Argolas
Argolas – Diogo Soares – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil nas argolas em Paris-2024
Se nos últimos três Jogos Olímpicos o Brasil esteve presente na final das argolas na ginástica artística masculina, isso não deve se repetir em Paris-2024. O país terá dois representantes na modalidade, com apenas Diogo Soares devendo se apresentar no aparelho na capital francesa. Diogo já foi vice-campeão mundial juvenil nas argolas, mas atualmente é a prova da ginástica onde ele tem mais dificuldade. Sem conseguir notas acima dos 14 pontos, o paulista não tem chance de ir à final em Paris.
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Os favoritos
A China conta com ótimos atletas especialistas de argolas e tem como uma de suas principais metas na ginástica em Paris garantir o ouro na prova. A principal aposta do país é Liu Yang, atual campea olímpico e campeão mundial em 2014 e 2023. Outro chinês forte na prova é Zou Jingyuan. Um craque nas barras paralelas, Zou tem evoluído cada vez mais também nas argolas e foi vice-campeão mundial em 2022.
A Turquia também tem dois fortes concorrentes na prova: Adem Asil, campeão mundial em 2022 e Ibrahin Çolak, ouro no Mundial de 2019. Ainda no mediterrâneo, não dá para descartar o grego Eleftherios Petrounias, campeão na Rio-2016 e bronze em Tóquio-2020. Ele é tricampeão mundial e levou a prata no Mundial do ano passado. Outros nomes que devem brigar pelo pódio incluem o francês Samir Ait Said e o armeno Vahagn Davtyan.
Brasil nas argolas em Jogos Olímpicos
As argolas renderam ao país o resultado mais expressivo de toda a ginástica artística brasileira e um dos momentos mais importantes do país em Jogos Olímpicos. O ouro de Arthur Zanetti na Olimpíada de Londres Londres-2012 foi um dos três títulos conquistados por toda a delegação do país naqueles Jogos Olímpicos e a primeira medalha do país na história da ginástica. Mas até a conquista de Arthur Zanetti o Brasil teve que evoluir muito ao longo dos anos. O país começou com um 61° lugar nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, com João Luiz Ribeiro.
Quatro anos depois, na Olimpíada de Los Angeles-1984, Gerson Gnoatto ficou em 68°. Guilherme Saggese Pinto foi o representante brasileiro em Seul-1988 e terminou em 86º lugar na prova de argolas, enquanto Marco Monteiro foi o 87º em Barcelona-1992. Após uma ausência de oito anos em Jogos Olímpicos, a ginástica masculina voltou na Olimpíada de Atenas-2004 com Mosiah Rodrigues terminando no 71º lugar.
Era Zanetti
Na histórica edição de Londres-2012 os brasileiros viram pela primeira vez a bandeira do país ser hasteada em um pódio olímpico na ginástica artística, e logo no lugar mais alto. Arthur Zanetti se apresentou de forma quase perfeita e desbancou por apenas um décimo o chinês Chen Yinbing, então campeão olímpico e tricampeão mundial do aparelho.
Quatro anos depois, na Rio-2016, Arthur Zanetti voltou a subir no pódio olímpico, dessa vez com a medalha de prata. Após uma boa série, o ginasta paulista terminou na segunda posição, sendo superado apenas pelo grego Elefhterios Petrounias. Já em Tóquio, Zanetti conseguiu novamente a vaga na final. Mas sabendo que ia precisar de uma nota de partida alta, o brasileiro arriscou fazendo uma saída difícil e acabou caindo, terminando na oitava posição.
Histórico das argolas em Jogos Olímpicos
Constituído por dois cabos suspensos em uma estrutura e que possuem em suas pontas duas argolas, o aparelho é disputado exclusivamente no masculino e avalia a força e o equilíbrio do ginasta. Presente no programa olímpico desde a primeira edição da Olimpíada de Atenas-1896, as argolas estão suspensas a 2,75 metros do chão, estão afastadas entre elas por 50 centímetros e possuem um diâmetro de 18 centímetros cada uma delas.
Maior vencedor do aparelho, a União Soviética soma seis medalhas de ouro, sete medalhas de prata e duas medalhas de bronze, totalizando 15 medalhas. O segundo país com mais medalhas de ouro é o Japão com quatro, seguido da Grécia com três. Com 13 países campeões olímpicos, as argolas é um dos aparelhos mais democráticos e renderam ao Brasil a sua primeira medalha olímpica da história, o ouro de Arthur Zanetti na Olimpíada de Londres-2012.
Primeiros anos
A Grécia recebeu a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas-1896, assim como acontecia nas origens do evento na cidade de Olímpia. E foi justamente um grego quem venceu em seu próprio solo a primeira prova das argolas da ginástica artística disputada naquele ano. Ioannis Mitropoulos foi o responsável por inaugurar o pódio olímpico de um dos eventos mais antigos do programa olímpico. A medalha de prata ficou com o alemão Hermann Weingartner e o bronze para o também grego Petros Persakis.
Após ficar ausente da edição de 1900 a competição no aparelho retornou para os Jogos Olímpicos de 1904, em Saint Louis, nos Estados Unidos, que dominou o pódio. O ouro foi de Herman Glass, a prata de William Merz e o bronze de Emil Voigt.
Após os Jogos de 1904 a competição foi novamente retirada do programa olímpico e retornou em Paris-1924. O campeão foi o italiano Francesco Martino e os ginastas da Tchecoslováquia, Robert Prazak e Ladislav Vácha, completaram o pódio com a prata e o bronze. Quatro anos depois, em Amsterdã-1928, o campeão foi Leon Stukelj da extinta Iugoslávia, com a Tchecoslováquia novamente completando o pódio com a prata e o bronze. Dessa vez Ladislav Vácha ficou em segundo lugar e um novo compatriota, Emanuel Loffler, ficou com o bronze.
Americanos chegando
Os Estados Unidos voltaram a ser campeões em Los Angeles-1932 vencendo novamente uma edição disputada em casa. E a vitória veio com direito a dobradinha nos dois lugares mais altos do pódio da ginástica artística. Enquanto George Gulack ficou com a medalha de ouro, Bill Denton conquistou a prata. O italiano Giovanni Lattuada completou o pódio com a medalha de bronze.
Quatro anos depois era a vez de Alois Hudec, da Tchecoslováquia, subir no lugar mais alto do pódio. A medalha de prata foi para o iugoslavo Leon Stukelj, que retornava ao pódio oito anos depois de ser campeão olímpico, e o bronze para o alemão Matthias Volz. A disputa das argolas foi uma das poucas em que os alemães não conquistaram na Olimpíada de Berlim-1936. Em 1948 a disputa foi vencida pelo suíço Karl Frei, seguido por seu compatriota Michael Reusch. Zdenek Ruzicka conquistou a medalha de bronze para a Tchecoslováquia.
Soviéticos no comando
Primeira edição disputada pela União Soviética, a Olimpíada de Helsinque 1952 teve campeão soviético nas argolas. O primeiro ouro veio justamente em 1952 com Hrant Shahinyan e ainda teve o pódio completo com a prata para Viktor Chukarin e o bronze para Dmitri Lonkin, este empatado com Hans Eugster da Suíça. A segunda medalha de ouro foi conquistada quatro anos depois em Melbourne com Albert Azaryan. Na edição seguinte de Roma-1960 o ginasta voltou a subir no lugar mais alto do pódio, se tornando o primeiro bicampeão das argolas.
A vez do Japão
Após o domínio soviético foi a vez do Japão se tornar o soberano da modalidade da ginástica artística pelas três edições seguintes. O primeiro ouro do país veio das mãos de Takuji Hayata, que venceu a competição disputada em solo japonês na cidade de Tóquio em 1964. A medalha de prata ficou com Franco Menichelli da Itália e o bronze com Boris Shakhlin da União Soviética.
Na Cidade do México-1968 foi a vez de Akinori Nakayama subir no ponto mais alto do pódio, superando o soviético Mikhail Varonin. O bronze ficou com Sawao Kato, também do Japão. Quatro anos depois as posições do ouro e da prata se repetiam em Munique e assim Akinori Nakayama se sagrava bicampeão da prova de argolas e o Japão igualava a União Soviética em número de conquistas. Voronin subiu novamente no segundo lugar do pódio, que foi completado por um outro japonês, o mítico Mitsuo Tsukahara.
A União Soviética emplacaria mais uma sequência de dois títulos nas edições seguintes. Primeiro com Nikolai Andrianov nos Jogos de Montreal-1976, quando o ginasta bateu o seu compatriota Alexander Dityatin por apenas um décimo. O bronze ficou com o romeno Danut Grecu.
Já nas Olimpíadas de Moscou-1980 o ouro ficou com Alexader Dityatin, prata quatro anos antes. E assim como Dityatin perdeu a medalha de ouro em Montreal por apenas um décimo, em Moscou ele venceu também por apenas um décimo o seu compatriota Aleksadr Tkachev. O bronze ficou com Jiri Tabak, da Tchecoslováquia.
Título dividido
A edição de Los Angeles-1984 trouxe o primeiro título dividido da história nas argolas. Koji Gushiken do Japão e Li Ning da China dividiram o topo do pódio ao empatar com uma nota de 19.850. Os dois ginastas foram os principais nomes da ginástica artística masculina daquela edição ao lado do estadunidense Bart Conner. Mitch Gaylord completou o pódio com o bronze.
Em Seul-1988 o fato voltou a se repetir e as argolas tiveram pela segunda vez dois campeões. Na edição que acabou marcando a despedida da união Soviética das Olimpíadas o país acabou conquistando o ouro nas argolas com Dmitry Bilozerchev empatado com Holger Behrendt, da Alemanha Oriental. O bronze foi de Sven Tippelt, também da Alemanha Oriental.
Maior nome da edição disputada em Barcelona-1992 o atleta de origem bielorrussa Vitaly Scherbo conquistou uma de suas seis medalhas de ouro daquela edição nas argolas. Competindo sob a bandeira do COI e representando a Equipe Unificada, uma vez que a União Soviética acabara de ser dissolvida, Scherbo bateu na final o chinês Li Jing e o alemão Andreas Wecker.
O retorno da Itália
Após 72 anos da conquista da medalha de ouro de Francesco Martino a Itália voltava a conquistar o posto de melhor país nas argolas. Jury Chechi chegou a Atlanta-1996 como grande favorito ao ouro e não decepcionou. Campeão mundial por cinco anos consecutivos no aparelho o italiano venceu a disputa ao alcançar a nota de 9.887 contra 9.812 de Szilveszter Csollány, da Hungria, e de Dan Burinca, da Romênia, que empataram com a medalha de prata.
Quatro anos depois o húngaro Szilveszter Csollány conseguiu melhorar o seu desempenho e se sagrou campeão olímpico nos jogos de Sidney-2000. A prata ficou com Dimosthenis Tampakos da Grécia e o bronze com Yordan Yovtchev, da Búlgaria. Na edição seguinte o movimento se repetiu novamente e quem havia ganhado a prata conquistou o ouro.
Voltando pra Grécia
Tampakos da Grécia subiu no lugar mais alto do pódio em Atenas-2004, deixando Yordan Yovchev com a prata e Jury Chechi com o bronze. É interessante notar que as duas vezes em que a Grécia recebeu o evento, o ouro nas argolas foi conquistado pelos donos da casa.
A China conquistou o seu segundo ouro olímpico com Chen Yibing nos Jogos de Pequim-2008. Competindo no próprio país, o chinês apelidado de “O senhor dos anéis” por ter vencido todos os mundiais e ter dominado o ciclo na prova das argolas confirmou o seu favoritismo e conquistou o ouro batendo na final o seu compatriota Yang Wei. O bronze ficou com o ucraniano Oleksandr Vorobiov.
Brasil no pódio
Na Olimpíada de Londres-2012, veio o resultado histórico para a ginástica artística masculina do Brasil, com o primeiro pódio do país na competição, graças ao ouro de Arthur Zanetti. Em seguida, ouro para o grego Eleftherius Petrounias, da Grécia, na Rio-2016. Campeão mundial no ano anterior o grego chegou ao Rio de Janeiro como favorito e venceu a prova, com Zanetti levando a prata. Em Tóquio-2020, a China conseguiu uma dobradinha com ouro para Liu Yang e prata para You Hao. Petrounias voltou ao pódio levando o bronze.
Todos os medalhistas das argolas nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze | |||
Atenas 1896 | Ioannis Mitropoulos | GRE | Hermann Weingärtner | GER | Petros Persakis | GRE |
St. Louis 1904 | Herman Glass | USA | William Merz | USA | Emil Voigt | USA |
Paris 1924 | Francesco Martino | ITA | Robert Pražák | TCH | Ladislav Vácha | TCH |
Amsterdã 1928 | Leon Štukelj | YUG | Ladislav Vácha | TCH | Emanuel Löffler | TCH |
Los Angeles 1932 | George Gulack | USA | Tom Denton | USA | Giovanni Lattuada | ITA |
Berlim 1936 | Alois Hudec | TCH | Leon Štukelj | YUG | Matthias Volz | GER |
Londres 1948 | Karl Frei | SUI | Michael Reusch | SUI | Zdeněk Růžička | TCH |
Helsinque 1952 | Hrant Shahinyan | URS | Viktor Chukarin | URS | Hans Eugster Dmytro Leonkin | SUI URS |
Melbourne 1956 | Albert Azaryan | URS | Valentin Muratov | URS | Masao Takemoto Masami Kubota | JPN JPN |
Roma 1960 | Albert Azaryan | URS | Borys Shakhlin | URS | Velik Kapsazov Takashi Ono | BUL JPN |
Tóquio 1964 | Takuji Hayata | JPN | Franco Menichelli | ITA | Borys Shakhlin | URS |
Cidade do México 1968 | Akinori Nakayama | JPN | Mikhail Voronin | URS | Sawao Kato | JPN |
Munique 1972 | Akinori Nakayama | JPN | Mikhail Voronin | URS | Mitsuo Tsukahara | JPN |
Montreal 1976 | Nikolay Andrianov | URS | Aleksandr Dityatin | URS | Dan Grecu | ROU |
Moscou 1980 | Aleksandr Dityatin | URS | Aleksandr Tkachov | URS | Jiří Tabák | TCH |
Los Angeles 1984 | Koji Gushiken Li Ning | JPN CHN | — | — | Mitch Gaylord | USA |
Seul 1988 | Holger Behrendt Dmitry Bilozerchev | GDR URS | — | — | Sven Tippelt | GDR |
Barcelona 1992 | Vitali Shcherbo | EUN | Li Jing | CHN | Li Xiaoshuang Andreas Wecker | CHN GER |
Atlanta 1996 | Jury Chechi | ITA | Szilveszter Csollány Dan Burincă | HUN ROU | — | — |
Sydney 2000 | Szilveszter Csollány | HUN | Dimosthenis Tambakos | GRE | Yordan Yovchev | BUL |
Atenas 2004 | Dimosthenis Tambakos | GRE | Yordan Yovchev | BUL | Jury Chechi | ITA |
Pequim 2008 | Chen Yibing | CHN | Yang Wei | CHN | Oleksandr Vorobiov | UKR |
Londres 2012 | Arthur Zanetti | BRA | Chen Yibing | CHN | Matteo Morandi | ITA |
Rio 2016 | Eleftherios Petrounias | GRE | Arthur Zanetti | BRA | Denis Ablyazin | RUS |
Tóquio 2020 | Liu Yang | CHN | You Hao | CHN | Eleftherios Petrounias | GRE |
Medalhas nas argolas por países nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
União Soviética | 6 | 7 | 2 | 15 |
Japão | 4 | 0 | 5 | 9 |
China | 3 | 4 | 2 | 8 |
Grécia | 3 | 1 | 2 | 6 |
Estados Unidos | 2 | 2 | 2 | 6 |
Itália | 2 | 1 | 3 | 6 |
Tchecoslováquia | 1 | 2 | 4 | 7 |
Suíça | 1 | 1 | 1 | 3 |
Brasil | 1 | 1 | 0 | 2 |
Hungria | 1 | 1 | 0 | 2 |
Iugoslávia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 1 | 2 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Bulgária | 0 | 1 | 2 | 3 |
Alemanha | 0 | 1 | 2 | 3 |
Romênia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |