Barra fixa
Barra fixa – Arthur Nory e Diogo Soares – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil na barra fixa em Paris-2024
O Brasil terá dois representantes na ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos Paris-2024. E um deles é apenas campeão mundial na barra fixa. Medalhista olímpico no solo na Rio-2016, Arthur Nory vai em busca da sua primeira medalha olímpica no seu principal aparelho. Neste ciclo, o ginasta paulista ganhou uma medalha de bronze no Mundial de 2022 e ficou em sétimo lugar em 2023. Nory não tem a série mais difícil em comparação com seus principais adversários, mas quando acerta sua prova, consegue altas notas de execução que o colocam como candidato ao pódio na barra fixa.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
Diogo Soares, principal generalista do Brasil na atualidade, será o outro ginasta do país em Paris-2024. Na barra fixa, o ginasta aumentou a dificuldade da sua série neste ano e conquistou o ouro no Campeonato Pan-Americano na Colômbia, chegando na casa dos 14 pontos. A pontuação o consegue colocar no top-20 nos Jogos Olímpicos, mas ele precisaria melhorar alguns décimos para entrar na final.
Os favoritos
A final da barra fixa promete ser de altíssimo nível nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Um dos principais favoritos é o japonês Hashimoto Daiki, atual campeão olímpico e mundial da prova. Seu grande rival no individual, o chinês Zhang Boheng também deve brigar pelo ouro na barra fixa, sendo capaz de ultrapassar a casa dos 15 pontos.
Neste ano, o principal destaque da barra fixa tem sido Tang Chia-Hung de Taipé Chinesa. Ele dominou o circuito da Copa do Mundo com séries extremamente difíceis. Já os Estados Unidos deve contar com Brody Malone, campeão mundial em 2022. Ele ficou mais de um ano sem competir por conta de uma lesão, mas voltou em boa forma e fez ótimas apresentações no campeonato estadunidense.
Outros nomes correm por fora na prova, em um grupo que contém uma série de atletas que podem medalhar na barra fixa se acertarem sua prova. Além de Arthur Nory, outro nome forte é o croata Tin Srbic, campeão mundial de 2017. O campeão mundial júnior Angel Barajas, da Colômbia, e o lituano Robert Tvorogal vice-campeão da Copa do Mundo, também estão na briga.
Brasil nas barras assimétricas em Jogos Olímpicos
O Brasil participou da prova de barra fixa pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, quando João Luiz Ribeiro concluiu a sua apresentação no 61° lugar. Quatro anos depois, em Los Angeles-1984, Gerson Gnoatto ficou em 68° lugar. Guilherme Saggese Pinto foi o 70° nas Olimpíadas de Seul-1988 e Marco Monteiro o 80° em Barcelona-1992. Mosiah Rodrigues em Atenas-2004 conquistou para o Brasil o 32° lugar, aquele que era até então o melhor resultado para o Brasil. Nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 o paulista Sérgio Sasaki completou a sua prova na barra fixa na 28ª colocação, melhorando o resultado de Mosiah.
Entretanto os melhores resultados do Brasil na barra fixa só viriam a acontecer na edição do Rio de Janeiro dos Jogos Olímpicos em 2016. Francisco Barreto Júnior conquistou pela primeira vez a vaga na final da barra fixa e com a nota de 15,208 terminou em quinto lugar nas Olimpíadas disputadas no Brasil. Nessa mesma edição Sérgio Sasaki foi o 16° e Arthur Nory, que havia sido finalista no mundial de 2015 no aparelho, ficou em 20º lugar mesmo após sofrer uma queda durante as qualificações da barra fixa. Em Tóquio, Nory novamente foi o melhor brasileiro, terminando na 12ª posição.
Histórico das barras assimétricas em Jogos Olímpicos
O primeiro pódio do aparelho foi formado por dois ginastas alemães. Hermann Weingartner, em primeiro lugar, e Alfred Flatow na segunda colocação, foram declarados os vencedores da barra fixa dos Jogos Olímpicos de Atenas-1896 em uma prova que contou com ginastas de quatro países. Weingartner saiu da primeira edição olímpica com seis medalhas no total, sendo três delas de ouro.
Após ficar ausente do programa olímpico de Paris-1900 a barra fixa retornou para os Jogos Olímpicos de Saint Louis-1904 e, assim como todas as outras disputas individuais por aparelhos, somente ginastas americanos participaram do evento. Assim os Estados Unidos conquistaram duas medalhas de ouro quando os atletas Anton Heida e Edward Henning empataram no primeiro posto. O bronze ficou para o compatriota George Eyser.
Após um hiato de 20 anos ausente dos Jogos Olímpico,s a barra fixa retornou ao programa olímpico de forma individual na edição de Paris-1924. Vitória do iugoslavo Leon Stukelj, prata para o suíço Jean Gutweninger e bronze para o francês André Higelin.
Em Amsterdã-1928, a Suíça subia mais um degrau do pódio e conquistava sua primeira medalha de ouro com Georges Miez. A Itália subia ao pódio com a prata de Romeo Neri e a Suíça completava o pódio com mais uma medalha, o bronze de Eugen Mack.
Tri em casa
Os Estados Unidos, após conquistarem duas medalhas de ouro na mesma edição, se tornaram o primeiro país a conquistar um tricampeonato nesse evento quando Dallas Bixler ficou com o ouro em Los Angeles-1932. Heikki Savolainen e Einari Terasrvirta, da Finlândia, completaram o pódio com a prata e o bronze respectivamente.
Quatro anos após essa dobradinha, a Finlândia conquistava o seu primeiro ouro na barra fixa. Aleksanteri Saarvala deu ao país nórdico o primeiro lugar ao desbancar Konrad Frey e Alfred Schwarzmann, os alemães que competiam em casa nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936.
A Suíça se tornou o primeiro país a conquistar um bicampeonato consecutivo, alcançando ainda o número de medalhas de ouro conquistadas até então pelos Estados Unidos. Nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, o suíço Josef Stalder conquistou o título vencendo o seu compatriota Walter Lehmann e o finlandês Veikko Huhtanen. Stalder também ficaria eternamente marcado na história ao ser o primeiro a executar um giro na posição invertida, tanto na barra fixa quanto nas barras paralelas, que levaria o seu nome. Hoje o elemento é um dos mais comuns da ginástica.
Nos Jogos Olímpicos de Helsinque-1952, foi a vez de Jack Gunthard conquistar o ouro para os suíços. No segundo lugar houve um empate entre o alemão Alfred Schwarzmann, que retornava ao pódio 16 anos depois de ter sido bronze em 1936, e Josef Stalder, que conquistava a sua segunda medalha no aparelho.
Japão no topo
Os Jogos Olímpicos de Melbourne-1956 trouxeram as primeiras medalhas do Japão na barra fixa, dando início ao domínio que o país asiático viria a ter no futuro. Logo de cara o país conquistou duas medalhas em 1956, sendo uma de ouro e uma de bronze. Takashi Ono foi o responsável pelo ouro, enquanto Masao Takemoto ganhou o bronze. Entre eles com a medalha de prata estava o soviético Yuri Totov. Na edição seguinte Takeshi Ono voltaria ao lugar mais alto do pódio se tornando o primeiro ginasta bicampeão olímpico na barra fixa. Os Jogos de Roma-1960 renderam ainda uma medalha de prata para o Japão com o mesmo Masao Takemoto.
Após ficar com a medalha de bronze em Roma-1960, o ginasta Boris Shahklin conquistou a medalha de ouro da barra fixa em Tóquio-1964. Foi a primeira medalha de ouro da União Soviética no aparelho. É interessante notar que o Japão, que havia dominado as edições anteriores e que voltaria a dominar as seguintes edições, não conseguiu colocar nenhum atleta no pódio dos Jogos realizados em Tóquio. A prata ficou com Yuri Titov, também da União Soviética, e o bronze com a Iugoslávia de Miroslav Cerar.
A partir dos Jogos Olímpicos da Cidade do México-1968, o Japão emplacaria três medalhas de ouro consecutivas. A primeira veio com Akinori Nakayama na capital mexicana, que empatou com o soviético Mikhail Voronin no primeiro lugar. Eizo Kenmotsu fechou o pódio com o bronze para os japoneses.
Tsukahara bicampeão
Nos Jogos Olímpicos disputados em Munique, o domínio japonês na final foi tão grande que todo o pódio foi formado por ginastas do país e somente Nikolai Andrianov, da União Soviética, não pertencia ao país asiático, com título para o lendário Mitsuo Tsukahara. A prata foi conquistada por Sawao Kato e o bronze por Shigeru Kasamatsu. Em Montreal-1976, Tsukahara conquistava o seu segundo ouro com direito a mais uma dobradinha para o Japão com Eizo Kenmotsu.
Nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, o búlgaro Stoyan Deltchev venceu a final da prova de barra fixa, colocando um fim na longa alternância entre o Japão e a União Soviética no topo do pódio. Desde Melbourne-1956, os dois países haviam conquistado todas as medalhas de ouro do aparelho. Sem a presença dos japoneses, Deltchev acabou desbancando a dupla da casa formada por Alexander Dityatin e Nikolai Andrianov. A vitória do búlgaro foi por apenas 0,075 sobre Dityatin, 19,825 contra 19,750.
É Hexa!
O sexto ouro dos nipônicos na barra fixa veio na edição de Los Angeles-1984. Após ficarem ausentes dos Jogos Olímpicos disputados em moscou os japoneses retornaram conquistando o primeiro lugar com Shinji Morisue. A prata ficou com Tong Fei, a primeira para a China no aparelho, e o bronze com o também japonês Koji Gushiken.
Nos últimos Jogos Olímpicos disputados pela União Soviética, o país emplacou uma dobradinha no lugar mais alto do pódio. Vladimir Artemov e Valeri Liukin empataram com a nota de 19.900 e conquistaram as medalhas de ouro para os soviéticos em Seul-1988. Holger Behrendt da Alemanha Oriental completou o pódio.
Os Estados Unidos voltaram a se sagrar campeões da barra fixa nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 com Trent Dimas. O americano venceu na final o alemão Andreas Wecker e o ginasta Grigory Misutin, da Equipe Unificada, que empataram em segundo lugar. Na edição seguinte, Atlanta-1996, Andreas Wecker se tornou campeão e deu a Alemanha a segunda medalha de ouro de sua história nessa prova. A prata foi conquistada por Krasimir Dunev e o terceiro lugar foi dividido entre o chinês Fan Bin, o russo Alexei Nemov e Vitaly Scherbo, que naquela edição já representava Belarus.
Nemov, Cassina e Zou
Alexei Nemov saiu do bronze em Atlanta-1996 para o ouro em Sidney-2000. O russo, um dos maiores favoritos ao ouro, confirmou as expectativas e conquistou o título da barra fixa. O francês Benjamin Varonian e o sul-coreano Lee Joo-Hyung completaram o pódio com a prata e o bronze. Igor Cassina, que também dá nome a um dos elementos mais difíceis do código de pontuação na barra fixa, conquistou o ouro para a Itália nas Olimpíadas de Atenas-2004. Os Estados Unidos voltaram ao pódio através da prata de Paul Hamm, bem como o Japão, através do bronze de Isao Yoneda.
A China foi conquistar a sua primeira medalha de ouro na barra fixa apenas nas Olimpíadas de Pequim-2008, com Zou Kai batendo o americano Jonathan Horton por apenas 0,025. Destaque também para um jovem Fabian Hambuchen, da Alemanha. Com seus 21 anos, o ginasta subia ao pódio com a medalha de bronze.
Campeões recentes
Os Jogos Olímpicos de Londres-2012 foram a grande consagração de Epke Zonderland. O ginasta apelidado de “Holandês Voador” devido ao alto grau de dificuldade de suas séries na barra fixa confirmou o grande favoritismo com o qual desembarcou em solo britânico e conquistou a medalha de ouro. Fabian Hambuchen, agora aos 25 anos, conquistava mais um degrau no pódio olímpico e terminava a edição de 2012 com a prata. O pódio foi completado por Zou Kai, campeão olímpico em 2008.
Após conquistar a medalha de bronze em 2008 e a medalha de prata em 2012, o alemão Fabian Hambuchen finalmente subiu ao lugar mais alto do pódio no Rio de Janeiro em 2016. Agora aos 29 anos, o alemão se tornava campeão olímpico e o único ginasta na história a conquistar três medalhas na barra fixa em Jogos Olímpicos. Danell Leyva, dos Estados Unidos, que havia ficado em quinto lugar em Londres conquistou a medalha de prata e o bronze ficou com o jovem britânico Nile Wilson. O holandês Epke Zonderland acabou em sétimo lugar após sofrer uma queda na final e o brasileiro Francisco Barreto terminou em quinto lugar, a melhor posição do país na história.
Em Tóquio, Hashimoto Daiki encerrou uma seca de 36 anos do Japão, ao voltar a colocar o país no topo do pódio da barra fixa. O croata Tin Srbic levou a medalha de prata, enquanto o russo Nikita Nagorny ganhou o bronze.
Todos os medalhistas da barra fixa nos Jogos Olímpicos
Ano | Ouro | Prata | Bronze | |||
1896 | Hermann Weingärtner | GER | Alfred Flatow | GER | — | — |
1904 | Anton Heida Ed Hennig | USA USA | — | — | George Eyser | USA |
1924 | Leon Štukelj | YUG | Jean Gutweniger | SUI | Alphonse Higelin | FRA |
1928 | Georges Miez | SUI | Romeo Neri | ITA | Eugen Mack | SUI |
1932 | Dallas Bixler | USA | Heikki Savolainen | FIN | Einari Teräsvirta | FIN |
1936 | Aleksanteri Saarvala | FIN | Konrad Frey | GER | Alfred Schwarzmann | GER |
1948 | Sepp Stalder | SUI | Walter Lehmann | SUI | Veikko Huhtanen | FIN |
1952 | Jack Günthard | SUI | Alfred Schwarzmann Sepp Stalder | GER SUI | — | — |
1956 | Takashi Ono | JPN | Yury Titov | URS | Masao Takemoto | JPN |
1960 | Takashi Ono | JPN | Masao Takemoto | JPN | Borys Shakhlin | URS |
1964 | Borys Shakhlin | URS | Yury Titov | URS | Miroslav Cerar | YUG |
1968 | Mikhail Voronin Akinori Nakayama | URS JPN | — | — | Eizo Kenmotsu | JPN |
1972 | Mitsuo Tsukahara | JPN | Sawao Kato | JPN | Shigeru Kasamatsu | JPN |
1976 | Mitsuo Tsukahara | JPN | Eizo Kenmotsu | JPN | Eberhard Gienger Henri Boërio | FRG FRA |
1980 | Stoyan Delchev | BUL | Aleksandr Dityatin | URS | Nikolay Andrianov | URS |
1984 | Shinji Morisue | JPN | Tong Fei | CHN | Koji Gushiken | JPN |
1988 | Vladimir Artyomov Valery Lyukin | URS URS | — | — | Holger Behrendt Marius Gherman | GDR ROU |
1992 | Trent Dimas | USA | Hryhoriy Misiutin Andreas Wecker | EUN GER | — | — |
1996 | Andreas Wecker | GER | Krasimir Dunev | BUL | Vitali Shcherba Fan Bin Aleksey Nemov | BLR CHN RUS |
2000 | Aleksey Nemov | RUS | Benjamin Varonian | FRA | Lee Ju-Hyeong | KOR |
2004 | Igor Cassina | ITA | Paul Hamm | USA | Isao Yoneda | JPN |
2008 | Zou Kai | CHN | Jonathan Horton | USA | Fabian Hambüchen | GER |
2012 | Epke Zonderland | NED | Fabian Hambüchen | GER | Zou Kai | CHN |
2016 | Fabian Hambüchen | GER | Danell Leyva | USA | Nile Wilson | GBR |
2020 | Hashimoto Daiki | JPN | Tin Srbic | CRO | Nikita Nagorny | RUS |
Quadro de medalhas da barra fixa nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | Japão | 7 | 3 | 5 | 15 |
2 | União Soviética | 4 | 3 | 2 | 9 |
3 | Estados Unidos | 4 | 3 | 1 | 8 |
4 | Alemanha | 3 | 5 | 2 | 10 |
5 | Suíça | 3 | 3 | 1 | 7 |
6 | Finlândia | 1 | 1 | 2 | 4 |
6 | China | 1 | 1 | 2 | 4 |
8 | Bulgária | 1 | 1 | 0 | 2 |
8 | Itália | 1 | 1 | 0 | 2 |
10 | Rússia | 1 | 0 | 2 | 3 |
10 | Iugoslávia | 1 | 0 | 1 | 2 |
12 | Holanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
13 | França | 0 | 1 | 2 | 3 |
14 | Equipe Unificada | 0 | 1 | 0 | 1 |
14 | Croácia | 0 | 1 | 0 | 1 |
16 | Bielorrússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
16 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
16 | Grã Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
16 | Coreia do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
16 | Romênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
16 | Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |