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Salto triplo feminino

Gabriele Sousa no Salto Triplo Feminino dos Jogos Olímpicos de Paros-2024
Gabriele Sousa disputará a prova em Paris-2024 (Foto: Carol Coelho/CBAt)

Chances do Brasil em Paris-2024 

Gabriele Sousa dos Santos será a representante do Brasil no salto triplo feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Classificada pela cota do ranking mundial, a carioca de 29 anos vai disputar a Olimpíada pela primeira vez em sua carreira. No ciclo rumo à capital francesa, Gabriele acumulou medalhas em torneios continentais, assim como participou de duas edições de campeonatos mundiais.

Em busca de uma final inédita na história do Brasil na prova, Gabriele vai precisar superar muito sua melhor marca pessoal em Paris. Com 14,17m como recorde da carreira, a brasileira necessita saltar, ao menos, 14,40 para figurar entre as finalistas do salto triplo feminino. Nas duas últimas edições do Campeonato Mundial de Atletismo, ela se despediu na fase qualificatória com 13,62m (2022) e 13,66m (2023) e encerrou em 25º e 23º lugares, respectivamente. 

Os favoritos em Paris-2024

A disputa pela medalha de ouro no salto triplo feminino em Paris-2024 está bastante aberta. Isso porque a venezuelana Yulimar Rojas, atual campeã olímpica e heptacampeão mundial, está fora dos Jogos Olímpicos. Recordista mundial da prova, Rojas sofreu uma lesão no tendão de Aquiles e não vai conseguir defender seu título na capital francesa.  

Yulimar Rojas no salto triplo feminino nos Jogos olímpicos de Paris-2024
Yulimar Rojas está fora de Paris-2024 por conta de lesão (Foto: REUTERS/Hannah Mckay)

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Dessa forma, a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk e a cubana Leyanis Pérez, medalhistas no último Campeonato Mundial, largam na frente na briga pelo ouro. A jamaicana Shanieka Ricketts e a norte-americana Tori Franklin, prata e bronze no Mundial de Eugene, em 2022, também não podem ser descartadas e correm por fora nessa concorrência. 

O Brasil no salto triplo feminino nos Jogos Olímpicos

Maria de Souza foi a primeira brasileira a competir no salto triplo nos Jogos logo na sua estreia, em Atlanta-1996. Com 13,38 m, ela ficou em 22º lugar na qualificação, fora da final. Luciana Santos esteve em Sydney-2000, onde acabou na 24ª colocação na quali com 13,48 m. Gisele de Oliveira competiu em Pequim-2008, mas com 13,81 m foi 23ª na qualificação, longe da final. Keila Costa competiu em Londres-2012 e também ficou fora da final, após o 20º lugar na qualificação com 13,84 m. Na Rio-2016, Núbia Soares terminou em 23º lugar com 13,85 m e Keila foi 24ª com 13,78 m. Núbia voltou para Tóquio-2020, mas a acabou se despedindo na primeira fase novamente. Com 14,07m, ela fechou em 17º lugar.

Histórico do salto triplo feminino nos Jogos Olímpicos

O salto triplo feminino só entrou para o programa olímpico em Atlanta-1996, apesar de haver registros de mulheres competindo nesta prova desde os anos 1920. O primeiro recorde mundial oficial foi ratificado apenas em 1990.

Antes mesmo dos Jogos, a ucraniana Inessa Kravets bateu o recorde mundial no Mundial de Gotemburgo, em 1995, com 15,50 m, marca que dura até hoje. Favorita, ela sobrou na final em Atlanta-1996 para ficar com o primeiro ouro da prova com 15,33 m, colocando 35 cm de vantagem sobre a medalhista de prata, a russa Inna Lasovskaya.

O ouro em Sydney-2000 foi para a búlgara Tereza Marinova, campeã com 15,20 m, seguida da russa Tatyana Lebedeva, com 15,00 m. Lebedeva venceu os dois mundiais seguintes, em 2001 e 2003 e era o nome mais forte para a disputa em Atenas-2004, só que a camaronesa François Mbango Etone estava num dia inspiradíssimo e venceu com 15,30 m. Seus cinco saltos válidos foram para mais de 15 m. A prata foi para a grega Hrysopiyi Devetzi com 15,25 m e Lebedeva acabou com o bronze com 15,17 m.

Após a vitória em solo grego, Etone competiu muito pouco em 2005 e ficou parada por quase três anos. Em 2008, voltou a vencer o campeonato africano e se classificou para os Jogos de Pequim-2008, onde foi a melhor na qualificação e novamente na final, vencendo com excelentes 15,39 m, até hoje recorde olímpico e a 3ª melhor marca da história. Lebedeva e Devetzi repetiram o pódio de 2004, mas invertendo a posição. As duas foram flagradas em doping nos anos seguintes e consequentemente desclassificadas.

Ibargüen x Rojas

A vitória em Londres-2012 foi para a cazaque Olga Rypakova, que venceu com 14,98 m, deixando para trás com a prata a colombiana Caterine Ibaguën, com 14,80 m. A colombiana dominou por completo a prova nos anos seguintes, ficando três anos sem perder uma única prova no salto triplo. Entre 2013 e 2015 foram 30 vitórias, incluindo dois títulos mundiais. Favoritíssima, Ibargüen venceu no Rio-2016 com 15,17 m, deixando a venezuelana Yulimar Rojas com a prata com 14,98 m.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, a venezuelana Yulimar Rojas confirmou o favoritismo prévio e conquistou a medalha de ouro. Muito mais do que isso, a saltadora sul-americana estabeleceu um novo recorde mundial da prova com 15,67m. No ano seguinte, ela ainda melhoraria essa marca para 15,74m durante o Campeonato Mundial nos Estados Unidos. 

Medalhistas do salto triplo feminino nos Jogos Olímpicos

OlimpíadaOuroPrataBronze
Atlanta 1996Inesa Kravets
UKR
Inna Lasovskaya
RUS
Šárka Kašpárková
CZE
Sydney 2000Tereza Marinova
BUL
Tatyana Lebedeva
RUS
Olena Hovorova
UKR
Atenas 2004Françoise Mbango
CMR
Pigi Devetzi
GRE
Tatyana Lebedeva
RUS
Pequim 2008Françoise Mbango
CMR
Olga Rypakova
KAZ
Yargelis Savigne
CUB
Londres 2012Olga Rypakova
KAZ
Caterine Ibargüen
COL
Olha Saladukha
UKR
Rio 2016Caterine Ibargüen
COL
Yulimar Rojas
VEN
Olga Rypakova
KAZ
Tóquio 2020Yulimar Rojas
VEN
Patrícia Mamona
POR
Ana Peleteiro
ESP

Quadro de Medalhas

ClasPaísOuroPrataBronzeTotal
1Camarões2002
2Cazaquistão1113
3Colômbia1102
3Venezuela1102
5Ucrânia1023
6Bulgária1001
7Rússia0213
8Grécia0101
8Portugal0101
10Cuba0011
10República Tcheca0011
10Espanha0011

O Salto triplo feminino

Salto Triplo é uma combinação de três saltos sucessivos que terminam com a queda numa caixa de areia. A prova inicia-se com uma corrida de impulso. O salto começa com o contacto da perna de impulsão tocando o solo (maior absorção de impacto); segue-se uma pequena flexão da perna de impulsão (maior tensão elástica); nesse momento a perna de impulsão sofre grande pressão (até 6 vezes o peso do atleta), sendo que quanto maior o ângulo maior a pressão. A chamada é realizada com um movimento de patada, onde o saltador faz um movimento brusco com a perna para trás e para cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade horizontal. O ângulo resultante de saída é menor que o salto da distância. Por fim, na fase de voo, deve-se corrigir o equilíbrio através da rotação horizontal dos braços, colocando o centro de gravidade no lugar.

Outra técnica

Numa outra técnica, o salto realiza-se com a perna de elevação (+ fraca); dá-se o toque sobre a planta do pé (maior absorção de impacto) e o movimento de “patada” ativa na chamada para reduzir a perda de velocidade horizontal; existe maior tempo de contacto com o solo; a fase de voo é próxima da do salto em comprimento, e tem apenas como diferença a menor velocidade horizontal, provocando uma menor fase de voo. Para tal utiliza-se outro tipo de estilo – o tipo peito e o carpado. A correção do equilíbrio é feita através da rotação horizontal de braços, na fase terminal.

A Federação Internacional de Atletismo descreve a mecânica obrigatória do salto da seguinte maneira:”o salto deve ser feito de tal maneira que o atleta pouse, no primeiro salto, com o mesmo pé com que ele saltou após a corrida; o segundo salto deve pousar com o pé trocado, o qual serve de impulsão para o salto final dentro da caixa de areia”.

Os saltos são invalidados caso o atleta pise na borda ou em algum ponto tábua de impulsão. A marca é medida da ponta da tábua até a primeira marcação do corpo do saltador na caixa de areia. Assim como em várias outras modalidades do atletismo, marcas conseguidas com vento a favor superior a 2 m/s não são consideradas para recordes.