Revezamento 4×100 m masculino
Revezamento 4×100 m masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil em Paris-2024
Sem conseguir ficar no top-14 do Mundial de Revezamentos, em Nassau, nas Bahamas, o Brasil garantiu sua classificação para o revezamento 4×100 m masculino através do ranking mundial. O país ficou com o melhor tempo entre os países ainda não classificados, graças ao 38s19 registrado na semifinal do Mundial de Budapeste, no ano passado.
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Felipe Bardi, Erik Cardoso, Paulo André, Hygor Gabriel e Rodrigo do Nascimento são os nomes certos da equipe brasileira. Rodrigo e PA são nomes que estiveram no Mundial de Revezamentos de 2019, quando o Brasil sagrou-se campeão. É uma equipe que tem potencial para os Jogos Olímpicos se realizar passagens de bastão seguras e não cometer erros.
O Brasil foi finalista nos dois Mundiais de Atletismo do ciclo. A equipe foi sétima colocada em 2022 e foi desqualificada em 2023 após um pisão na raia. Para Paris-2024, a principal meta do time é se classificar para a final. Para isso, precisa correr abaixo dos 38s20 nas eliminatórias. Chegando na decisão, precisará correr próximo ao recorde brasileiro, que é de 37s72, para sonhar com um pódio.
Os favoritos
Principal potência do atletismo, os Estados Unidos são os favoritos ao ouro no revezamento 4×100 m masculino em Paris-2024. Após sequer chegar na final em Tóquio-2020, a equipe ianque foi campeã mundial no ano passado e campeã mundial de revezamentos em maio deste ano. O time tem a liderança de Noah Lyles e Kenny Benarek, destaques na Seletiva Nacional, e possui o melhor tempo do ano no mundo: 37s40.
Outro país muito forte na briga por uma medalha é a Itália, que foi ouro em Tóquio-2020. Sob liderança do campeão olímpico Marcell Jacobs, o time foi prata no Mundial do ano passado e venceu o Campeonato Europeu em junho, com 37s82. O Canadá, de Andre de Grasse, foi campeão mundial em 2022 e também briga por um lugar no pódio. Por fim, destaques para Jamaica e Grã-Bretanha, que também foram ao pódio em Mundiais do ciclo.
O Brasil no revezamento 4×100 m masculino nos Jogos Olímpicos
A estreia brasileira no revezamento 4×100 m masculino foi após a Segunda Guerra Mundial, em Londres-1948. A equipe marcou 42s40, ficando em terceiro lugar na sua eliminatória, fora da decisão. O Brasil voltou a competir na prova em Melbourne-1956, marcando 41s60 nas eliminatórias e parando nas semifinais com 43s80. A equipe contou até com José Telles da Conceição, bronze no salto em altura quatro anos antes.
Após um longo hiato, o Brasil só voltou a competir em Moscou-1980. Ficou em quarto na sua eliminatória com 39s48 e chegou pela primeira vez à final, onde acabou em oitavo lugar com 39s54. Em Los Angeles-1984, o Brasil chegaria novamente à decisão. Ficou em segundo na sua eliminatória com 39s27 atrás apenas do Canadá, em quarto na semi com 39s52 e repetiu o oitavo lugar na final com 39s40.
A primeira medalha brasileira no revezamento 4×100 m masculino veio em Atlanta-1996, com o bronze de Arnaldo da Silva, Robson Caetano, Édson Ribeiro e André Domingos. A equipe marcou 38s97, ficando em segundo na sua bateria eliminatória atrás da Ucrânia, 38s42 na semifinal, ficando atrás apenas do Canadá, e 38s41 na decisão, atrás do Canadá e dos Estados Unidos.
Quatro anos depois, em Sydney-2000, o Brasil voltaria ao pódio, mas dessa vez com a prata. Vicente Lenílson, Édson Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino fizeram uma prova espetacular terminando em segundo com 37s90 contra 37s61 dos Estados Unidos. Antes, o Brasil chegou a vencer a sua eliminatória com 38s32 e foi segundo na sua semifinal com 38s27.
Em Atenas-2004, o Brasil chegou novamente à decisão. Após um terceiro lugar nas eliminatórias com 38s64, a equipe terminou em oitavo na final com 38s67. Em mais uma bela apresentação, em Pequim-2008, Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno de Barros e José Carlos Moreira terminariam em quarto com 38s24. Nove anos depois, com o doping do jamaicano Nesta Carter, o Brasil herdaria o bronze japonês.
O Brasil não passaria das eliminatórias em Londres-2012, marcando 38s35, ficando em quarto na sua bateria e em décimo no geral. Correndo em casa na Rio-2016, o Brasil marcou 38s19 nas eliminatórias, ficando em quinto na sua bateria e pegando a última vaga para a final, onde terminou em oitavo com 38s41. Com as desclassificações de Estados Unidos e Trinidad e Tobago, o Brasil ficou na sexta posição.
Em Tóquio-2020, o Brasil contou com uma equipe formada por Rodrigo do Nascimento, Felipe Bardi, Derick Silva e Paulo André Camilo. A equipe chegou cotada a uma medalha depois do título mundial de revezamento dois anos antes, mas sequer atingiu a final. O time foi quinto colocado em sua série eliminatória, com 38s34, ficando em 12º lugar na classificação geral.
Histórico do revezamento 4×100 m masculino em Jogos Olímpicos
O astro Jesse Owens integrou a equipe americana do 4x100m em Berlim-1936, conquistando mais um ouro (Reprodução)
As provas de revezamento no atletismo tiveram a sua estreia nos Jogos de Londres-1908 com um revezamento medley (200m-200m-400m-800m), disputado nesta única oportunidade. Quatro anos depois, em Estocolmo-1912, tivemos a estreia das provas nos moldes atuais, com o 4×100 m e o 4×400 m.
A equipe britânica foi a campeã em 1912, vencendo os alemães por muito pouco. A Alemanha acabou desclassificada por um erro em uma das passagens de bastão e a Suécia herdou a prata, enquanto a terceira colocação ficou vazia. A equipe norte-americana havia parado nas semifinais.
Depois disso, veio um domínio completo dos estadunidenses, com nada menos que oito ouros seguidos, batendo o recorde mundial nas cinco primeiras vitórias. Entre as vitórias, podemos destacar a de Los Angeles-1932, em casa, com 40s10, colocando quase um segundo sobre a equipe alemã, e a de Berlim-1936, que contou com a presença de Jesse Owens. Ele abriu a prova e já colocou a equipe americana bem a frente, até vencerem por 39s80, muito a frente do 41s10 da Itália, medalha de prata. Foi o quarto ouro de Owens naquela edição.
A hegemonia dos Estados Unidos foi interrompida apenas em Roma-1960. Os norte-americanos venceram na pista com 39s60 contra 39s66 da Alemanha Unificada, mas uma passagem de bastão fora da zona de transição ainda na primeira troca os desclassificou e o título foi alemão.
Os Estados Unidos voltaram ao topo em Tóquio-1964 vencendo esta e mais três finais seguidas. Liderados pelo campeão dos 100 m na capital japonesa, Bob Hayes, os norte-americanos venceram com 39s00. Na Cidade do México-1968, a equipe da Jamaica bateu o recorde mundial na semifinal com 38s30, mas decepcionou na decisão ficando em quarto.
Os norte-americanos, liderados por Jim Hines, venceram com 38s24, melhorando a marca jamaicana. Apesar de não fazerem uma boa Olimpíada no atletismo em Munique-1972, os estadunidense, que contavam com apenas cinco ouros até então, voaram na final para 38s90, desbancando a União Soviética, que tinha Valeriy Borzov, ouro nos 100 m e nos 200 m, fechando a prova. Os soviéticos acabaram com a prata com 38.50.
Carl Lewis comandou a vitória dos Estados Unidos, com direito a recorde mundial, em Barcelona-1992 (Foto: Reprodução)
Com o boicote dos Estados Unidos em Moscou-1980, mais uma vez o ouro ficou com a União Soviética. Quatro anos depois, os norte-americanos voltaram ao topo em Los Angeles-1984 liderados pelo incrível Carl Lewis, que fechou na decisão para a excelente marca de 37s83, recorde mundial. Com a prata, a Jamaica subiu pela primeira vez ao pódio da prova e o Canadá foi bronze contando em sua equipe com Ben Johnson.
Já em Seul-1988, os norte-americanos seriam desclassificados nas eliminatórias, abrindo o caminho para mais uma vitória da União Soviética, agora por 38s19 contra 38s28 da Grã-Bretanha, que tinha Linford Christie. Com a desclassificação, Carl Lewis nem chegou a competir na prova em Seul, mas em Barcelona-1992 ele não só competiu na semifinal e na decisão, como fechou na final para 37s40, ouro e mais um recorde mundial.
Em Atlanta-1996, o ouro ficou com a equipe do Canadá, que contou com Donovan Bailey, ouro nos 100 m alguns dias antes. Com 37s69, eles deixaram os Estados Unidos na segunda colocação com 38s05. Curiosamente, esta foi a primeira medalha norte-americana sem ser de ouro. Em uma bela apresentação, o Brasil subiu pela primeira vez ao pódio com o bronze, ao marcar 38s41 na final.
A vitória voltaria aos Estados Unidos em Sydney-2000. Contando com Maurice Greene, ouro nos 100 m, os americanos venceram com 37s61 numa final espetacular onde o Brasil também fez uma grande apresentação, ficando com a prata com 37s90. Esta seria a última vitória americana em Jogos Olímpicos. Na final mais disputada da história, a Grã-Bretanha ficou com o ouro em Atenas-2004 com 38s07 contra 38s08 da equipe americana, que contou com Justin Gatlin, ouro nos 100 m, e Maurice Greene.
Usain Bolt brilhou em Pequim-2008 com as vitórias nos 100 m e nos 200 m e ajudou a equipe da Jamaica a vencer pela primeira vez numa final sem adversários. Praticamente correndo sozinho nos 50 m finais, Bolt completou com 37s10, recorde mundial. Em 2017, o doping de Nesta Carter desclassificou a equipe jamaicana, dando a vitória para Trinidad & Tobago com 38s06 e deixando o Brasil no pódio mais uma vez, com o bronze.
Usain Bolt ajudou a Jamaica a vencer a prova três vezes, apesar do doping de um atleta em 2008 (The Telegraph)
Na final de Londres-2012, mais uma vez uma inegável vitória jamaicana. Bolt fechou mais uma vez para um incrível 36s84, atual recorde mundial. Os norte-americanos haviam conquistado a prata na época com 37s04, mas o doping de Tyson Gay os fez perder a medalha. Em sua despedida olímpica na Rio-2016, Bolt fechou novamente brilhantemente para dar mais uma vitória à Jamaica com 37s27. Os Estados Unidos foram novamente desclassificados após um erro na passagem do bastão.
Em Tóquio-2020, na primeira Olimpíada sem a estrela Usain Bolt, quem brilhou foi Marcell Jacobs, que levou a medalha de ouro nos 100 m e liderou a Itália rumo ao título no revezamento 4×100 m masculino. O país europeu venceu com 37s50, contra 37s70 do Canadá, medalhistas de prata, e 37s79 da China, que faturou o bronze. Os Estados Unidos sequer chegaram na final.
Medalhistas do revezamento 4×100 m masculino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
---|---|---|---|
Estocolmo-1912 | Grã-Bretanha | Suécia | sem medalha |
Antuérpia-1920 | Estados Unidos | França | Suécia |
Paris-1924 | Estados Unidos | Grã-Bretanha | Holanda |
Amsterdã-1928 | Estados Unidos | Alemanha | Grã-Bretanha |
Los Angeles-1932 | Estados Unidos | Alemanha | Itália |
Berlim-1936 | Estados Unidos | Itália | Alemanha |
Londres-1948 | Estados Unidos | Grã-Bretanha | Itália |
Helsinque-1952 | Estados Unidos | União Soviética | Hungria |
Melbourne-1956 | Estados Unidos | União Soviética | Alemanha Unificada |
Roma-1960 | Alemanha Unificada | União Soviética | Grã-Bretanha |
Tóquio-1964 | Estados Unidos | Polônia | França |
Cidade do México-1968 | Estados Unidos | Cuba | França |
Munique-1972 | Estados Unidos | União Soviética | Alemanha Ocidental |
Montreal-1976 | Estados Unidos | Alemanha Oriental | União Soviética |
Moscou-1980 | União Soviética | Polônia | França |
Los Angeles-1984 | Estados Unidos | Jamaica | Canadá |
Seul-1988 | União Soviética | Grã-Bretanha | França |
Barcelona-1992 | Estados Unidos | Nigéria | Cuba |
Atlanta-1996 | Canadá | Estados Unidos | Brasil |
Sydney-2000 | Estados Unidos | Brasil | Cuba |
Atenas-2004 | Grã-Bretanha | Estados Unidos | Nigéria |
Pequim-2008 | Trinidad & Tobago | Japão | Brasil |
Londres-2012 | Jamaica | Trinidad & Tobago | França |
Rio-2016 | Jamaica | Japão | Canadá |
Tóquio-2020 | Itália | Canadá | China |
Quadro de medalhas do revezamento 4×100 m masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total | |
1 | Estados Unidos | 15 | 2 | 0 | 17 |
2 | União Soviética | 2 | 4 | 1 | 7 |
3 | Grã-Bretanha | 2 | 3 | 2 | 7 |
4 | Jamaica | 2 | 1 | 0 | 3 |
5 | Alemanha | 1 | 2 | 2 | 5 |
6 | Canadá | 1 | 1 | 2 | 4 |
7 | Trinidad & Tobago | 1 | 1 | 0 | 2 |
8 | Itália | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Polônia | 0 | 2 | 0 | 2 |
10 | Japão | 0 | 2 | 0 | 2 |
11 | França | 0 | 1 | 5 | 6 |
12 | Brasil | 0 | 1 | 2 | 3 |
13 | Cuba | 0 | 1 | 2 | 3 |
14 | Itália | 0 | 1 | 2 | 3 |
15 | Nigéria | 0 | 1 | 1 | 2 |
16 | Suécia | 0 | 1 | 1 | 2 |
17 | Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | China | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Holanda | 0 | 0 | 1 | 1 |