Saint Denis, França – Última brasileira na primeira sessão da manhã do atletismo no Stade de France neste dia 5 foi Jéssica Giacomelli. A paulista acabou terminando na sexta posição da bateria com décima colocação geral dos 400m T54 feminino, há pouco menos menos de 1 segundo da classificação.
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Após frustrante corrida, Jéssica conversou com exclusividade com o Olimpíada Todo Dia. Emocionada, ela lamentou que a chuva tenha interferido seu resultado. “Essa bateria pegou uma peça muito grande. A gente chegou no estádio e estava chovendo muito. E aí passamos cola e entrei na pista, mas não tinha chuva. Estou bem decepcionada”, confessou.
Além do fator chuva, que interfere muito os resultados nos atletas em cadeira de rodas, Jéssica também falou sobre como os níveis das cadeiras dos atletas influencia no resultado final de uma prova. “A desigualdade dos equipamentos está muito grande. Não tem o que a gente possa fazer. Hoje em dia a maioria dos atletas está com fibra de carbono. No Brasil, isso é impossível”, explicou. Jéssica compete com cadeira de alumínio, o que não seria o melhor material para competições como do nível da Paralimpíada.
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Cadeiras ponta de linha seguem sendo inviáveis financeiramente
A atleta também contou como uma cadeira de fibra de carbono pode chegar a 60 mil reais, e com conjunto de rodas pode alcançar o valor de 80 mil. O seu equipamento de alumínio custa 30 mil, mas não teria a mesma ergonomia de uma versão de ponta do mercado. “Ainda é muito inviável o preço, a desigualdade é uma absurda, é o dobro no mínimo. A cadeira que estou usando de alumínio é 30 mil, a de carbono é 60 mil, isso é só o quadro, do conjunto todo com rodas cheguei a avaliar por 80 mil reais. Isso faz muita diferença na aerodinâmica, principalmente na prova dos 400m, onde preciso de velocidade e resistência, então o equipamento influencia demais. Eu corri ontem, eu sabia das condições, eu estava muito pronta para a final do 400m e fui desapontada”, explicou.
Ela, no entanto, acredita que o resultado foi uma soma de fatores, não só o equipamento. Mas um ciclo menor e a chuva podem ter atrapalhado seu resultado na pista do Stade de France. “Esse ciclo durou 3 anos, e por mais que um ano pareça não pareça, mas dá muita diferença, principalmente porque eu troquei de treinador nesse ciclo. Então a gente tá aprendendo, tá começando tudo do zero. Eu acho que pra Los Angeles é possível eu chegar na final e conseguir a medalha. Mas hoje a gente achava que eu poderia chegar na final e brigar, mas infelizmente a gente caiu aí na peça da chuva. Isso junto com a diferença de nível dos equipamentos podem ter dado esse resultado. Então assim, são coisas que a gente vai aprendendo, né?”, finalizou.