Peso mosca masculino (51kg)
Peso mosca masculino 51kg – Boxe – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Se em Tóquio-2020 nenhum brasileiro conseguiu ir aos Jogos na categoria, dessa vez é diferente, já que Michael Douglas Trindade irá a Paris. Michael também foi o segundo colocado da categoria no Pan-Americano de Santiago-2023, garantindo assim a medalha de prata. Mas, apesar dos feitos, o brasileiro corre por fora na disputa de uma medalha.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
Favoritos
Quando se fala dos favoritos, um nome vem à frente dos outros: Hasanboy Dusmatov. O uzbeque é o top-1 no ranking e o atual campeão mundial da categoria, inclusive, na competição, o mesmo venceu o francês Billal Bennama com um nocaute na final. Dusmatov, este ano, venceu quatro lutas e perdeu uma, mas a derrota foi por W.O. Se contar apenas derrotas no ringue, o uzbeque não perde uma desde outubro de 2021. E como se não fosse o suficiente, Hasanboy ganhou o ouro olímpico na edição Rio-2016, mas na categoria até 49kg.
Saken Bibossinov, segundo do ranking mundial, vem logo depois. O cazaque é o atual bronze olímpico da categoria e não perdeu nenhuma luta esse ano ainda, com quatro vitórias. Outro boxeador notável é o indiano Amit Panghal, que é top-3 no ranking e chega em Paris com sete vitórias e nenhuma derrota em 2024.
O atual campeão, o britânico Galal Yafai deixou o boxe olímpico para se dedicar à carreira profissional e não estará em Paris-2024. Por outro lado, o medalha de prata, o filipense Carlo Paalam, vai aos Jogos, mas no peso pena, para boxeadores até 57kg.
O Brasil no peso mosca masculino dos Jogos Olímpicos
O Brasil competiu pela primeira vez no peso mosca apenas em 1960, nos Jogos Olímpicos de Roma. José Piccinin Martins perdeu na estreia para o romeno Mircea Dobrescu por 5 a 0.
Após ficar ausente em Tóquio-1964, o Brasil retornou nos Jogos Olímpicos seguintes, na Cidade do México, para enfim conquistar o seu melhor resultado até então, a medalha de bronze de Servílio de Oliveira. O paulistano estreou já na segunda rodada com vitória sobre o turco Engin Yadigar por 3 a 2. Na rodada seguinte, nova vitória, dessa vez em cima de Joseph Destimo, de Gana, por 5 a 0, se qualificando para as semifinais e garantindo assim a primeira medalha da história do país. Nas semifinais o brasileiro foi derrotado por 5 a 0 pelo mexicano Ricardo Delgado, que viria a se tornar campeão olímpico ao derrotar o polonês Artur Olech na final.
Após o bronze de Servílio o país só voltou a ser representado na categoria peso mosca na edição de Montreal-1976, com Antônio Toledo Filho. Ele foi derrotado logo em sua estreia contra o polonês Leszek Blazynski.
O baiano Luiz Freitas foi o representante nacional em Barcelona-1992, terminando na sétima posição após vencer o sul-coreano Gwang-Hyung Han na estreia e cair na rodada seguinte contra o atleta da Tanzânia, Benjamin Mwangata, em um apertado confronto de 8 a 7. Em Atlanta-1996, outro baiano representava o Brasil, Robenilson de Jesus, caindo em seu segundo confronto e terminando em nono lugar.
Nosso último representante na categoria foi o paraense Julião Henriques. Único pugilista a defender as cores do Brasil por duas vezes consecutivas no peso mosca, Julião esteve presente nas edições de Londres-2012 e Rio de Janeiro-2016. Natural de Belém, Julião teve como melhor colocação o nono lugar em Londres-2012, quando derrotou o norte-coreano Pal Jong-chol por 12 a 8, mas perdeu na sequência por 18 a 13 diante do porto-riquenho Jeyvier Cintrón. Quatro anos depois, na Rio-2016, o brasileiro caiu logo em sua primeira luta. Já em Tóquio-2020, o Brasil não teve representantes no peso mosca.
Histórico do peso mosca masculino nos Jogos Olímpicos
O peso mosca masculino está presente em Jogos Olímpicos desde a edição de Saint Louis-1904 e tem como maior vencedor os Estados Unidos. Embora não vença desde a edição de Los Angeles-1984, o país da América do Norte tem uma vantagem de três medalhas de ouro sobre os seus rivais mais próximos, Cuba e Hungria, com três cada. É também nessa categoria que o Brasil conquistou a primeira medalha de sua história, o bronze de Servílio de Oliveira, na Cidade do México, em 1968.
Assim como nas demais categorias, o primeiro campeão olímpico foi um americano. George Finnegan se sagrou campeão ao derrotar o seu compatriota Miles Burle por nocaute. Em Antuérpia-1920, novamente os Estados Unidos levaram o ouro com Frankie Genaro. Quatro anos depois, em Paris-1924 os Estados Unidos se tornavam tricampeões olímpicos no peso mosca com Fidel LaBarba.
Em Amsterdã-1928, a Hungria foi o segundo país a conquistar uma medalha de ouro nessa categoria, tendo emendado logo um bicampeonato. O primeiro título veio com Antal Kocsis, que na final derrotou o francês Armand Apell. A segunda medalha de ouro húngara foi conquistada em Los Angeles-1932 com István Énekes, que derrotou na final o mexicano Francisco Cabañas. A medalha de Cabañas foi a primeira de um pugilista latino na categoria.
Nos Jogos Olímpicos de 1936, disputados na Alemanha nazista de Adolf Hitler, os donos da casa se sagraram campeões com Wlly Kaiser. Após os dois Jogos Olímpicos suspensos pela Segunda Guerra Mundial, o boxe voltou em 1948 na cidade de Londres. O campeão foi o argentino Pascual Pérez, derrotando o italiano Spartaco Bandinelli na final.
Em 1952, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, os Estados Unidos conquistaram sua quarta medalha de ouro com Nate Brooks. Já o título de 1956 foi conquistado pela Grã-Bretanha de Terence Spinks. Era o primeiro título britânico na categoria.
O terceiro ouro olímpico húngaro veio na edição de 1960, em Roma. Gyula Torok derrotou na final o soviético Sergei Sivko em um confronto apertado e decidido por 3 a 2 pelos jurados.
As três edições seguintes foram marcadas por três novos países que subiram ao topo do pódio pela primeira vez. O primeiro a puxar a fila foi a Itália com Fernando Atzori nos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964. Quatro anos depois, na Cidade do México-1968, foi a vez dos donos da casa conquistarem a medalha de ouro com Ricardo Delgado.
Foi também nessa edição disputada no México em 1968 que o Brasil conquistou sua primeira medalha no boxe. Servílio de Oliveira foi medalhista de bronze após avançar até as semifinais, quando foi derrotado justamente pelo mexicano Ricardo Delgado por 5 a 0. A medalha de bronze de Servílio foi por mais de 40 anos a nossa única medalha do boxe em Jogos Olímpicos. Essa escrita só foi quebrada em Londres-2012 quando o país conquistou uma medalha de prata e duas de bronze.
O trio de campeões olímpicos inéditos foi completado pela Bulgária nos Jogos Olímpicos de Munique-1972. Georgi Kostadinov foi campeão olímpico ao derrotar na final Leo Rwabwogo de Uganda.
Os Jogos Olímpicos de 1976, disputados em Montreal, foram marcados pela final no peso-mosca entre Estados Unidos e Cuba, os dois grandes rivais políticos e esportivos. Melhor para os americanos, que viram o país conquistar sua quinta medalha de ouro na categoria com Leo Randolph, deixando a prata para o cubano Ramón Duvalón.
Em Moscou-1980, quando houve o boicote comando pelos americanos, o ouro foi conquistado pelo búlgaro Petar Lesov, que derrotou na final o dono da casa, o soviético Viktor Miroshnichenko. Quatro anos depois, os papéis se invertiam e eram os países do bloco socialista que boicotavam a edição de Los Angeles-1984. Nessa edição, os Estados Unidos conquistaram pela última vez a medalha de ouro nessa categoria com Steve McCrory. A final foi contra Redzep Redzepovski, da extinta Iugoslávia.
A Coreia do Sul sediou o grande evento esportivo em 1988 em sua capital Seul e se sagrou campeã olímpica do peso mosca. A primeira medalha do país nesse evento veio através de Kim Kwang-sun, que derrotou na final Andreas Tews, da Alemanha Oriental.
Em Barcelona-1992, foi a vez da Coreia do Norte levar a medalha de ouro na categoria. Choe Chol-su venceu na final o cubano Raúl González e deu ao país a primeira medalha do país no peso mosca.
As cinco edições seguintes marcaram um revezamento entre cubanos e tailandeses no topo do pódio da categoria. A primeira medalha de ouro cubana veio com Maikro Romero nas Olimpíadas de Atlanta-1996. Quatro anos depois, em Sydney-2000, foi a vez da Tailândia subir ao topo do pódio pela primeira vez com Wijan Polid. Em Atenas-2004 os cubanos voltaram a conquistar a medalha de ouro com Yuriorkis Gamboa.
O segundo ouro tailandês veio em Pequim-2008 das mãos de Somjit Jongjohor, derrotando na final o cubano Andry Laffita. O último ouro cubano veio em Londres-2012 com Robeisy Ramirez, um dos maiores nomes do boxe cubano. Na final, Ramirez derrotou o mongol Nyambayaryn Tögstsogt.
A sequência de pódios cubanos e tailandeses só foi quebrada nos Jogos Rio-2016, quando o uzbeque Shakhobidin Zoirov derrotou na final o russo Misha Aloyan. Posteriormente o russo foi pego no antidoping e teve sua medalha retirada, deixando assim o posto de vice-campeão vago. Os bronzes foram conquistados pelo venezuelano Yoel Finol e o chinês Hu Jianguan.
Em Tóquio-2020, depois de 64 anos, a medalha de ouro voltou para as mãos da Grã-Bretanha, após Galal Yafai derrotar o filipino Carlo Paalam. Os finalistas eliminaram nas semifinais o japonês Ryomei Tanaka e o cazaque Saken Bibossinov, que ficaram com o bronze.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
Medalhistas do peso mosca masculino 52kg nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
St. Louis 1904 | George Finnegan (USA) | Miles Burke (USA) | — |
Antuérpia 1920 | Frankie Genaro (USA) | Anders Pedersen (DEN) | William Cuthbertson (GBR) |
Paris 1924 | Fidel LaBarba (USA) | Jim McKenzie (GBR) | Ray Fee (USA) |
Amsterdã 1928 | Antal Kocsis (HUN) | Armand Apell (FRA) | Carlo Cavagnoli (ITA) |
Los Angeles 1932 | István Énekes (HUN) | Francisco Cabañas (MEX) | Lou Salica (USA) |
Berlim 1936 | Willi Kaiser (GER) | Gavino Matta (ITA) | Lou Laurie (USA) |
Londres 1948 | Pascual Pérez (ARG) | Spartaco Bandinelli (ITA) | Han Su-An (KOR) |
Helsinque 1952 | Nate Brooks (USA) | Edgar Basel (ALE) | Anatoly Bulakov (URS) Willie Toweel (RSA) |
Melbourne 1956 | Terry Spinks (GBR) | Mircea Dobrescu (ROU) | Johnny Caldwell (IRL) René Libeer (FRA) |
Roma 1960 | Gyula Török (HUN) | Sergey Sivko (URS) | Kiyoshi Tanabe (JPN) Abdel Moneim El-Gindy (UAR) |
Tóquio 1964 | Fernando Atzori (ITA) | Artur Olech (POL) | Bob Carmody (USA) Stanislav Sorokin (URS) |
Cidade do México 1968 | Ricardo Delgado (MEX) | Artur Olech (POL) | Servilio de Oliveira (BRA) Leo Rwabwogo (UGA) |
Muniqe 1972 | Georgi Kostadinov (BUL) | Leo Rwabwogo (UGA) | Leszek Błażyński (POL) Douglas Rodríguez (CUB) |
Montreal 1976 | Leo Randolph (USA) | Ramón Duvalón (CUB) | Davit Torosyan (URS) Leszek Błażyński (POL) |
Moscou 1980 | Petar Lesov (BUL) | Viktor Miroshnichenko (URS) | Hugh Russell (IRL) János Váradi (HUN) |
Los Angeles 1984 | Steve McCrory (USA) | Redžep Redžepovski (YUG) | Ibrahim Bilali (KEN) Eyüp Can (TUR) |
Seul 1988 | Kim Gwang-Seon (KOR) | Andreas Tews (GDR) | Timofei Scriabin (URS) Mario González (MEX) |
Barcelona 1992 | Choi Chol-Su (PPK) | Raúl González (CUB) | Tim Austin (USA) István Kovács (HUN) |
Atlanta1996 | Maikro Romero (CUB) | Bolat Zhumadilov (KAZ) | Albert Pakeyevn (RUS) Zoltan Lunka (GER) |
Sydney 2000 | Wijan Ponlid (THA) | Bolat Zhumadilov (KAZ) | Jérôme Thomas (FRA) Volodymyr Sydorenko (UKR) |
Atenas 2004 | Yuriorkis Gamboa (CUB) | Jérôme Thomas (FRA) | Rustam Rahimov (GER) Fuad Aslanov (AZE) |
Pequim 2008 | Somjit Jongjohor (THA) | Andry Laffita (CUB) | Georgiy Balakshin (RUS) Vincenzo Picardi (ITA) |
Londres 2012 | Robeisy Ramírez (CUB) | Nyambayaryn Tögstsogt (MGL) | Misha Aloyan (RUS) Michael Conlan (IRL) |
Rio 2016 | Shakhobiddin Zoirov (UZB) | Yoel Finol (VEN) | Hu Jianguan (CHN) |
Tóquio 2020 | Galal Yafai (GBR) | Carlo Paalam (PHI) | Ryomei Tanaka (JPN) Saken Bibossinov (KAZ) |
Quadro de medalhas geral do peso mosca masculino 52kg nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 6 | 1 | 5 | 12 |
Cuba | 3 | 3 | 1 | 7 |
Hungria | 3 | 0 | 2 | 5 |
Grã-Bretanha | 2 | 1 | 1 | 4 |
Bulgária | 2 | 0 | 0 | 2 |
Tailândia | 2 | 0 | 0 | 2 |
Itália | 1 | 2 | 2 | 5 |
Alemanha | 1 | 1 | 2 | 4 |
México | 1 | 1 | 1 | 3 |
Coreia do Sul | 1 | 0 | 1 | 2 |
Argentina | 1 | 0 | 0 | 1 |
Coreia do Norte | 1 | 0 | 0 | 1 |
Uzbequistão | 1 | 0 | 0 | 1 |
União Soviética | 0 | 2 | 4 | 6 |
França | 0 | 2 | 2 | 4 |
Polônia | 0 | 2 | 2 | 4 |
Cazaquistão | 0 | 2 | 1 | 3 |
Uganda | 0 | 1 | 1 | 2 |
Filipinas | 0 | 1 | 0 | 1 |
Dinamarca | 0 | 1 | 0 | 1 |
Alemanha Oriental | 0 | 1 | 0 | 1 |
Mongólia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Romênia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Venezuela | 0 | 1 | 0 | 1 |
Iugoslávia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Irlanda | 0 | 0 | 3 | 3 |
Rússia | 0 | 0 | 3 | 3 |
Japão | 0 | 0 | 2 | 2 |
Azerbaijão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Brasil | 0 | 0 | 1 | 1 |
Quênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
China | 0 | 0 | 1 | 1 |
África do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
Peru | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
República Árabe Unida | 0 | 0 | 1 | 1 |