Saint-Denis – Ariosvaldo Fernandes, o Parré, bateu na trave três vezes antes de conquistar a primeira medalha paralímpica nesta quarta-feira (4), em Paris-2024. O atleta de 47 anos chegou a pensar em abandonar a modalidade a corrida em cadeira de rodas após as frustrações.
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Ele foi o quarto colocado nos 100m T53 em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. “Na Rio-2016, eu pensei muito em parar, pensei em fazer uma transição, trocar de modalidade. Mas as pessoas me orientaram e falaram: ‘não, você tem muito ainda para fazer por essa categoria’. E no Brasil, eu sou um cara que é muito espelho, para o povo lá fora, para as criança. Então, tentei mais uma Paralimpíada, e graças a Deus deu certo”, exaltou.
O paraibano de Campina Grande teve poliomielite aos 18 meses de idade e ficou com os membros inferiores paralisados. Ele é dono de dois ouros conquistados nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023 na classe para cadeirantes. Além disso, também subiu ao pódio três vezes em mundiais.
No entanto, Parré acredita que o legado dele vai além da medalha. “Ou que eu estou fazendo para a modalidade, para aqueles garotos que estão lá no CPB, que estão treinando na escolinha com 7, 8, 10 anos. Eu dedico a eles e também para todos os corredores de cadeira de rodas no Brasil. Eu nunca deixei de ajudá-los. Ainda tenho muito que aprender, mas o pouco que eu tenho, eu quero passar para a frente”, assegurou.
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Embora reconheça o desafio que é enfrentar atletas mais jovens, Parré disse que a experiência dele foi fundamental para mantê-lo forte psicologicamente. “Isso conta muito. Você ter a frieza de participar de uma Paralimpíada. A gente não consegue mostrar para um treinador, para um repórter como é tenso uma final dessa”, reforçou.
Parré cumpriu com a prova em 15s08. O melhor tempo dele na temporada foi 14s64. Ele reconhece que poderia ter ido melhor, mas ficou feliz com o resultado. “Esse bronze para mim vale ouro. Quando eu vi meus adversários na frente, o que eu pensei foi em marcar o francês porque imaginei que os outros não iriam me passar”, detalhou.
O francês em questão é Pierre Fairbank, que fechou em quinto lugar. O ouro foi para o saudita Adbulrahman Alqurashi, 26 anos, que cumpriu com a prova em 14s48. Já a prata ficou com o tailandês Pongsakorn Paeyo, 27, que fechou em 14s66.
Após a prova, o sistema oficial da prova adicionou uma punição ao campeão da prova por conduta imprópria ou antidesportiva. No entanto, na há menção se isso pode alterar o resultado. A cerimônia das medalhas vai ocorrer nesta quinta-feira (5).
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