PARIS – Giovanna Boscolo viveu um começo de final de semana bastante agitado na capital francesa. A brasileira, que conquistou o bronze no lançamento de club T32, terminou a competição em 4ª, dormiu na esperança de subir no pódio e agora veste a medalha no peito.
Na sexta-feira (30), a atleta do Brasil fez a quarta melhor marca da final, com 26m01, a 28 centímetros do pódio. Porém, horas depois do dia do atletismo se encerrar no Stade de France, foi confirmado a desclassificação da polonesa Roza Kozakowska. Giovanna foi dormir com um gostinho de “talvez”, e só foi ter certeza de sua conquista quando acordou, como contou em entrevista após receber a medalha neste sábado.
“Eu recebi a notícia que entrariam com o recurso ainda no campo e pensei: “Se é para ser meu, vai ser”. Quando eu ia entrar no banho, meu namorado me ligou com meus pais, falando que tinham protestado e eu tinha aparecido como bronze, só que ainda não era confirmado. Então eu fui dormir e só falei: “O que tiver que ser, vai ser”. Consegui dormir, foi uma noite de sono tranquila. Estava muito resiliente. Ontem foi um dia muito difícil, nunca tinha competido com chuva. Eu estava preparada, acordei bem, mas agora (com a medalha no peito) estou muito melhor.”
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O QUE ACONTECEU?
Segundo nota do Comitê Paralímpico Brasileiro, o Brasil protestou porque a cadeira da atleta polonesa foi alterada, e com uso do equipamento de forma irregular. O pedido foi aceito e Kozakowska foi desclassificada, deixando Giovanna com o bronze.
“Foi muito especial. Eu estou muito feliz, muito grata. No Japão meu banco não encaixou e eu tive que fazer sem. Ontem eu fiquei em 4º lugar, mas estava feliz, senti que dei meu máximo. Entramos com o recurso por causa do encosto e acabei conquistando o bronze”, conta Giovanna.
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O PESO DE SER CHIQUITITA E MEDALHISTA PARALÍMPICA
Giovanna já foi atriz, modelo, atleta de ginástica e até trabalhou na ciência do esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro. As várias experiências da agora medalhista contribuem cada uma de uma maneira, mas é claro que o fato de ter sido uma Chiquitita tem um peso especial – e vai seguir tendo cada vez mais.
“É muita coisa, eu tenho 22 anos. Sou muito grata por ter tido isso tudo e ter aproveitado as oportunidades. Chiquititas foi muito importante para mim pela questão da visibilidade, por me fazer alcançar mais pessoas e ajudar mais pessoas com deficiência na questão da aceitação. Isso vai ser um ponto muito forte para mim daqui para frente.”
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A jovem integrou o elenco da novela Chiquititas entre 2013 e 2015, atuando como Michelle. Porém, aos 15 anos de idade, a brasileira foi diagnosticada com Ataxia de Friedreich, uma doença rara que afeta o equilíbrio, coordenação e energia. Com isso, acabou se afastando também da ginástica aeróbica, esporte que praticava a época.
Agora no atletismo, Giovanna Boscolo ainda disputa o arremesso de peso F32, ao lado de Wanna Brito, nos Jogos Paralímpicos de Paris. A prova está programada para dia 4 se setembro, às 14h (horário de Brasília).