O Brasil vive diferentes realidades nos três esportes olímpicos com raquetes. Após o encerramento das disputas em Paris-2024, o tênis segue como a única modalidade a ter conquistado uma medalha. Porém, apesar do país ter tradição no tênis, o pódio olímpico só veio em Tóquio-2020, com o bronze nas duplas de Laura Pigossi e Luisa Stefani. O tênis de mesa, por sua vez, vem ganhando notoriedade e praticantes, mas ainda é dependente dos resultados de Hugo Calderano. Já o badminton brasileiro ainda dá os seus primeiros passos e precisa da aprimoração do trabalho de base para subir de nível. Em Los Angeles 2028, a expectativa é de que o Brasil não saia em branco novamente nas três modalidades.
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O passado, o presente e o futuro
Na história da era moderna dos Jogos Olímpicos, o tênis aparece em 17 das 30 edições. O esporte, inclusive, esteve presente na primeira edição, em Atenas 1896. De lá, se manteve até 1924, mas ficou suspenso até 1988, quando voltou nos Jogos de Seul. O momento de hiato infelizmente coincidiu com o início da tradição brasileira no esporte, quando a paulista Maria Esther Bueno popularizou a modalidade no país, sendo quatro vezes campeã do US Open e três vezes campeã em Wimbledon.
O Brasil voltou a ter destaque no tênis com Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros. No entanto, Guga participou de apenas uma edição de Jogos Olímpicos, em Sidney-2000, chegando até às quartas de final. O melhor desempenho do país foi de Fernando Meligeni, alcançando as semis em Atlanta-1996. Desde então, o país vem perdendo espaço na elite do tênis, apesar de manter um bom número de praticantes.
Atualmente, o tênis feminino é quem carrega as maiores expectativas do país em chances de títulos. Além do bronze em Tóquio, o Brasil conta com duas atletas entre o top-20 do ranking mundial: Beatriz Haddad (simples) e Luisa Stefani (duplas). No masculino, a briga ainda está em se manter no top-100, como Thiago Wild e Thiago Monteiro.
De modo geral, a participação dos tenistas brasileiros em Paris-2024 foi fraca. Bia Haddad foi para os Jogos Olímpicos longe de sua melhor fase, e parou nas quartas de final no simples. Laura Pigossi caiu uma fase antes, nas oitavas. Enquanto isso, Monteiro e Wild perderam ainda na primeira rodada no masculino. Já na disputa em duplas, Haddad/Stefani e Wild/Monteiro foram até as oitavas de final. Enquanto Stefani/Wild parou na estreia.
LA é logo ali
Para Los Angeles-2028, Bia Haddad deve permanecer como a maior esperança do Brasil para alcançar o pódio. A expectativa é de que ela consiga recuperar as boas atuações e chegue mais forte para a próxima edição. Entre os homens, as atenções vão para João Fonseca, de apenas 17 anos. O jovem talento desponta como uma das maiores promessas do mundo e a tendência é de que ele evolua constantemente até Los Angeles-2028. Fonseca, inclusive, acaba de vencer o primeiro título a nível Challenger na carreira, se tornando o atleta mais jovem do país com uma conquista deste nível.
Pensando nas duplas, Luisa Stefani deve se manter como o pilar principal nas duplas femininas e mistas. É bem possível que Stefani e Haddad reeditem a parceria em Los Angeles. No mundo ideal, a tendência seria de Fonseca e Stefani jogarem as duplas mistas. Por fim, entre os homens, há uma dúvida maior. Inicialmente, para Paris-2024, era esperado que a dupla Marcelo Melo e Rafael Matos jogassem. Porém eles não se classificaram e a disputa caiu no colo de Wild e Monteiro. Com a aposentadoria iminente de Melo, a expectativa é de que Matos encontre outra dupla forte até a próxima edição olímpica.
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Busca pela primeira medalha continua
O tênis de mesa foi o esporte com raquetes que chegou mais perto do pódio em Paris-2024. A modalidade bateu na trave duas vezes com Hugo Calderano, com a derrota nas semifinais diante do sueco Truls Moregard e o revés na disputa pelo bronze contra o francês Feliz Lebrun. Apesar do ‘quase’, a campanha de Calderano foi disparada a melhor da história do país em Jogos Olímpicos, passando, inclusive, a campanha do prório Hugo em Tóquio-2020, quando parou nas quartas.
É inegável que Hugo Calderano seja o maior nome de todos os tempos do Brasil na modalidade. Atual número 3 do ranking mundial, o brasileiro desponta também como o maior mesatenista da história de fora da Ásia e Europa. Com 28 anos de idade, Calderano ainda será o nome certo para buscar a primeira medalha do Brasil no tênis de mesa em Los Angeles-2028. No entanto, além de Hugo, o país não tem muitos nomes para se colocar esperanças por medalhas.
No tênis de mesa feminino, Lyanne Kosaka segue sendo a melhor colocada do Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos, quando alcançou a 17ª colocação em Atlanta-1996. Em Paris-2024, Bruna Takahashi chegou perto de obter o melhor resultado da história do país, mas acabou caindo nos 16-avos de final contra a estadunidense Lily Ann Zhang. Ainda assim, Bruna deve ser conseguir conquistar o feito em LA. Com apenas 23 anos de idades, Bruna Takahashi já esteve presente em três Olimpíadas. Ela é atual número 21 do mundo e pode evoluir para chegar em melhores condições nos próximos Jogos.
E a nova geração?
Já Giulia Takahashi (19) e Vitor Ishiy (28) caíram na estreia do simples em Paris-2024. Giulia, irmã mais nova de Bruna, tem potencial para crescer bastante durante o novo ciclo olímpico. Enquanto Vitor terá de manter o nível se quiser participar de mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Guilherme Teodoro, de 22 anos e Leonardo Iizuka, de 18 anos, devem brigar por uma vaga em Los Angeles.
Ainda há um enorme trabalho a ser feito para que o Brasil chegue com mais força na modalidade nas Olimpíadas. Talvez, o desenvolvimento de novos talentos “pule” uma edição olímpica e surja com força apenas em 2032. Um bom número de atletas na elite do tênis de mesa ajudaria o país a conquistar mais resultados nas disputas em duplas e equipes.
Em Paris-2024, o time masculino de tênis de mesa parou nas quartas de final contra a França, enquanto o feminino caiu na primeira rodada diante da Coréia do Sul. Já nas disputas das duplas mistas, o Brasil contou com Vitor Ishiy e Bruna Takahashi, que perderam na estreia diante dos espanhóis Álvaro Robles e María Xiao.
Engatinhando
Dos três esportes olímpicos com raquetes, o badminton é o que vive a realidade mais distante do topo. A modalidade ainda dá os seus primeiros passos no cenário nacional e mundial e não tem uma expectativa muito animadora para o futuro próximo. Ygor Coelho segue como o principal nome da história do país no badminton, participando de todas as três edições olímpicas que o Brasil esteve no simples masculino.
Em Paris-2024, Ygor apresentou boas performances, mas saiu sem vitórias. Aos 27 anos de idade, a sua ida para Los Angeles-2028 é uma grande incerteza. Isso porque Jonathan Matias (24) não está muito longe do compatriota no ranking da BWF. Coelho já chegou a ser o 30º colocado, mas caiu muitas posições e se encontra na 48ª posição. Por sua vez, Matias é o número 61 do mundo e tende a crescer durante o próximo ciclo olímpico.
No feminino, Juliana Viana fez história em Paris-2024 ao conquistar a primeira vitória do Brasil na categoria em Jogos Olímpicos. O triunfo veio contra a honconguesa Lo Sin Yan Happy na segunda rodada da fase de grupos. Apesar de Juliana não ter avançado ao mata-mata, há boas expectativas para que ela evolua bastante até Los Angeles-2028 e consiga conquistar a classificação para às oitavas de final pela primeira vez na história do país no badminton. Com apenas 19 anos, ela já é a número 50 do ranking feminino.
No entanto, fora estes três atletas citados, o Brasil não apresenta nenhum outro esportista no top-100 do ranking mundial. Assim, é difícil que o país crie grandes esperanças para conquistas a curto e a longo prazo na modalidade. Badminton, Badminton, Badminton
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