Marcha atlética 20km feminina
Marcha atlética 20km feminina nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil em Paris-2024
O Brasil terá duas representantes na marcha atlética 20km feminina, com ambas tendo condições de brigar por medalha. Viviane Lyra irá fazer sua estreia em Jogos Olímpicos. Vindo das distâncias mais longas, Vivi tem como melhor resultado da carreira o 4º lugar na prova de 35km do Mundial de 2023. Mas após ficar de fora dos 20km na última Olimpíada por uma posição do ranking mundial, a carioca se esforçou para conseguir o índice olímpico da prova e garantir a sua vaga em Paris-2024. Nos 20km, Viviane Lyra conquistou o oitavo lugar no último Campeonato Mundial, além de uma medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos Assunção-2022.
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Érica Sena vai para a sua terceira Olimpíada. Na Rio-2016, ela ficou em sétimo lugar. Já em Tóquio, a brasileira brigou até o fim por uma medalha, mas uma penalidade no quilômetro final fez com que ela terminasse em 11º lugar. Érica tem dois quarto lugares em Campeonatos Mundiais (2017 e 2019), assim como várias medalhas em etapas do Circuito Mundial.
Neste ciclo olímpico, Érica Sena teve uma pequena pausa na carreira, para se tornar mãe. Ela regressou com um 13º lugar no Mundial de Atletismo de 2023. Neste ano, no Mundial de Marcha Atlética, Érica conquistou a medalha de bronze nos 20km.
As favoritas em Paris-2024
Um dos principais nomes da marcha atlética atualmente é a peruana Kimberly Garcia. Ela foi campeã mundial nos 20km e 35km em 2022, levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos e ainda venceu a prova de 20km no Mundial exclusivo da Marcha Atlética deste ano. Quem também fez a dobradinha neste ciclo, levando os títulos mundiais dos 20km e 35km no mesmo ano foi a espanhola María Perez, que chega em Paris como líder do ranking olímpico.
A China segue forte na prova com nomes como a multimedalhista olímpica Hong Liu, campeã na Rio-2016, e Ma Zhenxia, prata no Mundial de Marcha deste ano e segunda colocada do ranking olímpico. A italiana Antonella Palmisano, ouro em Tóquio, segue em alta com o bronze no Mundial de 2023 e o ouro no Europeu deste ano.
Além das próprias brasileiras, outros nomes para ficar de olho incluem a australiana Jemima Montag, atual vice-campeã mundial, a colombiana Sandra Arenas, que ficou com a prata nos últimos Jogos Olímpicos e a mexicana Alegna González, campeã mundial sub-20 em 2018.
O Brasil na marcha atlética feminina nos Jogos Olímpicos
A primeira marchadora brasileira numa Olimpíada foi Alessandra Picagevicz em Atenas-2004, que terminou em 48º lugar com 1:46:21. Tânia Spindler representou o Brasil em Pequim-2008, quando terminou na 36ª colocação com 1:36:46.
Na Rio-2016, Erica de Sena obteve o melhor resultado do Brasil em Jogos Olímpicos (Wander Roberto/Exemplus/COB)
No Rio-2016, Érica de Sena conseguiu o melhor resultado da marcha feminina brasileira nos Jogos com a 7ª colocação com 1:29:29. Cisiane Lopes também competiu, terminando em 49º lugar com 1:38:35. Em Tóquio-2020, Érica estava em uma ótima posição para conquistar uma medalha, mas acabou penalizada no último quilômetro da prova, terminando em 11º lugar, com 1:31:39.
Histórico
A russa Yelena Nikolayeva venceu a última edição olímica de 10km em Atlanta-1996 (Getty Images)
A marcha feminina fez sua estreia olímpica em Barcelona-1992 com a prova de 10 km, vencida pela chinesa Chen Yueling com 44:32. Quatro anos depois, em Atlanta-1996, a vitória foi da russa Yelena Nikolayeva com 41:49.
A partir de 1999, a distância principal das provas femininas foi aumentada para os 20 km, começando no Mundial de Sevilha em 1999. O primeiro ouro olímpico na nova distância veio em Sydney-2000 com a chinesa Wang Liping com 1:29:05 numa decisão muito questionada na época. A australiana Jane Saville liderava com folga, mas foi desclassificada quando entrava no Estádio Olímpico por flutuar, lembrando que na marcha o pé tem que estar sempre em contato com o solo.
Já em Atenas-2004, o ouro foi para a grega Athanasia Tsoumeleka com 1:29:12, abrindo quatro segundos sobre a favorita russa Olimpiada Ivanova, que ficou com a prata. Após a decepção em casa, Saville foi bronze em Atenas.
As russas dominavam a prova no início dos anos 2000, vencendo todos os Mundiais de 2001 a 2013. Olga Kaniskina foi ouro no Mundial de 2007 em Osaka e repetiu o feito em Pequim-2008 com recorde olímpico de 1:26:31. Venceu novamente o Mundial em 2009, o Europeu de 2010, novamente o Mundial de 2011 e a prata em Londres-2012. Kaniskina fazia parte do grupo de treinamento do técnico Viktor Chegin, onde dezenas de atletas foram pegos em exames antidoping. Com anomalias em seu passaporte biológico, a russa teve vários de seus resultados anulados e ela perdeu os dois últimos títulos mundiais e a prata em Londres.
A chinesa Wang Liping foi a primeira vencedora na distância de 20km da marcha atlética feminina (World Athletics)
Ouro perdido
O ouro em Londres-2012 ficou com a russa Elena Lashmanova batendo o recorde mundial com 1:25:02. Com um currículo praticamente perfeito, ela foi campeã mundial em casa em 2013, mas no ano seguinte também foi pega no doping e ficou dois anos parada. Inicialmente, ela não perdeu as medalhas. Mas em 2022, uma decisão da Unidade de Integridade do Atletismo cassou as medalhas da Rússia. Assim, o pódio de Londres-2012 passou a ser 100% chinês: Qieyang Shenjie foi ouro, Liu Hong prata e Lü Xiuzhi bronze.
A partir daí, com a exclusão da maioria das russas, as chinesas começaram o seu domínio na marcha, encabeçadas por Liu Hong. Ela venceu em casa o Mundial de Pequim-2015 e no Rio-2016 foi ouro com 1:28:35, colocando apenas 2 s sobre a mexicana Maria Guadalupe Gonzalez. Hong completou sua coleção de medalhas olímpicas com um bronze em Tóquio-2020. Na ocasião, a vitória foi da italiana Antonella Palmisano, com Sandra Arenas, da Colômbia, ficando com o bronze.
As medalhistas da marcha atlética 20km
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Sydney 2000 | Wang Liping | CHN | Kjersti Tysse-Plätzer | NOR | María Vasco | ESP |
Atenas 2004 | Athanasia Tsoumeleka | GRE | Olimpiada Ivanova | RUS | Jane Saville | AUS |
Pequim 2008 | Olga Kaniskina | RUS | Kjersti Tysse-Plätzer | NOR | Elisa Rigaudo | ITA |
Londres 2012 | Qieyang Shenjie | CHN | Liu Hong | CHN | Lü Xiuzhi | CHN |
Rio 2016 | Liu Hong | CHN | María Guadalupe González | MEX | Lü Xiuzhi | CHN |
Tóquio 2020 | Antonella Palmisano | ITA | Sandra Arenas | COL | Liu Hong | CHN |
Quadro de medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
China | 3 | 1 | 3 | 7 |
Rússia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Itália | 1 | 0 | 0 | 1 |
Noruega | 0 | 2 | 0 | 2 |
México | 0 | 1 | 0 | 1 |
Colômbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Austrália | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Marcha 20km Feminina
Prova da marcha 20km feminina na Olimpíada Rio-2016 (Francisco Medeiros/ME)
A marcha atlética 20km é uma modalidade do atletismo disputada por homens e mulheres, em ruas e estradas, na distância de 20 quilômetros. Os atletas precisam manter contato permanente com o chão e a perna de apoio deve permanecer reta até que a perna que se levanta e perde contato com o solo para dar o passo, a ultrapasse.
A marcha atlética foi uma criação britânica, dos séculos XVIII e XIX, onde os chamados footman cobriam grandes distâncias utilizando esta técnica. Entretanto, o homem que criou a modalidade como é conhecida hoje foi o norte-americano Edward Payson Wetson, que passou a maior parte da sua vida atravessando o continente americano marchando. Foi introduzida nos Jogos Olímpicos em Londres 1908, nas distâncias de 3500 m e 10 milhas, com alterações constantes nas distâncias percorridas de lá para cá.
A prova nesta distância de 20 km foi introduzida para homens nos Jogos Olímpicos de Melbourne 1956, onde participaram 21 atletas de 10 países e para mulheres, a única distância em que é disputada no feminino, em Sydney 2000.