Sagrar-se campeã olímpica não é uma tarefa fácil. O caminho para a glória eterna costuma ser repleto de adversidades, dentro e fora das competições. Isso porque, para além das grandes rivais enfrentadas, há também que saber lidar com os problemas que acompanharam durante toda a preparação para os Jogos Olímpicos. Assim foi o caso de Ana Patrícia, medalhista de ouro no vôlei de praia feminino, que precisou superar as críticas que sofreu após a derrota em Tóquio-2020 e uma hérnia lombar que a impediu de treinar normalmente.
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Ana Patrícia se apresentou para o Brasil e ao mundo de forma definitiva em 2014, quando venceu os Jogos Olímpicos da Juventude, ao lado, inclusive, de Duda. Desde então, sempre se colocou altas expectativas sobre títulos e performances individuais. No entanto, ela não conseguiu atendê-las de imediato.
Em Tóquio-2020, quando fez a sua estreia olímpica, Ana Patrícia esteve junta com Rebecca mas parou nas quartas de final. Na ocasião, a mineira sofreu diversas críticas pelo seu desempenho, visto que Rebecca havia apresentado boas partidas. As críticas, no entanto, extrapolaram o razoável e se tornaram uma verdadeira enchente de ódio pela internet.
“A eliminação de Tóquio-2020 foi muito traumática para mim. O hate, as ofensas que sofri. Foram muitas pessoas dizendo que eu tinha que desistir e que eu era uma vergonha. Isso foi muito pesado para mim pois eu realmente cogitei parar com a minha carreira. Felizmente isso não aconteceu, mas sei que foram muitas coisas que a gente viveu para estar aqui”, desabafou Ana Patrícia.
A força de Duda
A derrota no Japão trouxe outra consequência: a separação da dupla com Rebecca. Em 2022, então, Ana Patrícia e Duda Lisboa reeditaram a parceria de sucesso no juvenil e deram início a uma trajetória de sucesso e de muito apoio até chegar em Paris-2024.
Não foi fácil, e para além da superação mental, Ana Patrícia ainda precisou lidar com problemas físicos que a afetaram durante a reta final para os Jogos Olímpicos. Neste momento de incertezas e dificuldades, Duda foi um suporte importante.
“Estes últimos seis meses foram muito complicados por conta de uma hérnia lombar que está me fazendo sofrer bastante. Faz muito tempo que eu não consigo treinar mais de 40 minutos por conta disso. Também me questionei se iria ter condições para jogar. A Duda me abraçou nesse momento, e todos os profissionais que trabalham com a gente também. Todo mundo me ajudou para eu estar em condições aqui competindo”, completou Ana.
Todos estes sacrifícios e desgastes foram recompesandos. Ana Patrícia e Duda Lisboa fizeram uma campanha impecável em Paris-2024. Superaram todas as adversárias mostrando a força técnica, tática e mental, especialmente nos momentos decisivos.Também mostraram, sem dúvidas, que são a melhor dupla de vôlei de praia feminina no mundo.
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