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Paris 2024

Raissa lamenta ficar sem ouro: “Não dá para entender o corpo”

Apesar de feliz com a medalha de prata, brasileira do lançamento do dardo F56 afirmou que gostaria de ter performado seu melhor para buscar o lugar mais alto do pódio

Raissa Machado Atletismo Jogos Paralímpicos Paris-2024 lançamento do dardo medalha de prata Paris
(Silvio Avila/CPB)

Paris – A conquista da segunda medalha paralímpica de Raissa Rocha Machado teve dois lados para a atleta. Ela foi prata no lançamento de dardo da classe F56 em Paris-2024 e, apesar de ter ficado feliz por se manter no pódio em mais um ciclo, não escondeu o descontentamento com o fato de não ter performado o seu melhor para buscar a medalha de ouro.

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“Eu acreditava que dava para o ouro, mas infelizmente são dias e dias. Tem dias que você acorda muito bem e que seu corpo não responde, tem dias que você acorda muito mal e seu corpo responde super bem. Vai entender o corpo do ser humano. Mas eu estou muito feliz por me manter entre as três melhores do mundo e agora o foco é 2028, e se Deus quiser, lá vem o ouro”, falou Raissa, que também havia sido medalhista de prata nesta prova em Tóquio-2020.

Longe do PB

Raissa chegou em Paris como o status de atual campeã mundial da prova, mas não conseguiu chegar perto do recorde pessoal para brigar pelo ouro. Ela marcou 23,51m e ficou com a segunda colocação, atrás da letã Diana Krumina, que venceu com 24,99m. A chinesa Lin Sitong foi bronze com 22,35m. De acordo com Raissa, ela estava se sentindo bem, mas não conseguiu desempenhar na hora decisiva.

“Eu acordei muito bem muito bem e falei: ‘É hoje que eu vou lá e vou lançar aquele dardo, vai dar tudo certo!’. Mas eu tenho uma coisa comigo que, quando eu sento na cadeira e vejo o 20, 24 e 25 metros perto, é porque eu estou muito bem. Quando eu vejo um pouquinho distante, vai dar um pouquinho mais de dificuldade. Isso é de lançador”, explicou a baiana de 28 anos de idade.

Ela foi a quinta atleta a competir, logo depois de Diana Krumina, que quebrou o recorde paralímpico de sua classe (F55) logo de cara e assumiu a primeira colocação. Raissa comentou sobre ter entrado em ação sabendo da marca que precisaria para conquistar a medalha de ouro.

“Eu só queria passar ela mesmo. Eu gosto muito de competir antes das minhas concorrentes, que são as do ‘babado’ ali, mas eu sabia que o meu melhor seria o recorde mundial e a medalha de ouro. Infelizmente, são corpos e corpos. Eu acredito que eu lutei até o final e mantive o segundo lugar e isso é um feito grandioso”.

Promessa paga

“Eu acho que você se expor, você inspirar outras pessoas e ter a consciência disso e saber que você precisa dar o seu 100%, acho que tudo flui. Independente da cor da medalha, eu falei que ia levar uma para o Brasil e estou levando. Eu não prometi o ouro, não prometi a prata. Eu prometi estar entre as três melhores do mundo e graças a Deus eu estou.

“Eu queria pelo menos manter a minha marca porque em 2022, bati o recorde mundial e fiquei dois anos sem fazer o 24m. No Mundial agora, eu consegui fazer essa marca, então eu queria muito concretizar aqui com a Diana, porque ela é minha principal rival. Ela estava no pior momento dela também, nenhuma conseguiu evoluir marca. Eu não consegui realmente porque não dá pra explicar o corpo do ser humano, porque treinada eu estou, psicologicamente bem também. Há dias e dias”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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