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Paris 2024

Jerusa tira “peso das costas” e celebra primeiro ouro paralímpico

Jerusa Geber fala sobre alívio e emoção ao conquistar primeiro ouro paralímpico em Paris-2024

Jerusa Geber e Gabriel Garcia com a medalha de ouro no peito nos 100m do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024
(Foto: Wesley Felix/OTD)

Paris – Jerusa Geber é uma das atletas paralímpicas mais vitoriosas da história do Brasil, com um currículo que envolve títulos mundiais, recordes mundiais, títulos pan-americanos e medalhas paralímpicas. Mas uma conquista faltava para completar a lista de conquistas da velocista: o ouro em Paralimpíadas. Depois de uma jornada de muita resiliência, ela conseguiu nesta terça-feira (03), ao vencer os 100m T11 (atletas cegas) em Paris-2024, aos 42 anos de idade.

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“É muito bom ouvir o hino nacional mais uma vez, e principalmente numa Paralimpíada, em uma competição tão importante. O foco maior de todo atleta. É muito emocionante, finalmente a gente conseguiu conquistar a nossa medalhinha de ouro. É a que faltava na minha coleção, no meu quadro pessoal de medalhas. Eu tinha dois bronzes e duas pratas, e agora completamos com esse ouro, e estou muito feliz com isso”, falou a acreana.

Antes de Paris-2024, Jerusa havia disputado quatro edições de Jogos Paralímpicos e tinha conquistado cinco medalhas: duas pratas em Londres-2012 (100m e 200m), dois bronzes em Tóquio-2020 (100m e 200m) e um bronze em Pequim-2008 (100m). Durante esse longo período, faturou 11 medalhas em Campeonatos Mundiais, que incluíram quatro ouros individuais, e quebra de recorde mundial nos 100m.

Conquista depois da derrota

Em Tóquio, ela chegou com o status de favoritismo na nobre prova por conta do título mundial conquistado dois anos antes. No entanto, a corda que liga Jerusa ao seu guia Gabriel Garcia se rompeu e impediu que eles completassem a final naquela ocasião. Em Paris, Jerusa novamente chegou como favorita, dessa vez sendo tricampeã mundial dos 100m. A história, porém, foi diferente dessa vez, ainda ao lado de Gabriel.

“Eu tiro esse peso das minhas costas, porque é a nossa prova principal. Nós somos os donos do recorde mundial dessa prova”, disse ela. “É o ouro tão esperado que a gente queria tanto conquistar. Glória a Deus por isso, conseguimos. Paralimpíada é isso. A gente busca a mesma coisa que os atletas olímpicos, sem deficiência. A gente busca também o alto rendimento, alta performance e a medalha. Está aí, a medalha de ouro saiu”.

Jerusa fez uma grande competição no Stade de France. Primeiro, na semifinal, anotou 11s80 e quebrou seu próprio recorde mundial. Um dia depois, por pouco não abaixou ainda mais a marca: venceu a final com 11s83, mais de dois décimos a frente da chinesa Liu Cuiqing, prata com 12s04. A também brasileira Lorena Spoladore conquistou o bronze com 12s14.

Ainda em Paris, Jerusa terá a oportunidade de ser duas vezes campeã paralímpica. Ela ainda disputará os 200m, prova na qual foi campeã mundial no ano passado, na quinta-feira (05). E, aos 42 anos, a acreana ainda não quer falar sobre sua aposentadoria pós-Paris. “Eu não sei o que me espera para o futuro, porque desde a Rio 2016, falo que seria a minha última Paralimpíada. Em Tóquio, eu falei de novo, e estou aqui. Então, eu mesma não sou capaz de determinar meus próprios limites”, concluiu.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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