viktor Lisitskay com a medalha de prata e o finlandês Hannu Rantakari.
Mikhail Voronin voltou a colocar a bandeira da união Soviética no topo do pódio do solo masculino na Cidade do México em 1968 batendo o japonês Yukio Endo por apenas 0,050. Sergey Diamidov completou o pódio conquistando mais um bronze para os Soviéticos. Em Munique-1972 foi a vez de Klaus Kost se sagrar campeão pela Alemanha Oriental, com os soviéticos Viktor Klimenko e Nikolai Andrianov completando o pódio com as medalhas de prata e bronze, respectivamente.
Bicampeão
Nikolai Andrianov, da União Soviética, se tornou nos Jogos de Montreal-1976 e Moscou-1980 o primeiro ginasta bicampeão olímpico na prova de salto. Em 1976, ele venceu na final os japoneses Mitsuo Tsukahara e Hiroshi Kajiyama e em 1980 bateu o seu compatriota Alexander Dityatin e o ginasta da Alemanha Oriental, Roland Bruckner. A edição disputada em solo soviético foi a última em que os ginastas do país conquistaram uma medalha na prova de salto masculino.
Logo após o bicampeonato de Andrianov, os Jogos Olimpicos apresentaram ao mundo um novo bicampeão no salto masculino. Lou Yun, da China, se tornou o segundo ginasta a atingir tal feito nas edições de Los Angeles-1984 e Seul-1988.
Em Los Angeles, além do ouro de Yun, chamou a atenção a quantidade de ginastas empatados na medalha de prata. Koji Gushiken e Shinji Morisue, do Japão, Mitch Gaylorf, dos Estados Unidos, e Li Ning da China empataram com a pontuação de 19,825 e dividiram o segundo lugar na disputa. Já em 1988 o ginasta chinês foi campeão derrotando Sylvio Krol da Alemanha Oriental e Park Jonh-hoon da Coréia do Sul.
Destaque absoluto dos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992, Vitaly Scherbo também conquistou um de seus ouros na prova de salto. Na final, o campeão por equipes, do individual geral, das argolas, cavalo com alças e das barras paralelas bateu o seu colega de time unificado Grigory Misutin e colocou o título do salto masculino em sua extensa galeria. O bronze mais uma vez ficou com a Coréia do Sul, mas agora com Yoo Ok-riul.
Herdeiros diretos da ginástica artística soviética, os russos conquistaram sua primeira medalha no salto masculino nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 com Alexei Nemov. A prata ficou com mais um sul-coreano, Yeo Hong-chul, e o bronze com o agora ginasta de Belarus, Vitaly Scherbo.
Novos campeões
Gervasio Deferr colocou a Espanha no mapa da ginástica artística masculina ao se tornar o terceiro ginasta da história a conquistar um bicampeonato na prova de salto. O espanhol de ascendência argentina foi o campeão das Olimpíadas de Sidney-2000, quando derrotou na final Alexei Bondarenko da Rússia e Leszek Blanik da Polônia. Então vigente campeão olímpico, o russo Alexei Nemov acabou ficando de fora do pódio. O segundo ouro de Gervasio Deferr veio nas Olimpíadas de Atenas-2004 ao deixar para trás o favorito da prova, o romeno Marian Dragulesco que terminou com a medalha de bronze. A prata ficou com o letão Jevgēņijs Saproņenko.
As três Olímpiadas seguintes revelaram mais três novos países campeões no salto. O primeiro foi a Polônia com o ouro de Leszek Blanik em Pequim-2008, que já havia sido medalhista de bronze oito anos antes, em Sidney. O Segundo foi a Coréia do Sul de Yang Hak-seon em Londres-2012. E por último a Coréia do Norte com Ri Se-gwang nas Olimpíadas do Rio de Janeiro-2016. Tanto em Londres quanto no Rio de Janeiro e em Tóqui a medalha de prata ficou com o russo Denis Ablyazin. A Coreia do Sul repetiu o ouro em 2020 com Shin Jae-hwan, enquanto a Armênia ganhou sua primeira medalha na prova com o bronze de Artur Davtyan.
Todos os medalhistas do salto masculino nos Jogos Olímpicos
Ouro | Prata | Bronze | ||||
1896 | Carl Schuhmann | GER | Louis Zutter | SUI | Hermann Weingärtner | GER |
1904 | Anton Heida George Eyser | USA USA | — | — | William Merz | USA |
1924 | Frank Kriz | USA | Jan Koutný | TCH | Bohumil Mořkovský | TCH |
1928 | Eugen Mack | SUI | Emanuel Löffler | TCH | Stane Derganc | YUG |
1932 | Savino Guglielmetti | ITA | Al Jochim | USA | Ed Carmichael | USA |
1936 | Alfred Schwarzmann | GER | Eugen Mack | SUI | Matthias Volz | GER |
1948 | Paavo Aaltonen | FIN | Olavi Rove | FIN | Leo Sotorník Ferenc Pataki János Mogyorósi-Klencs | TCH HUN HUN |
1952 | Viktor Chukarin | URS | Masao Takemoto | JPN | Tadao Uesako Takashi Ono | JPN JPN |
1956 | Valentin Muratov Helmut Bantz | URS GER | — | — | Yury Titov | URS |
1960 | Borys Shakhlin Takashi Ono | URS JPN | — | — | Vladimir Portnoy | URS |
1964 | Haruhiro Yamashita | JPN | Viktor Lisitsky | URS | Hannu Rantakari | FIN |
1968 | Mikhail Voronin | URS | Yukio Endo | JPN | Sergey Diomidov | URS |
1972 | Klaus Köste | GDR | Viktor Klimenko | URS | Nikolay Andrianov | URS |
1976 | Nikolay Andrianov | URS | Mitsuo Tsukahara | JPN | Hiroshi Kajiyama | JPN |
1980 | Nikolay Andrianov | URS | Aleksandr Dityatin | URS | Roland Brückner | GDR |
1984 | Lou Yun | CHN | Li Ning Koji Gushiken Shinji Morisue Mitch Gaylord | CHN JPN JPN USA | — | — |
1988 | Lou Yun | CHN | Sylvio Kroll | GDR | Park Jong-Hun | KOR |
1992 | Vitali Shcherba | EUN | Hryhoriy Misiutin | EUN | Yu Og-Yeol | KOR |
1996 | Aleksey Nemov | RUS | Yeo Hong-Cheol | KOR | Vitali Shcherba | BLR |
2000 | Gervasio Deferr | ESP | Aleksey Bondarenko | RUS | Leszek Blanik | POL |
2004 | Gervasio Deferr | ESP | Jevgēņijs Saproņenko | LAT | Marian Drăgulescu | ROU |
2008 | Leszek Blanik | POL | Thomas Bouhail | FRA | Anton Golotsutskov | RUS |
2012 | Yang Hak-Seon | KOR | Denis Ablyazin | RUS | Ihor Radivilov | UKR |
2016 | Ri Se-Gwang | PRK | Denis Ablyazin | RUS | Kenzo Shirai | JPN |
2020 | Shin Jea-hwan | KOR | Denis Ablyazin | RUS | Artur Davvtyan | ARM |
Quadro de medalhas do salto masculino nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | União Soviética | 6 | 3 | 4 | 13 |
2 | Estados Unidos | 3 | 2 | 2 | 7 |
3 | Alemanha | 3 | 0 | 2 | 5 |
4 | Japão | 2 | 5 | 4 | 11 |
5 | Coreia do Sul | 2 | 1 | 2 | 5 |
6 | China | 2 | 1 | 0 | 3 |
7 | Espanha | 2 | 0 | 0 | 2 |
8 | Rússia | 1 | 4 | 1 | 6 |
9 | Suíça | 1 | 2 | 0 | 3 |
10 | Alemanha Oriental | 1 | 1 | 1 | 3 |
10 | Finlândia | 1 | 1 | 1 | 3 |
12 | Equipe Unificada | 1 | 1 | 0 | 2 |
13 | Polônia | 1 | 0 | 1 | 2 |
14 | Coreia do Norte | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Itália | 1 | 0 | 0 | 1 |
16 | Tchecoslováquia | 0 | 2 | 2 | 4 |
17 | França | 0 | 1 | 0 | 1 |
17 | Letônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
19 | Hungria | 0 | 0 | 2 | 2 |
20 | Bielorrússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
20 | Romênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
20 | Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
20 | Iugoslávia | 0 | 0 | 1 | 1 |
20 | Armênia | 0 | 0 | 1 | 1 |