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Resistência feminina

Tota Magalhães durante disputa do Mundial de Ciclismo estrada
Tota Magalhães, ciclista brasileira que estará na prova de resistência feminina dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (Reprodução/Instagram/@totamagalhaes)

AGENDA DO BRASIL

Chances do Brasil

Depois da ausência nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o Brasil volta a ter representantes no ciclismo estrada em Paris-2024. Aos 23 anos, Ana Vitória Magalhães, mais conhecida como Tota, será a atleta do país na prova de resistência. No ano passado, ela terminou na quarta colocação dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 e no quinto lugar do Pan-Americano da modalidade, além de ter sido campeã nacional na disputa feminina. Evoluindo a cada ano na Europa, onde compete pelo time italiano BePink, Tota estará longe da briga por medalhas na França, mas poderá ganhar experiência para a edição de Los Angeles-2028.

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As favoritas

Lotte Kopecky, atleta da Bélgica candidata ao ouro no ciclismo de estrada dos Jogos Olímpico de Paris-2024 (Foto: UCI)

Como já é de costume, as ciclistas da Europa devem dominar as primeiras posições da prova de resistência feminina em Paris-2024. A belga Lotte Kopecky chega na capital francesa como uma das principais favoritas ao título do evento. Ela é atual campeã mundial da modalidade e medalhista de bronze no último Campeonato Europeu. Além disso, finalizou na segunda colocação do Tour de France de 2023 e no Giro D’Italia deste ano, principais competições da temporada entre as mulheres.

Outra candidata ao lugar mais alto do pódio é a holandesa Demi Vollering, de 27 anos de idade. Medalhista de prata no Mundial do ano passado, ela terminou como a melhor ciclista do Tour de France do ano passado e da Volta Feminina da Espanha, em 2024. Destaque também para a dinamarquesa Cecilie Uttrup Ludwig (bronze no Mundial), a polonesa Katarzyna Niewiadoma (dona de quatro pódios em Campeonatos Europeus da modalidade) e a holandesa Annemiek van Vleuten (segunda colocada no Jogos de Tóquio-2020).

Brasil na resistência feminina do ciclismo estrada nos Jogos Olímpicos

Ao longo de 10 edições da prova feminina em Olimpíadas, o Brasil conseguiu enviar atletas para seis delas. A família Fernandes, de grande força no ciclismo feminino do Brasil, é responsável pela maioria das classificações, embora seja de Flávia de Oliveira a melhor colocação do país na prova: o sétimo lugar na Rio-2016. Ao todo foram cinco mulheres que representaram o Brasil nessa prova nos Jogos Olímpicos, que não contou com representantes na edição de Tóquio.

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A primeira participação do Brasil na prova de resistência entre as mulheres aconteceu na edição de Barcelona-1992. A mineira Cláudia Carceroni se classificou para a edição dos Jogos Olímpicos da capital da Catalunha, onde terminou na 48ª colocação. Natural de Belo Horizonte, Cláudia Carceroni voltou a disputar a olimpíada oito anos depois, agora em Sydney-2000, terminando agora no 44º lugar, melhorando sua posição obtida em 1992.

Naquela mesma edição uma outra ciclista brasileira participou ao lado de Cláudia da prova de resistência. Janildes Fernandes se classificou para sua primeira Olimpíadas em 2000, terminando na 49ª colocação, a última entre aquelas que terminaram a prova. Quatro anos depois, em Atenas-2004, Janildes se classificaria pela segunda vez para uma edição olímpica. A mato-grossense terminou na 53ª posição na prova de Atenas, piorando a sua colocação.

Melhores posições do Brasil

Uma outra representante da família Fernandes foi a responsável por levar a bandeira do Brasil no ciclismo de estrada em Pequim-2008. Clemilda Fernandes, irmã de Janildes, terminou na 51ª colocação. Quatro anos depois, em Londres-2012, as irmãs competiram juntas representando o país na capital britânica. Clemilda acabou na 23ª colocação, até então a melhor posição de uma ciclista brasileira. Enquanto isso, a irmã Janildes, chegou a liderar a disputa em Londres, mas acabou se envolvendo em um acidente, tendo que abandonar a prova. Uma terceira brasileira, Fernanda da Silva, também disputou a prova, mas acabou sendo eliminada após exceder o tempo limite da competição.

Veio na Rio-2016, dentro de casa, a melhor posição do Brasil na prova. Flávia de Oliveira, fluminense de Niterói, competiu a todo o momento nos pelotões de frente e acabou terminando em um ótimo sétimo lugar, o melhor desempenho de um brasileiro no ciclismo de estrada em Jogos Olímpicos, seja homem ou mulher. Clemilda Fernandes, disputando sua terceira olimpíada, acabou sendo eliminada por estourar o tempo da prova.

Histórico

A prova feminina de resistência do ciclismo de estrada estreou nos Jogos Olímpicos apenas na edição de Los Angeles-1984, muito tempo depois da estreia da competição masculina. Em 40 anos de disputa, a Holanda é a principal força olímpica no feminino, tendo conquistado a medalha de ouro em quatro ocasiões.

O primeiro pódio olímpico do ciclismo de estrada feminino teve uma dobradinha dos Estados Unidos nas primeiras posições do pódio. Em Los Angeles-1984 o ouro foi vencido por Connie Carpenter-Phinney, enquanto sua compatriota Rebecca Twigg ficou com a medalha de prata. Curiosamente, a campeã Connie também era patinadora de velocidade, tendo participado dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sapporo, no Japão, em 1972.

Quatro anos depois, em Seul-1988, a Holanda conquistou a sua primeira medalha de ouro na categoria. Monique Knol completou o percurso em pouco mais de duas horas para conquistar o título olímpico. A Alemanha Ocidental voltou a subir ao pódio com a prata de Jutta Niehaus, enquanto Laima Zilporyte, da extinta União Soviética, ficou com o bronze. Já o título olímpico da edição de Barcelona-1992 ficou com a australiana Kathy Watt. A francesa Jeannie Longo conquistou a medalha de prata, a primeira de quatro que viria a conquistar no total. Campeã em 1988 a neerlandesa Monique Krol acabou com a medalha de bronze.

Quatro vezes campeã mundial entre as provas de resistência e contrarrelógio e um dos maiores nomes da modalidade, a holandesa Leontien van Moorsel se tornou campeã olímpica do ciclismo estrada em Sydney-2000. 

Últimas edições

As outras duas medalhas de ouro conquistadas pela Holanda aconteceram em Londres-2012 e Rio-2016. A primeira delas veio através de Marianne Vos, um dos maiores nomes de toda a história do ciclismo de estrada. Somente no ciclismo de estrada, a holandesa soma três medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze em Campeonatos Mundiais. No ciclismo de pista, ela também soma outra medalha de ouro olímpica e mais dois títulos mundiais. 

O bicampeonato olímpico consecutivo da Holanda veio em 2016, no Rio de Janeiro, com Anna van der Breggen. Nome recorrente no topo do pódio dos principais Giros e Voltas do mundo e dona de nove medalhas em campeonatos mundiais, a holandesa deu ao seu país o quarto título olímpico, o que coloca a Holanda como líder isolado na prova. Nos Jogos de Tóquio-2020, a austríaca Anna Kiesenhofer se sagrou campeã e conquistou a primeira medalha da sua nação na história da prova.

Todas as medalhistas

JogosOuroPrataBronze
Los Angeles-1984Connie Carpenter-Phinney (EUA)Rebecca Twigg (EUA)Sandra Schumacher (FRG)
Seul-1988Monique Knol (HOL)Jutta Niehaus (FRG)Laima Zilporytė (URS)
Barcelona-1992Kathy Watt (AUS)Jeannie Longo-Ciprelli (FRA)Monique Knol (HOL)
Atlanta-1996Jeannie Longo-Ciprelli (FRA)Imelda Chiappa (ITA)Clara Hughes (CAN)
Sydney-2000Leontien Zijlaard-van Moorsel (HOL)Hanka Kupfernagel (ALE)Diana Žiliūtė (LIT)
Atenas-2004Sara Carrigan (AUS)Judith Arndt (ALE)Olga Slyusareva (RUS)
Pequim-2008Nicole Cooke (GBR)Emma Johansson (SUE)Tania Guderzo (ITA)
Londres-2012Marianne Vos (HOL)Lizzie Armitstead (GBR)Olga Zabelinskaya (RUS)
Rio-2016Anna van der Breggen (HOL)Emma Johansson (SUE)Elisa Longo Borghini (ITA)
Tóquio-2020Anna Kiesenhofer (AUT)Annemiek van Vleuten (HOL)Elisa Longo Borghini (ITA)

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
Holanda4116
Austrália2002
França1102
Grã-Bretanha1102
Estados Unidos1102
Áustria1001
Alemanha0202
Suécia0202
Itália0134
Alemanha Ocidental0112
Rússia0022
Canadá0011
Lituânia0011
União Soviética0011