PARIS – Cenas de um filme trágico assombraram a cabeça de Thiago Paulino enquanto fazia seus arremessos na final dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Nesta sexta-feira (6), o atleta brasileiro entrou em ação no Stade de France em busca de sua segunda medalha no evento. O medo de ser prejudicado, assim como em Tóquio, deu lugar a um sorriso no rosto e orgulho por merecida conquista.
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“A gente veio para fazer o nosso melhor, estou feliz, porém não satisfeito, queria ter feito uma marca um pouco melhor, melhorar minha marca pessoal, infelizmente não saiu. Sei lá, emocionalmente fiquei um pouco abalado, comecei muito mal. Depois fui crescendo durante a prova”, avaliou Thiago Paulino, que fez 15,06m no terceiro arremesso para levar a medalha.
Exorcizando fantasma
O abalo emocional que Thiago Paulino se referiu foi ao relembrar a última edição dos Jogos Paralímpicos. Em Tóquio-2020, Thiago voltou com a medalha de prata, mas com um gosto amargo da conquista. Naquela final, ele teve cinco dos seis arremessos invalidados, sendo último retirado, que garantiria o ouro, retirado.
“Claro que passou um filme do que aconteceu em Tóquio. Tem como apagar isso. Mas hoje, graças a Deus, deu tudo certo. Mesmo arremesso, mesmo jeito de amarrar. Seis arremessos válidos. Só Tóquio não valeu, né? Os juízes eram os mesmos? Fica essa incógnita”, brincou.
Prata com gosto de prata
O que mudou de Tóquio-2020 para Paris-2024? Talvez o próprio Thiago Paulino. Em mais um ciclo com títulos parapan-americanos e pódios em campeonatos mundiais, o paulista de Orlândia vai saborear a prata na capital francesa com um tempero especial: o de justiça.
“A regra era a mesma. A regra não mudou de Tóquio para cá. Conquistei a prata e tenho o gosto da prata.Tem uma sensação diferente. Na verdade, em Tóquio, perdi o ouro. Eu não ganhei o bronze. Essa é a sensação. Aqui não. Aqui conquistei a prata, fui dentro do campo, o iraniano mereceu, foi melhor”, disse se referindo à Yasin Khosravi, que bateu o recorde paralímpico com 15,96m e levou o ouro.
“Ele já vem se destacando nos últimos mundiais. É um cara sensacional. É o cara a ser batido hoje, assim como eu fui dominante durante cinco anos. Hoje ele é um cara dominante na prova. Vocês têm a noção de quão é difícil esse arremesso. Dois atletas no mundo, apenas passam 15 metros. Eu sou um deles, eu fui o primeiro. Me sinto muito orgulhoso”, completou.