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Paris 2024

Isaquias diz que feito de Rebeca atrapalhou, mas é incentivo

Canoísta tem quatro medalhas olímpicas e, pelo menos desde de Tóquio, busca ser o atleta brasileiro que mais foi ao pódio em Jogos Olímpicos

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(Alexandre Loureiro/COB)

Paris – Um dos grandes objetivos da vida esportiva de Isaquias Queiroz é se tornar o maior medalhista olímpico da história do Brasil. No Rio de Janeiro ele foi três vezes ao pódio, um recorde até então, e precisava de mais três para chegar lá. Robert Scheidt e Torben Grael têm cinco cada. Em Tóquio, Isaquias foi atrás de duas e falava em completar a obra em Paris para fechar a história dele na canoagem em Olimpíadas. Saiu com uma do Japão, mas ainda era possível bater nas seis em 2024. Porém, no meio do caminho, apareceu Rebeca Andrade.

Rebeca chegou em Paris com duas medalhas, ambas em Tóquio, e em Paris colocou mais quatro no peito. Foi a seis e dificultou a missão esportiva de Isaquias Queiroz, fato que não passou desapercebido. “Eu trouxe muito isso pra cá, me atrapalhou um pouco. Tava meio nervoso nos últimos dias, mas também de acompanhar as provas”, falou o canoísta logo após encerrar o primeiro dia dele de competições no Vaires-sur-Marne Nautical Stadium, casa da canoagem em Paris.

Rebeca Andrade se torna a maior atleta olímpica da história do Brasil com dois ouros, três pratas e um bronze paris
Alexandre Loureiro/COB

“O que a Rebeca fez nos incentiva mais ainda, de acreditar no nosso sonho, no nosso trabalho. Acaba afetando todos os atletas no sentido de incentivar, acreditar que somos capazes de chegar nesse nível. Sou de uma modalidade com pouco reconhecimento no Brasil, ainda dando as caras. Quero poder chegar na minha sexta medalha aqui em Paris. Se for para, o resultado vai vir. Quero sair daqui com as duas medalhas no pescoço”, acrescentou.

C2 500 e C1 1000

A primeira parte da meta é no C2 500, prova que disputa ao lado de Jacky Godmann. Os dois também formaram dupla em Tóquio para correr o C2 1000, que não existe mais no programa olímpico, e ficaram em um amargo quarto lugar. O começo em Paris não foi como eles esperavam. Queriam chegar entre os dois primeiros na primeira bateria classificatória para saltar direto para a semifinal, marcada só para quinta-feira (8). Não deu certo e a dupla precisou ir pra raia mais uma vez correr as quartas.

“Estávamos na expectativa de passar direto para a semifinal, não esperávamos que os russos iam estar remando tão bem, pro mesmo lado, nos surpreendeu”, comentou Isaquias Queiroz, citando Zakhar Petrov e Alexey Korovashkov. Eles venceram a classificatória cravando 1min35s65, melhor tempo da prova em Olimpíadas. Os brasileiros vinha em segundo até a os metros finais, mas foram ultrapassados nas últimas remadas pelos italianos Gabriele Casadei e Carlo Tacchini.

Isaquias Queiroz ouro Jogos Olímpicos canoagem velocidade Tóquio Olimpíada
Isaquias, campeão em Tóquio (Breno Barros/rededoesporte.gov.br)

“Esperávamos ficar em primeiro na eliminatória ou pegar o segundo lugar, mas é competição. As vezes erra, foi o que aconteceu. Erramos no cálculo de sair forte, demoramos para abaixar o ritmo. No final, quando era pra subir, travei muito. A gente cansou e ficamos em terceiro”, explicou Isaquias. “Se é pra errar, vamos errar na eliminatória, nas quartas,. Na semifinal, não podemos errar mais muito e na final temos de ser perfeitos”.

A outra prova de Isaquias Queiroz na canoagem velocidade dos Jogos de Paris é a C1 1000, a que ele é o atual campeão olímpico. Começa nesta quarta-feira (7) com a classificatória e quartas de final e, na sexta, tem a semi e a final. “O horário da prova vai ser mais ou menos esse, com vento lateral. O romeno, campeão mundial de 2022, vai estar um pouco ruim pra ele. Tem o russo que vai vir forte, o (Sebastian Brendel). Vai depender de mim fazer uma boa prova com esse vento, gosto de vento lateral. Se se manter assim, o maior rival vai ser o Martin Fuksa.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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