PARIS – A seleção brasileira feminina de vôlei sentado venceu a Eslovênia e garantiu a primeira posição do Grupo B nos Jogos Paralímpicos de Paris. Agora, focadas na semifinal, as atletas miram a primeira decisão para o país nos Jogos nessa modalidade e, é claro, a medalha de ouro.
Duda, que anotou 15 pontos em uma eficiência impressionante de 55% nos ataques, foi o grande destaque do triunfo. Além de tudo que vem fazendo em quadra, a camisa 2 se tornou uma das grandes personagens dessas Paralimpíadas fora delas. Edwarda foi pedida em casamento – e disse sim – após seu agora noivo, Rogério Júnior, competir no badminton. E o casamento virou uma motivação extra na busca pelo topo do pódio, ela contou em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
“A gente está ansioso. E eu brinco que a gente precisa da douradinha pra combinar com a aliança de casamento.”
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“A hora que ele ajoelhou, eu falei: “Meu Deus do céu, será que é isso?”. A hora que ele levantou a aliança, eu falei: “Meu Deus, é isso!”. Eu acredito que comoveu o mundo porque foi verdadeiro. Deu pra ver nos olhos dele. Já, a hora que ele ajoelhou, eu já entendi, falei sim, ainda na Cidade do Amor”, completou Duda sobre o momento que nunca será esquecido.
O Brasil vem de um título mundial inédito em 2022, após bronzes paralímpicos no Rio de Janeiro e em Tóquio. Até aqui, a seleção faz um ótimo trabalho para alcançar o objetivo em Paris. Na fase de grupo foram três partidas e três vitórias – inclusive batendo a equipe do Canadá, ranqueada como número 1 do mundo.
As semifinais estão marcadas para quinta-feira (5), e a final e a disputa de bronze acontecem no sábado (7).
MULTIATLETA – DO VÔLEI SENTADO AO BADMINTON
Os planos de Duda para os Jogos Paralímpicos de Paris, por mais estranho que pareça após três vitórias em três jogos, eram outros. Isso porque envolviam outro esporte. A atleta, que já tem duas medalhas de bronze no vôlei sentado em Paralimpíadas, buscava uma vaga para competir no badminton.
“Eu tentei no badminton porque no Panamericano de Santiago não tinha o vôlei. Como a gente foi campeã mundial, eu falei: “O meu trabalho para conseguir a vaga, eu fiz. Então agora eu vou tentar ir pelo badminton porque eu queria ter essas duas medalhas, era uma oportunidade única. E ir jogando com uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo, que é o meu companheiro de vida. E também pela questão financeira porque o esporte individual paga melhor do que o coletivo e eu precisava de uma prótese decente para o esporte, tanto é que aqui na minha perna tem 70 mil reais, eu precisava disso para eu conseguir evoluir.”
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Impedida de tentar se classificar para as duas modalidades, Duda teve uma decisão difícil para tomar. A decisão acabou sendo a de voltar para a seleção e buscar mais um pódio com suas companheiras de time.
“Não deu para participar da classificação dos dois, que primeiramente era o objetivo, mas eu não poderia estar em duas listas longas. Então eu escolhi o vôlei pela nossa história e também por saber o tamanho do meu peso dentro do time. Saber que eu voltando a gente poderia chegar mais longe. E também eu não poderia abandonar as meninas no meio do caminho depois de tudo que a gente já passou. Querendo ou não, eu estou desde 2012, então a gente passou por muita coisa. Agora chegou o nosso momento.”
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O PLANO SEGUE VIVO?
Mas o desejo de uma medalha no badminton segue vivo, e quem sabe a gente não veja essa nova versão da Duda em Los Angeles, em 2028?
“Eu adoro me desafiar. Fui em busca do badminton, por conta daquilo que eu te falei, das oportunidades que o esporte individual me trouxe, principalmente financeiras. Precisava de uma perna nova, que esse foi o único objetivo, que eu tinha a perna do SUS, ela quebrava a cada dois meses, eu era “despernada” o tempo todo, não aguentava mais isso. Eu sou aquela atleta que gosta de treinar, de pegar peso, de realmente me dedicar e me sentir preparada para esses momentos.”