Paris – Após cerca de oito anos, Verônica Hipólito nunca esteve tão perto de faturar uma medalha novamente em Jogos Paralímpicos como neste domingo (1º). A velocista brasileira medalhista da Rio-2016 começou bem a primeira parte da final dos 200m T36 de Paris-2024, mas acabou perdendo força nos metros finais e fechou com a 7ª posição.
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“É muito duro falar agora porque parece que tudo que a gente fala é uma mentira, mas eu tinha certeza e não era um achismo, eu tinha certeza que iria buscar esse bronze. Ontem (semifinal) soltei, mas soltei porque eu não vi ninguém. Então, tinha certeza que hoje iria correr bem”, disse Verônica bastante emocionada na zona mista.
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Verônica Hipólito chegou aos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 em um ciclo complicado fisicamente. Além da troca de classe, a velocista brasileira também precisou passar por cirurgias, radioterapia, depressão e ansiedade. Tamanhas complicações não a impediram de chegar forte para a briga pelo pódio na capital francesa.
Distração durante prova
A final dos 200m T36 terminou com a chinesa Yiting Shi quebrando o recorde paralímpico com 27s50, enquanto a neozelandesa Danielle Aitchison (27s64) e a australiana Mali Lovell (29s82) ficaram com a prata e bronze, respectivamente. Verônica tinha certeza que poderia pegar o terceiro lugar desse pódio. Ela fez uma excelente passagem nos primeiros 100m, onde estava com o bronze, mas acabou se desconcentrando com barulho e deixando a medalha escapar.
“Eu conversei com todo mundo que eu tinha que conversar, tinha uma estratégia muito clara na minha cabeça, porque meus segundos 100m não são bons. Então a minha estratégia era a calma de ficar em pé e rodar bem. Aí escutei um grande barulho e eu fiquei: ‘Fica calma, volta, fica calma, volta’. Quando vi elas passando, eu só queria sentar, chorar, gritar, porque treino todo dia para estar aqui, assim como todo mundo”, relatou.
Mandando recado para os 100m
Apesar da frustração, esse não representa o fim da participação de Verônica Hipólito nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. A brasileira vai ter mais uma chance de reescrever sua história com as provas dos 100m T36 e o revezamento 4x100m universal. O revés deste domingo a encheu de “gana” para buscar essas medalhas.
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“A medalha que estava na minha mão, eu a vi escapando na minha frente, na minha frente. É claro que agora estou com muita raiva, estou tentando me acalmar, estou tentando entender o que vou fazer, mas de uma coisa vocês podem ter certeza, que eu vou entrar nesse 100m ”, disse a velocista. “Eu não sei o que as outras vão fazer, mas sei que vou estar na frente. Eu tenho certeza que vou estar na frente’, avisou.