Paris – O Brasil perdeu para a Coreia do Sul no tênis de mesa, mas isso pouco importa. Bruna Alexandre teve uma noite especial em Paris e mostrou o que de melhor o esporte pode proporcionar. Ela se tornou a primeira atleta paralímpica a também disputar uma Olimpíada nesta segunda-feira (6).
A atleta de 29 anos atuou primeiro em dupla com Giulia Takahashi e, depois, individualmente, no quarto e último duelo. Apenas Bruna Takahashi venceu um confronto, mas o sentimento é de que o toda a equipe venceu.
Bruna Alexandre recebeu o apoio da torcida francesa, que tentava entoava seu nome. Também foi assediada pela internacional na zona de entrevistas da Arena Paris Sul 4. “Não esperava que a torcida francesa ia apoiar tanto o Brasil. Foi um dia muito especial para mim. Eu vou comemorar ainda muitos dias esse sonho que estou realizando hoje”, comentou.
A catarinense de Criciúma descartou o rótulo de heroína, mas disse que deseja inspirar outros paralímpicos. A atleta deixou claro ainda que vai em busca de uma medalha de ouro na Paralimpíada, que começa no dia 28 de julho, e que a experiência olímpica vai contar a seu favor.
“O pessoal aqui chega 5 horas antes do jogo, aquece 2, 3 horas. Então eu levo muito isso para o Paralímpico. Estou aprendendo muito e quem sabe eu posso ajudar cada vez mais também o Paralímpico”, destacou Bruna.
A mesa-tenista vai continuar na França de maneira ininterrupta. Após a Olimpíada, ela se junta à delegação brasileira que ficará baseada em Troyes, a cerca de 180 quilômetros de Paris.
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Bruna perdeu o braço direito quando tinha três meses por conta de uma vacina aplicada de maneira irregular. Ela disse que não foi alvo de preconceito e que sempre quis ser independente.
Ela gostava de jogar bola, andar de bicicleta e de skate. Mas aos 11 anos já defendia a seleção brasileira infantil antes mesmo de conhecer o movimento paralímpico, que lhe rendeu duas medalhas de prata e cinco de bronze em Paralimpíadas.
Antes de encerrar a entrevista, Bruna Alexandre pediu a palavra para deixar um recado: “Depois que acabarem os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, continuem apoiando o esporte. Acho que é um bom caminho.”
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