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Paris 2024

Caio Bonfim fala em “memória curta” para se motivar após Paris

Caio diz que medalha olímpica não entra para as próximas provas e que o atleta deve ter “memória curta” para se motivar

Caio Bonfim pousa para foto na COB Expo
(Foto: Leo Barrilari/COB)

São Paulo – Caio Bonfim foi o responsável pela primeira medalha olímpica da marcha atlética brasileira. Quase dois meses depois de faturar a prata em Paris-2024, o marchador esteve presente na COB Expo nesta quinta-feira (26) e falou com o Olimpíada Todo Dia sobre como está sua vida após a histórica conquista. Caio destacou que o atleta não pode se afobar muito após um grande evento como esses.

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“É continuar o trabalho. O atleta tem que ter essa memória curta. Feliz pelo que passou, mas pronto para a próxima. É trabalhar e treinar. Essas medalhas não entram nas próximas provas, tem que ter dedicação. A pressão é natural. Na verdade, é um privilégio. Então, é com esse pensamento que eu vou para os próximos passos”, disse Caio Bonfim no stand próprio do OTD.

Caio conseguiu a medalha olímpica na marcha atlética em sua quarta aparição olímpica. Ele esteve presente em Londres-2012, na Rio-2016 e em Tóquio-2020 antes de entrar para o Olimpo em Paris-2024. O brasiliense foi quarto colocado nos Jogos dentro de casa, ficando muito perto do pódio, e terminou em 13º na edição da capital japonesa.

Caio Bonfim com bandeira do Brasil em frente a Torre Eiffel
Caio Bonfim após medalha histórica (Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Caio, que hoje tem 33 anos de idade, tem muitas lembranças daquele 1º de agosto de 2024, quando ele cruzou a linha de chegada na Pont d’Iena em segundo lugar, completando os 20km da marcha atlética em 1h19min09s, 14 segundos atrás do equatoriano Brian Pintado. No entanto, sua principal memória é de quando ele se encontrou com sua família e conseguiu abraçá-la com alegria.

Retorno ao Brasil

De volta ao Brasil, Caio ainda se prepara para retomar os treinos intensos. Por enquanto, apenas realizou fortalecimento e cumpriu suas agendas comerciais e pessoais. Alguns pontos da agenda envolveram recepção calorosa da população de Sobradinho, sua cidade-natal, assistir ao jogo de seu clube de futebol do coração, o Vasco da Gama, no estádio Mané Garrincha, e uma colação de grau especial elaborada por sua faculdade.

“O carinho das pessoas é muito bacana. O reconhecimento, tirar foto e pedir para dar autógrafo são coisas diferentes. Também saber a história. Teve uma pessoa que falou para mim que tomou multa do condomínio porque estava gritando de madrugada durante a minha prova. Claro que muitas portas estão se abrindo, mas eu acho que a visibilidade para a marcha atlética tem sido muito importante para esse momento”, falou ele.

Caio Bonfim autografando uniforme de menina durante a COB Expo
(Foto: Léo Barrilari/COB)

Por falar em reconhecimento, Caio Bonfim já recebeu um grande presente por sua medalha olímpica. O Governo do Distrito Federal iniciou a reforma do Estádio Augustinho Lima, em Sobradinho, onde Caio treina. O local estava praticamente abandonado e, de acordo com a promessa estatal, haverá reformas no gramado e reparos na pista de atletismo, além de melhora na iluminação.

Caio x Isaquias?

Em clima leve durante a segunda edição da COB Expo, “a feira de todos os esportes”, que é organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil, Caio tem atendido os fãs e também a imprensa. O local também é uma oportunidade para que os grandes atletas possam interagir entre si. Foi o que ocorreu nesta quinta, com Caio se encontrando com Isaquias Queiroz, dono de cinco medalhas olímpicas na canoagem velocidade.

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“Encontrei com o Isaquias e fiz um desafio para ele dar uma volta na pista que tem ali marchando, mas ele disse que não tem um pace bom não. Depois, ele me desafiou para fazer a canoagem e eu acho que não tenho esse braço para pegar o remo e fazer. Então, a única coisa que deu foi trocar ideia. A gente está atendendo as pessoas que pedem para tirar foto, querem ter uma conversa e a imprensa. Mas eu estou querendo, estou olhando qual eu vou tentar me aventurar”, brincou.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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