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Paris 2024

A estratégia que levou o judô ao melhor resultado em Olimpíada

Marcelo Theotonio, Gerente de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô, fez um balanço do que considerou fundamental para a conquista das quatro medalhas nos Jogos de Paris-2024

Judocas brasileiros que conquistaram a prova por equipes da Olimpíada de Paris-2024 (Miriam Jeske/COB)
Judocas brasileiros que conquistaram a prova por equipes da Olimpíada de Paris-2024 (Miriam Jeske/COB)

Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 ficarão para sempre marcados como a edição com o melhor resultado da história do judô brasileiro. O ouro de Beatriz Souza, a prata de Willian Lima e os bronzes de Larissa Pimenta e da equipe mista igualaram as quatro medalhas da Olimpíada de Londres-2012, conquistados por Sarah Menezes (ouro), Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva (todos com bronze), mas superam em qualidade por conta da segunda posição de Willian.

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Além disso, o resultado garantiu o Brasil sua melhor classificação geral no quadro de medalhas da modalidade, com o quinto lugar geral. Em Tóquio-2020, o país ficou na 15ª posição, depois de duas sextas colocações consecutivas em Londres-2012 e Rio-2016. Marcelo Theotonio, Gerente de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô desde 2022, fez um balanço da campanha na Olimpíada da França e explicou os pilares da estratégia para alcançar o grande feito.

Primeiros passos e investimento adequado

“O ciclo de Paris-2024 para o judô brasileiro começou com uma grande mudança no comando técnico da seleção principal com a chegada de três novos treinadores – Kiko Pereira, Andrea Berti e Sarah Menezes. Começamos esse novo ciclo buscando dar mais oportunidades de acesso à seleção aos atletas de todo o Brasil e agrupamos os atletas da seleção em zonas de investimento com níveis diferentes, fazendo o planejamento adequado para cada grupo: Atleta Elite (medalhistas olímpicos e mundiais), Atleta Internacional (medalhistas do Circuito Mundial), Atleta Acesso e Atleta de Transição (Sub-23)”, explicou Marcelo.

“Logo no primeiro ano desse projeto tivemos o melhor resultado em Mundiais fora do Brasil, com dois ouros, uma prata e um bronze, no Uzbequistão, em 2022. Em 2023, tivemos o melhor resultado da história em Jogos Pan-Americanos, em Santiago, e também conquistamos finais nos dois principais Grand Slam do Circuito: Paris e Tóquio. Eram indicativos de que estávamos no caminho certo para Paris. Na reta final do ciclo, já em 2024, focamos na lapidação do grupo de Elite e em classificar o maior número de atletas aos Jogos, além de buscar o maior número possível de cabeças-de-chave”, falou Theotonio.

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“Tivemos um cuidado muito grande com a saúde, tanto física, quanto mental dos atletas para que todos pudessem chegar aos Jogos na melhor forma. Assim, antecipamos a convocação olímpica para abril e demos tempo e tranquilidade para os atletas nessa fase final. Outro ponto fundamental foi o alinhamento constante do planejamento da seleção junto aos principais clubes do Brasil. Acredito que todo esse processo contribuiu para chegarmos à Paris com uma equipe homogênea em chances de medalha”, completou.

Ambiente harmonioso pré-Olimpíada

“Por fim, já na reta final, o nosso período de aclimatação na cidade de Sainte-Genéviève-des-Bois foi outro fator crucial. Entendendo que os Jogos Olímpicos têm esse cenário de muita pressão, muita visibilidade, nós tentamos criar nossa bolha de concentração. Nossa palavra de ordem lá era harmonia. Qualquer problema que aparecesse não poderia chegar ao atleta. A comissão técnica e nós, na gestão, seguramos e lidamos com esses problemas concentrando as tomadas de decisão da melhor forma para não atrapalhar a preparação. Acredito que isso tenha sido fundamental para criarmos um ambiente harmonioso e mais leve para que os atletas pudessem focar só no que importava para eles”, contou. 

*Com informações da Confederação Brasileira de Judô

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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