100 m livre masculino
100 m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil em Paris-2024
Guilherme Caribé e Marcelo Chierighini são os representantes do Brasil nos 100 m livre masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Caribé conseguiu sua classificação ao atingir o índice olímpico durante a Seletiva no início deste ano. Por outro lado, Chierighini havia se classificado apenas no revezamento 4x100m. Contudo, ele tinha alcançado o índice em prova válida para a World Aquatics e graças à “salvaguarda” foi inscrito na prova individual.
Medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, Caribé surge como uma das grandes promessas brasileiras na natação. Sua melhor marca nos 100 m livre veio em 2022, quando nadou para 47s82 no Brasileiro Júnior de Natação. Ele vai precisar nadar perto, ou até abaixo, disso para sonhar com uma vaga na decisão. Este ano, Caribé ganhou a Seletiva Olímpica com a marca de 48s16, que lhe colocaria na semifinal. No único Campeonato Mundial que participou neste ciclo, em 2023, acabou parando nas semifinais com 48s34 e fechou na 16ª posição.
Aos 33 anos de idade, Marcelo Chierighini vai para sua terceira Olimpíada na carreira em Paris-2024. Sua estreia foi em Londres-2012, quando integrou apenas a equipe do revezamento 4x100m. Na Rio-2016, conseguiu seu maior resultado da carreira ao chegar à final dos 100m livre masculino. Sua melhor marca na prova é 47s68, feita no Maria Lenk de 2019. Chierighini disputou apenas dois dos três Campeonatos Mundiais neste ciclo. Contudo, entrou na água somente na edição de Budapeste, em 2022, quando não passou das classificatórias. Em Fukuoka, 2023, optou por não largar para dar prioridade ao revezamento.
Favoritos em Paris-2024
A medalha de ouro dos 100 m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 tem dois nadadores de 19 anos como favoritos. Cerca de um ano depois de chegar em penúltimo lugar na final de Tóquio-2020, o romeno David Popovici chocou o mundo ao bater o recorde de Cesar Cielo e conquistar o título Mundial em 2022 com 46s86. Tamanho resultado gerou bastante expectativa para um bicampeonato no ano seguinte, mas ele acabou ficando em sexto lugar na final.
Naquela mesma decisão do Mundial de Fukuoka, em 2023, estava o jovem chinês Zhanle Pan. Ele fez 47s43, ficou a um centésimo da medalha de bronze. Um ano depois, Pan conquistou a medalha de ouro na prova com 47s53. Além disso, o nadador ainda quebraria o recorde mundial dos 100 m livre durante o revezamento 4x100m. Sendo o primeiro a largar, completou a distância para 46s80 e ajudou seu time a levar o título.
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Histórico dos 100m livre masculino nos Jogos Olímpicos
Prova mais nobre da natação, como é conhecida pelos atletas, os 100m livre são disputados nos Jogos Olímpicos desde a primeira edição, em Atenas-1896. O primeiro campeão olímpico da prova foi Alfred Hajós da Hungria, que venceu também a extinta disputa dos 1200 m livre. Naquela época, onde ninguém sonhava com as modernas piscinas atuais, as disputas das competições da natação olímpica aconteceram em pleno mar com uma média de temperatura da água de 13 °C. Naquela oportunidade todas as provas de natação foram disputadas no mesmo dia.
Os Estados Unidos, com 13 ouros, são os maiores campeões da prova ao longo da história olímpica. Desses, dois vieram com Duke Kahanamoku, o primeiro bicampeão olímpico da história da natação, em Estocolmo-1912 e na Antuérpia-1920. Kohanamoku, havaiano, é considerado o “pai do surfe moderno”, por ter se aproveitado de sua fama graças a natação e a usado para a divulgação da modalidade, que estará nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Outro americano bicampeão olímpico foi Johnny Weissmuller, vencendo o ouro em Paris-1924 e Amsterdã-1928. Apesar de bicampeão olímpico, Weissmuller ficou internacionalmente conhecido por sua carreira no cinema, onde interpretou o personagem “Tarzan” em doze filmes entre 1932 e 1948.
Mark Spitz
Outros americanos que estão entre os grandes nomes históricos da prova são Mark Spitz, Jim Montgomery, Rowdy Gaines e Matt Biondi. Spitz foi, até o surgimento de Michael Phelps, o maior vencedor de medalhas de ouro em uma mesma edição na história olímpica, ao ter conquistado sete medalhas douradas em Munique-1972, uma delas nos 100 m livre.
Jim Montgomey venceu o evento em Montreal-1976, com 49s99, o primeiro de todos os tempos a nadar a distância em menos de 50 segundos. Rowdy Gaines foi campeão olímpico em Los Angeles-1984, se aproveitando da ausência do então campeão olímpico e mundial Jörg Woithe ,da Alemanha Oriental, que boicotou a edição olímpica disputada em solo americano.
Primeira vez abaixo dos 49 segundos
Matt Biondi, que se tornou o primeiro atleta da história a quebrar a barreira dos 49 segundos duas vezes, foi o campeão olímpico em Seul-1988, com a impressionante marca de 48s42, marca que até os dias de hoje é bastante competitiva na natação.
A lenda russa Alexander Popov levou o ouro em Barcelona-1992, deixando o brasileiro Gustavo Borges com a medalha de prata e Matt Biondi fora do pódio. Em Atlanta-1996, o russo tornou-se o terceiro bicampeão olímpico, com Gustavo Borges novamente subindo ao pódio, desta vez com o bronze.
Anos 2000
Popov buscava em Sydney-2000 o tricampeonato olímpico, mas acabou superado pela estrela holandesa Pieter van den Hoogenband, que levou o ouro. De quebra, tornou-se novo recordista mundial, com 47s84. Ele foi o primeiro atleta da história a nadar a distância pra menos ,de 48 segundos. Ainda hoje marca o faria brigar por medalhas em quaisquer competições do mundo.
Peter foi novamente campeão olímpico em Atenas-2004, se tornando o quarto bicampeão da prova, deixando o sul-africano Roland Schoemann com a prata e a estrela australiana Ian Thorpe com o bronze.
O título olímpico em Pequim-2008 ficou para a França, com Alain Bernard levando a melhor no duelo acirrado com o americano Eamon Sullivan. O bronze acabou dividido entre o brasileiro Cesar Cielo e o americano Jason Lesak.
Em 2012, o australiano James Magnussen pintava como favorito. Contudo, ficou com a medalha de prata, sendo superado por apenas um centésimo (47s52 contra 47s53 de Magnussen) pelo americano Nathan Adrian. Brentt Heyden do Canadá ficou com o bronze. Na Rio-2016, a Austrália confirmou o favoritismo e levou o ouro nos 100m livre, com o jovem Kyle Chalmers, de 18 anos. A prata foi para Pieter Timmers da Bélgica, e o bronze com o americano Nathan Adrian, campeão em Londres-2012.
Em Tóquio-2020, o americano Caleb Dressel, que bateu o recorde olímpico com 47s02. O australiano Kyle Chalmers levou a prata com 47s08 e o russo Kliment Kolesnikov levou o bronze marcando 47s44.
Os medalhistas dos 100m livre masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Atenas 1896 | Alfréd Hajós (HUN) | Otto Herschmann (AUT) | — |
Londres 1908 | Charlie Daniels (USA) | Zoltán Halmay (HUN) | Harald Julin (SWE) |
Estocolmo 1912 | Duke Kahanamoku (USA) | Cecil Healy (ANZ) | Ken Huszagh (USA) |
Antuérpia 1920 | Duke Kahanamoku (USA) | Pua Kele Kealoha (USA) | Bill Harris (USA) |
Paris 1924 | Johnny Weissmuller (USA) | Duke Kahanamoku (USA) | Sam Kahanamoku (USA) |
Amsterdã 1928 | Johnny Weissmuller (USA) | István Bárány (HUN) | Katsuo Takaishi (JPN) |
Los Angeles 1932 | Yasuji Miyazaki (JPN) | Tatsugo Kawaishi (JPN) | Albert Schwartz (USA) |
Berlim 1936 | Ferenc Csík (HUN) | Masanori Yusa (JPN) | Shigeo Arai (JPN) |
Londres 1948 | Wally Ris (USA) | Alan Ford (USA) | Géza Kádas (HUN) |
Helsinque 1952 | Clarke Scholes (USA) | Hiroshi Suzuki (JPN) | Göran Larsson (SWE) |
Melbourne 1956 | Jon Henricks (AUS) | John Devitt (AUS) | Gary Chapman (AUS) |
Roma 1960 | John Devitt (AUS) | Lance Larson (USA) | Manuel dos Santos (BRA) |
Tóquio 1964 | Don Schollander (USA) | Bobby McGregor (GBR) | Hans-Joachim Klein (GER) |
Cidade do México 1968 | Mike Wenden (AUS) | Ken Walsh (USA) | Mark Spitz (USA) |
Munique 1972 | Mark Spitz (USA) | Jerry Heidenreich (USA) | Vladimir Bure (URS) |
Montreal 1976 | Jim Montgomery (USA) | Jack Babashoff (USA) | Peter Nocke (FRG) |
Moscou 1980 | Jörg Woithe (GDR) | Per Holmertz (SWE) | Per Johansson (SWE) |
Los Angeles 1984 | Rowdy Gaines (USA) | Mark Stockwell (AUS) | Per Johansson (SWE) |
Seul 1988 | Matt Biondi (USA) | Chris Jacobs (USA) | Stéphan Caron (FRA) |
Barcelona 1992 | Aleksandr Popov (EUN) | Gustavo Borges (BRA) | Stéphan Caron (FRA) |
Atlanta 1996 | Aleksandr Popov (RUS) | Gary Hall Jr. (USA) | Gustavo Borges (BRA) |
Sydney 2000 | Pieter van den Hoogenband (NED) | Aleksandr Popov (RUS) | Gary Hall Jr. (USA) |
Atenas 2004 | Pieter van den Hoogenband (NED) | Roland Schoeman (RSA) | Ian Thorpe (AUS) |
Pequim 2008 | Alain Bernard (FRA) | Eamon Sullivan (AUS) | Jason Lezak (USA) César Cielo Filho (BRA) |
Londres 2012 | Nathan Adrian (USA) | James Magnussen (AUS) | Brent Hayden (CAN) |
Rio 2016 | Kyle Chalmers (AUS) | Pieter Timmers (BEL) | Nathan Adrian (USA |
Tóquio 2020 | Caleb Dressel (EUA) | Kyle Chalmers (AUS) | Kliment Kolesnikov (ROC) |
Quadro de medalhas dos 100m livre masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 14 | 9 | 8 | 31 |
Austrália | 5 | 4 | 2 | 11 |
Hungria | 2 | 2 | 1 | 5 |
Holanda | 2 | 0 | 0 | 2 |
Japão | 1 | 3 | 2 | 6 |
Rússia | 1 | 1 | 1 | 3 |
França | 1 | 0 | 2 | 3 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Suécia | 0 | 1 | 4 | 5 |
Brasil | 0 | 1 | 3 | 4 |
Australasia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Áustria | 0 | 1 | 0 | 1 |
Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
África do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
União Soviética | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |