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Apogeu, surpresa e decepção: as lutas em Paris-2024

Paris-2024 coroou a melhor campanha da história do judô, mas também viu boxe abaixo do esperado

Lutas em Paris-2024
Lutas em Paris-2024. Crédito: Reprodução (Fotos de Alexandre Loureiro e Wander Roberto/COB)

Paris – O termo “carro-chefe” tem sido frequentemente associado a dois esportes de luta no Brasil: o boxe e o judô. Na Olimpíada de Paris-2024, apenas um deles ratificou esse status.

Desde Los Angeles-1984, o judô sempre trouxe ao menos uma medalha para o país, e em Paris-2024 a modalidade atingiu seu apogeu. Foram quatro medalhas: um ouro, uma prata e dois bronzes. Esse é o mesmo número de condecorações obtidas em Londres-2012, embora, naquela ocasião, tenham sido um ouro e três bronzes.

Beatriz Souza (+78 kg) estreou nas Olimpíadas desbancando as líderes do ranking para subir ao lugar mais alto do pódio. Willian Lima atingiu o ápice de sua jovem carreira ao ser vice-campeão nos meio-leves. Larissa Pimenta (-52 kg) foi coroada com o bronze após se reerguer de um ciclo conturbado.

Beatriz Souza
Beatriz Souza é ouro em Paris-2024. Foto: Alexandre Loureiro/COB

A geração de jovens vencedores e veteranos históricos foi ainda brindada com a inédita medalha de bronze por equipes, um final feliz para a carreira de Rafael Silva. Dono de três bronzes olímpicos entre os pesados, ‘Baby’ se despediu da seleção com o recorde de judoca mais velho a conquistar uma medalha olímpica, aos 37 anos.

A conquista também significou a redenção de Rafaela Silva. Campeã olímpica na Rio-2016, ela ficou fora de Tóquio-2020, quando estava suspensa após ser condenada por doping. Rafaela subiu ao pódio ao lado de seu maior ídolo. Ketleyn Quadros, a primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil em competições individuais, em Pequim-2008, teve sua carreira premiada com mais um bronze.

A medalha de mesma cor também coroou a paciência e perseverança de Edival Pontes, no taekwondo. Após perder a primeira luta na categoria até 68 kg, ‘Netinho’ teve que esperar oito horas para voltar ao tatame do Grand Palais. Ele teve a oportunidade de disputar a repescagem, venceu duas lutas e pôde honrar a memória do pai, falecido em 2020, com uma medalha.

Já no wrestling, não houve pódio, mas houve uma campanha histórica. A carioca, estreante em Olimpíadas aos 32 anos, levou o Brasil a disputar pela primeira vez uma medalha na modalidade. Embora tenha perdido a luta decisiva na categoria até 57 kg, estilo livre, conquistou um histórico quinto lugar.

Giullia Penalber com o braço erguido em sinalizaçâo à vitória; ela vai disputar a repescagem do wrestling em Paris-2024
Giullia Penalber em Paris-2024. Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Veio medalha, mas…

No boxe, por sua vez, a medalha veio, mas a campanha teve um sabor agridoce. Beatriz Ferreira teve a tão esperada revanche contra a irlandesa Kellie Harrington, sua algoz na final de Tóquio-2020. Mas o desfecho em Paris foi o mesmo: Bia perdeu o duelo válido pela semifinal da categoria até 60 kg e ficou com o bronze em sua despedida do boxe olímpico. A baiana, que havia conquistado a prata no ciclo anterior, agora vai focar na carreira profissional.

O pódio de Bia foi o único ponto positivo para um esporte que havia conquistado três medalhas na Olimpíada anterior. Antes do início da campanha em Paris, o técnico principal da seleção brasileira de boxe, Mateus Alves, havia projetado ao menos mais uma medalha. No entanto, a realidade é que seis dos dez pugilistas brasileiros não passaram do primeiro combate.

Beatriz Ferreira Foto: Alexandre Loureira/COB
Beatriz Ferreira em Paris-2024 Foto: Alexandre Loureira/COB

Ao todo, os esportes de luta trouxeram cinco medalhas, consolidando sua posição como a categoria que mais trouxe medalhas para o Brasil em Olimpíadas. O judô chegou à sua 28ª conquista, superando o vôlei, que acumulou 13 pódios na quadra, com o bronze no feminino, além de 14 na praia, com o ouro de Ana Patrícia/Duda.

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Apresentador do canal Kenjiria, dedicado ao esporte olímpico.

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