Resistência masculina
Resistência masculina – Ciclismo estrada – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Após estar ausente dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o Brasil terá um representante na resistência masculina em Paris-2024. Natural de Cabo Frio, Vinícius Rangel competirá pelo país no evento multiesportivo pela primeira vez, aos 23 anos. Ciclista da equipe espanhola Movistar Team, ele foi medalhista de bronze no Pan-Americano Júnior de 2019 e nono colocado no Mundial Sub-23 de 2021. Com ainda uma carreira curta na Europa, Vinícius chegará na França sem chance de brigar por medalha.
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Os favoritos
Olhando para os candidatos ao título dos Jogos de Paris-2024, o maior favorito a levar o ouro é o esloveno Tadej Pogačar. Dono de dois títulos gerais do Tour de France em 2020 e 2021, ele foi medalhista de bronze em Tóquio-2020 e no Mundial da modalidade no ano passado. Na atual temporada, Pogačar se sagrou campeão do Giro d’Italia, vencendo todas as seis etapas e a classificação na montanha. Destaque também para o belga Wout van Aert, prata na última Olimpíada, e o holandês Mathieu van der Poel, atual campeão mundial.
Brasil na resistência masculina do ciclismo estrada nos Jogos Olímpicos
Das 21 edições disputadas da corrida de estrada, o Brasil esteve presente em 10. O catarinense Murilo Fischer foi quem mais vezes disputou a prova, representando o Brasil em cinco edições seguidas. E foi também de Murilo o melhor resultado do Brasil na prova masculina, o 19º lugar em Pequim-2008.
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A primeira participação brasileira aconteceu em 1936, justamente no ano em que a prova voltava ao programa olímpico, na cidade de Berlim. O país contou com três ciclistas: Dertônio Ferrer, José Magnani e Hermógenes Netto. Não se sabe ao certo, entretanto, a posição exata dos brasileiros, apenas que eles terminaram a prova entre o 39º e o 49º lugar.
O Brasil voltou aos Jogos Olímpicos apenas em Munique-1972 com Luiz Carlos Flores e Miguel Silva Júnior. Os dois brasileiros acabaram não completando a prova e terminaram sem colocação. Oito anos depois, em Moscou-1980, o país voltou a classificar ciclistas para a prova de resistência e assim como em 1936, foram três os representantes. Entretanto, os resultados alcançados foram os mesmos de Munique-1972, com José Carlos de Lima, Fernando Louro e Davis Pereira não completando a prova e terminando sem posição definida.
Edições mais recentes
Após ficar ausente de Los Angeles-1984, o Brasil voltou a classificar três ciclistas para a Olimpíada de Seul-1988. Destaque maior para Cássio Freitas, o mineiro de Belo Horizonte terminou a disputa na 20ª colocação, a melhor do Brasil até aquele momento. O goiano Wanderley Magalhães Azevedo chegou na 63ª posição, enquanto o paranaense Marcos Mazzaron terminou na 65ª colocação.
Quatro anos depois, em Barcelona-1992, novamente contamos com três ciclistas classificados. O goiano Wanderley Magalhães Azevedo participava de sua segunda edição consecutiva, desta vez terminando na 28ª colocação. Já Hernandes Quadris e Tony Azevedo não completaram a prova.
A Olimpíada de Atlanta-1996 foi marcada como a de maior número de ciclistas do Brasil na prova de estrada. No total foram quatro atletas representando o país, com a melhor colocação sendo alcançada pelo paranaense Mauro Ribeiro, o 91º lugar. Hernandes Quadri, Márcio May, Daniel Rogelim e Jamil Suaiden não finalizaram a prova. Murilo Fischer iniciou sua campanha nos Jogos Olímpicos com uma 89ª posição em Sydney-2000. Na sequência, ele foi 62º em Atenas-2004 e 19º em Pequim, a melhor posição de um brasileiro na história da prova de resistência masculina. Murilo ainda esteve presente nas edições de Londres e Rio.
Histórico
A prova de resistência da corrida de estrada foi disputada pela primeira vez logo na edição inaugural dos Jogos Olímpicos, em Atenas-1896. Depois, o evento saiu do programa olímpico e só retornou em 1936, na Olimpíada de Berlim. Desde então, a disputa de estrada não saiu mais do evento, tendo sido disputadas em 21 edições.
A Itália detém o maior número de vitórias em olimpíadas, tendo conquistado cinco medalhas de ouro. Bélgica, França e União Soviética aparecem em seguida, com dois títulos cada. Outros 10 países conquistaram a medalha de ouro da prova, totalizando 14 países campeões olímpicos.
Sequência de campeões
O primeiro campeão olímpico da corrida de estrada foi o grego Aristidis Konstantinidis. Competindo em casa na cidade de Atenas, em 1896, Aristidis venceu o alemão August von Godrich por cerca de dois minutos para conquistar o primeiro ouro olímpico do ciclismo de estrada. País de grande tradição, a Bélgica conquistou sua primeira medalha de ouro com André Noyelle em Helsinque-1952. Ele venceu o seu compatriota Robert Grondelaers por cerca de 50 segundos.
O primeiro título olímpico da Itália veio com Ercole Baldini em Melbourne-1956. Campeão mundial e do Giro d’Itália, Ercole venceu a disputa com quase dois minutos de vantagem em relação ao segundo colocado. A Alemanha viria a conquistar o seu título olímpico com um dos maiores ciclistas de sua história, Jan Ulrich, nas Olimpíadas de Sydney-2000. Campeão do Tour de France em 1997 e vice-campeão por outras sete vezes, Jan se viu envolvido em denúncias de doping em 2006, sendo impedido de disputar o Tour de France daquele ano. Aposentado em 2007, o ciclista admitiu que fez uso de doping em sua carreira apenas em 2013, sendo condenado pelo Tribunal Arbitral do Esporte a ter todos os seus resultados a partir de 2005 retirados.
Nos Jogos do Rio-2016, o campeão foi o belga Greg Van Avermaet. A Bélgica, grande força do ciclismo de estrada sobretudo nas primeiras edições realizadas, voltou a vencer a prova mais de 60 anos depois do título de André Noyelle, em Helsinque-1952. Em Tóquio-2020, o equatoriano Richard Carapaz fez história e se tornou o primeiro atleta latino-americano a subir no lugar mais alto do pódio na disputa de resistência.
Todos os medalhistas
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Atenas-1896 | Aristidis Konstantinidis (GRE) | Anton Gödrich (ALE) | Edward Battel (GBR) |
Berlim-1936 | Robert Charpentier (FRA) | Guy Lapébie (FRA) | Ernst Nievergelt (SUI) |
Londres-1948 | José Beyaert (FRA) | Gerrit Voorting (HOL) | Lode Wouters (BEL) |
Helsinque-1952 | André Noyelle (BEL) | Robert Grondelaers (BEL) | Edi Ziegler (ALE) |
Melbourne-1956 | Ercole Baldini (ITA) | Arnaud Geyre (FRA) | Alan Jackson (GBR) |
Roma-1960 | Viktor Kapitonov (URS) | Livio Trapè (ITA) | Willy Vanden Berghen (BEL) |
Tóquio-1964 | Mario Zanin (ITA) | Kjell Rodian (DIN) | Walter Godefroot (BEL) |
Cidade do México-1968 | Pierfranco Vianelli (ITA) | Leif Mortensen (DIN) | Gösta Pettersson (SUE) |
Munique-1972 | Hennie Kuiper (HOL) | Clyde Sefton (AUS) | — |
Montreal-1976 | Bernt Johansson (SUE) | Giuseppe Martinelli (ITA) | Mieczysław Nowicki (POL) |
Moscou-1980 | Sergey Sukhoruchenkov (URS) | Czesław Lang (POL) | Yury Barinov (URS) |
Los Angeles-1984 | Alexi Grewal (EUA) | Steve Bauer (CAN) | Dag Otto Lauritzen |
Seul-1988 | Olaf Ludwig (GDR) | Bernd Gröne (FRG) | Christian Henn (FRG) |
Barcelona-1992 | Fabio Casartelli (ITA) | Erik Dekker (HOL) | Dainis Ozols (LET) |
Atlanta-1996 | Pascal Richard (SUI) | Rolf Sørensen (DIN) | Max Sciandri (GBR) |
Sydney-2000 | Jan Ullrich (ALE) | Aleksandr Vinokurov (CAZ) | Andreas Klöden (ALE) |
Atenas-2004 | Paolo Bettini (ITA) | Sérgio Paulinho (POR) | Axel Merckx (BEL) |
Pequim-2008 | Samuel Sánchez (ESP) | Fabian Cancellara (SUI) | Aleksandr Kolobnev (RUS) |
Londres-2012 | Aleksandr Vinokurov (CAZ) | Rigoberto Urán (COL) | Alexander Kristoff (NOR) |
Rio-2016 | Greg Van Avermaet (BEL) | Jakob Fuglsang (DIN) | Rafał Majka (POL) |
Tóquio-2020 | Richard Carapaz (EQU) | Wout van Aert (BEL) | Tadej Pogačar (ESL) |
Quadro de medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 5 | 2 | 0 | 7 |
Bélgica | 2 | 2 | 4 | 8 |
França | 2 | 2 | 0 | 4 |
União Soviética | 2 | 0 | 1 | 3 |
Holanda | 1 | 2 | 0 | 3 |
Alemanha | 1 | 1 | 2 | 4 |
Suíça | 1 | 1 | 1 | 3 |
Cazaquistão | 1 | 1 | 0 | 2 |
Suécia | 1 | 0 | 1 | 2 |
Estados Unidos | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Espanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
Equador | 1 | 0 | 0 | 1 |
Dinamarca | 0 | 4 | 0 | 4 |
Polônia | 0 | 1 | 2 | 3 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 1 | 2 |
Austrália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 1 | 0 | 1 |
Colômbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Portugal | 0 | 1 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 3 | 3 |
Noruega | 0 | 0 | 2 | 2 |
Letônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Eslovênia | 0 | 0 | 1 | 1 |