Paris – Quando Thaísa colocou a bola no chão para encerrar a disputa pelo bronze na Olimpíada de Paris, encerrava-se ali uma história que rendeu três medalhas olímpicas. A central de 37 anos confirmou logo após a vitória sobre a Turquia neste sábado (10) que vai se aposentar da seleção brasileira de vôlei.
“Foi engraçado porque eu falei: ‘essa bola vai ser minha, sai da frente, Gabriela, eu vou botar essa bola no chão’. Brincadeira à parte, sim, aqui está se encerrando um ciclo, acho que por isso eu chorei tanto ali”, comentou a bicampeã em Pequim-2008 e Londres-2012.
Mamãe Daher, como é chamada por colegas e fãs, disse que ainda vai seguir jogando por clubes. No entanto, ela considera que continuar com a seleção seria muito desgastante, mas acredita que jovens atletas estão prontas para assumirem seu lugar.“A única coisa que eu espero é ter deixado uma coisa boa, uma marca boa em cada coração das meninas, de todos que eu tive a oportunidade de trabalhar. Eu não sou uma muito fácil de lidar em alguns momentos, mas com certeza eu estou dando o melhor que eu posso”, reconheceu.
Ao lado de José Roberto Guimarães durante entrevista coletiva, Thaísa fez questão de agradecer ao técnico. A atleta teve uma grave lesão no joelho quando tinha 29 anos e recebeu o apoio do treinador e da família dele no processo de recuperação.
“Ele me trouxe de volta à vida, depois me trouxe de volta para a seleção, e depois de tudo isso, eu consegui uma medalha. Nós conseguimos uma medalha, juntos. Então, é só gratidão. Para o resto da minha vida eu vou lembrar disso”, agradeceu.
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Emocionado, Zé Roberto retribuiu o carinho. “Essa mulher fez um sacrifício para estar na forma que ela está hoje. A gente tem que reverenciar todos os dias. Então, muito obrigado de coração, porque sem você a gente não estaria aqui”, considerou o comandante que chegou à quinta medalhas olímpica.
Esta foi a quarta Olimpíada de Thaísa. A carioca se juntou a Fofão e Mayra Aguiar, na marca de mulheres brasileiras a ostentarem três medalhas olímpicas. Além disso, a central esteve presente nas campanhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e de Guadalajara-2011.
“Ela é um ícone. É uma das melhores centrais que o mundo já viu jogar”, completou Zé Roberto.
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