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Paris 2024

Entre lágrimas e sorrisos, ginástica brasileira brilhou em Paris

Brasil conseguiu seus melhores resultados na ginástica artística, de trampolim e na rítmica individual, mas chorou com lesão inesperada no conjunto

Equipe da ginástica artística feminina do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Marina Ziehe/COB)

Paris – A ginástica brasileira conseguiu alguns dos seus melhores resultados da história em todas as suas modalidades. Houve algumas frustrações, mas o saldo do esporte é totalmente positivo com quatro medalhas na ginástica artística feminina e as melhores colocações da história do Brasil no trampolim e na ginástica rítmica individual. Além disso, Rebeca Andrade sai de Paris com seis medalhas olímpicas na carreira, se tornando de vez a maior medalhista do Time Brasil e com potencial de aumentar o seu total em Los Angeles.

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A ginástica artística feminina fez a sua melhor Olimpíada da história. Após conquistar suas primeiras medalhas em Tóquio, a conta dobrou em Paris, com o Brasil ganhando quatro medalhas. Em todas elas um fator em comum: Rebeca Andrade. A paulista de Guarulhos é a maior ginasta brasileira de todos os tempos e tem se colocado entre os principais nomes internacionais da história da ginástica.

Em Paris, Rebeca Andrade chegou podendo levar até seis medalhas e conquistou quatro. O ouro seria difícil, já que a brasileira enfrentaria Simone Biles, a melhor ginasta da história. Mas Rebeca mostrou toda sua grandeza ao encostar na norte-americana no salto e no individual geral e superá-la no solo para conquistar o ouro.

Rebeca Andrade se torna a maior atleta olímpica da história do Brasil com dois ouros, três pratas e um bronze
Foto: Alexandre Loureiro/COB

Além do sucesso individual de Rebeca, Paris também viu a coroação da melhor geração da ginástica artística feminina do Brasil com a medalha de bronze na disputa por equipes. Julia Soares, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira ajudaram Rebeca a conquistar o pódio de forma emocionante. Além do Brasil não ter tido o melhor desempenho possível na final, Flávia Saraiva ainda competiu com sangue nos olhos, literalmente, após um acidente no aquecimento da final. Mesmo assim, ela foi para a batalha e entregou notas importantes para garantir a medalha da equipe brasileira.

Masculino em transição

Na ginástica artística masculina, o Brasil está numa espécie de entressafra, com a equipe brasileira tendo uma mistura de veteranos e jovens talentos. Em Paris, o Brasil não conseguiu classificar o time completo, mas trouxe dois ginastas: Arthur Nory e Diogo Soares. Nory, campeão mundial na barra fixa em 2019, veio a Paris para tentar a sonhada medalha olímpica no aparelho. Mas ele não acertou a sua prova e terá que voltar daqui quatro anos para cumprir seu objetivo.

Diogo Soares na final do individual geral nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Diogo Soares, que sempre foi um atleta mais generalista, conseguiu disputar sua segunda final no individual geral. Mas sabendo que não tinha chance de medalha, o ginasta aproveitou para testar séries e elementos novos no maior palco do mundo. E mesmo sem acertar tudo, o que se viu foi um atleta querendo aumentar o seu potencial e vendo uma medalha olímpica chegar mais perto no próximo ciclo.

Teatro grego da rítmica

Babi Domingos na série de arco nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Em Paris-2024, a ginástica rítmica brasileira viveu uma epopeia digna do teatro grego. Enquanto no individual Babi Domingos trouxe a alegria da comédia com um resultado histórico, o conjunto viveu um grande drama com a lesão de Victoria Borges.

Antes de Babi Domingos, o melhor resultado brasileiro no individual era o 23º lugar de Natália Gaudio na Rio-2016. Mas em Paris, Babi levou o Brasil para outro patamar, conseguindo uma final inédita e se colocando entre as dez melhores do mundo, em um esporte fortemente dominado pela escola europeia.

Por outro lado, o conjunto do Brasil tinha tudo para fazer história em Paris, mas não conseguiu da pior forma possível. Com uma grande evolução nos últimos anos, as brasileiras tinham chances reais de medalha em Paris e começaram bem a competição com um quarto lugar na primeira apresentação da qualificação. Mas antes da segunda prova, Victoria Borges se lesionou no aquecimento. Para não deixar as companheiras na mão, ela foi para o tapete. Mas com toda a dor, Victoria não conseguia fazer todos os movimentos planejado. Assim, de forma triste, o Brasil terminou em nono lugar e não conseguiu voltar à final olímpica ou trazer uma medalha para casa.

Conjunto do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Saltando para cima

Na ginástica de trampolim, o Brasil também teve uma grande evolução no ciclo olímpico e pela primeira vez classificou dois atletas para a Olimpíada. No feminino, Camilla Gomes chegou em Paris com condições de pegar uma vaga na final e até mesmo pensar em uma medalha. Mas infelizmente, ela não acertou suas provas e ficou apenas no 15ºlugar. Mas no masculino, Rayan Castro superou uma lesão no pé para conseguir o melhor resultado da história do Brasil com um 12º lugar em Paris.

Rayan Casto compete na ginástica de trampolim nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

De toda forma, a dupla espera que o desempenho em Paris abra a porta para que o trampolim se desenvolva no Brasil e possa chegar na Olimpíada brigando por medalha em um futuro próximo.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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