Paris – Artilheiro do Brasil na Paralimpíada, com 15 gols, Leomon esteve presente nas principais conquistas do goalball brasileiro. Ele fez questão de reunir os seis jogadores do elenco para participarem juntos da entrevista após vencerem a disputa pelo bronze nesta quinta-feira (5).
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“Eu chamei todo mundo aqui para dividir esse momento especial. Porque nos momentos que a gente estava lá na quadra sofrendo, tendo lesões, tendo que tratar, tendo que se dedicar no dia a dia, se abdicar da família, se abdicar de todos os momentos que a gente poderia passar de felicidade, a gente preferiu estar dentro do esporte, dentro do goalball, nos dedicando. E foi para isso aqui. Ontem escapou claro o ouro da gente, mas esse bronze é com gosto de ouro, sim”, celebrou.
O Brasil perdeu nas quartas de final para a Ucrânia por 6 a 4. A equipe chegou com status de favorita ao título em Paris porque é atual tricampeã mundial e ouro em Tóquio-2020.
O grupo puxou um grito de guerra no local dedicado a entrevistas na Arena Paris Sul 6. “Aqui não é só um que se entrega, não são só os três que estão na quadra, não são só os três que estão no banco. Todo mundo aqui se entrega totalmente, para a gente ter um time assim, com seis atletas preparados para estar dentro de quadra e buscar o objetivo maior”, reforçou o camisa 4.
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Outro destaque do grupo brasileiro, Parazinho exaltou o fato de o Brasil estar entre os três melhores times nas últimas quatro Paralimpíadas. Ele acredita que o grupo tem condições de se manter entre os primeiros para o próximo ciclo.
“Eu acho que os meninos têm uma boa mentalidade e espírito de campeão. E eu não tenho sombra de dúvida que da forma que nós estamos trabalhando, a gente vai estar sempre no pódio, com muita dedicação, união e coleguismo. Eu não tenho dúvida que essa molecada aí vai dar muito orgulho para a nação brasileira”, enalteceu.
Além de Parazinho e Leomon, o grupo é formado por Emerson e Romário, além de André e Paulo, que participaram pela primeira vez de uma Paralimpíada.
O bronze em Paris foi conquistado após vitória por 5 a 3 sobre a China. Foi uma reedição da final de Tóquio-2020 e do último Mundial da modalidade, disputado em 2022, em Matosinhos, Portugal. O Brasil foi campeão em ambas ocasiões.
Na bronca
Embora tenha vencido mais uma vez, os brasileiros estão na bronca com os adversários. Alguns jogadores disseram que os chineses molham a bola de jogo com frequênica. “Ela fica mais, ela desliza mais fácil na quadra, então a bola fica mais rápida quando está molhada. Mas na regra diz que se você alterar qualquer aspecto da bola em detrimento de obter vantagem no jogo é uma penalidade”, detalhou Leomon.
Segundo o jogador, os chineses utilizam esta estratégia há bastante tempo. “Hoje em dia não é mais sutil porque eles já perceberam que a arbitragem não pune e aí eles fazem na cara dura. Em Tóquio mesmo, eles passavam a mão no pescoço, passava a mão na camisa, passava na bola, enrolava a bola na camisa para ter essa facilidade de arremessar a bola com mais potência. Não por ela ficar mais rápida, mas deslizando mais rápido na quadra. É mais difícil para defender”, reclamou.
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