PARIS – Depois dos ouros de Arthur Silva e Willians Araújo, o judô brasileiro conquistou a medalha de prata com Érika Cheres nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Neste sábado (7), a judoca sul-mato-grossense acabou superada pela ucraniana Anastasiia Harnyk na final da categoria acima de 70kg da classe J1 para subir no pódio paralímpico pela primeira vez na carreira. Além desse segundo lugar, em seguida, Marcelo Casanova ganhou o bronze ao derrotar o italiano Simone Cannizzaro na até 90kg J2.
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A medalha de Marcelo Casanova deu ao Brasil o quarto pódio do judô neste sábado. Foram até agora duas medalhas de ouro, com Willians Araújo e Arthur Silva, a prata de Érika Cheres, e o bronze do atleta gaúcho. E o dia ainda não acabou, já que a paulista Rebeca Silva ainda disputa a final da categoria até 70kg na classe J2.
Revés da prata e trajetória
O embate entre Érika Cheres e Anastasiia Harnyk não foi nada duradouro. Pelo contrário, a ucraniana, líder do ranking mundial da J1 até 70kg, partiu para cima da brasileira e, em apenas 32 segundos, venceu com golpe perfeito, decretando o ippon por meio da utilização da técnica harai-makikomi. A imposição da europeia foi tamanha que a judoca do Mato Grosso do Sul, nascida em Guia Lopes da Laguna, não conseguiu ser superior em instante algum.
Érika Cheres estreou contra a venezuelana Danitza Sanabria nas quartas de final. A luta foi equilbrada e tensa. A definição da vencedora só aconteceu no golden score, quando Sanabri tomou seu terceiro shido e decretou a vitória da brasileira. Em seguida, na semifinal, Erika Cheres teve certa tranquilidade diante da turca Nazan Gunes. A brasileira não deu chances para a adversária e encerrou a luta ainda nos minutos iniciais. Aplicando um waza-ari seguido por um ippon, ela confirmou sua vaga na final.
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A brasileira nasceu com glaucoma congênito, condição que não a impediu buscar seus objetivos. Ela foi apresentada ao judô em 2006 por intermédio da indicação de uma amiga, a também judoca Michele Ferreira. Além da prata em Paris-2024, Érika Cheres soma outras conquistas e as principais delas são o vice-campeonato no Grand Prix de Tiblissi e o ouro no Grand Prix de Antalya em 2024.
Luta do bronze
Marcelo Casanova conquistou o bronze em Paris-2024 neste sábado, último dia do judô no evento. O gaúcho de apenas 21 anos derrotou Simone Cannizzaro na disputa pelo terceiro lugar. O combate começou equilibrado e a primeira tentativa de ataque foi do italiano, mas brasileiro se defendeu bem. Faltando menos de três minutos para o fim do combate, o brasileiro conquistou o waza-ari após golpe com a técnica harai-makikomi.
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O europeu partiu para cima e, no ímpeto de ganhar a luta, foi punido com dois shidos, um por irregularidade no uso das mãos no judogi e outro por falso ataque. Marcelo Casanova passou a administrar bem o duelo e o tempo foi diminuindo para o italiano. Nos segundos finais, no desespero, Simone Cannizzaro tentou técnica de sacrifício, mas foi neutralizado pelo brasileiro que, em seguida, comemorou o bronze com cronômetro zerado.
Trajetória da medalha
Marcelo Casanova teve uma estreia difícil contra o britânico Evan Molloy em duelo válido pelas quartas de final. Após conseguir um waza-ari na metade do confronto, sofreu para segurar a vantagem no placar. Apesar disso, garantiu o triunfo e avançou para a semifinal. Brigando por vaga na decisão, ele enfrentou o francês Helios Latchoumanaya. Com as arquibancadas pegando fogo em apoio ao judoca local, o brasileiro teve personalidade e fez luta dura. No entanto, acabou derrotado com um waza-ari e um ippon.
Natural de Caxias do Sul, Marcelo Casanova tem deficiência visual em decorrência do albinismo. Ele iniciou no judô com nove anos por insistência do pai, que praticava o esporte. O gaúcho competiu por quase toda a sua trajetória no convencional e a integrou a seleção brasileira sub-18. Foi apenas em 2021 que ele entrou no paralímpico. O atleta chegou a Paris-2024 com ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023, bronze nos Jogos Mundiais da IBSA 2023, e o título do Pan-Americano do Canadá 2022.