Saint-Denis – A prata conquistada nesta quinta-feira (5) significa mais do que uma recompensa esportiva. Para Wanna Brito, a medalha no arremesso de peso F32 é a possibilidade de mudar de vida.
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“Eu preciso que os patrocinadores me olhem e se sensibilizem com a minha história. Quero mudar a minha história, mudar a história da minha família. Mudar a história do esporte no Amapá. Eu creio que já está mudando, mas eu quero muito mais”, reforçou a primeira medalhista paralímpica da história do Estado.
A prata veio logo na primeira participação da atleta em Paralimpíadas. Ela chegou como uma das favoritas ao ouro, uma vez que era a atual recordista e campeã mundial da prova. Wanna melhorou a marca dela duas vezes durante a prova em Paris, mas foi superada pela ucraniana Anastasiia Moskalenko.
A arremessadora europeia superou três vezes os 7m89 obtidos pela brasileira. A melhor marca foi a de 8 metros cravados. “Eu já esperava que seria bem difícil, esperava que eu bateria o recorde também, mas esperava que também saísse outro recorde porque a gente está em uma briga muito grande por esse primeiro lugar”, reconheceu.
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“Sinceramente eu queria o ouro, mas Deus sabe de todas as coisas e não era o momento do ouro ainda. Mas me superei, bati o meu próprio recorde duas vezes, isso é muito importante. A gente trabalha para se superar todos os dias e eu fico muito feliz com todos os resultados. E feliz com o apoio do Brasil, o apoio da minha equipe no Amapá, o apoio de todos, porque se não fossem eles, nada disso teria acontecido”, celebrou.
Wanna disse que já arremessou para mais de 8 metros em treinos. Ela veio para a prova pressionada porque não conseguiu medalha no arremesso de club, na qual também é a atual campeã mundial.
“Eu não podia dar errado agora porque tinha dado errado outra vez. Então, era a oportunidade da minha vida. Eu tenho sonho. Muita coisa depende disso aqui. Eu quero comprar minha casa, eu quero ter minhas coisas, eu estou começando agora. Quero fazer o meu pé de meia”, reforçou a atleta, emocionada.
Wanna ficou na quinta colocação no arremesso de club. Ela e o técnico Marlon Gomes comentaram que a forte chuva no momento da prova prejudicaram a atleta. “Nós entramos num pau d’água, logo depois foi melhorando o tempo. Pela deficiência que ela tem, não é nem a chuva, é o frio, o vento. Com o frio, ela ficou tremendo e teve mais dificuldades na precisão”, explicou o treinador.
Premiação
A amapaense de Macapá gostaria de acumular as medalhas por conta da premiação financeira concedida pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasiliero). Em modalidades individuais, o ouro rende R$ 250 mil, enquanto a prata significa R$ 100 mil. Já o bronze é retribuído com R$ 50 mil.
Wanna permanece em seu estado de origem. Ela recebe bolsa, mas disse que os custos para viver de alto rendimento são elevados, assim como as passagens para São Paulo, onde são realizadas boa parte das provas do cenário nacional.
Mas isso não quer dizer que ela ficou insatisfeita com o vice-campeonato. Para ela, um bronze ou uma prata valem como ouro. “A gente está em um estádio cheio. É minha primeira experiência com tudo isso. Não é nem perto do que eu já vivi no Mundial. Quando as pessoas falavam sobre essa experiência, eu não acreditava, até viver esse momento”, destacou.
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