Paris – Cerca de 12 mil pessoas compareceram à Arena da Torre Eiffel para acompanhar o duelo entre Brasil e França pela primeira fase do futebol de cegos dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. O sucesso de público teve pouco haver com a icônica vista para uns dos maiores monumentos construídos pelo homem, mas sim com o espetáculo que se prometia dentro de campo.
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Pode-se dizer que tal espetáculo teve seus protagonistas somente de lado do campo. Atual pentacampeão paralímpico, o Brasil manteve sua hegemonia histórica na competição e aplicou um pomposo 3 a 0 para seguir firme na briga pelo hexa. A beleza da apresentação brasileira foi tamanha que até rendeu aplausos da torcida francesa.
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“Realmente o público aqui em Paris está se superando de todos os públicos que a gente já se deparou na nossa andança da bola. E posso te dizer que é algo a mais para o atleta. A gente joga para fazer o nosso trabalho, mas o produto final, para o público, sempre tem que ser o espetáculo”, confessou Ricardinho. O camisa 10 da seleção brasileira de futebol de cegos marcou o gol que abriu o placar para a vitória.
“Nós aqui temos a nossa obrigação, a gente defende o nosso povo, vamos dizer assim, pelo nosso trabalho, mas o público vem para ver um espetáculo. Então, a gente saber que tem 12 mil pessoas aqui nos assistindo é uma motivação a mais”, completou Ricardinho.
Combustível da arquibancada
Jardiel não esconde que a partida contra a França já vinha criando expectativa no grupo. Saber que vai jogar dentro de um Estádio lotado, seja com torcida contra ou a favor, será sempre uma motivação a mais para qualquer atleta. Entretanto, nessa ocasião, vencer valia muito mais do que três pontos.
“Esse jogo é muito bom de jogar, a gente vinha sempre falando: ’Cara, é um jogo muito bom, muito bom, porque a torcida adversária…’ Eu acho que isso é um combustível. Estou sempre frisando, quanto mais tiver pessoas assistindo o nosso futebol, acompanhando, isso é de muita valia, porque a gente mostra a grandeza, o crescimento do nosso futebol dos cegos. Eu acho que hoje essa torcida, apoiando a seleção francesa, mas principalmente apoiando e assistindo um bom jogo, eu acho que isso foi um combustível a mais para a gente”, contou Jardiel. Ele também deixou o dele na vitória.
Reconhecimento
Com o pentacampeonato dos Jogos Paralímpicos, títulos mundiais, parapan-americanos e inúmeros internacionais, o futebol de cegos brasileiro se tornou uma referência na modalidade. Por isso, os aplausos não foram atoa.
“O Brasil nunca perdeu um jogo nesta competição (Jogos Paralímpicos). Isso tudo vai gerando respeito e admiração. Então, quando a gente chega aqui e é tão bem tratado, tanto pelos jogadores, que a gente respeita, ainda mais a torcida, que reconhece o nosso trabalho, aplaude. Isso é legal, e na verdade é assim que o esporte tem que ser”, destacou Ricardinho.
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