Salto com vara feminino
Salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil em Paris-2024
Juliana de Menis Campos será a representante do Brasil no salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A atleta de 27 anos não alcançou o índice olímpico da prova, mas garantiu vaga em Paris-2024 pela cota via ranking mundial. Ele possui 4,60m como sua melhor marca da carreira, alcançados no Campeonato Sul-Americano de Atletismo de 2023, no qual foi medalha de ouro da competição.
Em seguida, Juliana Campos participou de outros dois grandes torneios: Mundial de Budapeste 2023 e Jogos Pan-americanos de Santiago 2023. No mundial, ela não conseguiu passar da primeira fase eliminatória, e ficou apenas na 22ª colocação, com a marca de 4,50m. Já no Chile, a brasileira esteve perto do pódio, ficando na quarta colocação com 4,35m, centímetros atrás da cubana Aslin Quiala, que foi medalha de bronze.
Assim, para sonhar com uma final no salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Juliana Campo vai precisar chegar perto ou superar a melhor marca de sua vida. Para se ter ideia, na última edição dos Jogos Olímpicos, 4,55m foi o corte para a final. Enquanto 4,65m foi a mínima para se classificar à decisão do último Campeonato Mundial de Atletismo, em 2023. Na edição do Mundial de 2022, o número foi consideravelmente mais baixo, e ficou em próximo com 4,35m.
Principal favorita
A estadunidense Katie Kageotte (Moon) é a grande favorita no salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Aos 33 anos de idade, a atleta norte-americana chega para à capital francesa tendo um ciclo praticamente perfeito. Atual campeã olímpica, Katie Kageotte também ganhou os dois últimos campeonatos mundiais, em Eugene 2022 e Budapeste 2023. Em duas destas três conquistas, ela alcançou a marca de 4,90m para ficar com a medalha de ouro.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Kageotte passou com tranquilidade das primeiras marcas, e foi a única atleta a passar dos 4,90m. Em seguida, com o ouro já garantido, ela tentou chegar nos 4,95m e nos 5,01m para fazer a melhor marca na carreira, mas não conseguiu.
Já no Mundial de Eugene 2022, nos Estados Unidos, Katie conquistou a medalha de ouro em casa. Na final, tanto Katie Kageotte quanto sua compatriota Sandi Morris atingiram a marca de 4,85m para dividir a liderança no mundial. Porém, o ouro ficou com a campeã olímpica, já que ela alcançou a marca na sua primeira tentativa, enquanto Morris precisou de duas chances.
No Mundial seguinte, em Budapeste 2023, Kageotte se sagrou mais uma vez campeã do mundo. Desta vez, ela dividiu, de fato, as glórias da conquista com uma adversária. Neste evento, Katie Nageotte, competiu com o seu nome de casada, Katie Moon, e dividiu a medalha de ouro com a australiana Nina Kennedy. Na final, as duas pararam na altura de 4,90 m e seus saltos anteriores tiveram o número de tentativas iguais.
Quem briga por medalhas
Sandi Morris tem batido na trave nas últimas grandes competições e vem com fome de ouro (Reprodução)
Dona da segunda melhor marca da história do salto com vara feminino (5,00 m), a outra americana Sandi Morris, chega aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 com boas expectativas. No começo de sua carreira, ainda como júnior, ela alternava entre o salto com vara e a prova de 100 m com barreiras. Morris apareceu de vez no atletismo internacional no Mundial de 2015 em Pequim, terminando em 4º lugar. No Rio-2016, surpreendeu com a medalha de prata à frente de muitos grandes nomes da prova, incluindo sua compatriota que defendia o título olímpico Jennifer Suhr. Daí em diante, Morris pegou duas pratas nos Mundiais de 2017 e de 2019 e foi campeã mundial indoor em 2018. Ela e a russa Yelena Isinbayeva são as únicas a já passarem de 5,00m na prova.
Em Tóquio 2020, ela teve um resultado desapontante, ficando apenas na 16ª colocação, sequer indo à final do torneio. No Mundial seguinte, Morris voltou a sua melhor forma e conquistou a medalha de prata, tendo a mesma marcar da campeã (Katie Moon) de 5,85m. O ouro só não veio por conta dela ter feito a marca em sua segunda tentativa, enquanto Moon passou de primeira. Já em Budapeste 2023, a atleta norte-americana voltou a disputar uma final de mundial, mas parou na 7ª posição com a marca de 4,65m
Podem surpreender em Paris-2024
Outro grande nome na disputa nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 é Nina Kennedy, da Austrália. Aos 27 anos, a atleta vai para a sua segunda Olimpíada na carreira – ficou na 22ª colocação em Tóquio. Desde então, vem melhorando suas marcas e conquistando importantes resultados em sua carreira. No Mundial de 2022 ela ficou com a medalha de bronze após marcar 4,80m, cinco centímetros atrás das líderes. No Mundial seguinte, na Hungria, se sagrou campeã do mundo no salto com vara feminino. Na final, dividiu a medalha de ouro com estadunidense Katie Moon. As duas atletas pararam na altura de 4,90 m e seus saltos anteriores tiveram o número de tentativas iguais.
Outros nomes que podem conseguir boas marcas são o da filandesa Wilma Murto e da eslovena Tina Šutej. Wilma Murto foi bronze no último Campeonato Mundial, em 2023. Enquanto Tina Šutej vem de dois quarto lugares seguidos nos mundiais de Eugene e Budapeste.
O Brasil nos Jogos
Fabiana Murer participou de três Olimpíadas, tendo chegado à final nos Jogos de Pequim-2008 (Ministério do Esporte)
Fabiana Murer disputou a sua primeira Olimpíada em Pequim-2008. Ela vinha em clara ascensão após o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e o bronze no Mundial indoor de 2008. Sem erros, passou em 4º lugar na qualificação com 4,50 m, mas na final sofreu com o sumiço de uma de suas varas. Ela passou um bom tempo procurando, o que a desconcentrou e acabou queimando as três tentativas em 4,65 m, terminando em 10º lugar na final.
Murer foi para os Jogos de Londres-2012 entre as favoritas. Foi campeã mundial no ano anterior em Daegu, na Coreia do Sul, e chegou para os Jogos com duas vitórias no circuito da Liga Diamante. Mas na qualificação, sofreu com o vento no estádio e não conseguiu passar em 4,55 m, terminando em 14º, fora da final.
A brasileira ainda foi prata no Mundial de 2015 e nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, mas sequer conseguiu passar pelo sarrafo na qualificação, queimando as três tentativas em 4,55 m, para ficar sem marca. Joana Costa também competiu no Rio, mas com apenas 4,15 m, ficou em 29º lugar na qualificação.
Histórico do salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos
O salto com vara foi uma das últimas provas femininas a entrar no programa olímpico, em Sydney-2000, estreando ao lado do lançamento de martelo e oito anos dos 3.000 m com obstáculos, que só entraram em Pequim-2008.
A primeira disputa da prova em Mundiais foi em Sevilha-1999, vencida pela americana Stacy Dragila com 4,60 m, igualando o recorde mundial. No ano seguinte, Dragila fez uma bela disputa com a australiana Tatiana Grigorieva em Sydney, vencendo também com 4,60 m contra 4,55 m de Grigorieva. O bronze na ocasião foi para a islandesa Vala Flosadottir com 4,50m, até hoje a única medalha olímpica feminina da história da Islândia.
Stacy Dragila deu aos Estados Unidos a primeira vitória do salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos (World Athletics)
Yelena Isinbayeva bicampeã olímpica
No ciclo seguinte surgiu o nome de Yelena Isinbayeva, que sobrou em Atenas-2004 para vencer com 4,91 m e quebrar o recorde mundial pela sétima vez. A russa seguiu dominando a prova vencendo os Mundiais de 2005 e 2007.
Em Pequim-2008, Isinbayeva venceu novamente de maneira muito tranquila, precisando de apenas 3 saltos para ser campeã. Na qualificação só entrou em 4,60 m, passando de 1ª. Na final, entrou muito tempo depois com 4,70 m, também conseguindo de primeira. Ela ficou descansando enquanto as outras atletas iam parando. Isinbayeva apareceu de volta em 4,85 m, passando na 1ª tentativa para garantir o ouro depois que a americana Jennifer Stuczynski queimou as três chances em 4,85 m. A russa competiu sozinha na sequência. Bateu o recorde olímpico com 4,95 m e depois bateu mais um recorde mundial com 5,05 m, sua 16ª quebra.
A russa Elena Isinbayeva, atual recordista mundial e olímpica, tem duas medalhas de ouro na história dos Jogos (Reprodução/ AFP)
Pós-Isinbayeva
Isinbayeva encerraria a sua carreira no ano seguinte, conquistando o título mundial em casa, em Moscou. No Mundial seguinte, o ouro foi para a cubana Yarisley Silva, seguida da brasileira Fabiana Murer. Mas no Rio-2016, as duas ficaram muito abaixo do esperado. Apenas Silva passou para a final, terminando em 7º lugar empatada com Jenn Suhr com 4,60 m. O ouro em solo carioca ficou com a grega Katerina Stefanidi, que vinha do título europeu no mesmo ano. Stefanidi marcou 4,85 m, mesma marca da americana Sandi Morris, mas a grega teve um erro a menos que a americana na prova e por isso foi campeã. O bronze ficou com a zebra neozelandesa Eliza McCartney, fazendo a prova da sua vida.
Katie Nageotte, dos Estados Unidos, foi a grande campeã no salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nageotte foi o única saltadora que ultrapassou a barra aos 4,90 m, depois que a britânica Holly Bradshaw, Katerina Stefanidi da Grécia (até então a atual campeã olímpica) e a russa Anzhelika Sidorova (campeã mundial em 2019) falharam nessa altura. Sidorova fez uma tentativa de 4,95m, altura de sua vitória em campeonatos mundiais, mas errou. A prata foi para Sidorova e Bradshaw ficou com o bronze.
Os medalhistas do salto em altura masculino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
---|---|---|---|
Sydney 2000 | Stacy Dragila EUA | Tatiana Grigorieva AUS | Vala Flosadóttir ISL |
Atrenas 2004 | Yelena Isinbayeva RUS | Svetlana Feofanova RUS | Anna Rogowska POL |
Pequim 2008 | Yelena Isinbayeva RUS | Jenn Stuczynski EUA | Svetlana Feofanova RUS |
Londres 2012 | Jenn Suhr EUA | Yarisley Silva CUB | Yelena Isinbayeva RUS |
Rio 2016 | Ekaterini Stefanidi GRE | Sandi Morris EUA | Eliza McCartney NZL |
Tóquio-2020 | Katie Nageotte EUA | Anzhelika Sidorova RUS | Holly Bradshaw BRI |
Quadro de Medalhas
Class. | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 3 | 2 | 0 | 5 |
2 | Rússia | 2 | 2 | 2 | 6 |
3 | Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
4 | Austrália | 0 | 1 | 0 | 1 |
5 | Cuba | 0 | 1 | 0 | 1 |
6 | Islândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
6 | Nova Zelândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
6 | Polônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
6 | Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
O salto com vara feminino
Salto com vara é um evento do atletismo onde os competidores usam uma vara longa e flexível para alcançar maior altura e passar por cima de uma barra ou sarrafo. Foi introduzido como modalidade olímpica desde os primeiros Jogos em Atenas 1896 para os homens e desde Sydney 2000 para as mulheres.
Sua originalidade está no fato de ser um esporte que requer uma significativa quantidade de equipamento especializado para ser praticado, tornando-o mais caro que os demais, mesmo em nível básico.
A pista de corrida para o salto deve medir no mínimo 45 metros e ao fim dela se encontra o obstáculo, uma barra horizontal de 4,5 m de comprimento, 2,260 kg de peso máximo, sustentada por duas traves laterais que a elevam e apoiam à determinada altura. Exatamente ao fim da pista, ao nível do solo e à frente do obstáculo, existe centrada uma caixa de metal ou madeira, com 1 m de comprimento, 60 cm de largura no início e 15 cm junto ao obstáculo. É nela que o saltador apoia a vara para conseguir a impulsão, realizar o salto e ultrapassar o sarrafo.
O atleta tem três tentativas para saltar a marca, mas pode se recusar saltar determinada altura preferindo esperar por outra maior. Não conseguindo passar a altura depois de três tentativas na mesma altura ou alturas combinadas, é eliminado. Caso empatem na mesma altura final, o desempate é feito pelo número menor de tentativas para superar a altura imediatamente anterior.