Paris – A disputa da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Paris. Nesta quarta-feira (7), aconteceu o treino de pódio da modalidade, com as atletas tendo a oportunidade de testar as suas séries na Arena Porte de La Chapelle. Quem esteve lá foi Babi Domingos, que será a única representante do Brasil na prova individual. E ela sonha em conseguir uma classificação inédita para a final e se emocionou ao pisar pela primeira vez no ginásio de competição.
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Babi Domingos conseguiu ir para a Olimpíada após a sua segunda tentativa, com o ótimo desempenho no Mundial do ano passado. E o coração da ginasta tem batido forte desde a chegada em Paris. “É difícil até descrever. Porque eu esperei muito pra esse momento. Desde o primeiro dia lá, quando eu consegui minha vaga o ano passado, em Valência, no Mundial. E quando eu entrei na Vila, eu falei, meu Deus, estou realizando um sonho, que não é só meu. Tem muitas pessoas junto comigo realizando esse sonho. Então, está sendo tudo muito incrível. Hoje, quando eu entrei aqui na área de aquecimento, na área de competição também, veio um sentimento, assim, de muita alegria”, explicou Babi.
Show nos quatro aparelhos
No individual geral, as atletas fazem apresentações nos quatro aparelhos, somando as notas de todas as provas. Babi Domingos vem a Paris com quatro séries diferentes, mas dentro do seu estilo. A série de arco é com a trilha sonora de “O Rei Leão”. A bola é uma linda apresentação ao som de “Je Suis Malade”, na voz de Lara Fabian. As maças, outra ótima série com Garota de Ipanema. E para fechar, sua famosa série de fita com uma versão do hit “Bad Romance” de Lady Gaga.
“A gente sempre pensa numa música que a gente se encaixa. Primeiro de tudo é sentir a música e o artístico. A gente também tenta estudar a música e letra da música. Por exemplo, agora a gente pode músicas cantadas, então a gente tenta entrar o máximo a fundo da música”, afirmou Babi que viu várias vezes os clipes de Lady Gaga para incorporar seus movimentos.
A reta final de preparação foi em Troyes, no norte da França, onde Babi e sua técnica Márcia Naves, com a dupla refinando os detalhes das séries, com a ajuda de uma treinadora da Bulgária. “A gente acaba se acostumando com algumas coisas, então é bom ter outros olhos corrigindo e pontuando algumas coisas. É uma expressãozinha aqui, uma mão ali, para que a perfeição chegue e as dificuldades e os lançamentos fiquem mais corretos, para que na hora não haja erros e ela faça o melhor possível”, contou a treinadora brasileira.
Em busca do ineditismo
Rosana Favila foi a primeira brasileira a competir na ginástica rítmica individual em Jogos Olímpicos, em Los Angeles-1984, terminando na 24ª colocação. Em Barcelona-1992, Marta Cristina Schonhurst ficou em 41º lugar. Depois, o Brasil só voltou a ter uma representante na Rio-2016, onde Natália Gaudio ficou em 23º lugar.
Em Tóquio-2020, Babi Domingos ficou perto da vaga olímpica através do Campeonato Pan-Americano, mas ficou atrás da mexicana Rut Castillo que foi ao Japão. Mas para Paris, Babi se classificou em grande estilo, ao ficar em 11º no individual geral do Mundial do ano passado, o melhor resultado da história do Brasil. A meta agora é o top-10, para se tornar a primeira brasileira finalista na disputa individual da ginástica rítmica.
Emocionada após o fim do treino, Babi disse que espera sair feliz com o seu desempenho na quadra e que espera que seja o suficiente para conseguir a inédita vaga na final. “Já estou muito realizada de estar aqui, até no final do treino a gente se emocionou, porque a sabemos o quanto é difícil estar aqui e poder realizar esse sonho. Então, independente do resultado, eu quero sair daqui satisfeita com as minhas séries, dando o meu melhor, mostrando o que é a ginástica do Brasil, e o resultado vai ser consequência de tudo o que eu fizer na quadra. E, lógico, a gente espera ficar entre as 10, mas, caso isso não aconteça, a gente já vai estar muito feliz de estar aqui representando o nosso país”, afirmou a atleta.