Ginástica artística
Ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Provas com brasileiros
Equipe feminina | Individual geral feminino | Salto feminino |
Barras assimétricas | Trave | Solo feminino |
Individual geral masculino | Solo masculino | Cavalo com alças |
Argolas | Salto masculino | Barras paralelas |
Barra Fixa |
Calendário da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
A ginástica artística tem tudo para ser o carro chefe do Brasil nos Jogos Olímpicos Paris-2024. Um dos principais nomes da modalidade atualmente, Rebeca Andrade conquistou cinco medalhas no Mundial de 2023 e tem tudo para ganhar mais de uma medalha novamente na capital francesa. Ela é favorita ao pódio no individual geral, salto e solo e também tem séries fortes na trave e nas barras assimétricas, podendo brigar por medalha nas duas provas também.
+SIGA O CANAL DO OLIMPÍADA TODO DIA NO WHATSAPP
Além de Rebeca Andrade, a equipe do Brasil irá contar com Jade Barbosa, Julia Soares, Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva. O quinteto brasileiro ficou em segundo lugar na final por equipes no Mundial do ano passado e tem tudo para repetir o resultado em Paris, brigando com países como Estados Unidos, China, Itália e França. Flávia também tem chances de medalhas na trave e no solo. Ela foi finalista na trave nas últimas duas Olimpíadas e bronze no solo no Mundial de 2023.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
No masculino, após duas edições levando equipe completa, o Brasil terá apenas dois ginastas em Paris-2024: Diogo Soares e Arthur Nory. Décimo colocado no último Mundial, Diogo tem como meta repetir o top-10 no individual geral em Paris e quem sabe sonhar com um top-5. Já Arthur Nory, foi campeão mundial da barra fixa em 2019 e bronze no Mundial de 2022. Ele tem condições de ir ao pódio na prova, mas não é um dos principais favoritos.
Locais de competição
Arena Paris-Bercy
- Capacidade: 15.000 espectadores
- Esportes: Ginástica artística, ginástica de trampolim e fases finais do basquete
O Brasil na ginástica artística dos Jogos Olímpicos
Medalha | Atleta | Olimpíada | Prova | Data |
---|---|---|---|---|
Ouro | Arthur Zanetti | Londres 2012 | Argolas | 6 de agosto de 2012 |
Prata | Diego Hipólito | Rio de Janeiro 2016 | Solo masculino | 14 de agosto de 2016 |
Prata | Arthur Zanetti | Rio de Janeiro 2016 | Argolas | 15 de agosto de 2016 |
Bronze | Arthur Nory | Rio de Janeiro 2016 | Solo masculino | 14 de agosto de 2016 |
Ouro | Rebeca Andrade | Tóquio 2020 | Salto feminino | 1 de agosto de 2021 |
Prata | Rebeca Andrade | Tóquio 2020 | Individual geral feminino | 29 de julho de 2021 |
A história da ginástica artística do Brasil nos Jogos Olímpicos tem início em Moscou 1980. Na edição marcada pelo boicote de países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, por ser realizada por um país socialista, Cláudia Magalhães e João Luiz Ribeiro foram os responsáveis por colocar a bandeira do país pela primeira vez em um estádio olímpico da ginástica. Cláudia foi a 32ª colocada no individual geral e João apenas o 64º na versão masculina da disputa.
Nas edições seguintes o Brasil seguiu sendo representado. Nosso principal nome na época era Luisa Parente, que ganhou os primeiros ouros brasileiros em Jogos Pan-Americanos e competiu em Seul-1988 e Barcelona-1992. Destaque também para Tatiana Figueiredo que foi nossa primeira finalista olímpica da ginástica artística, ficando em 27º lugar em 1984.
O grande salto da ginástica artística brasileira veio nos anos 2000, com as primeiras medalhas em Campeonatos Mundiais do país com os irmãos Daniele e Diego Hypólito e com Daiane dos Santos. Em 2004, o Brasil pela primeira vez participou da competição por equipes ficando em nono lugar. Já Daiane dos Santos chegou brigando pelo ouro no solo, mas terminou em quinto lugar, com uma sexta posição na Olimpíada seguinte em Pequim.
As primeiras medalhas
Os primeiros pódios do Brasil na ginástica artística em Jogos Olímpicos vieram com os homens. Em Londres-2012, Arthur Zanetti foi espetacular na final das argolas para levar o ouro e se tornar o primeiro medalhista olímpico brasileiro na ginástica. Ele ainda levaria uma prata na Rio-2016.
Diego Hypólito teve uma longa caminhada para chegar ao pódio. Ele chegou como favorito ao ouro em Pequim-2008 e Londres-2012 no solo, mas quedas durante suas apresentações o deixaram longe da medalha. Mas ela veio em grande estilo diante da torcida brasileira. Como o próprio ginasta disse “Em Pequim caí de bunda. Em Londres caí de cara. Mas no Rio caí em pé” e foi assim que Diego garantiu a prata no solo no Rio de Janeiro. E ela ainda veio com uma dobradinha, com Arthur Nory levando o bronze na prova e subindo ao pódio ao lado de Hypólito.
O Baile de Rebeca
Após perder algumas chances de pódio com Daiane dos Santos, Jade Barbosa e Flávia Saraiva, as primeiras medalhas femininas do Brasil na ginástica artística vieram em Tóquio-2020 com Rebeca Andrade. Desde as categorias de base, a ginasta já era considerada um grande destaque com potencial de medalha olímpica. Mas várias lesões atrasaram sua chegada ao pódio. Mas na capital japonesa, Rebeca Andrade foi o principal nome do Time Brasil. Ela iniciou sua campanha com uma prata no individual geral, a prova mais nobre da modalidade. E na sequência, Rebeca ganhou o ouro no salto para fechar sua campanha com duas medalhas.
Grandes nomes da ginástica artística nos Jogos Olímpicos
A ginástica artística está presente no programa dos Jogos Olímpicos desde a primeira edição em Atenas-1896. Inicialmente, a modalidade era restrita apenas para homens, com as mulheres entrando no programa olímpico em 1928. Com um domínio da modalidade por mais de três décadas, a União Soviética é a maior medalhista olímpica da história da ginástica artística com 72 ouros, 67 pratas, 43 bronzes e 182 medalhas no total.
Domínio soviético
Entre 1952 e 1988, o país extinto dominou a ginástica nos Jogos Olímpicos. O grande destaque é Larissa Latynina, que com nove ouros, cinco pratas e quatro bronzes ganhou 18 medalhas olímpicas na carreira em Melbourne-1956, Roma-1960 e Tóquio-1964. Até 2012, Latynina era a maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos, quando foi superada pelo nadador norte-americano Michael Phelps.
Na competição feminina, a União Soviética venceu todas as finais por equipes que disputou nos Jogos Olímpicos. Após a aposentadoria de Latynina, a geração dos anos 1970 teve vários nomes de destaque como Ludmilla Tourischeva, Nellie Kim e Olga Korbut. Já na década seguinte, destaque para o time que levou o último título por equipes das soviéticas que tinha Yelena Shushunova e Svetlana Boginskaya.
No masculino, a União Soviética não teve o mesmo nível de domínio tendo uma forte disputa com o Japão. O primeiro astro da ginástica artística soviética foi Viktor Chukarin que ganhou onze medalhas nos Jogos de 1952 e 1956. Já o maior medalhista olímpico do país entre os homens foi Nikolai Andrianov que entre 1972 e 1980 ganhou 15 medalhas, sendo sete douradas.
Após a dissolução da União Soviética, a Rússia carregou a tradição do país. Entre 1996 e 2004, Svetlana Khorkhina, no feminino, e Alexei Nemov, no masculino foram os destaques do país. Na última década, destaque para Aliya Mustafina, que foi campeã olímpica das barras assimétricas em Londres-2012 e na Rio-2016. Já em Tóquio-2020, o país voltou a fazer a dobradinha, levando o ouro por equipes nos dois naipes. Mas com a punição do COI à Rússia, o país não irá defender o título em Paris.
Destaques asiáticos
O Japão tem ao todo 103 medalhas na ginástica artística, sendo 101 no masculino. Ao todo, o país conquistou sete vezes o título por equipes da ginástica artística masculina. O primeiro ouro veio em Roma-1960 em um grupo que contava com Takashi Ono, maior medalhista olímpico do país na modalidade com 15 pódios. Entre os anos 1960 e 1970, o Japão seguiu dominante na modalidade, com nomes que foram eternizados na ginástica, através de atletas que viram os seus nomes pararem em elementos comuns do esporte como Yukio Endo, Mitsuo Tsukahara e Shigeru Kasamatsu.
Neste século, a grande estrela da ginástica japonesa foi Kohei Uchimura. Ele foi hexacampeão mundial do individual geral e ganhou a prova mais tradicional da ginástica artística em 2012 e 2016. Quem tenta manter o seu legado é Hashimoto Daiki, que foi campeão do geral em Tóquio-2020 e será um dos candidatos ao título em Paris.
A China começou a se destacar na ginástica artística a partir dos anos 80, tendo 69 medalhas na modalidade. Em Los Angeles-1984, Li Ning foi o grande nome do país, levando seis medalhas, com direito a três ouros. Em 2008, Li Ning foi escolhido para acender a pira olímpica na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
E na Olimpíada em casa, a China fez bonito. No masculino, foram sete de oito ouros possíveis com destaque para Yang Wei vencendo o individual geral e Zou Kai levando o ouro no solo e na barra fixa. Já o time feminino, comandado por Cheng Fei e He Kexin, derrotou os Estados Unidos para levar o único título olímpico por equipes da China até hoje.
Brilho romeno
Não tem como falar da história da ginástica artística em Jogos Olímpicos sem mencionar Nadia Comaneci. Grande estrela dos Jogos Olímpicos de Montreal-1976, a atleta ganhou o primeiro 10 da história da ginástica artística feminina em Olimpíadas. Em um momento icônico, o placar eletrônico não estava preparado para exibir a nota dez e mostrou 1.00, causando uma confusão à princípio para o público presente.
Nadia Comaneci foi o grande estopim para uma série de gerações vitoriosas da ginástica romena. Nos final dos anos 1980, o time que tinha Daniela Silivas, Aurelia Dobre e cia. deu trabalho para as soviéticas nos Jogos de Seul-1988, com Silivas ganhando três ouros. E em Sydney-2000, o país ganhou o seu primeiro título por equipes em Olimpíadas.
Nos anos 2000, a Romênia seguiu forte com Catalina Ponor sendo uma das estrelas de Atenas-2004 e Sandra Isabza levando os últimos ouros do país em 2008 e 2012. Mas após ciclos olímpicos contubados, o time romeno ficou de fora das últimas duas edições, retornando agora em Paris-2024.
As Yankees
Os Estados Unidos têm 39 ouros e 102 pódios no total na ginástica artística. O país ganhou os seus primeiros ouros quando sediou os Jogos em 1904. Mas o boom da ginástica estadunidense veio em Los Angeles-1984, quando o país aproveitou o boicote soviético para liderar o quadro de medalhas da modalidade.
Desde então, os Estados Unidos sempre foram ao pódio na ginástica. Um dos principais momentos do país foi o ouro na competição feminina por equipes em Atlanta-1996, com a cena marcante de Kerri Strug saltando mesmo com uma lesão no tornozelo para ajudar a equipe a assegurar o ouro.
Desde 2004, os Estados Unidos tem dominado a disputa do individual geral feminino. Destaque para Gabby Douglas, que em 2012 se tornou a primeira mulher negra campeã olímpica da prova, e Simone Biles, ouro na Rio-2016 e considerada a melhor ginasta de todos os tempos e que irá competir em Paris.
Quadro de medalhas da ginástica artística nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | União Soviética | 72 | 67 | 43 | 182 |
2 | Estados Unidos | 39 | 44 | 37 | 120 |
3 | Japão | 33 | 34 | 36 | 103 |
4 | China | 29 | 21 | 19 | 69 |
5 | Romênia | 25 | 20 | 26 | 71 |
6 | Suíça | 16 | 19 | 14 | 49 |
7 | Hungria | 15 | 11 | 14 | 40 |
8 | Itália | 14 | 6 | 9 | 29 |
9 | Alemanha | 13 | 12 | 13 | 38 |
10 | TChecoslováquia | 12 | 13 | 10 | 35 |
11 | Rússia | 10 | 15 | 19 | 44 |
12 | Equipa Unificada | 9 | 5 | 4 | 18 |
13 | Finlândia | 8 | 5 | 12 | 25 |
14 | Alemanha Oriental | 6 | 13 | 17 | 36 |
15 | Ucrânia | 5 | 3 | 4 | 12 |
16 | Grécia | 5 | 3 | 3 | 11 |
17 | Iugoslávia | 5 | 2 | 4 | 11 |
18 | Suécia | 5 | 2 | 1 | 8 |
19 | França | 3 | 10 | 9 | 22 |
20 | Grã-Bretanha | 3 | 3 | 10 | 16 |
21 | Coreia do Norte | 3 | 0 | 0 | 3 |
Países Baixos | 3 | 0 | 0 | 3 | |
23 | Coreia do Sul | 2 | 4 | 5 | 11 |
24 | Brasil | 2 | 3 | 1 | 6 |
25 | Bulgária | 2 | 2 | 6 | 10 |
26 | ROC | 2 | 2 | 4 | 8 |
27 | Espanha | 2 | 2 | 1 | 5 |
28 | Dinamarca | 1 | 2 | 1 | 4 |
Noruega | 1 | 2 | 1 | 4 | |
30 | Polônia | 1 | 1 | 2 | 4 |
31 | Bélgica | 1 | 1 | 1 | 3 |
Equipe Alemã Unida | 1 | 1 | 1 | 3 | |
33 | Letônia | 1 | 1 | 0 | 2 |
34 | Canadá | 1 | 0 | 0 | 1 |
Israel | 1 | 0 | 0 | 1 | |
36 | Croácia | 0 | 2 | 0 | 2 |
37 | Taipé Chinesa | 0 | 1 | 0 | 1 |
38 | Bielorrússia | 0 | 0 | 4 | 4 |
39 | Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Armênia | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Turquia | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Uzbequistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
O esporte
A ginástica artística é considerada uma das formas mais antigas de práticas físicas, além de ser uma forma de se exercitar na busca pela definição do corpo. Os primeiros relatos da ginástica remontam ao Egito Antigo, passando pela Grécia, até chegar a forma sistematizada como a conhecemos hoje, no século XIX. Em 1811 o alemão Ludwig Christoph Jahn criou os aparelhos cavalo com alças, barras paralelas, barra fixa, trave e o salto sobre o cavalo. Ao contrário do que se possa pensar, o objetivo não era a prática de esportes de forma competitiva, mas sim como uma forma de treinamento militar para o exército alemão combater o exército de Napoleão Bonaparte. Da Alemanha, a ginástica se espalhou pelo continente europeu e posteriormente por outros continentes. Foi ganhando os contornos artísticos até se tornar o que conhecemos hoje como ginástica artística.
A ginástica artística é um dos esportes mais antigos no cronograma olímpico e está presente desde os primeiros jogos da Era Moderna, em Atenas 1896. Somente atletismo, natação e esgrima estiveram na primeira edição do evento ao lado da ginástica e ainda estão presentes atualmente. Primeiramente disputada apenas por homens, a ginástica passou a contar com a disputa feminina a partir de Amsterdã em 1928 com a prova por equipes. Ao longo dos anos o programa olímpico da ginástica artística sofreu diversas alterações com a entrada e a saída de várias provas. Já estiveram no programa provas como o salto lateral, o tumbling, as disputas por equipes em cada aparelho, dança com maças e maça indiana, dentre outras.
Provas atuais
Atualmente as provas masculinas são divididas em equipes, individual geral, solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas e barra fixa. No feminino a divisão é por equipes, individual geral, salto sobre a mesa, barras assimétricas, trave e solo. Assim são distribuídas 14 medalhas de ouro, 14 de prata e 14 de bronze, totalizando 42 medalhas.