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200 m feminino

Ana Azevedo nos 200 m feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Divulgação/Instagram: @anaazevedo200m

Chances do Brasil em Paris-2024

O recorde brasileiro e sul-americano dos 200 m feminino é de Vitória Rosa. Com a marca de 22s47 alcançada no Mundial de 2022, em Eugene, nos Estados Unidos, ela terminou a competição na 12ª posição e não conseguiu passar à final. Ou seja, para terem chances de chegar à disputa de medalha, as brasileiras precisarão correr a prova como nunca. Para se ter uma ideia, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, quem se classificou para a final com o oitavo tempo fez 22s40. No Mundial de 2022, a marca para avançar foi de 22s15 e no de 2023 foi de 22s30.

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Isso significa que as chances são muito remotas de termos alguma brasileira numa final dos 200 m feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Das últimas três grandes competições internacionais, a única fez que uma atleta do país alcançou a semifinal foi no Mundial de 2022, quando Vitória Rosa fez o recorde sul-americano.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Ana Azevedo ficou em 26º com 23s20 e Vitória Rosa foi a 33ª com 23s59. No Mundial de 2022, se Vitória Rosa foi a 12ª, Ana Azevedo não passou na primeira rodada com 23s45 em 34º lugar e Lorraine Martins foi a 41ª com 23s60.

No ano passado, no Mundial de Budapeste, Ana Azevedo foi a 34ª com 23s45 e Vitória Rosa foi a 44ª com 23s86.

Os favoritos em Paris-2024

Shericka Jackson nos 200 m feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Shericka Jackson é a atual bicampeã mundial dos 200 m feminino (CHINASPORTS/VCG)

Em quatro das últimas cinco edições de Jogos Olímpicos, a medalha de ouro nos 200 m feminino foi conquistada pela Jamaica. Quem chega em Paris-2024 com mais chance de manter o país do Caribe no topo é Shericka Jackson, atual bicampeã mundial.

A atleta viveu uma grande decepção nos 200 m feminino dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Apesar de ter sido medalha de bronze nos 100 m feminino, ela não passou da primeira rodada na capital japonesa por apenas cinco milésimos.

O título olímpico, entretanto, ficou com Elaine Thompson, que faturou o bi em Tóquio com Christine Mboma, da Namíbia, e Gabrielle Thomas, dos Estados Unidos, completando o pódio.

Shericka Jackson, por sua vez, venceu o Mundial de 2022 em dobradinha com Shelly Ann-Fraser, que ficou com a prata, enquanto a britânica Dian Asher Smith foi bronze.

No Mundial de 2023, Shericka Jackson fez o melhor tempo da sua vida, 21s41, para ganhar o bicampeonato mundial. O tempo só é pior do que o recorde mundial de 21s34, batido pela lenda Florence Grift Joyner em Seul-1988. A americana Gabrielle Thomas ficou com a medalha de prata e Sha’Carri Richardson, também dos Estados Unidos, foi bronze.

O Brasil nos Jogos

Vitória Rosa nos 100 m feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Vitória Rosa representou o Brasil na Rio-2016 e em Tóquio-2020 (Wagner Carmo/CBAt)

Desde a primeira edição da prova nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, o Brasil esteve presente. Três atletas representaram o país na capital britânica, mas nenhuma passou da primeira fase. Melânia Luz, 4ª na sua bateria com 26.6, Helena de Menezes 4ª na sua com 27.7 e Lucila Pini, 3ª na sua com 27.6, que ficou bem perto de avançar para a semifinal.

Em Helsinque-1952, Deyse de Castro competiu, marcando o tempo de 25.0, 3ª colocada na sua bateria eliminatória, ficando bem perto de avançar de fase. Silvia Pereira da Silva competiu em Montreal-1976, mas também parou na primeira rodada, marcando 24.00.

Maria Magnólia Figueiredo competiu nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, ficando em 2ª na sua bateria eliminatória com 23.71 e em 6ª na sua bateria de quartas com 23.67, não avançando para as semifinais. Lucimar de Moura foi a representante brasileira em Atenas-2004, ficando em 4º na sua bateria eliminatória com 23.40, avançando para as quartas, onde ficou em 8ª na sua bateria com 23.44.

Em Pequim-2008, Evelyn dos Santos foi 5ª na sua bateria eliminatória com 23.43. Nas quartas, foi 6ª na bateria com 23.35, não passando de fase. Evelyn competiu também em Londres-2012, ficando em 4º na sua bateria de primeira rodada com 23.07 e parando na semifinal com o 16º tempo de 22.82. Ana Claudia Silva também esteve na capital britânica, mas não passou da 1ª fase com 23.40 na sua bateria.

No Rio-2016, duas brasileiras competiram, mas não passaram de fase. Kauiza Venâncio foi 3ª na sua bateria com 23.06 e Vitória Cristina Rosa foi 7ª na sua com 23.35. Em Tóquio-2020, as brasileiras foram eliminadas na primeira rodada com Ana Azevedo em 26º e Vitória Rosa em 33º.

Histórico

A prova dos 200 m feminino só fez sua estreia olímpica depois da 2ª Guerra, em Londres-1948 e a primeira campeã foi o grande nome daquela competição, a holandesa Fanny Blankers-Koen. Ela foi a única a correr abaixo dos 25 segundos, se tornando a primeira campeã com 24.4, bem a frente da britânica Audrey Williamson, prata com 25.1.

A australiana Marjorie Jackson bateu o recorde que já durava 17 anos e levou o ouro em Helsinque-1952 (Reprodução)

A australiana Marjorie Jackson igualou o recorde mundial nas eliminatórias dos Jogos Olímpicos de Helsinque-1952 com 23.6. A marca vinha desde antes da Guerra, em 1935. Na semifinal, Jackson melhorou o tempo para 23.4 e foi ouro com 23.7 na final. O segundo ouro australiano na prova veio em Melbourne-1956 com Betty Cuthbert, que havia batido o recorde mundial da prova dois meses antes dos Jogos. Ela quebrou a marca mundial novamente em 1960 e era a favorita para o bicampeonato em Roma-1960, mas uma lesão durante as quartas de final dos 100m a tirou da prova dos 200 m. A vitória acabou ficando com a campeã da prova mais rápida, a americana Wilma Rudolph com 24.13. Com isso, as quatro primeiras campeãs da história dos 200 m também haviam vencido os 100 m.

A polonesa versátil

Irena Szewinska entrou para a história batendo recordes em diversas provas e ganhando os 200m em 1968, no México (TVP Info)

Na Cidade do México-1968, o título ficou com a versátil polonesa Irena Szewinska, a única pessoa da história a bater o recorde mundial dos 100 m, 200 m e 400 m, homem ou mulher. Szewinska, que também tem medalha olímpica no salto em distância e no revezamento 4x100m, bateu o recorde mundial na final mexicana com 22.5.

A polonesa voltou em Munique-1972, mas acabou com o bronze. O ouro ficou com a alemã oriental Renate Stecher com recorde mundial de 22.40, a quinta a conquistar a dobradinha dos 100 m e 200 m numa mesma Olimpíada. A favorita era a taiwanesa Chi Cheng, recordista mundial, mas ela sofreu uma lesão gravíssima em 1970 que de fim a sua carreira.

Sub-22

Na sequência, a alemã oriental Bärbel Wöckel venceu em Montreal-1976 e em Moscou-1980, se tornando a primeira bicampeã olímpica desta prova. No Canadá, venceu na final com 22.37, recorde olímpico, seguida de outras quatro alemãs, duas ocidentais e duas orientais, e melhorou a marca em Moscou com 22.03 na decisão.

Em Los Angeles-1984, a americana Valerie Brisco-Hooks foi ouro com 21.81 se tornando a primeira mulher a baixar dos 22 s em uma Olimpíada, à frente de Florence Griffith-Joyner, prata com 22.04. Em Seul-1988, Griffith-Joyner voltou com tudo e foi campeã com 21.34, batendo o recorde mundial na final. Na semifinal ela já tinha batido a marca mundial com 21.56. Foram três ouros em Seul para FloJo, que se aposentou logo em seguida, levando a questionamentos sobre um possível doping nos Jogos.

Surpresa francesa

Merlene Ottey foi prata pela Jamaica em Atlanta-1996 e correu pela Eslovênia aos 52 anos (Reprodução)

A jamaicana Merlene Ottey chegou em Atlanta-1996 com todo o favoritismo, tendo vencido os Mundiais de 1993 e 1995. Ottey teve uma das carreiras mais longevas do atletismo, com nove medalhas olímpicas, mas nenhuma de ouro. A primeira foi em Moscou-1980 nos 100 m e encerrou a lista apenas em Sydney-2000, com uma prata e um bronze. Após essa edição, ela decidiu não mais competir pela Jamaica e se naturalizou eslovena.

Ela já morava no país desde 1998. Ottey competiu em alto nível inacreditavelmente até os 52 anos, quando disputou seu último Europeu de atletismo. Apesar do favoritismo em Atlanta, Ottey perdeu a final para a francesa Marie-José Perec, campeã com 22.12 contra 22.24 da jamaicana.

Força do Caribe

A americana Marion Jones foi a campeã em Sydney-2000 com 21.84, faturando cinco ouros nos Jogos. Só que em 2007 ela admitiu o uso de substâncias proibidas e perdeu todas as medalhas. O ouro foi realocado para Pauline Davis-Thompson, das Bahamas, com 22.27.

Aos 22 anos, a jamaicana Veronica Campbell foi a campeã em Atenas-2004 com 22.05, à frente de uma jovem americana de 18, que bateu o recorde mundial júnior na final com 22.18, a grande Allyson Felix. A americana venceu os dois mundiais seguintes, em 2005 e 2007 e as duas se enfrentaram novamente em Pequim-2008. Numa grande final, a jamaicana, agora Campbell-Brown, faturou o bicampeonato olímpico com 21.74 contra 21.93 da americana.

A americana Allyson Felix ganhou seu 12º ouro em mundiais e bateu o recorde que era de Usain Bolt (Reprodução)

Felix venceu seu 3º mundial seguido em Berlim-2009 a frente da jamaicana. No Mundial seguinte, em Daegu-2011, foi a vez de Campbell-Brown ser campeã pela primeira vez aos 29 anos, com Felix na 3ª colocação. Chegou Londres-2012 e as duas mais uma vez se enfrentaram e a americana levou o ouro pela primeira vez com 21.88, enquanto a jamaicana terminou apenas em 4º. Felix tem nove medalhas olímpicas na carreira, sendo seis de ouro, sendo apenas esta numa prova individual. A americana também tem na carreira 18 medalhas em Mundiais, sendo 13 ouros, sendo 9 em revezamentos.

Nos Jogos do Rio-2016, a vitória ficou com a jamaicana Elaine Thompson, que também havia vencido os 100 m. Com 21.78, ela ficou à frente da holandesa Dafne Schippers, prata com 21.88.

Elaine Thompson ganhou o bicampeonato olímpicos dos 200 m feminino nos Jogos de Tóquio-2020. Christine Mboma, da Namíbia, ficou com a prata e Gabrielle Thomas, dos Estados Unidos, foi bronze.

As Medalhistas

OlimpíadaOuroPrataBronze
Londres 1948Fanny Blankers-Koen
(NED)
Audrey Williamson
(GBR)
Mickey Patterson
(USA)
Helsinque 1952Marjorie Jackson
(AUS)
Puck Brouwer
(NED)
Nadezhda Khnik’ina
(URS)
Melbourne1956Betty Cuthbert
(AUS)
Christa Stubnick
(GER)
Marlene Mathews
(AUS)
Roma 1960Wilma Rudolph
(USA)
Jutta Heine
(GER)
Dorothy Hyman
(GBR)
Tóquio 1964Edith McGuire
(USA)
Irena Kirszenstein
(POL)
Marilyn Black
(AUS)
Cidade do México 1968Irena Szewińska
(POL)
Raelene Boyle
(AUS)
Jennifer Lamy
(AUS)
Munique 1972Renate Stecher
(GDR)
Raelene Boyle
(AUS)
Irena Szewińska
(POL)
Montreal 1976Bärbel Eckert
(GDR)
Annegret Richter
(FRG)
Renate Stecher
(GDR)
Moscou 1980Bärbel Wöckel
(GDR)
Nataliya Bochina
(URS)
Merlene Ottey
(JAM)
Los Angeles1984Valerie Brisco-Hooks
(USA)
Florence Griffith
(USA)
Merlene Ottey-Page
(JAM)
Seul 1988Florence Griffith Joyner
(USA)
Grace Jackson
(JAM)
Heike Drechsler
(GDR)
Barcelona 1992Gwen Torrence
(USA)
Juliet Cuthbert
(JAM)
Merlene Ottey
(JAM)
Atlanta 1996Marie-José Pérec
(FRA)
Merlene Ottey
(JAM)
Mary Onyali
NGR
Sydney 2000Pauline Davis-Thompson
(BAH)
Snthika Jayasinghe
(SRI)
Beverly McDonald
(JAM)
Atenas 2004Veronica Campbell
(JAM)
Allyson Felix
(USA)
Debbie Ferguson
(BAH)
Pequim 2008Veronica Campbell-Brown
(JAM)
Allyson Felix
(USA)
Kerron Stewart
(JAM)
Londres 2012Allyson Felix
(USA)
Shelly-Ann Fraser-Pryce
(JAM)
Carmelita Jeter
(USA)
Rio 2016Elaine Thompson
(JAM)
Dafne Schippers
(NED)
Tori Bowie
(USA)
Tóquio 2020Elaine Thompson
(JAM)
Christine Mboma
(NAM)
Gabrielle Thomas
(USA)

Quadro de Medalhas

Clas.PaísOuroPrataBronzeTotal
1Estados Unidos63413
2Jamaica44513
3Alemanha Oriental3025
4Austrália2237
5Holanda1203
6Polônia1113
7Bahamas1012
8França1001
9Alemanha0202
10Grã-Bretanha0112
10União Soviética0112
12Sri Lanka0101
12Alemanha Ocidental0101
12Namíbia0101
15Nigéria0011

A Prova

A campeã olímpica dos 100 e 200 m feminino Elaine Thompson, da Jamaica (Divulgação)

200 metros rasos é uma modalidade olímpica de corrida de velocidade no atletismo.

Disputada em metade de uma pista padrão de 400 metros, os atletas largam de blocos firmados no chão e correm dentro de raias marcadas na pista. Esta prova começa numa das curvas e termina na reta da meta, particularidade que exige o treino de uma combinação de técnicas, que não está presente nos 100 metros (disputados numa linha reta).

Os 200 metros são uma prova de velocidade, geralmente corrida por atletas que também participam ou nos 100 metros como Veronica Campbell-Brown ou nos 400 metros rasos como Michael Johnson. O recorde mundial masculino pertence ao jamaicano Usain Bolt – 19s19 – conquistados em Berlim 2009 e o feminino à norte-americana Florence Griffith-Joyner – 21s34 – em Seul 1988; os atuais campeões olímpicos são Bolt e a também jamaicana Elaine Thompson e os campeões mundiais, Bolt e a holandesa Dafne Schippers.

Provas disputadas com uma velocidade de vento favorável maior que 2 m/s não são aceitáveis para a homologação de recordes. Sensores colocados no bloco de largada marcam o tempo de reação dos atletas ao sinal de largada; um tempo de reação inferior a 0.1s é considerado como largada falsa, os velocistas chamados de volta à largada e o responsável desclassificado. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise fora da linha que delimita sua raia de corrida