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Paris 2024

Aser espanta alguns “quases” e dedica medalha ao povo gaúcho

O brasileiro levou a prata no salto em distância da classe T36 e homenageou o povo do seu estado natal: o Rio Grande do Sul

Aser Ramos com a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 (Foto: Alexandre Schneider/CPB)
Aser Ramos com a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 (Foto: Alexandre Schneider/CPB)

No quarto dia de disputa do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, o brasileiro Aser Ramos finalizou com a medalha de prata na prova do salto em distância da classe T36 (para atletas com transtorno do movimento e falta de coordenação motora em todos os quatro membros). Natural de Porto Alegre, ele dedicou sua conquista ao povo do seu estado, que sofreu com semanas de enchentes no início do ano.

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“Essa emoção é indescritível, de levar essa medalha para o meu Rio Grande do Sul, pra minha Porto Alegre. Dedico toda a honra dessa prata pros meus amigos, familiares e pras famílias que nós abrigamos lá em casa. Tem muito mais tempero nessa medalha do que só a cor, porque foi muita tristeza, eu tive que sair às pressas do Rio Grande do Sul para o meu novo clube (o Sesi-SP), e se não fosse essa estratégia eu não estaria aqui certamente”, confessou o gaúcho.

Depois da prova, Aser também revelou que precisou superar uma lesão para chegar em condições de disputar os Jogos Paralímpicos. “É muito gratificante todo o trabalho que a fisioterapia fez comigo pra eu estar apto a competir. Estava com um edema ósseo no pé e em três meses eu fortaleci muito bem, fruto do nosso trabalho. Eu saía de Santo André-SP e ia para São Paulo para tratar, é muito incrível poder levar essa honra para o Brasil”, disse.

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Fantasmas exorcizados

Na Paralimpíada de Tóquio-2020, Aser Ramos ficou muito de subir no pódio. Ele terminou sua participação no quarto lugar, alcançando a marca de 5,58m, somente a cinco centímetros do medalhista de bronze, o ucraniano Roman Pavlyk (5,63m). Agora, o gaúcho estava liderando a prova até o último salto, quando o russo Evgenii Torsunov ultrapassou o seu 5,76m, fez 5,83m e levou o ouro.

“No salto do Evgenii eu já estava chorando e estava extremamente emocionado, porque ali já passou o filme de que se acontecesse o pior eu já estava com a prata. No último Jogos, eu bati na trave, fiquei em quarto, e todos os anos trabalhados até aqui foi o que me impulsionou pra ganhar a medalha. Essa sensação de ser medalhista de prata é incrível”, contou o brasileiro.

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Outro “quase” marcante na vida de Aser ocorreu neste ano, Mundial de atletismo paralímpico, no Japão. Ele havia finalizado com o bronze, mas, após um recurso do neozelandês William Stedman, acabou ficando fora do pódio. “Dá um sabor especial, porque eu venho batendo na trave, na trave, na trave. No Mundial foi meio que no “tapetão”, eu pisei na mesma posição que o neozelandês (Stedman) e na hora deu bandeira vermelha pra mim e bandeira branca pra ele. Foi por milímetro, mas agora minha honra tá aqui”, falou.

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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