8 5
Siga o OTD

3000m com obstáculos feminino

Divulgação/Instagram: World Athletics e Tatiane Raquel da Silva

Chances do Brasil em Paris-2024

O recorde brasileiro e sul-americano dos 3000m com obstáculos feminino é de Tatiane Raquel da Silva. Com a marca de 9min24s38 alcançada em junho de 2022, em Watford, na Grã-Bretanha. No mesmo ano, a brasileira também marcou o seu segundo melhor tempo 9min26s25, no Mundial de Eugene, nos Estado Unidos. No entanto, esta foi apenas a 23ª melhor marca na competição, o que lhe deixou de fora da final da categoria – na qual foram apenas as 15 melhores atletas. Na ocasião, o tempo de corte foi da alemã Gesa Felicitas Krause, 9min21s02.

A expectativa para a brasileira nos Jogos Olímpicos é tentar se classificar à final da modalidade. Um feito que, além de inédito para o país, necessitaria de uma das melhores provas da vida de Tatiana. Isso porque, para se ter uma ideia, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, quem se classificou para a final com o pior tempo fez 9min26s11.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

Mesmo sendo difícil, alcançar a final pode ser uma meta bastante realista para a atleta brasileira. Em Tóquio-2020, Tatiane ficou na sétima colocação de sua bateria – atrás apenas de uma adversária na zona de classificação. Seu tempo foi de 9min36s43, cerca de dez segundos a mais da marca da australiana Genevieve Gregson, 6ª colocada.

Os favoritos em Paris-2024

Peruth Chemutai, Jogos Olímpicos, Paris-2024, 3000m com obstáculos feminino
Peruth Chemutai é a atual campeã olímpica dos 3000m com obstáculos feminino (Divulgação: World Athletics)

Campeã olímpica dos 3000m com obstáculos feminino em Tóquio-2020, a ugandesa Peruth Chemutai não é a principal favorita da categoria em Paris-2024. Nos dois últimos Mundiais, a atleta passou longe do pódio – sétimo lugar em Budapeste 2023 e 11º lugar em Eugene 2022.

Quem chega como favorita é Winfred Yavi, nascida no Quênia mas representante do Bahrein. Atual campeã mundial, ela marcou 8min50s66 em setembro do ano passado, sendo o melhor tempo de sua carreira. Outra atleta de destaque é a queniana Beatrice Chepkoech, que é a atual vice campeã mundial.

O Brasil nos Jogos

Juliana Paula dos SantosJuliana Paula dos Santos disputou os 3.000m com obstáculos na Rio-2016 (Saulo Cruz/COB)

Campeã ibero-americana em 2006 e bronze nos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, Zenaide Vieira competiu em Pequim-2008 na estreia da prova nos Jogos, mas acabou não completando a prova na sua bateria eliminatória.

Juliana Paula dos Santos havia sido ouro nos 5.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas conseguiu o índice desta prova pro Rio-2016. Na primeira bateria das eliminatórias, a brasileira marcou 9:45.95, ficando em 15º lugar e longe da vaga na final no Rio de Janeiro.

Em Tóquio-2020, o Brasil consegui levar duas atletas da modalidade aos Jogos: Tatiane Raquel da Silva e Simone Ferraz. No entanto, ambas caíram na primeira bateria eliminatória, e não avançaram à final. Tatiane foi a brasileira com o melhor desempenho no Japão, ficando na sétima colocação de sua bateria – atrás apenas de uma adversária na zona de classificação. Seu tempo foi de 9min36s43, cerca de dez segundos a mais da marca da australiana Genevieve Gregson, 6ª colocada.

Histórico

Gulnara Samitova-Galkina foi a primeira campeã olímpica da prova, em Pequim-2008 (Getty Images)

Última modalidade feminina a entrar no programa olímpico, a prova com obstáculos feminina só fez sua estreia nos Jogos em Pequim-2008, 88 anos depois da estreia masculina. Prova relativamente nova, teve seu primeiro recorde reconhecido oficialmente em 1999, fez sua estreia em Mundiais em 2005 e no Europeu em 2006.

A russa Gulnara Samitova-Galkina foi a primeira campeã olímpica da prova, vencendo na China com 8:58.81, se tornando a primeira mulher a baixar da marca de 9 min. Com esse resultado, a russa teve então seis dos 10 melhores tempos da prova.

Fantasma do doping

Galkina foi 4ª no Mundial de Berlim no ano seguinte, vencido pela espanhola Marta Dominguez, que perdeu a medalha na sequência por doping. O doping seguiu fazendo sua marca nesta prova nos anos seguintes. No Mundial de 2011, a russa Yuliya Zaripova venceu na pista, mas acabou perdendo a medalha de ouro, que foi para a tunisiana Habiba Ghribi.

O mesmo ocorreu em Londres-2012. Zaripova venceu com 9:06.72 contra 9:08.37 de Ghribi. Em 2016, a russa foi pega no antidoping e teve sua medalha retirada, enquanto a tunisiana herdava novamente o ouro.

O Quênia venceu pela primeira vez esta prova em um Mundial em 2013, com Milcah Chemos Cheywa, campeã em Moscou. Dois anos depois, no Mundial em Pequim, a segunda vitória queniana foi com Hyvin Jepkemoi, que chegou no Rio-2016 como uma das favoritas, ao lado da jovem barenita Ruth Jebet, que havia vencido o Mundial Sub 20 em 2014.

Ruth JebetRuth Jebet, do Bahrein, venceu os 3.000m com obstáculos nos Jogos Olímpicos Rio-2016 (Reprodução)

Na final olímpica no Rio, Jebet forçou após duas voltas de prova e foi abrindo vantagem contra Jepkemoi, sua compatriota Beatrice Chepkoech e a americana Emma Coburn. Jebet foi implacável e venceu com folga com recorde asiático de 8:59.75. Coburn e Jepkemoi batalharam na última meia volta, mas a queniana foi melhor no sprint final para ficar com a prata.

As Medalhistas

OlimpíadaOuroPrataBronze
Pequim 2008Gulnara Galkina
RUS
Eunice Jepkorir
KEN
Tatyana Petrova
RUS
Londres 2012Habiba Ghribi
TUN
Sofia Assefa
ETH
Milcah Chemos Cheywa
KEN
Rio 2016Ruth Jebet
BRN
Hyvin Kiyeng
KEN
Emma Coburn
EUA
Tóquio 2020Peruth Chemutai
UGA
Courtney Frerichs
EUA
Hyvin Kiyeng
KEN

Quadro de Medalhas


Class.
PaísOuroPrataBronzeTotal
1Rússia1012
2Bahrain1001
2Tunísia1001
2Uganda1001
4Quênia0224
5Estados Unidos0112
6Etiópia0101

A Prova

3000m com obstaculosOs 3000m com obstáculos feminino foi a última prova do altetismo a entrar nos Jogos Olímpicos (Getty Images)

3000 metros com obstáculos é uma prova olímpica de meio-fundo disputada em uma pista de atletismo entre barreiras e fossos de água e deriva seu nome original, steeplechase, da antiga e tradicional corrida de cavalos disputada entre obstáculos em campo aberto.

A prova é originária das Ilhas Britânicas, onde corredores corriam de uma cidade para a outra se orientando pelos campanários de suas igrejas, usados como marcos por serem visualizados à grande distância. Durante o percurso, eles tinham inevitavelmente que pular sobre córregos e pequenos obstáculos e muros de pedra separando as propriedades no caminho.

Regras

A largada é dada com os atletas lado a lado ou em bloco ocupando toda a largura da pista, sem marcação de raia. O número de voltas na pista padrão de 400 metros depende da posição do fosso d’água obrigatório – fora ou dentro da segunda curva da pista – mas os atletas precisam saltar um número total de 28 barreiras e sete fossos d’água durante a duração da corrida.

As barreiras da prova masculina tem altura de 91,4 cm e as da feminina de 76,2 cm, com uma largura mínima de 3,94 m; o fosso d’água de superfície inclinada tem 3,66 m de comprimento com uma profundidade de 70 cm em sua parte mais funda, exatamente em baixo da barreira até chegar ao mesmo nível da pista ao final do comprimento, o que significa que quanto mais longe o atleta que a ultrapassa conseguir saltar, menos água e pressão contrária pela frente terá nos pés e tornozelos, o que dá vantagem aos melhores saltadores entre os corredores.

Por fim, diferente das provas de velocidade com barreiras, que caem a qualquer toque, os obstáculos do steeplechase são mais sólidos e pesados e os atletas muitas vezes os usam para pegar impulso da passada na corrida ao invés de apenas saltá-los, especialmente o obstáculo do fosso.