Salto em altura masculino
Salto em altura masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil em Paris-2024
Fernando Ferreira será o representante do Brasil no salto em altura masculino. O atleta de 29 anos não conseguiu o índice olímpico da prova, mas garantiu vaga em Paris-2024 pela cota via ranking mundial. Ele possui 2,30m como sua melhor marca da carreira, alcançados em 2017. De lá para cá, o brasileiro teve 2,29m, durante o Sul-Americano de 2021, como seu melhor resultado. Fernando vai para a sua segunda Olimpíada. Estreando em Tóquio-2020, acabou parando na qualificatória e fechou em 21º lugar com 2,21m.
Para sonhar com uma final inédita no salto em altura masculino em Paris-2024, Fernando Ferreira vai precisar chegar perto ou superar a melhor marca de sua vida. Na última edição dos Jogos Olímpicos, 2,28m foi o corte para a final. A mesma também foi a mínima para se classificar à decisão do último Campeonato Mundial de Atletismo, em 2023. Na edição do Mundial de 2022, o número baixou um pouco, mas permaneceu próximo com 2,25m.
Os favoritos em Paris-2024
A dupla medalhista de ouro em Tóquio-2020 formada por catari Mutaz Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi lideram as bancas de apostas para subirem ao pódio novamente em Paris-2024. Na última edição do evento, os dois saltadores protagonizaram uma situação rara no esporte. Com a marca de 2,37 m, ambos ficaram empatados em todos os critérios e optaram por dividir o lugar mais alto do pódio. Foi a primeira vez em mais de 100 anos que a igualdade prevaleceu e os atletas dividiram a medalha dourada.
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Durante o ciclo para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, Gianmarco Tamberi e Mutaz Barshim conquistaram títulos nos Campeonato Mundiais de atletismo. Barshin conquistou o bicampeonato em Oregon, em 2022. No ano seguinte, Tamberi se sagrou campeão, com o catari levando a medalha de bronze.
O Brasil nos Jogos
A estreia brasileira foi nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, com Alfredo Mendes e Ícaro Mello. Ambos fizeram 1,80m e não passaram da qualificação.
O carioca José Telles da Conceição fez sua estreia olímpica nos Jogos Olímpicos de Helsinque-1952. Na qualificação, ele foi um dos 28 que conseguiram passar em 1,87m avançando para a lotada final. Na decisão, ele foi passando nas alturas iniciais sempre na primeira tentativa. Com o sarrafo em 1,98m, José Telles e os americanos Walt Davis e Ken Wiesner foram os únicos que passaram de primeira, mas ele parou em 2,01m, terminando com um inédito bronze para o Brasil na prova, até hoje a única medalha do país no salto em altura. Em seguida, José Telles voltaria a competir na prova em Melbourne-1956, marcando 1,92m na qualificação, mas na final terminaria apenas em 21º com 1,86m.
O próximo brasileiro a competir no salto em altura foi o Irajá Cecy, nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976, mas ele queimou as suas três tentativas em 2,00m e ficou sem marca na qualificação. Em Moscou-1980, Cláudio Freire não foi bem na qualificação e terminou na 29ª colocação com 2,05m.
O Brasil só voltou a competir na prova em Atenas-2004, com Jessé de Lima, que ficou em 17º na qualificação com 2,25m, fora da final. Já em Pequim-2008, Jessé foi perfeito na qualificação, passando em todas as alturas na primeira tentativa, mas decepcionou na final, terminando em 10º com 2,20m.
Guilherme Cobbo competiu em Londres-2012, parando na quali com 2,21m, em 16º no geral. Talles Frederico Silva foi o único brasileiro a competir na prova na Rio-2016, mas acabou apenas em 35º na qualificação com 2,17m. Em Tóquio-2020, Fernando Ferreira e Thiago Moura também se despediram na primeira fase. Ambos saltaram para 2,21m e fecharam empatados na 21ª posição. Fernando Ferreira é a esperança para quebrar o jejum de finais em Paris-2024.
Histórico do salto em altura masculino
O salto em altura fez sua estreia olímpica na primeira Olimpíada, em Atenas-1896. Apenas cinco atletas competiram e o pódio foi todo de competidores dos Estados Unidos, com vitória de Ellery Clark com 1,81m. Neste início de disputas, os atletas saltavam de frente, usando principalmente a técnica da tesoura.
Um ano antes dos Jogos inaugurais, o irlandês-americano Michael Sweeney criou a técnica conhecida como eastern cut-off, com a qual bateu o recorde mundial em 1895 com 1,97m. Mas Sweeney nunca disputou Jogos Olímpicos. Outro americano, George Horine, criou uma outra técnica, o western roll, mas não foi suficiente para levar o ouro olímpico em Estocolmo-1912, acabando com o bronze com 1,89m. Quem venceu na ocasião foi seu compatriota Alma Richards, com 1,93m.
Esta técnica seguiu fazendo sucesso, sendo usada pelos campeões olímpicos seguintes. Mas foi apenas nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1932 que a vitória não ficou com um atleta dos Estados Unidos, ficando com o canadense Duncan McNaughton, com 1,97m. Na edição seguinte, em Berlim-1936, o americano Cornelius Johnson se tornou o primeiro atleta a passar de 2m em uma Olimpíada, vencendo com 2,03m.
Medalha brasileira
Após a 2ª Guerra Mundial, o australiano John Winter foi o primeiro campeão olímpico com 1,98m. Em Helsinque-1952, o título ficou com o americano Walt Davis, campeão com 2,04m, novo recorde olímpico. A única medalha brasileira da prova veio nesta edição com José Telles da Conceição, bronze com 1,98m.
O salto em altura seguiu evoluindo e os atletas começaram a adotar a técnica do straddle, onde o atleta cruzava o sarrafo de barriga para baixo. As marcas aumentaram e o americano Charles Dumas foi ouro em Melbourne-1956 com 2,12m. Em Roma-1960, Robert Shavlakadze e Valery Brumel fizeram uma dobradinha soviética, ambos marcando 2,16m, enquanto o americano John Thomas, recordista mundial na época com 2,22m, ficou com o bronze com 2,14m. Brumel levaria o ouro em Tóquio-1964 com 2,18m, mesma marca de Thomas, prata. No ano seguinte, Brumel dominava a prova e fazia um ano perfeito, mas acabou sofrendo um acidente de moto e precisou amputar o pé direito. Ele chegou a competir com uma prótese até 1970.
Salto de costas
Com a utilização de colchões para amortecer a queda dos atletas, o americano Dick Fosbury criou uma nova técnica de salto, onde ele cruzava o sarrafo de costas. Conhecida depois como Fosbury flop, a técnica deu o ouro para seu criador na Cidade do México-1968 com 2,24m e acabou sendo adotada pela grande maioria dos atletas e é a mais utilizada até hoje. O soviético Jüri Tarmak, ouro em Munique-1972 com 2,23m, seria o último campeão olímpico a utilizar a técnica do straddle.
A prova chegou a um novo nível nos anos 1980, com vitória alemãs. Gerd Wessig, alemão oriental, foi campeão em Moscou-1980 com 2,36m e Dietmar Mögenburg, alemão ocidental, levou em Los Angeles-1984 com 2,35m.
Javier Sotomayor
O cubano Javier Sotomayor surgiu no final da década como o grande nome do salto em altura, batendo o recorde mundial com 2,43m aos 20 anos alguns dias antes dos Jogos de Seul-1988, mas o boicote cubano ao lado da Coreia do Norte tirou o principal nome da prova da competição, que foi vencida pelo soviético Hennadiy Avdyeyenko com 2,38m. Já em Barcelona-1992, Sotomayor ficou com o ouro numa final disputadíssima, onde os 5 medalhistas (foram 3 bronzes) passaram em 2,34m e queimaram 2,37m. Como o cubano foi o único a passar 2,34m na 1ª tentativa, ficou com o ouro.
Maior nome da prova na história, o cubano bateu novamente o recorde mundial em 1993 com 2,45m, marca que permanece até hoje. Mas sofreu em Atlanta-1996 com uma lesão no tornozelo e foi 12º na final com 2,25m, onde o ouro ficou com o americano Charles Austin com 2,39m, recorde olímpico até hoje. Sotomayor voltaria em Sydney-2000 encerrando sua carreira olímpica com uma prata, atrás do russo Sergey Kliugin com 2,35m.
Pódios recentes
O esguio sueco Stefan Holm levaria o ouro em Atenas-2004 com 2,36m enquanto o russo Andrey Silnov venceria em Pequim-2008 com 2,36m. Seu compatriota Ivan Ukhov fez 2,38m em Londres-2012 para ficar com o ouro, mas a medalha foi retirada em 2019 por doping. O americano Erik Kynard foi prata, mas até hoje seu resultado não foi alterado pro ouro.
Na decisão da Rio-2016, o canadense Derek Drouin fez uma final incrível, passando em todas as alturas de primeira, até vencer com 2,38m e jogando toda a pressão pro qatari Mutaz Essa Barshim, favorito na ocasião e prata com 2,36m.
Em Tóquio-2020, o catari Mutaz Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi. Com a marca de 2,37, ambos ficaram empatados em todos os critérios e optaram por dividir o lugar mais alto do pódio do salto em altura masculino. Foi a primeira vez em mais de 100 anos que a igualdade prevaleceu e os atletas dividiram a medalha dourada.
Os medalhistas do salto em altura masculino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
---|---|---|---|
Atenas 1896 | Ellery Clark EUA | Bob Garrett USA James B. Connolly USA | – – |
Paris 1900 | Irv Baxter EUA | Pat Leahy GBR | Lajos Gönczy HUN |
St. Louis 1904 | Sam Jones EUA | Garrett Serviss EUA | Paul Weinstein GER |
Atenas 1906 | Con Leahy GBR | Lajos Gönczy HUN | Bert Kerrigan USA Themistoklis Diakidis GRE |
Londres 1908 | Harry Porter EUA | Con Leahy GBR István Somodi HUN Géo André FRA | – – |
Estocolmo 1912 | Alma Richards EUA | Hans Liesche GER | George Horine EUA |
Antuérpia 1920 | Dick Landon EUA | Harold Muller EUA | Bo Ekelund SWE |
Paris 1924 | Harold Osborn EUA | Leroy Brown EUA | Pierre Lewden FRA |
Amsterdã 1928 | Bob King EUA | Ben Hedges EUA | Claude Ménard FRA |
Los Angeles 1932 | Duncan McNaughton CAN | Bob Van Osdel EUA | Simeon Toribio PHI |
Berlim 1936 | Corny Johnson EUA | Dave Albritton EUA | Delos Thurber EUA |
Londres 1948 | Jack Winter AUS | Bjørn Paulson NOR | George Stanich EUA |
Helsinque 1952 | Buddy Davis EUA | Ken Wiesner EUA José da Conceição BRA | |
Melbourne 1956 | Charlie Dumas EUA | Charles Porter AUS | Igor Kashkarov URS |
Roma 1960 | Robert Shavlaqadze URS | Valery Brumel URS | John Thomas EUA |
Tóquio 1964 | Valery Brumel URS | John Thomas EUA | John rambo EUA |
Cidade do México 1968 | Dick Fosbury EUA | Ed Caruthers EUA | Valentin Gavrilov URS |
Munique 1972 | Jüri Tarmak URS | Stefan Junge GDR | Dwight Stones EUA |
Montreal 1976 | Jacek Wszoła POL | Greg Joy CAN | Dwight Stones EUA |
Moscou 1980 | Gerd Wessig GDR | Jacek Wszoła POL | Jörg Freimuth GDR |
Los Angeles 1984 | Dietmar Mögenburg FRG | Patrik Sjöberg SWE | Zhu Jianhua CHN |
Seul 1988 | Gennady Avdeyenko URS | Hollis Conway EUA | Patrik Sjöberg SWE Rudolf Povarnitsyn URS |
Barcelona 1992 | Javier Sotomayor CUB | Patrik Sjöberg SWE | Tim Forsyth AUS Artur Partyka POL Hollis Conway USA |
Atlanta 1996 | Charles Austin EUA | Artur Partyka POL | Steve Smith GBR |
Sydney 2000 | Sergey Klyugin RUS | Javier Sotomayor CUB | Abderrahmane Hammad ALG |
Atenas 2004 | Stefan Holm SWE | Matt Hemingway EUA | Jaroslav Bába CZE |
Pequim 2008 | Andrey Silnov RUS | Germaine Mason GBR | Yaroslav Rybakov RUS |
Londres 2012 | Ivan Ukhov RUS | Erik Kynard EUA | Mutaz Essa Barshim QAT Derek Drouin CAN Robbie Grabarz GBR |
Rio 2016 | Derek Drouin CAN | Mutaz Essa Barshim QAT | Bohdan Bondarenko UKR |
Tóquio 2020 | Mutaz Essa Barshim QAT Gianmarco Tamberi ITA | Maksim Nedasekau BLR |
Quadro de Medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total | |
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 13 | 14 | 9 | 36 |
2 | União Soviética | 4 | 1 | 3 | 8 |
3 | Rússia | 3 | 0 | 1 | 4 |
4 | Canadá | 2 | 1 | 1 | 4 |
5 | Grã-Bretanha | 1 | 3 | 2 | 6 |
6 | Suécia | 1 | 2 | 2 | 5 |
7 | Polônia | 1 | 2 | 1 | 4 |
8 | Austrália | 1 | 1 | 1 | 3 |
8 | Alemanha Oriental | 1 | 1 | 1 | 3 |
8 | Catar | 1 | 1 | 1 | 3 |
11 | Cuba | 1 | 1 | 0 | 2 |
12 | Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
12 | Itália | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Hungria | 0 | 2 | 1 | 3 |
15 | França | 0 | 1 | 2 | 3 |
16 | Alemanha | 0 | 1 | 1 | 2 |
17 | Noruega | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Argélia | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Brasil | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | República Tcheca | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Grécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | China | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Filipinas | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
O salto em altura masculino
Salto em altura masculino é uma prova na qual os atletas saltam sem auxílio e com a impulsão de pé de apoio em direção a uma barra horizontal de quatro metros de comprimento apoiada entre duas traves. O objetivo é saltar a maior altura sem derrubar a barra. Todos os competidores tem direito a três tentativas a cada altura colocada, mas tem o direito de ‘passar’ aquela determinada altura e avançar para outra maior sem ultrapassar a menor. Caso não consiga ultrapassar a altura ou combinação de alturas estipuladas em três tentativas, o atleta está eliminado.
Se os competidores acabarem empatados numa determinada altura, vence aquele que levou menos tentativas para chegar até lá. Se mesmo assim continuarem empatados, é feito um salto de desempate, primeiro na última altura não ultrapassada e a partir daí, em alturas subsequentes menores até que alguém ultrapasse; este último método de desempate é muito raro de acontecer, mas ocorreu, por exemplo, na final do Campeonato Mundial de Atletismo de 2015, em Pequim, já que nesta modalidade não é possível haver duas medalhas de ouro