PARIS – O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou uma entrevista coletiva neste domingo (8) para celebrar a campanha histórica dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Na capital francesa, a delegação brasileira bateu todos os recordes do país no evento. Mizael Conrado, presidente do CPB, e do diretor de Esportes de Alto Rendimento do CPB, Jonas Freire marcaram presença.
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“Muita felicidade hoje, muita alegria, muita sensação de que o trabalho vale a pena, que o trabalho compensa. Mas ainda muita certeza que a gente tem grandes guerreiros, que nossos atletas são dignos de todas as nossas homenagens, porque o que eles fizeram aqui foi realmente digno de nota”, elogiou Mizael.
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Foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronzes para somar um total de 89 pódios e terminar entre os cinco primeiros do quadro pela primeira vez. Apesar da comemoração, o presidente Mizael Conrado percebeu oportunidades para o Brasil seguir avançando na Paralimpíada.
“Claro que a gente sai daqui também com algumas lições aprendidas. Por exemplo, a gente percebeu que no ciclismo são 51 medalhas, o Brasil não conquistou nenhuma. A Holanda, 12 medalhas de ouro. Se não fosse o ciclismo, a gente seria o quarto colocado. Então, isso mostra também que a nossa preocupação correta com a construção do velódromo e a gente já está pensando”, disse o presidente.
Velódromo
De acordo com o presidente, o Governo do estado de São Paulo está em processo de licitação para iniciar a construção de um velódromo. Mizael ainda acredita que o equipamento possa estar concluído em 2027.
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“O velódromo vai ser construído pelo Governo do Estado. O governador já aprovou a construção, já foi feito o plano de massa. Então a gente já tem uma estimativa de custo, vai custar em torno de 150 milhões de reais a construção. A Secretaria dos Direitos da Pessoa Com Deficiência, quem vai fazer o processo de licitatório. O pessoal já está lá em São Paulo trabalhando no projeto”, explicou.
“A ideia é que esse projeto esteja publicado, que está ali citado, ainda esse ano, então acredito que até ali, meados de 2027, esse velódromo vai estar funcionando”, disse Mizael Conrado.
Legado de 2016
Muito se fala do legado deixado pelos investimentos e estruturas construídas para os Jogos do Rio de Janeiro. Foi nessa empreitada do Brasil ser país-sede que se construiu o Centro de Treinamento Paralímpico do CPB em São Paulo. Tal estrutura é referência e elogiada mundo afora até os dias de hoje. Outras estruturas também foram construídas, mas não possuem a mesma zeladoria.
“Na verdade as construções foram muito importantes, embora não suficientes eram necessárias outras construções. Como é que a gente vai formar um atleta no estado, se a gente não tem uma pista para esse atleta treinar, para esse atleta competir”, questionou Mizael Conrado.
“Na natação, a gente vê aqui, o Brasil ganhou sete medalhas de ouro. A gente pega o resultado da Itália, pega o resultado da Inglaterra, e basta a gente olhar para a estrutura esportiva desse país. Aqui na França, nós estivemos aqui para observar as cidades e as estruturas, e a cada cidade você tem um piscina oficial em um nível magnífico. Veja quantas piscinas a gente tem no Brasil. Cidades, capitais de estados, muitos que não tem uma piscina, outros quando tem, tem uma, duas, três piscinas”, apontou.
Medalhas plurais
Assim como em outras campanhas brasileiras nos Jogos Paralímpicos, os medalhistas vieram de várias regiões do país. Atletas de norte ao sul do Brasil subiram ao pódio na capital francesa. Mizael destaque que tal feito é fruto dos Centros de Referência Paralímpicos espalhados por todos os estados, mas também destaca que sonha ampliar ainda mais a iniciativa.
“Se eles conquistaram a medalha é porque chegou lá a oportunidade para que se tornassem atletas. E realmente essa é a nossa ideia, de estar em todos os estados do Brasil. O Centro de Referência já está em todos os estados do Brasil. Gostaria muito de que daqui a oito anos ouvir dizer que o CPB conseguiu implementar 560 centros de referência. O que corresponde a 10% de todos os municípios brasileiros”, afirmou.
“E como cada Centro de Referência pode ter capacidade para atender em média de quatro a cinco municípios, nós podemos ter em oito anos metade do país conectado com uma estratégia de movimento esportivo. Então realmente é mais democrático, mas acho que isso é muito por conta do trabalho dos nossos clubes, das confederações e do próprio Comitê de levar esporte para todos os cantos do país”, completou.