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Paris 2024

Quebra de jejum marca vôlei de praia, mas masculino liga o radar

Duda/Ana Patrícia leva ouro em Paris e quebra jejum de 28 anos no feminino, mas masculino passa em branco pela segunda vez

Duda/Ana Patrícia no vôlei de praia em Paris-2024
(Foto: Wander Roberto/COB)

Paris – O vôlei de praia brasileiro teve momentos distintos nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Enquanto Duda/Ana Patrícia conquistou a medalha de ouro e quebrou um jejum de 28 anos sem títulos no feminino, nenhuma dupla atingiu as fases finais na disputa masculina e o país chegou à segunda Olimpíada consecutiva sem medalhar nesse naipe.

Duda e Ana Patrícia brilharam nas areias do Estádio da Torre Eiffel, montada no Campo de Marte, aos pés do monumento mais icônico de Paris. Elas chegaram na Olimpíada como líderes do ranking mundial depois de um ciclo muito vitorioso e confirmaram o favoritismo com uma campanha arrasadora na competição.

Duda Ana Patrícia após fim do jejum no vôlei de praia
(Foto: Luiza Moraes/COB)

As brasileiras venceram seus cinco primeiros jogos sem perder sets: contra as egípcias Abdelhady/Elhobashy, as espanholas Liliana/Paula e as italianas Gottardi/Menegatti na primeira fase e contra as japonesas Akiko/Ishii e as letãs Tina/Anastasija no mata-mata. Elas ganharam no tie-break das australianas Mariafe/Clancy na semifinal e das canadenses Melissa/Brandie na final.

Com o ouro em Paris-2024, Duda e Ana Patrícia quebraram um jejum de títulos olímpicos no vôlei de praia feminino, que existia desde Atlanta-1996, exatamente quando a modalidade estreou no programa olímpico. Naquela ocasião, Jackie Silva/Sandra Pires derrotou Adriana Samuel/Mônica Rodrigues na final, em uma dobradinha histórica para o Brasil. Desde então, o país havia obtido três pratas e dois bronze.

Bárbara Seixas e Carol Solberg vibram no vôlei de praia em Paris-2024
(Foto: Luiza Moraes/COB)

Outra dupla brasileira na disputa feminina em Paris-2024 foi Bárbara Seixas/Carol Solberg, que fez uma campanha invicta na primeira fase, com vitórias sobre as holandesas Stam/Schoon, as japonesas Akiko/Ishii e as lituanas Paulikiene/Raupelyte. Elas acabaram derrotadas nas oitavas de final por Mariafe/Clancy, que viria a ser eliminada por Duda/Ana Patrícia na semi.

Homens seguem com jejum

Enquanto o feminino comemorou a quebra de um jejum, o vôlei de praia masculino já liga o alerta para uma marca negativa. Pela segunda edição consecutiva, nenhuma dupla do país chegou nas fases decisivas da Olimpíada e ficou sem medalhas. Evandro/Arthur caiu nas quartas de final, enquanto André/George não passou das oitavas.

Evandro/Arthur no vôlei de praia em Paris-2024
(Foto: Miriam Jeske/COB)

Evandro e Arthur iniciaram muito bem sua trajetória, vencendo os quatro primeiros jogos sem perder sets: contra Perusic/Schweiner, Schachter/Dearing, Horl/Horst e Van de Velde/Immers. Eles caíram nas quartas de final para os suecos Ahman/Hellvig, que viriam a ser campeões olímpicos.

Já André e George fizeram uma campanha ruim na primeira fase, vencendo apenas um dos três jogos da primeira fase. Os brasileiros ficaram em terceiro lugar no grupo e tiveram que enfrentar os alemães Ehler/Wickler nas oitavas de final, perdendo por 2 a 0, e sendo eliminados. Ehlers/Wickler chegou até a final e acabou com a medalha de prata.

André e George perderam nas oitavas do vôlei de praia de Paris-2024
(Foto: Miriam Jeske/COB)

Jamais o Brasil havia ficado duas Olimpíadas seguidas em medalhas no vôlei de praia masculino. O país não foi ao pódio em Atlanta-1996, mas medalhou de Sydney-2000 até a Rio-2016, conquistando dois ouros, três pratas e um bronze.

Balanço geral

No acumulado, as quatro duplas brasileiras fizeram 20 jogos, ganharam 15 e perderam cinco. Apenas André/George perdeu na fase de grupos, com Duda/Ana Patrícia, Evandro/Arthur e Bárbara/Carol passando invictas da fase inicial. Entre as derrotas no mata-mata, duas foram para duplas que foram finalistas e uma para uma que foi semifinalista.

Com a conquista de Duda/Ana Patrícia, o Brasil já tem 14 medalhas no vôlei de praia em Jogos Olímpicos. Agora, são quatro ouros, sete pratas e três bronzes. O país aparece em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 11 medalhas, mas sete ouros.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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