Saint-Denis – Falar em superação é chover no molhado, quando o assunto é Verônica Hipolito. Antes da Paralimpíada, a atleta flertou com a aposentadoria. Já em Paris, precisou passar por cima da frustração de ter ficado de fora do pódio nos 200m. Mas na prova dos 100m, na qual conquistou o bronze, o desafio foi se concentrar após a desqualificação da colega Samira Brito, que queimou a largada e foi eliminada.
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“Eu sei que eu poderia ter corrido bem melhor, que poderia ter corrido na casa de 13 (segundos). Sei que a minha saída poderia ter sido melhor. Fiquei um pouco temerosa, fiquei bem triste pela Samira. Fiquei com medo de sair e queimar. Mas o mais importante é que eu fiz uma excelente corrida”, analisou a velocista que cumpriu com a prova em 14s24. A chinesa Yiting Shi (13s36) levou o ouro, enquanto a neozelandesa Danielle Aitchinson (13s43), ficou com a prata.
Frustrada com a prova, Samira preferiu não conceder entrevista após a eliminação. Ela e Verônica competem na classe T36, para atletas com paralisia cerebrou.
A empatia de Verônica é uma realidade não só com a colega brasileira. Ela ficava chateada ao ver cada atleta que passava triste pela zona de entrevistas.
Não por acaso, agradeceu a diversas pessoas por ter alcançado o pódio em Paris. Nas mãos, fez um gesto especial a Amaury Wagner Veríssimo e Oriane Martins, que considera os “melhores técnicos do mundo”. Também lembrou do Naurú, time fundado por Verônica.
No último Mundial, realizado em Kobe, no Japão, ela também foi bronze. Ela acumula ainda uma prata e um bronze em Paralimpíadas, conquistadas na Rio-2016. Também estão na prateleira dela três ouros em Jogos Parapan-Americanos e um título mundial.
A busca por um ouro olímpico foi um dos combustíveis para que a atleta de 28 anos pudesse continuar na ativa. Verônica garantiu que pretende realizar este sonho em Los Angeles-2028, que segundo ela, será sua última Paralimpíada.
Sem saber ao certo o que deve fazer, a paulista de São Bernardo do Campo quer usar a comunicação como ferramenta para massificar o paradesporto. Durante Tóquio-2020, ela trabalhou como comentarista e gostou da experiência.
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“Eu sei falar bem, sei organizar as ideias. E não é do meu ego. Eu sei que posso contribuir com o movimento paralímpico. Mas se você quiserem que eu comente o nosso resultado histórico, eu posso fazer, OTD”, brincou.
Mas antes de transitar de carreira, a atleta ainda precisa manter o foco em Paris. Na sexta-feira (6), ela tem pela frente a disputa do revezamento 4x100m. “A gente tem uma excelente equipe, na qual todos são medalhistas ou finalistas”, avaliou.
A equipe terá, por ordem, Rayane dos Santos, prata nos 100m T13, Washington Júnior, 5° colocado nos 100m T47, Verônica, além de Parré, bronze no 100m T53, para cadeirantes.
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