Paris – Ana Carolina Moura fez história ao conquistar a medalha de ouro em Paris-2024, tornando-se a primeira campeã paralímpica do taekwondo feminino brasileiro. Hoje consagrada no maior evento do paradesporto mundial, ela só começou a praticar a modalidade como uma forma de ferramenta de autodefesa depois que teve um cordão especial roubado.
+SIGA O CANAL DO OLIMPÍADA TODO DIA NO WHATSAPP
“Eu fui assaltada e levaram um cordão que eu tinha muito apreço. É um cordão que uma tia nossa da família dava para todas as sobrinhas quando nasciam. Eu fui a última que ganhou, e infelizmente tive ele furtado. Eu achava muito inviável deixar de usar o cordão que tanto representava a minha família por conta de assaltante. Minha mãe já tinha me alertado. Quando eles furtaram, eu me senti tão invadida, perdi algo tão importante para mim, que eu quis realmente procurar uma defesa pessoal”, explicou ela ao Olimpíada Todo Dia.
- Playoffs definidos na Super Final da Copa do Brasil
- Em recital de Bruninho, Vôlei Renata faz 3 a 1 no Suzano
- Brasil leva virada e perde título para Argentina no handebol
- Marta faz golaço em dia de recorde do Orlando Pride na NWSL
- Brasil perde outra no Sula, mas garante vaga na Copa América
Natural de Belo Horizonte, a mineira chegou até a academia de de taekwondo de Rodrigo Cártelle, conhecido como Mestre Pulga, que logo viu potencial na atleta. Ana, então, passou a dedicar-se ao esporte competitivo e desenvolveu uma carreira de alto rendimento. “Daí em diante, foi só beleza, percebemos um potencial, e é o que eu amo fazer. Hoje é a minha vida, é o meu trabalho”, falou ela, que hoje tem 28 anos de idade.
Destaque do ciclo
Carol Moura ainda teve os cuidados dos mestres Glaudison Moura e Edson Dias de Paula, o Dilsinho, em sua trajetória, e hoje treina no Centro de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em sua cidade-natal. Ela fez um ciclo dominante, tendo conquistado medalhas de ouro em Mundial, Jogos Parapan-Americanos, Grand Prix e, agora, nas Paralimpíadas.
“Eu sempre fui muito adepta a esportes, já fui pra natação, já fui pra ginástica rítmica. Quando eu nasci, o médico recomendou isso para minha mãe, de estar inserido em algum meio esportivo. Mas eu nunca pensei competitivamente. Então, quando esses técnicos que me aconselharam de uma forma tão surreal a iniciação competitiva, eu tenho que dar todo o meu crédito também pra eles. Eles começaram e viram um potencial. Eu tenho que falar mesmo o nome deles, o mestre Rodrigo, Glaudison, Dilsinho e agora com certeza o CRCPB de Belo Horizonte”, completou.
Trajetória consagrada
Vice-líder do ranking mundial da categoria até 65kg, Ana Carolina Moura precisou vencer três lutas para conquistar a medalha de ouro no taekwondo em Paris-2024. Na grande final, superou a francesa Djelika Diallo, que teve apoio de um eufórico Grand Palais, por 13 a 7. Tentando descrever a emoção após a conquista, a brasileira voltou a agradecer o trabalho em conjunto feito por sua equipe e quem a ajudou a chegar até lá.
“Sabe o que que é você traçar um objetivo com uma galera, com tanto de gente comprando o seu sonho e você fazer acontecer? É mais ou menos isso. Vocês confiaram em mim e está aqui o resultado. Não é só a questão da medalha, é a questão de que todo mundo que confiou em mim tem um pedaço dela. É claro que a gente está ali e a gente tem que se propor a fazer acontecer, mas vocês não estão vendo a galera que está atrás de mim e que participou disso. Para mim, é surreal. Estou doida pra chegar em casa e abraçar eles”, falou.