O Brasil é uma verdadeira potência paralímpica. O país ficou no top-10 do quadro de medalhas nas últimas quatro edições da Paralimpíada e tem como meta conquistar entre 70 e 90 medalhas em Paris-2024, de acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Marcando a abertura do evento, que aconteceu nesta quarta-feira (28), o Olimpíada Todo Dia lista 50 destaques da delegação brasileira para o você ficar ligado e torcer por medalhas.
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Ao todo, o Brasil contará com 280 atletas na Paralimpíada de Paris, o maior número em uma edição no exterior. Serão 255 atletas com deficiência, o que representa o segundo maior número desta edição, atrás apenas da China, além de 25 atletas de apoio (19 atletas-guia, três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro). O país estará representado em 20 das 22 modalidades que integram o programa paralímpico.
Atletismo
Alessandro Rodrigo da Silva (atletismo): É o atual bicampeão paralímpico do lançamento de disco F11 e tem três títulos mundiais nesta prova, além de três ouros em Jogos Parapan-Americanos. Além disso, foi medalhista de prata no arremesso de peso em Tóquio-2020 e possui duas medalhas em Mundiais na prova.
Aline Rocha (atletismo): Compete tanto no atletismo quanto no esqui cross-country. Ela conquistou as primeiras medalhas do Brasil em Mundiais de esportes de inverno, ao levar um ouro e dois bronzes em 2023. No atletismo, levou um bronze nos 5.000m T54 do Mundial de 2024.
Beth Gomes (atletismo): Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, ela é a atual campeã paralímpica, tricampeã mundial e recordista mundial do lançamento de disco F53. A brasileira é especialista em bater recordes nesta prova, tendo conseguido a melhor marca do mundo em junho deste ano, com 18,45m. Beth ainda compete no arremesso de peso, em que possui duas medalhas em Mundiais.
Claudiney Batista (atletismo): É bicampeão paralímpico e tricampeão mundial no lançamento de disco da classe F56. Também possui uma prata no lançamento de dardo em Londres-2012, além de duas medalhas nesta prova em Campeonatos Mundiais.
Fernanda Yara dos Santos (atletismo): É a atual bicampeã mundial dos 400m T47 e busca sua primeira medalha paralímpica.
Jerusa Geber (atletismo): É a atual tricampeã mundial nos 100m T11, mas busca o primeiro ouro paralímpico. Foi medalhista de prata nesta prova em Londres-2012 e era favorita em Tóquio-2020, mas a corda que a segura junto com seu guia, Gabriel Garcia, se rompeu durante a final. Ela foi medalhista de bronze nos 200m em Londres-2012 e em Tóquio-2020, além de ter sido ouro nesta prova no Mundial de 2023 e bronze em 2024.
Júlio César Agripino (atletismo): Possui quatro medalhas em Mundiais, que incluem dois ouros nos 1.500m T11 (Dubai-2019 e Kobe-2024) e duas pratas nos 5.000m (Paris-2023 e Kobe-2024).
Petrúcio Ferreira (atletismo): É o atual bicampeão paralímpico e tetracampeão mundial nos 100m T47. Ele também possui duas medalhas paralímpicas nos 400m. Disputará as duas provas em Paris-2024. Atual recordista mundial, é considerado o atleta paralímpico mais rápido do mundo.
Raíssa Rocha Machado (atletismo): Vice-campeã paralímpica no lançamento de dardo F56 em Tóquio-2020, conquistou sua primeira medalha de ouro em Mundiais neste ano, na edição de Kobe, no Japão, após duas pratas e um bronze.
Ricardo Mendonça (atletismo): É o atual bicampeão mundial nos 100m T37. Também foi campeão mundial nos 200m T37 em 2023, além de ter faturado um bronze nesta prova na Paralimpíada de Tóquio-2020.
Samuel Conceição (atletismo): Uma das grandes revelações do ciclo, chega em Paris como o bicampeão mundial nos 400m T20. Além disso, foi ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023 e é o atual recordista mundial da prova.
Thiago Paulino (atletismo): Dono de dois ouros e duas pratas em Mundiais, ele foi medalhista de bronze no arremesso de peso F57 em Tóquio-2020, após uma polêmica. Ele chegou a fazer o melhor lançamento da final, mas que depois foi anulado pela organização por um movimento irregular do atleta.
Thalita Simplício (atletismo): É a atual tricampeã mundial dos 400m T11, prova em que foi medalhista de prata em Tóquio-2020. Ela também foi vice-campeã paralímpica nos 200m, tendo quatro medalhas mundiais nesta prova. A potiguar ainda tem um bronze nos 100m no Mundial do ano passado.
Verônica Hipólito (atletismo): Dona de duas medalhas nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016, ficou de fora de Tóquio-2020 por conta de um tumor no cérebro. Está de volta a Paris e tem chances de medalha, uma vez que foi bronze nos 100m do Mundial deste ano.
Vinicius Rodrigues (atletismo): Foi vice-campeão paralímpico em Tóquio-2020 e vice-campeão mundial em 2023. Não disputou o Mundial deste ano porque se ausentou dos treinos no primeiro semestre por sua participação no Big Brother Brasil.
Wanna Brito (atletismo): Disputa sua primeira Paralimpíada após ter despontado no cenário nacional em 2022. Ela disputou apenas dois Mundiais e já foi três vezes ao pódio, incluindo dois ouros na edição deste ano, uma no arremesso de peso e outra no lançamento de club.
Yeltsin Jacques (atletismo): Foi medalhista de ouro nos 1.500m e 5.000m T11 em Tóquio-2020, tendo sido responsável por conquistar a 100ª láurea dourada do Brasil em Jogos Paralímpicos. Tem três ouros em Mundiais, sendo dois nos 1.500m e um nos 5.000m.
Natação
Cecília Araújo (natação): É dona de dez medalhas em Mundiais, incluindo quatro ouros, sendo três neste ciclo, com bicampeonato nos 50m livre S8. Nesta prova, aliás, foi vice-campeã paralímpica em Tóquio-2020.
Débora Carneiro (natação): Com seis medalhas em Campeonatos Mundiais, ela desponta como uma forte candidata a medalha nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. A sua prova mais forte é o 100m peito, na qual foi campeã mundial em 2023 e bronze em 2019. Ela compete pela classe S14.
Douglas Matera (natação): Medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 no revezamento 4x100m livre misto 49 pontos, ele tem mais quatro medalhas em Mundiais. Competindo pela classe S12, ele levou três ouros (100m borboleta, revezamento 4x100m medley e revezamento 4x100m livre), além de um bronze (100m costas).
Gabriel Araújo (natação): Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, Gabrielzinho faturou três medalhas na última Paralimpíada, incluindo ouros nos 50m livre e nos 200m livre S2 e uma prata nos 100m costas. Tem seis medalhas em Mundiais, todas de ouro.
Gabriel Bandeira (natação): Dono de quatro medalhas nos Jogos de Tóquio-2020, também obteve dez medalhas na soma dos dois Mundiais deste ciclo, incluindo quatro ouros, sendo dois nos 100m borboleta S14, mesma prova em que foi campeão paralímpico em 2021.
Maria Carolina Santiago (natação): É uma das principais nadadoras do mundo. Conquistou cinco medalhas nos últimos Jogos Paralímpicos, incluindo três ouros. É atual recordista mundial dos 50m livre S12. Ela possui 18 medalhas em Mundiais, incluindo 13 ouros. No ano passado, foi ao pódio da competição em oito oportunidades, conquistando cinco ouros.
Mariana Gesteira (natação): Especialista em provas rápidas, Mariana tem oito medalhas em mundiais e um pódio paralímpico em Tóuio-2020 (bronze nos 100m livre). São três ouros em Mundiais, dois nos 50m livre e outro nos 100m livre. Ela compete pela classe S9.
Phelipe Rodrigues (natação): É o maior medalhista paralímpico brasileiro nesta edição, com oito medalhas ao todo. Ele possui cinco pratas e três bronzes entre Rio-2016 e Tóquio-2020 e busca seu primeiro ouro nos Jogos. Sua especialidade são os 50m livre e os 100m livre. No ano passado, levou o bronze na prova mais rápida.
Samuel Oliveira (natação): Competindo pela classe S5, Talisson tem sete medalhas em campeonatos mundiais. Forte nas provas rápidas de borboleta e costas, ele tem quatro ouros, sendo dois nos 50m borboleta, um nos 50m costas e outro revezamento 4x50m livre.
Talisson Glock (natação): Um dos grandes nomes da história da natação brasileira paralímpica, Talisson quer aumentar a sua coleção de medalhas na Paralimpíadas. Até o momento, ele tem cinco pódios na maior competição do mundo. Em Tóquio-2020, ele levou o ouro nos 400m livre e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos. Já na Rio-2016, ele faturou a prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 200m medley. Em Mundiais, Talisson tem 13 medalhas.
Chances de medalha inédita
Vitor Tavares (badminton): Atual vice-líder do ranking mundial da classe SH6, ele tem a chance de conquistar uma medalha inédita para o parabadminton brasileiro. Quarto colocado na última Paralimpíada, ele foi medalhista de bronze no Mundial em fevereiro deste ano.
Jane Karla (tiro com arco): Faturou três medalhas no Mundial de tiro com arco paralímpico de 2023, na República Tcheca, tendo obtido pratas na disputa por equipes mistas e equipes femininas e um bronze no individual do arco composto open. Já foi líder do ranking e recordista mundial indoor. Ela busca uma medalha inédita para o tiro com arco brasileiro em Paralimpíadas.
Jéssica Messali (triatlo): Ela é dona de duas medalhas em Mundiais, com um bronze em 2022 e uma prata em 2021. Cerca de um mês antes da Paralimpíada de Tóquio, sofreu queimaduras nos pés e precisou amputá-los. Ainda assim, foi à capital japonesa e terminou em quarto lugar na classe PTWC, ficando perto de uma medalha inédita.
Lutas
Ana Carolina Moura (taekwondo): Campeã mundial em 2023, a medalhista de bronze no Mundial da Turquia, em 2021, Ana Carolina busca a sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos. Ela compete pela classe K44 na categoria até 65kg.
Débora Menezes (taekwondo): Vice-campeã paralímpica em Tóquio-2020, Débora já foi campeã mundial em 2019, na Turquia, além de ter ficado com o bronze no México, em 2023. Ela está na classe K44, na categoria acima de 65kg.
Silvana Fernandes (taekwondo): Foi medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. No ciclo seguinte, dominou a categoria até 57kg, tendo sido campeã mundial no ano passado e se mantendo no posto de número um do mundo.
Nathan Torquato (taekwondo): É o primeiro e, até agora, único campeão paralímpico no taekwondo. Depois do ouro em Tóquio-2020, foi bronze na categoria até 63kg do Mundial do ano passado.
Alana Maldonado (judô): É a atual campeã paralímpica na categoria até 70kg. Também foi medalhista de prata na Rio-2016 e campeã mundial em 2022. Para o novo ciclo, houve uma divisão de classes e ela compete apenas com atletas J2 (possuem baixa visão).
Wilians Araújo (judô): Foi campeão mundial em 2022, ano em que também foi eleito o melhor atleta paralímpico do Brasil. Ele foi medalhista de prata na Rio-2016 e busca o segundo pódio em Paralimpíadas.
Bocha
Andreza Vitória (bocha): Chega com o status de atual campeã mundial na classe BC1, feito conquistado no Rio de Janeiro, em 2022. Aos 23 anos, disputa a Paralimpíada pela segunda vez. Agora, vai contar com uma mudança de regulamento a seu favor: pela primeira vez, homens e mulheres competirão de forma separada nos Jogos.
Evelyn Oliveira (bocha): Porta-bandeira da cerimônia de abertura em Tóquio-2020, foi campeã paralímpica na disputa por equipes mistas da classe BC3 na Rio-2016, ao lado de Evani Calado e Antônio Leme. É a bicampeã parapan-americana.
Maciel Santos (bocha): Medalhou nas últimas três Paralimpíadas, tendo sido ouro no individual BC2 em Londres-2012, prata por pares na Rio-2016 e bronze individual em Tóquio-2020. É o atual tricampeão parapan-americano.
Coletivos
Futebol de cegos: O Brasil defende uma hegemonia na modalidade. Desde que entrou o futebol de cegos entrou no programa paralímpico, em Paris-2024, o Brasil não perdeu nenhum jogo. Foram 27 partidas, com 21 vitórias e seis empates. A seleção soma cinco ouros seguidos e busca o hexacampeonato na capital francesa. Mesmo tendo sido bronze na Copa do Mundo do ano passado, chega com o status de favorito.
Goalball masculino: O Brasil é a principal potência do goalball masculino mundial na atualidade. O país é o atual tricampeão mundial, tendo conquistado o ouro em 2014, 2018 e em 2022, e é o atual bicampeão paralímpico, com conquistas na Rio-2016 e em Tóquio-2020. Leomon Moreno, Romário e Parazinho são os principais nomes da geração.
Vôlei sentado feminino: A seleção foi campeã mundial em 2022 e chega com o posto de uma das favoritas ao ouro em Paris-2024. A equipe foi medalhista de bronze nas duas últimas edições paralímpicas e busca subir mais degraus no pódio na capital francesa. O técnico da seleção é Fernando Guimarães, irmão do tricampeão olímpico José Roberto Guimarães.
“Dobradinhas”
Bruna Alexandre (tênis de mesa): Tornou-se a primeira atleta paralímpica brasileira a competir em Jogos Olímpicos, ao entrar em ação em Paris-2024. Ela possui quatro medalhas paralímpicas, sendo uma prata e um bronze individual na classe 10 e dois bronzes nas disputas por equipes. No último Mundial, foi bronze no individual e levou o ouro nas duplas mistas da classe XD17, ao lado de Paulo Salmin.
Cátia Oliveira (tênis de mesa): Medalhista de bronze na classe 2 dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, tem três ouros parapan-americanos e é a atual número quatro do mundo. Ela foi medalhista de prata individual em 2018 e bronze em 2022 e chega em Paris com currículo que pode lhe garantir a segunda medalha paralímpica.
Fernando Rufino (canoagem): Conhecido como “Caubói de Aço”, ele é o atual campeão paralímpico na prova do VL2. Nos Mundiais do ciclo, levou três ouros e uma prata nesta prova, fazendo dobradinha com Igor Tofalini em 2022, 2023 e 2024. Ele também competirá no KL2 em Paris-2024, podendo conquistar duas medalhas.
Igor Tofalini (canoagem): Compadre de Fernando Rufino, fez três dobradinhas com o compatriota em Mundiais neste ciclo. Foi ouro no VL2 em 2022 e prata em 2023 e em 2024.
Grandes nomes da modalidade
Jovane Guissone (esgrima em cadeira de rodas): É o principal nome da modalidade. Foi campeão paralímpico na espada B em Londres-2012 e faturou a prata em Tóquio-2020.
Lauro Chaman (ciclismo): Principal nome do ciclismo paralímpico do Brasil, Lauro Chaman tem duas medalhas em Paralimpíadas na carreira. Ele levou as duas em casa, na Rio-2016, sendo uma prata na prova de estrada e bronze na prova contrarrelógio. Recentemente ele foi medalhista de bronze nas provas Omnium e Scratch no Mundial de Glasgow 2023. Mas também já levou o ouro na prova Scratch no Mundial de ciclismo de pista no Rio em 2018.
Mariana D’Andrea (halterofilismo): É o maior nome da história do halterofilismo brasileiro. Ela foi campeã paralímpica em Tóquio-2020 e levou o ouro no Mundial de Dubai, no ano passado, mesmo competindo em duas categorias distintas. Ela competirá em Paris em um peso acima em relação a Tóquio, mas ainda é favorita ao ouro.
Rodolpho Riskalla (hipismo): Riskalla é um dos grandes expoentes do hipismo brasileiro, dono de medalha individual de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, duas medalhas de bronze individuais no Campeonato Mundial de Adestramento Paraequestre de Herning 2022 e duas medalhas de prata nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon 2018.