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Paris 2024

Disputa sadia entre Yeltsin e Julião termina empatada em Paris

Com um ouro, um bronze e um recorde mundial, Yeltsin Jacques e Júlio César Agripino terminam empatados na Paralimpíada

Yeltsin Jacques e Júlio César Agripino ao lado de guias com medalhas no peito nas Paralimpíadas de Paris-2024
(Foto: Wesley Felix/OTD)

Paris – O Brasil tem dominado as provas de fundo e de meio fundo da classe T11 masculina (para atletas cegos) há alguns anos. Os responsáveis por isso são Yeltsin Jacques e Júlio César Agripino, que mantiveram o poderio nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 e fizeram duas dobradinhas nas provas disputadas, uma nos 1.500m e uma nos 5.000m. No fim das contas, eles ficaram empatados na disputa sadia que têm: cada um conquistou um ouro, um bronze e quebrou um recorde mundial.

“Eu e o Yeltsin empatamos no 1 a 1, porque foram bem parecidos ambos os resultados. Eu fiquei muito feliz, ele também. A gente tem nossa rivalidade, não vou mentir. Dentro da pista é um querendo passar por cima do outro, porque nós temos família, temos uma equipe e temos responsabilidades como atleta para um país que é o nosso Brasil. Acho que os dois se saíram muito bem. Foi maravilhoso”, disse Júlio.

Primeiro, Julião conquistou a medalha de ouro nos 5.000m, com 14min48s85 (guias Micael Batista e Edelson Ávila), melhor marca do mundo nesta prova. Nesta prova, Yeltsin foi medalhista de bronze (guia Guilherme dos Anjos). Já nos 1.500m, Yeltsin levou o ouro sagrando-se bicampeão paralímpico, com o tempo de 3min55s82 (com Guilherme dos Anjos) – superando uma marca que ele mesmo havia feito em Tóquio-2020 para estabelecer o novo recorde mundial -, enquanto Júlio foi bronze (com Micael Batista).

“São grandes resultados, o Brasil com dois ouros e dois bronzes. A equipe de meio-fundo e fundo conseguiu colocar o país no quadro de medalhas. É fruto de muito trabalho e estou muito feliz e orgulhoso de ver o Júlio superando e dando a volta por cima, conquistando duas medalhas paralímpicas. Eu sei o quanto esse menino batalhou, trabalhou e sonhou por isso”, falou Yeltsin.

Mais dobradinhas

Antes de Paris-2024, os dois atletas já haviam feito dobradinha nas disputas dos 5.000m nos Mundiais de 2023 e de 2024 e nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023 e dos 1.500m no Mundial de 2023. Além disso, Julião foi medalhista de ouro nos 1.500m do Mundial deste ano. Em Paralimpíadas, Yeltsin foi campeão nas duas distâncias em Tóquio-2020.

“Eu e o Yeltsin temos uma rivalidade. A gente é muito competitivo e treina muito, os dois são muito sistemáticos com treinamento, focados e empenhados. Não é de hoje essa rivalidade, já desde quando eu comecei na Rio-2016, a gente tem essa pegada e estamos até hoje. Estamos na luta e não é à toa que eu e ele estamos dominando as provas do Pan-Americano, Mundial e agora veio na Paralimpíada. Fico muito feliz pelo domínio do Brasil nessas provas de fundo e meio-fundo”, disse Júlio César Agripino.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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