Peso pesado masculino (92kg)
Peso pesado masculino 92kg – Boxe – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Keno Marley Machado vai representar o Brasil no peso pesado 92kg dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Com apenas 23 anos de idade, o boxeador baiano vai para sua segunda Olimpíada da carreira. Entretanto, na edição de Tóquio-2020, ele competiu na categoria meio-pesado 82kg. Ele ficou a uma vitória da medalha na capital japonesa após perder nas quartas de final para o britânico Benjamin Whittaker por decisão dividida. Naquele mesmo ano, Keno conquistou o vice-campeonato mundial dos meio-pesados.
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Para garantir vaga em Paris-2024, Keno Marley conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Ele perdeu a decisão para o cubano Julio César La Cruz, atual campeão olímpico. Keno disputou o Campeonato Mundial de boxe do ano passado e perdeu nas quartas de final para o russo Muslim Gadzhimagomedov, que sagrou-se campeão daquela edição.
Favoritos em Paris-2024
Com a ausência de Muslim Gadzhimagomedov, por conta do conflito armado entre Rússia e Ucrânia, pode-se dizer que uma vaga no pódio da categoria foi aberta. Ele é o atual campeão mundial da categoria e foi vice em Tóquio-2020. Campeão olímpico no Japão e mundial no mesmo ano, o cubano Julio César La Cruz figura como um dos favoritos à medalha de ouro. Entretanto, a maior parte das apostas devem ir para o jovem italiano Aziz Abbes Mouhiidine. Com apenas 25 anos de idade, ele deve estrear nas Olimpíadas em Paris-2024, mas já acumula no currículo a prata nos últimos dois mundiais.
Bronze nos últimos dois Mundiais, incluindo sendo algoz de La Cruz nas quartas em 2023, o uzbeque Lazizbek Mullojonov também aparece entre os candidatos à medalha na capital francesa. Também terceiro lugar em 2021, o espanhol Enmanuel Reyes pode surpreender e subir no pódio na França.
O Brasil no peso pesado masculino 92kg dos Jogos Olímpicos
Antes de Tóquio-2020, o Brasil havia participado apenas uma vez em Jogos Olímpicos naquela que é considerada a categoria mais tradicional do boxe, o peso pesado. O autor da proeza foi o paulistano Juan Nogueira, que participou dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Juan começou sua caminhada com vitória sobre o australiano Jason Whateley, mas já na fase seguinte enfrentou o grande favorito ao ouro, o russo Evgeny Tishchenko, sendo derrotado e eliminado da competição.
Na capital do Japão, o Brasil foi representado por Abner Teixeira. O paulista conquistou a primeira medalha do boxe brasileiro na categoria ao levar o bronze. Na campanha pelo terceiro lugar, Abner bateu o britânico Cheavon Clarke nas oitavas e despachou o jordaniano Hussein Ishaish nas quartas. O revés só veio na semifinal contra Julio César La Cruz, de Cuba, que se sagraria campeão na luta seguinte.
Histórico do peso pesado masculino 92kg dos Jogos Olímpicos
A categoria peso-pesado do boxe faz parte do programa desde 1904, justamente na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos. Ao longo dos mais de 100 anos de disputas, Estados Unidos e Cuba se destacam como os grandes campeões, com sete medalhas de ouro cada um. Considerada por muitos como a categoria mais tradicional do boxe, os pesados contaram ao longo dos anos com grandes nomes do esporte, como Teófilo Stevens, Félix Savón, Joe Frazier e George Foreman.
Os primeiros medalhistas do peso pesado do boxe foram americanos. Estreando na edição de Saint Louis-1904, os donos da casa foram os únicos participantes, com o primeiro campeão olímpico sendo Samuel Berger. Quatro anos depois, em Londres-1908, foi a vez dos britânicos fazerem um pódio completo, onde Albert Oldman conquistou o ouro.
Após ficar ausente da edição de Estocolmo-1912, a categoria voltou a fazer parte dos Jogos Olímpicos na edição de Antuérpia-1920. Novamente, a Grã-Bretanha conquistou a medalha de ouro, dessa vez com Ronald Rawson. Quatro anos depois, em Paris-1924, o norueguês Otto von Porat se tornou campeão olímpico.
Primeira medalha argentina
Uma das maiores potências no boxe nas primeiras edições disputadas, a Argentina conquistou sua primeira medalha de ouro entre os pesados em Amsterdã-1928 com Arturo Rodríguez. Quatro anos depois, em Los Angeles-1932, os argentinos voltaram a vencer, desta vez com Santiago Lovell. Assim, a Argentina tornando- se o primeiro país a conquistar duas medalhas de ouro consecutivas entre os pesos pesados.
Em Berlim-1936, o alemão Herbert Hunge conquistou a primeira medalha de ouro seu país. Após o período sem competições por causa da Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos voltaram a ser realizados em 1948, na cidade de Londres. Na capital inglesa, a Argentina voltou ao topo do pódio, com Rafael Iglesias, a quinta medalha seguida da Argentina em Olimpíadas nessa categoria.
As duas edições seguintes tiveram os Estados Unidos como campeões. Em Helsinque-1952, o ouro ficou com Ed Sanders, enquanto em Melbourne-1956 foi obtida por Pete Rademacher.
Na edição de Roma-1960 a Itália levou o ouro, com a vitória de Francesco De Piccoli. Já as duas edições seguintes foram vencidas por lendas americanos do esporte. A primeira das medalhas veio com Joe Frazier nas Olimpíadas de Tóquio-1964. Quatro anos depois, era a vez George Foreman, então com 19 anos , levar o ouro. Tanto Joe Frazier quanto George Foreman passaram a se dedicar ao boxe profissional assim que conquistaram suas edições olímpicas, tendo ambos se tornado campeões mundiais entre os pesos pesados.
Teófilo Stevenson
O mais vitorioso dos boxeadores olímpicos começou o seu legado nas Olimpíadas de Munique-1972, com o triunfo de Teófilo Stevenson, natural da cidade cubana de Puerto Padre, ao derrotar na final o romeno Ioan Alex. Quatro anos depois, em Montreal-1976, Stevenson levou o bi olímpico novamente diante de um romeno, dessa vez Mircea Simon. Teófilo Stevenson conquistou o tricampeonato olímpico em 1980, na cidade de Moscou, quando na final derrotou o soviético Pyotr Zayev, tornando-se assim o primeiro tricampeão olímpico da categoria.
O cubano acabou não participando das Olimpíadas de Los Angeles-1984 devido ao boicote dos países socialistas, do qual Cuba fazia parte. Após se sagrar tricampeão mundial em 1986, o cubano pendurou as luvas, encerrando sua vitoriosa carreira.
Em Los Angeles-1984, sem Teófilo Stevenson, o ouro ficou com o americano Henry Tilman. Quatro anos, nos Jogos de Seul-1988, os Estados Unidos voltaram a subir no lugar mais alto do pódio, com Ray Mercer.
A partir de Barcelina-1992, Cuba voltou a ver um tricampeão olímpico na categoria. Félix Savón, outra lenda do boxe amador, dominou três ciclos olímpicos de ponta a ponta, faturando a medalha de ouro nos Jogos realizados na cidade catalã, em Atlanta-1996 e em Sydney-2000.
Século 21
Sem Savóm, que havia se aposentado, Cuba voltou a vencer a edição de Atenas-2004, passando a ser o primeiro país a conquistar quatro ouros consecutivos, desta vez com Odlanier Solís
Rakhim Chakhkiev, da Rússia, foi o campeão olímpico de Pequim-2008, enquanto o ucraniano Oleksadr Usyk conquistou a medalha de ouro em Londres-2012. Por fim, a Rússia voltou a mostrar a sua força na última edição dos Jogos, na Rio-2016, com a conquista de Evgeny Tishchenko. Em Tóquio-2020, Cuba subiu no lugar mais alto do pódio novamente com o ouro de Julio César La Cruz.
Para Paris-2024, o COI, com o objetivo de alcançar a plena igualdade de gênero, decidiu equiparar número de categorias no feminino e no masculino. A Olimpíada da França vai contar com sete categorias para os homens e seis para as mulheres. Dessa forma, o peso 75kg masculino foi excluído do programa, assim como as demais sofreram alterações nos limites da balança.
As medalhistas do peso pesado masculino 92kg nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
St. Louis 1904 | Sam Berger (USA) | Charles Mayer (USA) | Bill Michaels (USA) |
Londres 1908 | Albert Oldman (GBR) | Sid Evans (GBR) | Frank Parks (GBR) |
Antuérpia 1920 | Ron Rawson (GBR) | Søren Petersen (DEN) | Xavier Eluère (FRA) |
Paris 1924 | Otto von Porat (NOR) | Søren Petersen (DEN) | Alfredo Porzio (ARG) |
Amsterdã 1928 | Arturo Rodríguez (ARG) | Nils Ramm (SWE) | Jakob Michaelsen (DEN) |
Los Angeles 1932 | Alberto Lovell (ARG) | Luigi Rovati (ITA) | Fred Feary (USA) |
Berlim 1936 | Herbert Runge (GER) | Guillermo Lovell (ARG) | Erling Nilsen (NOR) |
Londres 1948 | Rafael Iglesias (ARG) | Gunnar Nilsson (SWE) | Johnny Arthur (RSA) |
Helsinque 1952 | Ed Sanders (USA) | Ingemar Johansson (SWE) | Dries Nieman (RSA) Ilkka Koski (FIN) |
Melbourne 1956 | Pete Rademacher (USA) | Lev Mukhin (URS) | Daan Bekker (RSA) Mino Bozzano (ITA) |
Roma 1960 | Franco De Piccoli (ITA) | Daan Bekker (RSA) | Josef Němec (TCH) Günter Siegmund (GER) |
Tóquio 1964 | Joe Frazier (USA) | Hans Huber (GER) | Giuseppe Ros (ITA) Vadim Yemelyanov (URS) |
Cidade do México 1968 | George Foreman (USA) | Jonas Čepulis (URS) | Giorgio Bambini (ITA) Joaquín Rocha (MEX) |
Munique 1972 | Teófilo Stevenson (CUB) | Ion Alexe (ROU) | Peter Hussing (FRG) Hasse Thomsén (SWE) |
Montreal 1976 | Teófilo Stevenson (CUB) | Mircea Şimon (ROU) | Johnny Tate (USA) Clarence Hill (BER) |
Moscou 1980 | Teófilo Stevenson (CUB) | Pyotr Zayev (URS) | István Lévai (HUN) Jürgen Fanghänel (GDR) |
Los Angeles 1984 | Henry Tillman (USA) | Willie de Wit (CAN) | Angelo Musone (ITA) Arnold Vanderlijde (NED) |
Seul 1988 | Ray Mercer (USA) | Baek Hyeon-Man (KOR) | Andrzej Gołota (POL) Arnold Vanderlijde (NED) |
Barcelona 1992 | Félix Savón (CUB) | David Izonritei (NGR) | Arnold Vanderlijde (NED) David Tua (NZL) |
Atlanta 1996 | Félix Savón (CUB) | David Defiagbon (CAN) | Nate Jones (USA) Luan Krasniqi (GER) |
Sydney 2000 | Félix Savón (CUB) | Sultan Ibragimov (RUS) | Sebastian Köber (GER) Vladimir Ch’ant’uria (GEO) |
Atenas 2004 | Odlanier Solís (CUB) | Viktar Zuyeu (BLR) | Naser Al Shami (SYR) Mohamed El-Sayed (EGY) |
Pequim 2008 | Rakhim Chakhkiyev (RUS) | Clemente Russo (ITA) | Osmay Acosta (CUB) Deontay Wilder (USA) |
Londres 2012 | Oleksandr Usik (UKR) | Clemente Russo (ITA) | Tervel Pulev (BUL) Teymur Məmmədov (AZE) |
Rio 2016 | Yevgeny Tishchenko (RUS) | Vasily Levit (KAZ) | Rustam Tulaganov (UZB) Erislandy Savón (CUB) |
Tóquio 2020 | Julio César La Cruz (CUB) | Muslim Gadzhimagomedov (RUS) | David Nyika (NZL) Abner Teixeira (BRA) |
Quadro de medalhas do peso pesado masculino 92kg nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Cuba | 8 | 0 | 2 | 10 |
Estados Unidos | 7 | 1 | 5 | 13 |
Argentina | 3 | 1 | 1 | 5 |
Rússia | 2 | 2 | 0 | 4 |
Grã-Bretanha | 2 | 1 | 1 | 4 |
Itália | 1 | 3 | 4 | 8 |
Alemanha | 1 | 1 | 3 | 5 |
Noruega | 1 | 0 | 1 | 2 |
Ucrânia | 1 | 0 | 0 | 1 |
União Soviética | 0 | 3 | 1 | 4 |
Suécia | 0 | 3 | 1 | 4 |
Dinamarca | 0 | 2 | 1 | 3 |
Canadá | 0 | 2 | 0 | 2 |
Romênia | 0 | 2 | 0 | 2 |
África do Sul | 0 | 1 | 3 | 4 |
Belarus | 0 | 1 | 0 | 1 |
Cazaquistão | 0 | 1 | 0 | 1 |
Nigéria | 0 | 1 | 0 | 1 |
Coreia do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 3 | 3 |
Nova Zelândia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Azerbaijão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Bermudas | 0 | 0 | 1 | 1 |
Bulgária | 0 | 0 | 1 | 1 |
Tchecoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Egito | 0 | 0 | 1 | 1 |
Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
França | 0 | 0 | 1 | 1 |
Georgia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
México | 0 | 0 | 1 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Síria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Uzbequistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Brasil | 0 | 0 | 1 | 1 |